O que me engrandece não são as Letras, não são os saberes, não é a imensidão da pluralidade de universos no mundo de hoje, não é essa tecnologia magnífica, que acabou com as distâncias, que conecta tudo e todos, que dá voz sem distinção.
O que me engrandece é a simplicidade, a singeleza, o despojamento, a nudez de alma, o abaixar a cabeça, ajoelhar no chão, colocar as mãos em gesto de prece, de gratidão, de aquiescência, concordância... no meu sim pra vida, pras leis da natureza e pro amor.
Na simplicidade tão humilde e tão indescritível, tão plena que é amar.
Amar do jeito que a vida vier, fazendo o meu melhor no aqui e agora que recebo, sem fugir pra aquela fantasia em que divago, almejando isso ou aquilo.
...
... Difícil descrever a plenitude da singeleza que me engrandece.
Mas nem sempre foi assim. Já fui de muitos quereres, muitas exigências e desejos rebuscados.
... Ah, o essencial é tão simples!
Está aqui, agora... sempre esteve...
Quanto tempo perdi, quanta vida se foi, quantos erros terríveis, mesquinhos, arrogantes...
Deus me livre de mim!
Deus me una ao nada, ao esvaziamento, ao despojamento, ao contentamento com o que há, com o que é.
...
Inspiro o universo, expiro o ego.
Inspiro o universo, expiro o ego.
Sou mundo, sou terra, sou água, sou bicho, sou homem, sou pedra, sou céu, sol, nuvem, chuva, ar, fogo, dor, amor, sou tudo e nada, nem sou, nem sei...
Palavras.
São limitadas.
Faça seu caminho.
Entenderá o que eu gostaria de dizer, mas as palavras não conseguem.