Meu Limite - QUEBRADOS 1

By KellyBFiguered0

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Antes de começarmos, você precisa entender três coisas básicas e essenciais: Amar é fácil, perdoar é necess... More

BOOK TRAILER
PREFÁCIO
PRÓLOGO
Capítulo 1 - Sucesso profissional
Capítulo 2 - Homens
Capítulo 3 - Doces maçãs
Capítulo 4 - Maçãs podres
Capítulo 5 - Luana
Capítulo 6 - Próxima vítima
Capítulo 7 - Visitante.
Capítulo 8 - Inquilino
capítulo 9 - Seguir
Capítulo 10 - Indesejada
Capítulo 11 - Equilíbrio
Capítulo 12 - Por do sol (Thor Telles)
Capítulo 13 - Espada♠
Capítulo 14 - Bem vinda ao México
Capítulo 15 - Mentiras
Capítulo 16 - De volta a realidade
Capítulo 17 - Boate
Capítulo 18 - Feliz Aniversário DOCE
Capítulo 19 - O anjo (Rafael Austin)
Capítulo 20 - Entre deuses e anjos
Capítulo 21 - Promessas
Capítulo 22 - Vá embora da minha casa
Capítulo 23 - Lobo de Longuine
Capítulo 24 - Rainha de Copas ♥
Capítulo 25 - Espetáculo
Capítulo 26 - Sem máscaras
Capítulo 27 - Destruídos ♣♥
Capítulo 29 - Copo de açucar
Capítulo 30 - Devastada
Capítulo 31 - Sob sua proteção
Capítulo 32 - Presságio
Capítulo 33 - O mal está a caminho
Capítulo 34 - Escuro como meu nome
Capítulo 35 - Delegacia
Capítulo 36 - Apenas a verdade
Capítulo 37 - Surpresa
Capítulo 38 - Sequestrada
Capítulo 39 - Aliado
Capítulo 40 - Atrito
Capítulo 41 - Cartas na mesa
Capítulo 42 - Refém do seu amor
FIM ♥ INICIO ♠ CONTINUA♣
aviso ♥

Capítulo 28 - Cristal quebrado

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By KellyBFiguered0

Queridos leitores, esse capítulo é umd os que mais mexeu comigo a cada palvra, preciso saber o que acharam! não se esqueçam de votar, muito obrigada!! 

♥♠

Naquela madrugada gelada e cinzenta, pisei os pés dentro de casa procurando por uma Luiza curiosa, como nas outras vezes em que cumpri seu roteiro, imaginei abrir porta e encontrá-la na sala ansiosa.

Como não a encontrei, digitei os números do celular, foi direto para caixa postal. Onde será que mamãe se meteu?

Ela tinha tanto a me explicar, porque estragar o meu momento? Em tantas oportunidades de expor Mariah; preferiu matar dois coelhos com uma cajadada só.

Um copo de leite quente, um olhar cansado se fechando anestesiado, reconforto a cabeça no encosto da cadeira de nossa cozinha, abraço minhas pernas junto ao meu corpo e fico a observar a garoa fina escorrendo pela janela, regando as plantas, o gramado a terra, sem cobrar nada, um sentimento gratuito e vital, quase como o dele por mim!

Não consegui pregar os olhos a noite inteira, sorri ao primeiro filete de luz adentrando por entre as cortinas do quarto escuro, nessa caminhada maçante, muita gente se feriu. A ruína rodeando as pessoas das quais me importava, precisava dar o fim, ou um início verdadeiro, tinha que pontuar essa situação, ponderar os lados, e seguir em frente de algum modo.

A caminhada até o ponto de táxi nunca foi tão longe, crianças passeavam com roupas coloridas, idosos sorriam, namorados caminhavam de mão dadas, cachorros corriam soltos numa alta perseguição divertidíssima. O céu pintado de azul e branco, tão claro como somente às oito horas da manhã podia ofertar.

Longuine passava como um rabisco através da velocidade nas quatro rodas. Decorada e inédita a cidade que tanto me deu e tanto me tirou.

– Sou amiga de Thor Telles. – Explicava para o porteiro que analisava de cima a baixo minha calça jeans rasgada e desfiada, sapatilhas rosa e blusa de alça preta. Nada sofisticado, nem premeditado conforme o edifício Luxu's exigia. Foi a primeira peça de roupa que encontrei no closet totalmente revirado e desorganizado, o que supostamente traz a insegurança de que mamãe procurava por algo, como não havia escondido nada lá, talvez ela tivesse feito.

– Vou interfonar avisando que a senhora está aqui.

– Bom, gostaria de fazer uma surpresa, creio que deve estar dormindo. – olha desconfiadíssimo – Por favor, é sério, tem uma explicação pra tudo nessa vida, brigamos na festa que estávamos e eu quero muito pedir perdão, por favorzinho.

– Tudo bem garota, não me faça perder o emprego!

– Não farei, obrigada.

Inquieta, vejo o elevador subir rápido e lento demais se comparado a minha impaciência.

Toco a campainha e espero dois longos minutos contados no relógio, ninguém atende. Aperto novamente, três vezes em sequência.

Julia abre a porta desacreditada.

– Só pode ser brincadeira! – Tenta fechar a porta, coloco o pé impedindo que o faça. O crédito dessa ação vai direto para aqueles filmes de terror os quais assisti sem vontade, tudo nessa vida é cultura e poderá ser reutilizado algum dia. Lembre-se.

– Preciso falar com ele.

– Falar o que Layla? Você tem ideia do estado dele? A vergonha? Vocês estavam assumindo um relacionamento e minutos depois, você vai embora com Rafael? Pelo amor de Deus. – Julia parece uma mãe com raiva da namorada do filho, protege Telles como se fosse dela.

– Rafael precisava de mim. – Digo entredentes, sentindo a mínima obrigação de dar ela explicações. – Me dá licença Julia. – Empurro a porta sem humor, pisando dura a procura de Telles.

Caminho até as vozes grossas que me levam a varanda, entre garrafas de uísque, latas de energético espalhadas, um balde prateado, julgo ter sido usado como suporte para gelo lotado de água cristalina, sob um aparador de vidro, vejo a cadeira vazia de frente para o objeto com almofadas amassadas, demonstrando pertencer à pessoa que abriu a porta pra mim, do outro lado o irmão do meio tem uma feição estranha de "Isso vai dar merda" enfim encontro o que tanto procuro, o homem me olha sem acreditar e transforma seus lábios em uma fina camada torta pro lado.

– Bom, e essa é minha deixa. – Roberto se levanta e sai da varanda, nos presenteando com privacidade.

– Eu queria...

– Te desculpo, agora pode ir Layla. – Diz, voltando sua visão ao amontoado bonito de prédios finos com vista privilegiada da praia.

– Não vim pedir desculpas Thor.

– Veio fazer o que então? – Cruza os braços em cima da barriga, olhando despreocupado para o mar aberto, tão perto e tão longe daqui, assim como nós dois.

– Eu vim te contar o que aconteceu...

– Sinceramente não me interessa, achei mesmo que podia te fazer esquecer o moleque, só que está claro o que irá acontecer! Eu não sou trouxa.

– Thor não aconteceu nada entre a gente, ele só precisava de mim.

– Quantas vezes Layla, ele vai precisar de você? – Aumenta o tom da sua voz. – E você vai correr feito louca atrás dele? – Retém a mim um olhar indiferente. – Minha vida é pacata demais pra isso.

– Só vou dizer que, gosto de você, gostou muito! E que minha história com Rafael não permitiu deixar que fosse saísse daquela forma, porque sim, pensei que fosse se drogar ou fazer pior. Mamãe alertou que faria algo contra Mariah, não sabia o que, mas sabia que ia acontecer alguma coisa bem ruim, ela não é uma boa mulher, ainda assim não fiz nada pra impedir.

– Você sabia? – Me dá sua atenção. Preferi que não tivesse feito, na sua face escorre o desprezo.

– Sim, minha mãe disse que Mariah pagaria pelo que fez comigo... isso não importa agora são tantos erros.

– Você é vítima até que se torne cúmplice.

– Não tinha outra saída, você não conhece Luiza. Se não fosse assim, seria pior, ela arrumaria um jeito... – enfatizo a voz chorosa e rápida pra tentar explicar a situação.

– Não, realmente não conheço, achei que conhecia você. E a pessoa que conheci não era mesquinha ou vingativa. – Levanta sem me olhar, caminha até o para peito da sacada. Está sem camisa, seu visual é composto apenas pela calça cinza de moletom.

– Não tenho escolhas Thor. Você acha que se eu tivesse, teria deixado tudo acontecer? Mariah e Luiza jogam uma com as outra desde que se conhecem...

Volta se para mim, andando calmamente até estarmos a um passo de distância um do outro. Segura me pelo queixo erguendo meu rosto para si. Busca compreensão no fundo dos meus olhos.

– Lógico que tem! Você tem 22 anos, é vacinada, independente. Me diz porquê? Aguentar tudo isso, seguir regas daquela mulher?

– Foi assim que aprendi a viver, desde o dia em que nasci, as regras existiam para serem cumpridas, caso contrário resultava em castigo, penalidade, calvário. –Desvio me de seu toque que de repente se torna pesado demais e caminho alguns passos para longe dele, tentando fugir da sua interrogação visual. – Eu não sei – sinto o peso do meu corpo cair sobre minhas pernas. De repente todo ar frio, desaparece, o sangue não deve estar circulando normalmente, insisto em continuar falando – ela aguentou muita coisa por mim, pra me dar uma boa vida. Thor ela fez coisas que ninguém faria, passou por coisas que ninguém passaria.

– A preço de que? Da sua alma? – O silêncio constrangedor formou uma nuvem de desconforto. Quis ter forças pra levantar e ir embora. A vertigem estava tomando conta.

Queria sentir raiva, ódio, rancor das palavras dele, mas era isso que tinha acontecido. Vendi minha alma para os caprichos de mamãe. E subitamente não sabia como sair do cativeiro, não foram às agressões constantes a quais sofri, que prenderam tudo de mim. Não foram as ameaças, a tristeza, o escuro. Foi o medo de que algo pudesse acontecer com ela, como uma overdose pelos remédios, ou a arma a qual mudava de esconderijo a cada semana. Eu seria culpada.

A minha mãe foi o distúrbio da palavra amor dentro de mim.

Eu a amava. E sabia que ela sentia algo parecido, do jeito indireto dela, existiam sentimentos. Sempre fui refém das suas vontades, não conhecia outra forma de viver. Não sabia como escapar.

Tonturas, vertigens, desmaios, visão embaçada, fraqueza, cansaço. Esses sintomas me acompanharam por grande parte da vida. A pressão baixa causada pela falta de alimentos, ou momentos intensos desesperadores, nervos à flor da pele, fazia com que ela surgisse, nos últimos dias, estava quase incontrolável. E eu não fazia ideia que aquilo podia ser um ataque de pânico.

O homem se ajoelha ao meu lado, medindo minha temperatura, preocupado, não parecia o mesmo que segundos atrás me tratou com desdém.

– É só minha pressão.

– Vamos ter que cuidar dessa saúde melhor, precisamos retornar ao médico e fazer alguns exames pra verificar o grau da anemia.

– Por que você se importa com uma pessoa sem alma?

– Layla você tem transtorno de personalidade, foi implantado em você e contamina todos ao seu redor. Não devia ter falado sobre sua alma, é que... – Deixei de escutar.

Minha boca se transforma em um C trêmulo de cabeça para baixo, meus olhos ardem com as lágrimas que saem. Sinto uma pontada no peito. Thor Telles descobriu como sou quebrada. E como qualquer um, vai se afastar de mim. Os motivos a quais eu dei pra que ficasse, se tornaram inexistentes.

O mundo gira embaraçoso ao meu redor, minha visão tem pontos negros, movo a cabeça de um lado para outro, com as mãos firmes como se isso a mantivesse no lugar.

– Esqueça que um dia me conheceu, fiz mesmo tudo errado, sou a pior escória que poderia encontrar, não sou feita para um Telles. – Cada palavras doía como uma picada abelha ao ser dita, precisava libertá-lo de mim mesma. – É uma pena, porque queria realmente pertencer a algum lugar. Enfim, desculpa por todo mal que te fiz. Obrigada por tudo que fez por mim.

Algumas gotas salgadas caem dos meus olhos, giro nos calcanhares em busca da saída. Perder Rafael ainda doía, agora somado com a perca de Thor foi exorbitante, descomunal. Pesava fundo no espírito. Ardiam às veias, o sangue circulava em bagunça periódica.

Qual o tempo necessário para que alguém desconsidere a hipótese de viver longe um do outro? Existe um método correto para descobrir qual sentimento real, ou qual é causado pela lacuna da solidão instalada? Como medir a intensidade gerada no seu interior? Suportar a falta benevolência, que pode levar alguém à loucura?

Estou próxima à porta, rumo ao fim, quando escuto seus passos apressados, acelero os meus para alcançar a saída.

Meu cotovelo é segurado com força controlada, seu braço envolve minha cintura, deposita suas mãos unidas para cima da minha barriga, as costas batem contra seu peito e no vão do pescoço desnudo sua barba arranha sem piedade, nos encaixando assim.

Passaram-se alguns minutos permanecemos imóveis e calados, apenas desfrutando da proximidade, até rompe a quietude nos virando um para o outro, tem seu nariz roçando perigosamente o meu. Esse homem exala perigo, é impossível não ter a sanidade afetada pela sua respiração quente, seu olhar penetrante e a boca vermelha. Ele é o desenho perfeito do pecado.

– Desculpa, mas eu não posso te deixar ir. – Sussurra, trazendo sua boca gostosa pra minha, consigo virar o rosto a contragosto necessário. Dessa vez sou eu quem busca no topázio compreensão para tal atitude.

Estou perdida num labirinto de sentimentos, os braços dele, sua respiração, nossa proximidade, revela que por detrás da mágoa, existe algo ainda mais forte. O que será que nos une até quando nos tornamos cristal quebrado?

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