OI PESSOAL, LEMBRANDO QUE ESSA VERSÃO FICARA DISPONIVEL POR POUCO TEMPO, NÃO SE ESQUEÇAM DE VOTAR E COMENTAR <3
"Ele também usa preto, tem os meus defeitos, gosta de cabelo cacheado? Sei que ele quer seu, ele é quase eu, mas não é ele quem você quer ter do lado... Ele nunca vai ser eu, não deixa ele saber, que ainda ama o seu passado."
–Henrique e Juliano
♥♠
Caminham em minha direção e ao chegarem sinto duas mãos serem depositadas nas costas com um cuidado excessivo, cada uma tem um dono diferente, a primeira à baixo da cintura pertence ao meu namorado, a outra um pouco à cima é do loiro, guiam me com gentileza para sentar até o carro chegar.
Os rostos de ambos estão machucados, nada muito feio, mas com certeza a bochecha de Austin ficaria roxa, e o corte no supercílio cicatrizaria bem. Thor tem um olho inchado.
– Vocês deveriam ir para um hospital.
Os dois riem juntos.
– Você devia se olhar no espelho! – Austin responde.
– Como foi? – Telles questiona.
Resumo a conversa que tive com homem da lei. Recebo xingamentos e palavras odiosas contra o maldito delegado, promessas de que ficarei em segurança são ditas. Não duvido que possa ser verdade, ou que farão o possível para isso.
O clima é tenso, posso notar que medem cada palavra dirigida a mim, como se estivessem pisando em ovos, ou melhor, num campo minado. Sou uma bomba relógio e os homens sabem disso.
– Chamei um médico para te examinar está se encaminhando e irá até a casa de Telles ao seu encontro. – Você tinha medo por mim em seus olhos, se eu soubesse disso, teria dito o quanto te amava anjo, mas conjugar você no passado é tudo que posso fazer agora.
– Preciso de um banho, o meu odor está terrível.
– Não está tão ruim assim.
– Ele está sendo legal doce, está péssimo.
Thor tenta não rir, também tento, aliás quando permito a risada sair, minhas costelas doem.
Seu celular toca, Austin se afasta para atender.
– Nos de um minuto Thor?
– Claro – Thor se levanta, ergo as pontas dos pés com certa dificuldade para selar seus lábios com os meus, os quais mesmo doloridos nunca estariam machucados o suficiente para não tocar os dele, sorri de um jeito novo, acaricia com cuidado minha face machucada – vou buscar um café e Roberto pediu para avisar que está fazendo comida pra você.
Meu cunhado começou a ter um apreço diferente por mim depois que soube do bebê, ajudou o irmão a me salvar, ainda foi se preocupar com minha alimentação. Isso deveria ser a definição perfeita de família.
– Ele é um amor.
– Ele é.
Rafael que antes estava de costas brigando no telefone por qualquer coisa alheia demais para reter minha atenção. Volta e se senta ao meu lado.
– Obrigada por ter ficado, por ter ido atrás de mim! Aliás, até agora não sei como vocês me acharam?
– Eu meio que posso ter colocado um GPS no seu celular quando namorávamos – dá de ombros como se estive me falando que para o jantar teremos pizza.
– Eu não acredito que fez isso.
– Olha me desculpa tá? Fui um imbecil, grande parte do tempo. Uma foto sua descabeçada apareceu em um site de fofoca "Layla Gianini correndo sem salto pelas ruas de Longuine" algum idiota tirou a foto, nem ser quer foi atrás de você ou acionou a polícia. Tive que checar – Encontra dificuldade para concluir a palavra.
– E resolveu ligar para Thor? – Desconverso.
– Meio que nós estávamos juntos.
– Como assim, estavam juntos?
– Layla você precisa saber que o cara faria qualquer coisa por você, mas eu também faria!
Ah anjo, você fez por mim muito mais do que merecia, fez além do que poderia, até mais do que meu coração aguentaria que fizesse. Você fez, mas eu não sabia disso naquela época.
– Ele é bom demais pra mim. – Disse uma verdade que estava entalada na garganta.
– Ei não repita isso! Você que é boa demais para qualquer um, se ele não fosse bom pra você, te levaria para minha casa, faria você me amar novamente como já fiz um dia – ri irônico, quem era esse novo e misterioso Rafael em minha frente? Desconhecia em partes. – Ele é bom e tem meu respeito. – Torce os lábios num sorriso lateral. E forma uma careta como se estivesse se auto surpreendendo por suas palavras.
Falar do meu atual com o ex parece fora do normal. Mas o que é comum em minha vida?
– Não posso dizer que estou contente com isso, não sou hipócrita – havia raiva nítida em sua voz, dor nos seus olhos. Muitas vezes enxerguei seu interior, desvendei as esmeraldas em questão de segundos, – preciso saber, você o ama?
– Sim! Mas não te traí com ele eu juro Rafael, tudo aconteceu depois que rompemos, você precisa acreditar em mim.
– Doce, olha não quero saber do que ficou para trás. Fico feliz que você esteja bem é sério, não é meu assunto preferido, falar de quando aconteceu ou deixou de acontecer. O porquê, ou como se apaixonaram, se eu tive uma parcela de culpa, não me interessa...
– Eu queria que soubesse que nunca te traí.
– Isso não tornam as coisas mais fáceis pra mim.
– Só queria dizer a verdade, apenas a verdade.
Fecho os olhos por um segundo e tudo vem à tona, os toques malditos, as agressões, a maldade, minha quase morte. As lágrimas brotam no início do olhar. Austin percebe meu corpo trépido e retém-me em seus braços rapidamente, ou estaria no chão.
– Eu não queria ficar sozinha hoje, quando fecho os olhos vejo tudo de novo, as coisas que eles me falaram, o que aqueles homens fizeram – o desespero sobe na garganta, o queixo balança. – Eles iriam...
– Calma doce, calma. Estou aqui.
Chorei segundos em sua camiseta, até ali tinha sido forte quanto pude, me defendi, aguentei a dor horrenda que estava sentindo por todo o corpo, mas o cansaço destrói meus passos.
– Jamais me perdoaria se algo acontecesse com você.
– Nem eu! – A voz de Thor surge em meus ouvidos.
Logo serpenteia meu corpo em seu abraço, abafando meus soluços. Seu pulmão treme, sei que esse é o resultado de palavras sendo lançadas para Austin, mas não consigo decifrá-las, o barulho do meu choro se sobressai.
– Pronto, princesa, pronto. Já passou, estamos aqui.
– Não me deixa, por favor, não quero ficar sozinha – imploro.
– Eu jamais faria isso.
– Rafael? – Pergunto seu nome ao grandão.
– Foi buscar o carro, deixá-lo em ponto estratégico para sairmos daqui. Os abutres ainda estão lá fora.
– Eles vão vir atrás de mim, o próprio delegado falou, não pude deixar de denunciá-los, aqueles malditos têm que pagar... – Pronuncio as palavras lentamente, entre ataques de choro e tosses dolorosas causadas pelos gritos que minha garganta forçou.
– Se a justiça não se cumprir, vão pagar nem que seja com a própria vida, prometo.
Suas promessas nunca foram tão importantes como aquela. Mal sabia ele ou eu, do peso daquelas palavras.
– Amor, gostaria que Rafael ficasse conosco essa noite? Ana e Roberto estão te esperando lá em casa, com outra surpresinha. O doutor também já este preparado para que você tenha todos os cuidados que teria no hospital, só que no conforto de casa, nem pense em recusar a hospitalidade, não é um convite.
– Surpresinha?
– É surpresa, surpresa não se conta.
– Obrigada por convidar Rafael, é importante pra mim...
– Mais cedo ou mais tarde, ele terá que saber.
– O carro já está pronto vamos? – O anjo aparece, jogando a chave para o dono.
– Os seguranças estão lá?
– Sim!
– Ótimo. Layla gostaria que viesse conosco para minha casa, tem algum problema com isso?
– Não – os olhos do loiro brilham, encontrando os meus, foram incontáveis as promessas silenciosas que juramos um ao outro naquele momento... – Problema nenhum.
♥