Meu Limite - QUEBRADOS 1

By KellyBFiguered0

97.8K 12.1K 15K

Antes de começarmos, você precisa entender três coisas básicas e essenciais: Amar é fácil, perdoar é necess... More

BOOK TRAILER
PREFÁCIO
PRÓLOGO
Capítulo 1 - Sucesso profissional
Capítulo 2 - Homens
Capítulo 3 - Doces maçãs
Capítulo 4 - Maçãs podres
Capítulo 5 - Luana
Capítulo 6 - Próxima vítima
Capítulo 7 - Visitante.
Capítulo 8 - Inquilino
capítulo 9 - Seguir
Capítulo 10 - Indesejada
Capítulo 11 - Equilíbrio
Capítulo 12 - Por do sol (Thor Telles)
Capítulo 13 - Espada♠
Capítulo 14 - Bem vinda ao México
Capítulo 15 - Mentiras
Capítulo 16 - De volta a realidade
Capítulo 17 - Boate
Capítulo 18 - Feliz Aniversário DOCE
Capítulo 19 - O anjo (Rafael Austin)
Capítulo 20 - Entre deuses e anjos
Capítulo 21 - Promessas
Capítulo 22 - Vá embora da minha casa
Capítulo 23 - Lobo de Longuine
Capítulo 24 - Rainha de Copas ♥
Capítulo 25 - Espetáculo
Capítulo 26 - Sem máscaras
Capítulo 27 - Destruídos ♣♥
Capítulo 28 - Cristal quebrado
Capítulo 29 - Copo de açucar
Capítulo 30 - Devastada
Capítulo 31 - Sob sua proteção
Capítulo 32 - Presságio
Capítulo 33 - O mal está a caminho
Capítulo 35 - Delegacia
Capítulo 36 - Apenas a verdade
Capítulo 37 - Surpresa
Capítulo 38 - Sequestrada
Capítulo 39 - Aliado
Capítulo 40 - Atrito
Capítulo 41 - Cartas na mesa
Capítulo 42 - Refém do seu amor
FIM ♥ INICIO ♠ CONTINUA♣
aviso ♥

Capítulo 34 - Escuro como meu nome

1.2K 175 93
By KellyBFiguered0

Era uma rua sem asfalto, empoeirada e escura. Iluminação pública? A da lua e de algumas poucas casas com fios de eletricidade esticados até o portão, numa famosa gambiarra no fim deles um bocal isolado com fita preta e a pequena lâmpada brilhava.

Nunca vi essa rua, nem essas casas com tintas descascadas, e barris velhos de óleo com fogo aceso.

– Não adianta fugir – a voz adentra meu ouvido.

Encostada em um muro qualquer tomo folego para correr novamente. Procuro meu celular, minhas mãos tremem, ligar pra polícia agora foi uma das tarefas que minhas mãos não conseguiam realizar.

O barulho alto sinaliza de uma moto se aproximando devagar, leva embora os devaneios ao escutar a voz do piloto, é notável os pelos dos meus braços levantando, recuso a encarar o dono da moto.

– É ela! É ela mesmo, vamos!

Feito doida, corri pela cidade em busco de abrigo, e agora percebo o quão em perigo meti meu bebê. Bati em algumas portas, mas as pessoas simplesmente a fechavam.

– Socorro – gritava enquanto corria, o fôlego diminuía a cada instante.

O barulho da moto cessa, um homem de capuz negro atravessa a minha frente, posso ver a silhueta de uma arma enfiada no jeans, mal coberta pela camiseta fina.

Estou sendo cercada por cinco caras grandes usando o mesmo capuz negro, tento não olhar pra cima, encarar apenas meus pés descalços. Amedrontada, sem reação, abraço-me protegendo a barriga.

Mães são sensitivas? Sim! Porque fiz uma nota mental de despedida para o meu filho. Com o pensamento que não sairíamos vivos daqui a opressão tremenda, a falta de ar, a tontura. Tudo querendo gritar dentro de mim, mas minha boca estava travada em uma camada fina, feito àquelas paralisias que temos no sono, onde estamos totalmente conscientes, mas não conseguimos agir.

– Como você correu, acha mesmo que poderia fugir do seu destino? – Diz um moreno magrelo com cabeça raspada, seus olhos são escuros e usa um aparelho vermelho e preto nos dentes, o que distinguiu no seu jeito foi à tatuagem do dragão cuspindo fogo, sorri para mim quando sou pega, gravando seu jeito totalmente assustador.

– Você pode olhar, pode nos encarar, fazer o que quiser querida, nossas ordens são simples, precisamos arrancar uma coisinha dentro de você! – agora quem fala, é o gigante de barba grande tão grande que o seu fim se dá no início do peitoral, parece ser mais velho lá pelos seus quarenta anos, tem os cabelos presos num rabo de cavalo.

– Vocês estão me confundindo com alguém, juro! Não fiz nada – o cara mais velho, que deveria ser também o mais sensato pela minha perspectiva. Os cabelos grisalhos, pupilas dilatadas negras, barriga avantajada e uma blusa listrada, azul e branco.

– Nunca nos confundimos Layla Gianini!

Os homens se aproximam ao mesmo tempo, suas mãos começam a passear suas por partes do meu corpo, braços, coxas, puxam o cabelo para expor o pescoço, molham com línguas nojentas, me arrepio de pura aflição e medo. Não consigo reagir.

– Me soltem, por favor... deixem-me ir...

O pedido é recusado, na garganta um grito está travado. Desespero, aflição, medo, tudo ao mesmo tempo.

Mãos por cada centímetro deslizam continuam deslizando sem permissão, minha blusa é rasgada sem delicadeza, barbas pinicam meu rosto conforme tentam beijar viro rápido desviando das bocas asquerosas, tiro alguns braços na medida em que consigo, com toda minha força e o mais rápido que posso, os apertos ficam ainda mais dolorosos e depravados, tapas na bunda, beliscões no peito, chupadas no pescoço.

– Ela não nos disse que não podíamos nos divertir, antes de terminarmos o serviço completo! Não se preocupe, você ficara bem depois que acabarmos.

– Bem também nos disse pra enfatizar, que vai ser aplicado uma dose de veneno. A mesma que tomou antes de você nascer.

Não demoro pra entender, eles estão falando da minha fodida mãe.

Busco força no meu interior, e luto contra eles como posso. Empurro, chuto pernas, estapeio, arranho, puxo cabelos. E todo meu esforço, só aumenta o nível das agressões, tapas no rosto, um soco no estômago, meus peitos estão sendo mordidos tão forte que parece que a qualquer momento o agressor levará minha pele já rompida em sua boca.

Oro em silêncio, da forma que tia Luana me ensinou quando pequena.

"Se você estiver em perigo, chame o seu pai aquele que mora lá no céu, ele te ajudará, mandará anjos ao seu favor." Uso a única coisa que me resta, a fé que nunca tive de sobra, não com essa intensidade.

"Deus, por favor, me ajude, salve meu bebê, por favor..."

–Por... Por... Deus, parem... – primeiro soluço vem, seguro com força as lágrimas, numa tentativa de deixar o medo invisível.

– Só vamos parar gatinha, quando estivermos dentro de você, por trás...

– Na frente...

– E depois vamos arrancar esse esperma da sua barriga. Juro que não vai doer tanto benzinho, vamos ser rápidos.

– O que? Vocês vão... – Não concluo a frase.

Nesse instante o homem arranca com força a correntinha com asas de anjo que estava pendurada no pescoço, a memória de Austin dando pra mim quando surgem juntas com a de quando no meu aniversário Telles declarou seu amor em uma mensagem subliminar, a pulseira do pulso é arrancada, junto com os brincos da orelha.

– Com certeza isso não é bijuteria. Da até pra tirar uma graninha com isso aqui.

– Vai ser muito bem usada.

– Como a dona delas – risadas asquerosas e altas assolaram meus ouvidos.

– Por favor, são importantes para mim... – tento argumentar, qualquer reação parecia inutilizada.

Tudo que estudei sobre abuso sexual, vai ser inútil nesse caso, os anos que esses homens pegariam se a justiça fosse feita, o que não será o caso certamente. E eu sairei morta daqui.

De que valeu todo meu esforço?

Os anos na faculdade?

O plano de Luiza?

O carinho de tia Luana?

As lembranças de Rafael Austin?

O namoro com Thor Telles?

Nada poderia me salvar nesse momento. Fecho os olhos para fugir mentalmente dos toques repulsivos, o rosto do anjo, de mamãe, Luana, Thor, Ana, Roberto, ocupam o pensamento mutuamente.

Amei e fui amada, dei e recebi. E agora, chegou ao fim, vou acabar assim, sem amor algum.

– Calma, não chora bebê, depois que terminarmos com você, nem irá sentir dor, e poderá voltar pra casa da mamãe, lugar de onde nunca deveria ter saído.

– Quem sabe guardar ela por uns dias para usarmos quando necessário?

– Não seria uma má ideia.

Armas sendo passadas pelo meu corpo, numa brincadeira sem nexo dos desgraçados, enfiam no sutiã, agora por debaixo da saia, continuam, por mais que implore para que cessem, eles não o fazem.

Deixo de sentir, fecho os olhos e mergulho fundo em meus pensamentos. Sem esperanças, depois de ser espancada, meus olhos estão fechados devido ao excesso de tapas, minha boca inchada e cortada, porque os beijos, os quais pareciam mordidas levavam meu sangue. A dor física podia ser suportável, mas a interna, não sei se um dia iria embora... só quero que acabe logo.

O destino brinca comigo, da forma que fui concebida, vou acabar morrendo!

Estupro é a pior violência a qual uma mulher pode sofrer. Se conseguir sair viva daqui, espero ter forças pra continuar vivendo, uma parte de mim morrerá nesse dia.

E no declive sem estabilidade, é queda livre.

Abro os olhos, ao escutar chutes e pontapés, tiros, corpos rolando no chão, homens brigando, pânico, rostos conhecidos, desconhecidos se socando, o medo paralisante se esvair indo, tudo acontecendo em câmera lenta e rápido demais.

Reconhecendo os defensores, posso dizer que valeu a pena sim, se hoje fosse o dia que meu eletrocardiograma virasse linha reta, tinha valido alguma coisa.

Rafael Austin e seu amigo Diego Kalel, lutavam a meu favor.

Cada pedaço quebrado podia se juntar.

Thor e Roberto Telles lutavam ao meu favor.

Cada palavra boa não dita teria a chance de vir à tona. Meu filho você terá chance, os anjos apareceram. Obrigada Deus.

Thor socava a boca de um, Roberto prendia outro num golpe que conhecia como mata leão, Diego e Rafael lutavam juntos contra três, então eu vi. O desconhecido apontando a arma. Eu não entendia nada de briga, muito menos sabia o que fazer, toda minha vida se resumia em apanhar, sabia aguentar o sofrimento. Mas quando você vive diversas vezes a mesma coisa chega a gravá-la na memória, pode ser bem usada.

Estiquei meus braços para pegar minha sandália jogada no chão como meu corpo, acertei com força nas costas do cara barbudo, dando a chance de Rafael acertá-lo em cheio. Fiz a mesma com a outra, em um dos caras que lutavam contra Roberto, tinha uma boa pontaria de tanto ser alvo, acertei novamente, Thor aproveitou a deixa para derrubá-lo.

Foi aí que tudo aconteceu.

Corri para o desconhecido de capuz, como nunca tinha feito antes na vida, sua arma apontada ora Rafael, ora Telles, ora Diego e Roberto, numa indecisão sádica de em quem atirar primeiro, pode ter causado tudo isso...

"Se entrar na frente morre" Austin dizia isso para os que o ameaçavam, realmente acontecia... A pouca coragem que tenho, vem da convivência a qual tivemos prazer de dividir por anos, vem do carinho das promessas de Telles de nunca estar sozinha, vem do bebê que precisa de mim, para vir ao mundo.

Rafael lutou contra meus males, guerreou as minhas batalhas.

Thor Telles por meio de brincadeiras leves ensinou a buscar forças no meu interior. Ele acreditava em mim.

E foi assim que vim parar aqui, rolando no chão com os dedos no gatilho, ora o cara de capuz por cima, ora a grávida, adrenalina deu forças para tentar roubar sua arma, meu filho me encheu de esperanças para lutar por ele, ela não acaba mesmo quando o homem defere socos contra o meu rosto, sinto o gosto metálico escorrendo pela garganta.

Vejo vermelho, brigamos ferozmente pela maldita arma de fogo, fisicamente não tinha a mínima chance, daria adeus a esse mundo facilmente, mas havia por quem vencer. E o homem a qual já considerava vitória certa, batia forte e glorioso na pobre mulher indefesa, no seu rosto brotava o sorriso maligno por acreditar ter tudo sobre controle.

A força de um amor pode ser poderosa. Agora de três amores estupendos gritando, no peito de uma pessoa apaixonada pode ser interminável, descomunal e potente até para um jogo perdido.

Afinal sou mesmo a grande rainha de copas.

– Larga ela seu filho da puta do caralho, – Rafael grita desesperadamente, enquanto um dos gigantes prendem seus braços outro defere socos no abdômen.

– Laylaaaa, atira – Thor alerta, deferindo socos contra oponente.

Fecho meus olhos.

E Boom.

Fica tudo escuro. Escuro como a noite, escuro como meu nome.

Continue Reading

You'll Also Like

2.3K 101 4
Uma fanfic simples de 3 capítulos sobre um dos ships mais amados do anime akame Ga kill. *DIREITOS RESERVADOS A Takahiro, CRIADOR DA OBRA*
36.7K 3.1K 11
✓ Postagens diárias: 01/06/17 {JUNHO} Meu corpo ardia em brasas a cada toque bruto e sensual. Desta vez seria para sempre ou pelo menos até que a M...
13.6K 871 43
Na França do século XIX, Henrique é um jovem de origem humilde de 17 anos que fora vendido, antes de nascer, para os patrões de seus pais, a fim de s...
310K 21.7K 122
Alex Fox é filha de um mafioso perdedor que acha que sua filha e irmãos devem a ele, Ele acha que eles tem que apanhar se acaso algo estiver errado...