Meu Estranho Mafioso

By AiNagaba

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Natsu Dragneel. Para você esse parece um simples nome, porém para Lucy Heartifilia foi a razão de todos os pr... More

Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Catorze
Extra: Minha Luz
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Contos de Ultear
Vinte e um
Vinte e dois
Contos de Ultear
Vinte e três
Vinte e quatro
Contos de Ultear: Especial Igneel
Vinte e cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Contos de Ultear: Especial Igneel
Vinte e nove
Trinta
Trinta e um
Contos de Ultear
Trinta e dois
Trinta e três
Trinta e quatro
Trinta e cinco
Contos de Ultear
Trinta e seis
Trinta e sete
Contos de Ultear
Trinta e oito
Trinta e nove
Contos de Ultear: Especial Igneel
Quarenta
Quarenta e um
Extra: Gentileza
Quarenta e dois
Quarenta e três
Extra: Problema
Quarenta e quatro
Quarenta e cinco
Quarenta e sete
Quarenta e oito
Quarenta e nove
Cinquenta
Cinquenta e um
Extra: Antecipação
Cinquenta e dois
Cinquenta e três
Cinquenta e quatro
Cinquenta e cinco
Cinquenta e seis
Cinquenta e sete
Cinquenta e oito
Epílogo
Curiosidades de Meu Estranho Mafioso

Quarenta e seis

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By AiNagaba

LEVY APERTOU MINHA mão novamente.

— Está tudo bem, Lu-chan. — Repetiu. — Logo estaremos na mansão Dragneel em segurança.

Permaneci calada. A azulada não era de muita ajuda com aqueles tremeliques no corpo e na voz. Embora eu não devesse estar muito melhor...

— Levy está certa. — Afirmou Gajeel, concentrado na estrada. — Gray já está lá e Natsu foi avisado.

— Não precisava atrapalhar Gray! — Era o que tentei dizer, porém minha voz falhou logo na primeira palavra...

O moreno suspirou.

— Sabemos que não quer monopolizar ninguém, loirinha. — Parou em um sinal vermelho. A luz intensa no meio da noite lembrou-me dos algodões avermelhados, encharcados de sangue. Senti meu estômago revirar. — Mas tem que perceber que todos nós temos andado preocupados com você. Não porque é a namorada daquele imbecil, e sim porque é a nossa — soltou um sorriso de canto — amiga.

O sinal ficou verde e ele tirou o carro do ponto morto.

— Gajeel... — Consegui balbuciar.

— Eles está certo, Lu-chan! — Exclamou Levy em uma incrível recuperação.— Se tem algo que reparei desde que cheguei aqui é que a Máfia Dragneel sempre resolve seus problemas! Seja lá quem for a pessoa que mandou aquilo, vai pagar muito caro!

A pessoa que mandou aquilo... Observei a caixa branca no banco do carona. Essa pessoa tem que ter muita ousadia para mandar algo assim sob o nome de Natsu...

Ou poderia ter sido mesmo Natsu; o pensamento assaltou minha mente. Balancei a cabeça, jogando-o para longe. O rosado nunca faria algo assim!

No entanto ele quase lhe matou antes... Não podemos saber do que Natsu é capaz ao cumprir suas obrigações na máfia.

Não! É impossível Natsu voltar a fazer algo do gênero! Impossível!

Não está apenas tentando convencer a si mesma?

— Argh! — Soltei mais alto do que gostaria, assustando a azulada.

— Lu-chan?

— Desculpe! Só... tive um pensamento realmente irritante... — Expliquei.

— Chegamos. — Avisou o moreno, estacionando diante as portas duplas da Mansão Dragneel. Assim que pisamos fora do carro Virgo explodiu por elas, correndo em nossa direção e tomando a caixa das mãos de Gajeel. Outro empregado apareceu para levar-nos até o escritório de Natsu, onde Gray aguardava.

— Finalmente! — Exclamou, pegando minha mão e guiando-me até o sofá vinho. — Aqui, Lucy. — Deu-me um copo com água. — Beba um pouco e tente relaxar. Está em segurança.

Apenas afirmei com a cabeça.

— Gray, não tem noção de quem possa ter enviado aquilo? — Indagou Levy. Ele negou com a cabeça. — Nem de quem possa ser a — pigarreou sem jeito — mão?

Meu corpo tremeu com a menção.

— Não. — Respondeu sério. — Mira está aqui e irá avaliá-la... — Suspirou audivelmente. — As coisas não se mantem calma por muito tempo, hein?

— Desculpe por atrapalhar seu momento com a Juvia, Gray... — Pedi.

— Não se preocupe com isso. Conseguiu se acalmar? — Indagou sentando-se ao meu lado e apertando minha mão consoladoramente.

— Hum. — Balbuciei. Na verdade, devia estar óbvio que não. Meu corpo todo tremia, como se estivesse estado sob a água fria de um rio. Até me deram um cobertor enquanto nos dirigíamos até o escritório...

— Não se preocupe — consolou o moreno —, logo Natsu estará aqui e vamos resolver isso.

— Eu sei. — Tive força para responder. Apertei sua mão fortemente, aceitando seu consolo. — Obrigada, Gray.

Ele sorriu fracamente para mim e abraçou-me.

— Vai ficar tudo bem, Lucy.

Optei por ficar calada. Fechei meus olhos, tentando apenas me concentrar no calor que o peito e ombro de Gray oferecia, no entanto a visão daquilo continuava a voltar em minha mente.

— A coisa mais importante aqui é descobrir quem mandou aquilo para Lucy. — Ouvi Gajeel falar.

— Vamos esperar Natsu chegar antes, Gajeel. — Respondeu o outro. — Levy, parece estar totalmente desconfortável em ficar em pé. Sente-se aqui. — Um barulho me indicou que bateu no lugar vazio ao seu lado.

— Tudo bem. — Brandiu ela. — Só estou com frio, não é necessário...

— Não precisa se fazer de forte, Levy. Também foi assustador para você, certo? — Abri os olhos para observara azulada. Ela parecia acanhada e tremia levemente, de maneira quase imperceptível.

— Foi... — Admitiu.

— Levy... — Balbuciei. — Venha, sente-se aqui! Gajeel, também quer se sentar conosco? Tem lugar para todo mundo.

Lançou um sorriso de escárnio para mim.

— Estou fora, obrigado. Aquele imbecil já não deveria estar aqui? — Perguntou para Gray.

— Ele estava falando com Lyon, se não me engano. Já deve estar chegando.

Como se por mágica, o rosado atravessou as portas do escritório naquele momento. Usava uma camisa social que estava transparente por causa do suor. O cabelo bagunçado e, no rosto, uma expressão de puro desespero.

— Lucy! — Gritou ao finalmente conseguir me focalizar. Arrancou-me dos braços de Gray e me apertou como se fosse sumir caso não o fizesse. Apoiou a testa em meu ombro. — Graças a Deus... — Murmurou. — Graças a Deus...

— Natsu... — Balbuciei, tocada por sua preocupação. No entanto... — Você está fedendo.

Gajeel explodiu em gargalhadas, enquanto Natsu olhava atordoado para mim. Levy e Gray seguravam o riso.

— Vejo que está bem o bastante para se preocupar com essas coisas. — Afirmou o rosado se afastando. — Mas isso me deixa aliviado. — Cheirou seu braço, fazendo uma careta. — Credo, preciso mesmo de um banho.

— Por que está tão suado? — Indagou Gray.

— O carro quebrou na metade do caminho. — Explicou. — Deixei Flare cuidando disso e vim correndo... Não parece ter sido uma boa ideia agora. — Disse arrependido.

— Veio correndo até aqui? Isso é loucura! — Exclamei. Se apenas o trajeto até a entrada da mansão já era extremamente cansativo, imagine correr metade de Magnolia... Ele estava tão preocupado assim comigo? Natsu... Tão fofo.

Uma preocupação genuína? Hum...

Certo, não sei porque pensamentos tão desconfiados estão assaltando minha mente, porém devem parar agora. Natsu já provou há muito ser confiável o bastante para não fazer algo desse gênero.

Tem certeza? Não está apenas se deixando levar pela emoção?

Tenho! Está certo que antes ele tentou me matar, mas se arrependeu profundamente e tenho certeza que não tentará o fazer novamente.

Já que é sua decisão, que assim seja. Entretanto, não se esqueça que você ainda não viu a face mafiosa de Natsu, portanto não julgue o conhecer tão bem.

Que raio de pensamento foi esse? Minha fase de desconfiança com Natsu já passou! Será por causa do nome dele estar na caixa? Que absurdo!

— Mesmo assim, quem poderia ter mandado algo assim? — A voz de Levy trouxe-me de volta à realidade. Parece que enquanto devaneava Natsu foi posto a par da situação.

— Não parece algo feito por alguém que conheçamos. — Respondeu. — Pelo menos, não do nosso pessoal.

— Acha que pode ter sido Lullaby? — Propôs Gray. — Afinal, ele andou bastante pelo escritório nos últimos dias.

— Seria o suspeito perfeito, porém ele pensa que Lucy é Lara. Além disso, Lullaby parece estranhamente mais interessado em saber o paradeiro de Loki.

— Você diz estranhamente — interrompeu Gajeel — como se não fosse algo esperado. Sabe muito bem que aquela época está chegando.

— Não. — Respondeu o rosado com um olhar sério. — Ainda temos ao menos um ano.

— Não tente usar isso como conforto. Um ano passa muito rápido, e sabemos como aquela pessoa pode mudar de opinião de uma hora para outra.

O Dragneel respirou fundo.

— Iryn poderia estar por trás disso. Parece um dos trabalhos dela.

— Mudando de assunto, hein? — Murmurou o brutamontes.

... O que foi isso agora?

— É impossível ser Iryn. — Disse Mira, aparecendo na porta. — A letra não bate com a dela e, ainda por cima, o corte foi muito amador.

— Faca? — Indagou Gray.

— Canivete. — Respondeu a albina. — Olha, sei que ela é quem faz essas coisas horríveis, mas é realmenteimpossível ter sido Iryn. Além de nada bater com as características de seus trabalhos, ela jurou nunca fazer um trabalho que pudesse acabar envolvendo seus filhos nisso. Acha mesmo que ela faria algo que envolvesse não somente a mim, mas Elfman e Lisanna nisso, Natsu?

Ambos se encararam em silêncio, trocando olhares tão intensos que era impossível saber sobre o que poderiam estar pensando.

— Não mesmo. — O rosado por fim se pronunciou. — Suspeita de alguém, Mira?

Ela suspirou.

— Não. A letra também não é de ninguém que conheça. — Observou-me. — De qualquer maneira, é melhor Lucy e Levy não saírem daqui por um tempo. Vou avisar Makarov e Evergreen da situação. — Virou-se para partir.

— Espera! — Interrompi seu movimento. — Deixamos o Happy com uma vizinha...

— Vou buscá-lo, Lucy. — Gentilmente sorriu em minha direção. — Não se preocupe. Agora é melhor um de vocês avisarem Virgo sobre a estadia das meninas aqui. E avisar Aries também. Ela já está bem irritada com o fato de termos a deixado fora dos últimos acontecimentos. — Dito isso, se retirou.

— Sempre mandando e desmandando nos outros. — Reclamou Gajeel. — Baixinha, venha comigo. Vamos até o apartamento de vocês pegar algumas roupas.

— Por que não vai sozinho? — Perguntou Gray.

— Iria, porém acho que as senhoritas aí não vão querer que eu mexa na gaveta de roupas íntimas delas.

Só de ouvir isso meu rosto esquentou.

— Tudo bem, eu vou. — A azulada levantou em um salto. — Gray, poderia nos ajudar pegando o Happy enquanto arrumamos as malas? Além disso, sabe que o Gajeel vai me fazer carregar a mais pesada, não sabe?

— Ainda bem que sabe. — Afirmou ele.

— Tudo bem. — Aceitou Gray. — Lucy, volto logo.

A porta fechou-se escandalosamente, deixando apenas eu e Natsu ali. Uau, faz quanto tempo desde que estivemos sozinhos assim? Hum... Cerca de duas semanas. Até que não foi tanto tempo.

O rosado jogou-se no espaço vazio ao meu lado.

— Céus... Só você para me fazer largar tudo assim. — Reclamou.

— O que está tentando insinuar?

— Que me preocupo mais com você que com meu trabalho.

Virei-me para encará-lo e acabei encontrando um olhar extremamente carinhoso direcionado a mim.

— O... O quê? — Senti meu rosto arder enquanto gaguejava.

— Que bom estar bem, Lucy. — Soltou.

Fiquei sem reação diante disso.

— Diz isso, mas foi você que me deixou sozinha. — Escapou de minha boca.

— Desculpe, Lucy. — Pediu, certamente atingido por minha palavras. — Realmente, estive tão... obcecado por causa da presença de Lullaby que a deixei totalmente de lado... Sinto muito, muito mesmo. Agora lhe abraçaria, caso não estivesse fedorento.

Respirei fundo.

— Eu que peço desculpas, Natsu. Sei que a culpa não é sua. Você tem obrigações a cumprir que não podem ser deixadas de lado por minha causa.

Sorriu para mim.

— Vou dizer o que vamos fazer agora. — Começou. — Iremos tomar um banho, e quando sair Virgo já terá arrumado seu quarto novamente e você tirará uma longa noite de sono.

— Não sei se vou conseguir dormir essa noite. — Admiti. — Não queria confessar isso, mas — senti lágrimas se formarem em meus olhos — estou com medo, Natsu.

Pegou uma de minhas mãos entre as suas.

— Não se preocupe. Estou aqui agora. — Confortou-me. — Nada vai conseguir lhe pegar, Lucy.

— Erigor conseguiu. — Lembrei.

— Que desconfiada. Daquela vez estava fazendo as pazes com Meredy, lembra?

— É, porém demorou o bastante para ele conseguir sair do território da mansão.

— Não vai acontecer de novo. — Prometeu.

— Só acredito vendo. — Fiz a incrédula.

— Minha palavra vale tão pouco?

— Sim.

— Que cabeça dura! Lembra até quando nos conhecemos. Se algo acontecer, poderá mandar em mim durante um dia inteiro. Que tal? — Estendeu a mão para mim.

Encarei-o. Estava tão confiante assim?

— Certo. — Apertei-a. — É um acordo, Dragneel.

Sorrimos um para o outro.

— Desculpe interromper o momento dos dois, no entanto já terminei os preparativos para a estadia da princesa aqui. — Disse Virgo, vinda sabe-se lá de onde, assustando nós dois.

— Okay. — Respondeu Natsu, dispensando-a com a mão. — Já estamos indo.

✩✩✩

— Tem certeza que não quer esperar aqui? — Indagou o rosado no dia seguinte.

— Tenho. — Afirmei. — Estava lá no momento e quero saber se ele está bem.

Natsu respirou fundo.

— Certo. Não acho que vá ter algo que lhe choque também, então...

Puxou a porta do quarto de Max no hospital. O Dragneel resolvera no dia anterior fazer uma visita ao subordinado(?), para ver se Max havia tido alguma melhora e se tinha alguma informação que pudesse nos ajudar. Acabei decidindo acompanhá-lo.

Fomos recebidos pelo barulho incessante das máquinas distribuídas pelo quarto. No centro, em uma cama incrivelmente simples e completamente branca, Max descansava. O cabelo cor de areia espalhado pelo travesseiro branco que deixava sua pele ainda mais pálida do que estava. O peito subia e descia devido à respiração fraca.

— Posso ajudar? — Indagou uma moça de cabelo longo castanho escuro. Trajava um vestido branco e poderia ser facilmente confundida com uma enfermeira caso não fosse o crachá de visitante preso na gola da roupa. Notou o rosáceo ao meu lado. —Ah, Natsu?!

— Olá, Sora. — Cumprimentou. Eles se conhecem...? — Viemos dar uma olhada nele. Qual o estado?

— Não muito bom, se quer saber. — Foi sincera. — Afinal, quem estaria depois de receber uma facada nas costas e quatro tiros?

— Quatro tiros?! — Exclamou ele surpreso. — O estado não parecia tão ruim assim...

— Como sabe? Não chegou nem a verificar. Apenas o largou jogado na rua como se não fosse nada importante. — Afofou o travesseiro. — Não entenda errado, Lucy. Também prezo sua segurança. — Acrescentou lançando-me um breve olhar.

— Me conhece? — Indaguei.

Natsu bufou.

— Ela conhece todo mundo que pisa nessa cidade, Lucy. Ela é dona de mais da metade dos transportes daqui. — Explicou. — E também é a noiva de Max.

— Eh?!

— Também sou uma das diretoras avaliadoras dos alunos que podem entrar ou não na Fairy Tail. — Cruzou os braços, observando o noivo adormecido. Desviou o olhar para mim. — Devo dizer que tem um currículo deveras interessante. Não deixe sua mente ser desviada por causa de uma paixonite adolescente idiota.

— Ei! — Bronqueou Natsu. — Não precisa me destratar assim na frente dela!

— Não quero que uma aluna genial como Lucy tenha seu caminho desvirtuado por um mentecapto. — Disse cética. — Ela tem boas chances de fazer o que veio fazer, porém desde que esse namoro dos dois começou a atenção dela vem sendo desviada do que realmente importa.

— Você namora o Max! —Exclamou o rosado. —Não acho seu argumentos válidos.

— Não tem que achar. — Respondeu elegantemente. — Não é você quem quero atingir com minhas palavras. Além disso, minha vida pessoal não lhe interessa. Faça o que digo, não faça o que faço.

Observei chocada aquele debate dos dois. Eles pareciam até mesmo eu e Natsu, quando estávamos nos conhecendo.

— Certo! Certo! Desisto! — Soltou Natsu. — Ele não chegou a acordar nenhuma vez desde o acidente?

— Apenas uma. No entanto, desculpe, mas não foi de muita ajuda. Estava grogue o bastante para não dizer coisa com coisa. A única coisa que consegui compreender foi algo sobre cabelos loiros.

Arregalei os olhos. Loiro... Poderia ser Sting?

— Provavelmente estava falando de Lucy. — Proferiu o Dragneel. — Lembro dele ter apontado para ela antes de desmaiar. Bom, darei uma ligada no escritório e pedirei a Flare para enviar alguns homens para ficarem de segurança aqui.

— Não faz mais que a obrigação. — Reprendeu-o.

— De nada. — Saiu para fazer a ligação.

Cheguei mais perto de Max. Ele parecia horrível! Lembrava-me do estado de Mystogun. Espero que ele não entre em coma...

Neste momento ele é tudo que pode nos indicar quem poderia ter mandado o presente... Por favor, que ele se recupere bem!

... Sting poderia estar envolvido? Deveria contar a Natsu que voltei a vê-lo... Ou o tal cabelo citado foi o meu mesmo?

— Não deixe os pensamentos turbulentos tomarem sua cabeça, Lucy. — Aconselhou Sora, arrumando uma mecha do cabelo de Max. — A resposta pode estar mais clara do que imagina... Ou mais perto do que gostaria. — Voltou a me encarar, soltando um sorriso em seguida. —Você lembra mesmo a Layla.

— Conhece a minha mãe? — Surpreendi-me.

— Quando mais nova eu era uma rata de biblioteca. — Confessou. — Conheci tanto sua mãe quanto os pais do bobalhão lá fora. Espere, tem algo que quero lhe dar. — Pegou sua bolsa que jazia em uma cadeira encostada na parede próxima a janela e a remexeu por um tempo. — Aqui está! — Retirou de lá um colar com pingente em forma de orquídea. — Para você.

— Obrigada! — Agradeci maravilhada. Era lindo!

— Não me agradeça. Era de sua mãe.

— O quê?!

Sorriu.

— Ela me deu isso quando se formou. A orquídea significa sabedoria e amor. — Instruiu-me. — Ela me disse "espero que esse colar lhe ajude a escolher o caminho que quer trilhar e traga grandes alegrias". — Riu com alguma lembrança somente dela. — Sua mãe era incrível. Era extremamente orgulhosa e corajosa, além de inteligente e envolvente. Só estou devolvendo o que hoje deveria ser seu.

— Mesmo assim... Obrigada. Quando partiu, nada mais sobrou dela além das lembranças. — As lágrimas tomaram meus olhos.

— Sabe, esse colar me ajudou mesmo. — Acariciou o rosto do jovem inconsciente entre nós duas. — Espero que tenha o mesmo efeito sobre você.

— Obrigada, Sora.

— Eles estarão aqui logo. — Avisou Natsu, voltando ao quarto. — Lucy, temos que voltar agora.

— Certo. — Enxuguei as lágrimas rapidamente com as mãos, tendo o cuidado de não molhar o colar. — Foi um prazer conhecê-la. — Despedi-me de Sora.

— Digo o mesmo. Oh, Lucy! — Chamou antes que nos retirássemos completamente do cômodo. — Mesmo que seja uma situação estranha, tente participar dos eventos da escola. Serão notas importantes para conseguir aquela recomendação. Isso é — mordeu o lábio inferior — se ainda a quiser.

Pisquei os olhos, compreendendo.

— Entendo... — Murmurei. — Obrigada pela dica. Até mais.

Apenas acenou para mim.

— O que foi aquilo? — Perguntou Natsu quando já estávamos chegando ao estacionamento. — Recomendação para o quê?

— É uma longa história. Explico outra hora. — Abri a porta do banco do carona do porsche e acomodei-me neste, apertando o acessório fortemente em minhas mãos.

✩✩✩

— Parece que saímos da mansão Dragneel, mas o destino continua a nos puxar para cá. — Reclamou Levy, jogando-se em minha cama. Continuei dobrando minha muda de roupa. — Será que se você não namorasse Natsu ainda seríamos trazidas para cá?

— Duvido muito. — Murmurei, guardando o traje no guarda roupas. — Aliás, desculpe por isso.

— Como assim?

— Foi envolvida nisso apenas por ser minha amiga... Seria mais fácil não ser, não é?

— Não me diga que andou pensando isso por todo esse tempo? — Concordei com a cabeça. — Lucy! — Exclamou em tom repreensivo. — Seria mais fácil não namorar um mafioso. Mesmo assim acabou acontecendo, certo? Tem coisas que, por mais que nos neguemos, acabam acontecendo.

— Isso quer dizer que não queria ser minha amiga? — Indaguei cerrando os olhos em sua direção.

— Claro que não! — Abraçou-me. — Estou dizendo que, por mais estranha que possam ser a situação, sempre estarei lá! Somos o time Lucy e Levy, lembra?

Não pude evitar soltar um sorriso com isso. Quando éramos pequenas nos chamávamos mesmo assim.

— E Yukino. — Acrescentei.

— Isso! — Concordou. — Agora deixe-me ajudá-la com essas roupas. — Pegou uma muda da mala e começou a dobrá-la. Gajeel não fora nada delicado para arrumar as malas. Parecia que apenas tinha pegado as roupas e as jogado de qualquer forma na mala. — Hum? O que é isso?

Olhei para a azulada. Ela havia se abaixado para pegar algo no chão.

— O que foi? — Indaguei.

— Esse lenço caiu da roupa que estava dobrando.

— Lenço? — Não lembro de possuir nenhum lenço... Peguei o tecido branco. — Será de Gajeel?

— Não acho que ele seja do tipo que ande por aí com um lenço... — Balbuciou.

— Espera, tem algo bordado... — Percebi, desdobrando-o.

Arregalei os olhos. O bordado dizia "com medo de um presente? É apenas o começo."

Definitivamente não é de Gajeel! — Exclamou Levy. — Vou... chamar Natsu. — Brandiu, correndo até a porta.

Minhas mãos tremiam. Como alguém conseguiu colocar isso entre minhas roupas? E mais importante...

Quem?


~~~N/A~~~

[CURIOSIDADE - MEM] O sobrenome de Sora é Vas, então colocando no formato oriental — onde o sobrenome vem antes do nome — ficaria... XD   

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