Meu Estranho Mafioso

By AiNagaba

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Natsu Dragneel. Para você esse parece um simples nome, porém para Lucy Heartifilia foi a razão de todos os pr... More

Um
Dois
Três
Quatro
Cinco
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
Onze
Doze
Treze
Catorze
Extra: Minha Luz
Quinze
Dezesseis
Dezessete
Dezoito
Dezenove
Vinte
Contos de Ultear
Vinte e um
Vinte e dois
Contos de Ultear
Vinte e três
Vinte e quatro
Contos de Ultear: Especial Igneel
Vinte e cinco
Vinte e seis
Vinte e sete
Vinte e oito
Contos de Ultear: Especial Igneel
Vinte e nove
Trinta
Trinta e um
Contos de Ultear
Trinta e dois
Trinta e três
Trinta e quatro
Trinta e cinco
Contos de Ultear
Trinta e seis
Trinta e sete
Contos de Ultear
Trinta e oito
Contos de Ultear: Especial Igneel
Quarenta
Quarenta e um
Extra: Gentileza
Quarenta e dois
Quarenta e três
Extra: Problema
Quarenta e quatro
Quarenta e cinco
Quarenta e seis
Quarenta e sete
Quarenta e oito
Quarenta e nove
Cinquenta
Cinquenta e um
Extra: Antecipação
Cinquenta e dois
Cinquenta e três
Cinquenta e quatro
Cinquenta e cinco
Cinquenta e seis
Cinquenta e sete
Cinquenta e oito
Epílogo
Curiosidades de Meu Estranho Mafioso

Trinta e nove

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By AiNagaba

LUCE — acordei com a voz de Natsu me chamando. — Luce... — cantarolou. — Ei, será que dá para fazer o favor de acordar?

Abri meus olhos vagarosamente, virando-me para o lado de sua voz. Dei de cara com o rosto de Natsu me encarando.

— Natsu... — balbuciei.

— Finalmente acordou! Dá para levantar?

Ergui meu tronco e apoiei-me em meus cotovelos.

— O que faz aqui? — indaguei.

— Eu dormi aqui — afirmou. — Não se lembra? Ajudei você e Levy a arrumarem as coisas nesse apartamento e acabamos ontem à noite. Estava tão cansado que dormi no chão. Aliás, obrigado por não me acordar — disse desgostoso.

— É mesmo — balbuciei, ignorando sua última frase. Olhei ao redor.

As paredes que nos rodeavam era creme, o chão era de madeira corrida. No teto, uma lampada em formato estranho pendia — lembro-me que ela ilumina para caramba à noite —, minha cama era feita de mogno marrom escuro, entrando em contraste com a cabeceira verde claro; o guarda roupa tinha o mesmo estilo; nas janelas, cortinas azul claras escondiam a janela e o ambiente lá fora, uma vez que era bem grossas. Ao lado da cama haviam abajures da mesma cor.

Meu novo quarto.

— Ficou um ambiente bem agradável, não? — Murmurou o rosado, captando meu olhar.

— Sim...

— Ah, sim! Se arrume imediatamente, Heartfilia. — Ordenou do nada.

— Quê?

Sorriu para mim.

— Quero lhe levar em um lugar hoje.

Pisquei os olhos repetidas vezes.

— Você, Natsu Dragneel, quer me levar em um lugar?

— É, uai. Qual o problema?

— Nada. — Senti minhas bochechas arderem. Seria um convite para um encontro? Até agora não tivemos nada do gênero. Bom.. Não como namorados deviam ter. — Ficarei pronta em um segundo.

— Então levante dessa cama e se apresse! — Exclamou cheio de vigor.

— Espere, Natsu! — Chamei-o, fazendo parar ao batente da porta.

— Hum?

— Sem querer parecer sem graça... Porém isso vai demorar?

— Hã?

— Não é que eu não queira ir com você! — Expliquei para o caso dele entender errado. — É apenas que durante as férias aconteceu tanta coisa que... Não fiz minhas lições extras. — Afirmei envergonhada.

— Relaxa, Luce. Vamos só dar uma volta. Não há nada com o que se preocupar. — Abriu um enorme sorriso para mim, fazendo-me repetir o gesto.

✩✩✩

Natsu é um maldito mentiroso.

— Você disse que iríamos apenas dar uma volta! — acusei cheia de raiva, lançando um olhar mortal em sua direção. Ele teve sorte de não ter percebido por estar concentrado no volante.

— E é o que estamos fazendo, oras. — Deu de ombros.

— Vai continuar afirmando isso quando posso claramente ver aquela balsa ali? — Apontei para o porto que formava-se à nossa frente.

— Credo, como está estressada! É cólica? Aries disse que isso poderia acontecer e colocou uns remédios aí na...

— Argh! Não é isso!

— Então o que é? Já disse para relaxar, Heartfilia-san. — Fez uma voz incrivelmente irritante ao dizer meu sobrenome. — Quando chegarmos lá tenho certeza que vai mudar de expressão rapidinho.

— Lá onde? — Indaguei.

Apenas sorriu para mim de forma enigmática.

Irgh! Como queria ver seus olhos para conseguir tentar desvendar algo, mas ele havia se adiantado e colocado óculos escuros.

Bufei, recostando-me no banco e olhando para fora irritada. Esse ato ia ter troco. Não sei como, porém ia.

E foi assim, arquitetando planos de vingança contra o mafioso ao meu lado que acabei por adormecer.

✩✩✩

— Luce. — Ouvi a voz de Natsu chamar-me distantemente. Um jato arrepiando percorreu todo meu corpo fazendo-me acordar instantaneamente. — Quantas vezes vou ter que lhe acordar ainda hoje? — Perguntou o mesmo.

— Assoprou no meu ouvido? — Indaguei incrédula.

— Foi. — Agiu como se não fosse nada. — Vem, todo mundo quer lhe ver. — Apontou com a cabeça para uma abertura em uma parede.

— Todo mundo quem? — Havia como ficar mais confusa?

— Vista aquilo — apontou —, e saia para descobrir.

Lancei meu olhar na direção que ele mandou enquanto o mesmo se retirava. Quando percebi o que era fui pega de surpresa.

— O biquíni que comprei semana passada. — Murmurei chocada, segurando as alças vermelhas da parte de cima. — Por quê...? Como ele... — A compreensão me alcançou. — Levy...

Ela parece estar muito ocupada ultimamente saindo revelando e pegando tudo a ver comigo que lhe pedem. Mais tarde preciso ter uma séria conversa com ela...

Apressei-me em vestir o traje, sendo cuidadosa o suficiente para ver se tinha alguém — vulgo Natsu —, me espiando. Saí, dando de cara com uma praia de areia bem clara. O mar estendia-se sem proporção por todos os lados.

Natsu me trouxe para uma ilha? Uau!

— Aí está ela! — Afirmou Gray, ao me localizar. Trajava apenas uma bermuda e trazia uma Juvia contente agarrada em seu braço.

— Gray! Juvia! — Exclamei.

Surpreendentemente Juvia abraçou-me calorosamente.

— Parabéns!

— Eh? Como vocês sabem... Espere...

— Levy. — Dissemos todos juntos.

— Aquela baixinha... — Balbuciei.

— Sabe, Lucy-san – começou Juvia —, vejo que você não chegou apenas para animar o Natsu-san. — Sorriu.

— Como assim? — Sobre o que ela estava falando?

— É que... — Foi impedida de continuar por Gray, que tampou-lhe a boca com a mão.

— Não é nada, Lucy. Espero que aproveite esse dia importante. — Falou sorrindo.

— Hã... Hum, obrigada. — Disse.

— E desculpe não lhe dar nenhum presente. — Lamuriou. — Sabe, devia ser um segredo, porém...

— Gray-sama, pretende mesmo contar para ela? — Indagou surpresa Juvia.

— Bem... Sim. Ela é como uma irmã para mim. — Apertou minhas bochechas ao dizer isso. — E também nos ajudou a entender-nos de novo. Seria uma maneira de mostrarmos o quanto a consideramos, não?

— Do que estão falando? — Perguntei.

— Lucy, era para ser uma surpresa. — Começou Gray.

— Mas Juvia está... — Continuou a azulada.

— Grávida! — Exclamaram os dois.

Arregalei os olhos.

— Juvia está grávida? Isso é incrível! Mas espera... Se vocês fizeram as pazes naquele dia...

— Isso foi antes de brigarmos. — Respondeu ela, captando meu pensamento. — A Juvia está grávida de apenas um mês. — Deslizou a mão pela barriga ainda lisa com um olhar carinhoso no rosto. — O filho do Gray-sama...

— Ou filha. — Acrescentou o moreno. — Juvia, vamos ter um bebê, não seria correto continuar com isso. Me chame de Gray.

— Gray. — Experimentou ela, deixando um largo sorriso tomar-lhe a face.

— Vocês são tão fofos! — Elogiei. — Meus parabéns à vocês. Ter uma criança é uma grande responsabilidade. — Alertei.

— Estamos dispostos a aceitá-las. E queremos que você seja a madrinha.

— Eu? — Pisquei os olhos descrente. — Por quê?

— Ora, minha irmã de consideração deveria ser a madrinha do meu filho. — Concluiu ele.

— Ou filha. — Retalhou Juvia.

Abri um enorme sorriso.

— Acho que já a mantemos aqui por tempo o suficiente — Pensou o moreno. — Vá lá — apontou para a praia, onde os outros estavam —, e aproveite. É a sua festa de aniversário!

— Obrigada. — Sem esperar mais, corri pela areia creme, praticamente branca, em direção onde pensei estar Natsu.

Embora estivesse certa de que era Natsu, ao chegar na borda descobri que aquela cabeleira rosada era na verdade Igneel, que observava o mar deixando as ondas calmas molharem seus pés. Ele parecia envolto em um mundo próprio, os olhos rosados perdidos no horizonte. Daria tudo de mim para ter uma câmera em mãos naquele momento. Ele parecia parte da paisagem, como se fosse um... anjo, por assim se dizer.

Ele respirou profundamente, fechando os olhos e permanecendo assim por alguns minutos. Parecia um crime dizer algo naquele instante. Era como se houvesse entendido que tudo o que ele queria naquele momento era o silêncio para ficar em paz com seus pensamentos.

Estava começando a cogitar me afastar e deixá-lo a só quando ele surpreendentemente abriu os olhos e enlaçou-me em um abraço caloroso.

— Obrigado, Lucy.

— Eh? — Minhas bochechas começavam a ferver. Não é como se eu tivesse uma queda por Igneel ou algo assim — embora suspeitasse que a Ultear-san sim —, mas simplesmente pelo fato de ser... bem, o Igneel. Convenhamos que esse cara deve ter um fã-clube. Ele é tipo uma beldade natural.

— Obrigado. — Pude perceber que ele sorriu, pois sua respiração quente ondulou em minha pele. — Por parecer com Layla e, por causa disso, eu poder me sentir em paz quando estou do seu lado.

— I-isso é... — Eu trazia esse tipos de sensações para ele? Sério?

Afastou-se lentamente, fitando meu rosto.

— E agradeço também por conseguir me fazer pensar direito. Acho que já era hora de superar. — Lançou o olhar para o mar calmo.

— Superar? O quê? — Estava perdida.

Sorriu.

— Apenas obrigado, minha sobrinha. — Beijou minha testa carinhosamente.

— Seu grande velho pervertido! — Berrou Natsu, aparecendo ao lado de Ultear. — O que pensa que está fazendo com a namorada de seu filho? — Tentou chutá-lo, porém o mais velho foi rápido e desviou a tempo.

— Igneel. — começou Ultear, concordando com Natsu —, você sabia que o nome disso é "pedofilia"?

— O que vocês acham que eu estava fazendo? — Indagou indignado.

— Agarrando a minha garota.

— Agarrando a garota dele.

Igneel e eu nos entreolhamos e explodimos em gargalhadas.

— Não posso nem agradecer minha sobrinha. Tsc, tsc. — Balbuciou ele, enlaçando meus ombros com um braço.

— Agradecer? — Natsu o avaliou e algo pareceu piscar em sua mente. — Ah! Sobre isso!

— Lucy, você realmente é um raio de sol. — Murmurou Ultear com um sorriso.

... Ninguém tinha percebido que não fazia a mínima ideia do que estavam falando?

— Olhe a cara dela. — Brandiu Igneel, beirando às gargalhadas. — Ela não está entendendo nada!

— Podia ter explicado para ela. — Bronqueou a morena.

— Isso é trabalho para garanhão aqui. — O mais velho pressionou o ombro de Natsu.

— Isso é um pouco cruel. — Balbuciou ela.

— Não ligo. — Cantarolou. — Agora, Ur, o que planeja fazer de bom para comermos mais tarde?

— Há?! Não me trate como sua esposa! — Brigou, os dois se afastando.

— O que foi isso? — Perguntei para o rosado que sobrara.

— Acho que nunca lhe dei esse conselho antes — começou —, porém o darei agora: ignore o que meu pai diz.

— Por que deveria? Ele diz coisas interessantes. — Sorri ao lembrar de conversas passadas.

— O Yamaguchi ali?

— Quem?

Ele riu.

— O nome verdadeiro do meu pai é Yamaguchi Igneel. Ou o contrário. O que preferir.

— Então, de onde vem...

— O Dragneel vem da minha mãe. — Captou meus pensamentos andes de proferi-los. — Honoka Dragneel, era o nome dela. — Olhou para o mar da mesma maneira que Igneel. — Lembra da foto dela em meu quarto? Ela tinha olhos azuis da mesma cor que a água que bate essa praia. O sortudo do meu irmão foi o único que puxou a ela na aparência. — Percebi que algo tinha mudado em sua voz. — Ou azarento. Ele herdou a aparência, eu a personalidade. — Sorriu para si mesmo. — Pelo menos quando criança...

— Natsu...

— É seu aniversário! — Beijou-me carinhosamente, pegando-me de surpresa. — Não deveríamos falar nessas coisas. Agora... Venha comigo. — Puxou-me pela mão.

— Para onde? — Segui-o confiantemente.

— Tenho que dar um presente para minha namorada, oras! Entretanto não quero que os outros vejam. Sabe... Ainda tenho uma imagem a manter.

— Sei. — Soltei um riso baixo. Isso nos metera em problemas no passado. Ou melhor, o metera em problemas comigo, ao dizer que era apenas um brinquedo para ele.

Encaminhou-nos até uma pequena cabana escondida à orla da floresta — sim, tinha uma floresta —, aonde abriu a porta sem cuidado algum.

— Feche os olhos. — Ordenou. Fechei-os na hora.

— O que pode haver aqui? — Perguntei.

Ouvi uns barulhos de plástico e papelão. O que ele estava fazendo?

— Pode abrir.

Abri os olhos e dei de cara com outros, negros, me visualizando de volta.

Pisquei algumas vezes, me dando conta do que aquilo era e como era.

— Um gato azul?!

— Meu presente para você! — Estendeu o bichano para mim. — O nome dele é Happy. Lisanna me ajudou a escolher. Parece que ele tem uma anomalia e o pelo dele acabou saindo assim.

— Espera um pouco. — Ainda não tinha pegado o felino. — Lisanna? Anomalia?

— Oh, Luce! Seu incrível — pude notar a ironia — ex-namorado me disse que você gostava de coisas estranhas. Então perguntei para Lisanna o que eu deveria lhe dar de presente e ela já tinha visto esse gato à venda. Foram dois coelhos de uma vez. Ou dois gatos. — Forçou uma risada para a piada boba. — De qualquer forma — olhou pela janela —, tenho que agradecer àquele cara. Não gostou? — Indagou quando viu que eu ainda não tinha pego o gato.

— Não, longe disso. Eu o amei. — Peguei aquela bolinha de pelos no colo. Eram tão macios... — Happy... né? — Ótimo, estava voltando a ser a caipira que fala com animais; pensei amargamente.

Aye! — Respondeu-me.

Segurei um grito e deixei-o cair — em pé — no chão.

— O... O gato...

Natsu riu.

— Desculpe, esqueci de lhe avisar sobre isso.

— A anomalia fez ele falar igual humano?

— Claro que não, Luce. — Gargalhou da minha expressão. — Está vendo essa coleira no pescoço dele? — Agora que ele falou, notei uma coleira verde escuro, quase preta, no pescoço do gato... — Então, ela é uma coleira especial. Sabe aqueles aplicativos que traduzem o que os animais falam? Pedi para embutirem um nessa coleira. Agora toda vez que estiver longe e quiser alguém para conversar, terá o Happy.

— Entendo... — Abaixei-me, chamando o felino. — Desculpe ter lhe largado assim, Happy. Sou sua nova dona, Lucy. É um prazer. — Isso me lembrava bons momentos na fazenda...

Lucy. — Murmurou o gato, digerindo meu nome. Aquilo era realmente estranho. Espero me acostumar com isso. — Gorda — completou.

O sorriso esvaiu-se do meu rosto.

— Como é? Gorda? — Natsu segurou a risada. — Natsu!

— O quê? Foi ele quem disse, não eu!

— Aplicativo que traduz o que ele diz... Até parece! — Fiz pouco caso.

— Não é brincadeira não! — Defendeu-se. — Né, Happy?

Aye!

Cerrei os olhos na direção dos dois desconfiada.

— É sério! — Disseram juntos.

— Então vou acreditar. — Afirmei. — Querendo ou não, não é a voz de ninguém que eu conheça que sai dessa coleira mesmo. Agora vamos voltar para a praia? Esse lugar me lembra onde fiquei quando fui sequestrada. — Ao dizer isso senti um calafrio perpassar por minha coluna.

— Claro. — O rosado tomou a dianteira enquanto pegava Happy nos braços.

Você foi sequestrada? — Indagou o bichano.

— Fui sim. — Respondi.

Deve ter sido assustador. — Palpitou.

— Muito. O cara parecia a própria morte. Andava até com uma foice.

E como conseguiu fugir dele? — Se ele fosse humano, poderia dizer com certeza que ele parecia impressionado. Mas como não era, ia ficar só na impressão mesmo.

— O senhor mafioso ali me salvou.

Mafioso? Ele é perigoso assim?

— É sim.

Ele parece mais tapado do que perigoso.

— Ei! — Rosnou Natsu, que nos ouvia. Abafei o riso. Quando me certifiquei que ele estava longe o suficiente para não ouvir, sussurrei:

— Também acho.

Happy soltou um ronrono, demonstrando que estava feliz por ter alguém que o entendia — ou quase isso.

Seguindo o rosado chegamos em um lugar construído de madeira. Carvalho, aparentemente.

Todo mundo estava lá. Todo mundo mesmo. Até mesmo a tão sedentária Aries estava ali.

— Parabéns! — Gritaram, jogando confetes e serpentinas em mim. Os encarei muito surpresa.

— Isso... — Comecei descrente.

— Ela sempre paralisa quando descobre que armaram uma festa para ela. — Afirmou Rogue sorrindo enquanto caminhava em minha direção. — Parabéns, loira.

Dei-lhe uma cotovelada.

— Você sabia disso! — Acusei-lhe, sentindo minhas bochechas arderem.

— Como saberia? Não sou chegado em tanta gente em Magnolia ainda.

— Mas comprou o biquíni para mim!

— Porque a Levy pediu, oras!

— Levy-chan! — Exclamei exasperada. Ela sabia como odiava festas surpresas!

— Ei! Avisei-os de seu aniversário e ajudei com o biquíni, porém foi esse moço aqui — apontou para Rogue — que planejou a festa.

— Rogue? — Logo ele?!

— Tinha que ajudar de alguma forma. — Lançou um sorriso envergonhado em minha direção e lançou o olhar até Aries, que o encarava desconfiada. — Até porque não sou tão bem vindo aqui ainda.

— Vamos lá, Lucy... — Igneel agarrou meu pescoço. — É seu aniversário! Temos que comemorar! É o primeiro de muitos que espero comemorarmos juntos! Agora — arrastou-me até perto do bolo —, é hora do parabéns!

— Isso não vem só no final da festa? — Estranhou Levy.

— Não na família Dragneel — Afirmou Meredy, aparecendo com uma caixinha colorida em mãos. — Parabéns, Lu-nee-chan! — Agarrou-me pelo pescoço em um abraço caloroso. Por um segundo, senti como se ela fosse sim minha irmã mais nova. — Aqui está seu presente. — Entregou-me a caixa. — Veja quando tiver um tempo livre, de preferência com meu irmão.

— Certo. — Balbuciei, meio desconfiada.

— Parabéns pra você... — Puxou Igneel, e todos juntaram-se à sinfonia enquanto Ultear acendia as velas.

— Faça um pedido, Lu-chan! — Gritou Levy no momento de apagar as velas.

Olhei ao meu redor gravando cada um daqueles rostos em minha memória. Todos os dias eram diferentes e animados, e nunca me cansava da presença deles. Vendo ali, aquela multidão de gente sorrindo para mim como se não houvesse amanhã, apenas curtindo o momento, o presente, me toquei de algo que não havia parado para pensar ainda.

Pouco a pouco, eles se tornaram uma segunda família para mim. E tudo isso remetia a uma pessoa: Natsu.

Sorri ao me abaixar para soprar as velas:

Espero ter mais dias assim, em um futuro que espero que seja tão grande quanto a felicidade que sinto neste momento.

— Aeee, Layla! - berrou Igneel, batendo palmas e sorrindo largamente. O encaramos, vendo-o se tocar do que dissera. - Hã... Desculpa. É meio nostálgico.

— Poluchka-san me disse. — Acenei com a cabeça para ele. — Você e minha mãe cresceram juntos, certo?

— Comemoramos nossos aniversários juntos até os vinte anos. Só então seguimos por outros caminhos. — Sorriu com a lembrança. — Agora vamos nos divertir!

E pelo resto da tarde, comemoramos meu aniversário. Com risadas e brincadeiras. Mal sabia eu naquele momento que em Magnolia algo estava para me surpreender quando voltasse.

[DS → Aries Dragneel]

Because I'm loving you, because I'm loving you... — observei-o cantarolar enquanto observava o pôr do sol.

— O que está fazendo, Rogue Cheney? — Indaguei, puxando uma cadeira ao seu lado. Estávamos na sacada da "pequena" mansão de férias. Mal íamos àquele lugar, mas por causa de Lucy estávamos dispostos a isso. O mar, sempre tão claro e brilhante agora refletia o tom alaranjado do céu.

— Cantando algo que define minha situação, acho. — Soltou um sorriso triste.

— Então é algo bem depressivo. "Você foi a única que com seus lábios disse que me amava. Amor não posso continuar sem você, não importa o quanto pense sobre isso, sem você não há razão. Por favor, amor, eu não posso deixar você ir. Dia a dia, eu preciso de você ao meu lado". — Repeti o último trecho que ouvira ele cantar.

Ele soltou algo entre um bufo e um riso. Tomou um gole de uma bebida qualquer que não me importei de descobrir.

— É o que acontece quando a garota que amou a vida inteira lhe troca por outro. Você se torna um pouco depressivo. — Levantou o copo em minha direção fazendo um gesto de brinde. — Você sabe bem como é.

— Então descobriu sobre o Loki? — Murmurou um "hun-run". — Como?

— Difícil não descobrir isso quando ele tentou flertar comigo. — Afirmou. Encarei-o chocada, entretanto me recompus rapidamente.

— Não é como se eles tivessem voltado sem ajuda.

Ele virou-se para me encarar, olho no olho, vermelho com castanho.

— Quando descobriu?

— Natsu contou que você deu uma dica de presente. A ficha caiu aí.

—Não é tão esperta quanto pensei, então.

— Ei! — Falei irritada. — De qualquer forma, pensei que seria contra.

— E era. A principio, quero dizer. No entanto Levy me manteve informado da maioria das coisas que aconteceram. Quando decidi vir para cá, Lucy estava muito abalada e foi mais fácil plantar a dúvida, porém...

— O coração dela já pertencia a meu irmão. — Saquei o que diria.

— Exato. Então fiz o favor de mostrá-la todos os deslizes que deixou passar. Eles não iriam muito para frente sendo tão fácil separá-los. Eles precisavam ter uma confiança genuína entre eles. Claro que isso me deixou com raiva, então...

— Você é um maldito sádico, Rogue Cheney! — Exclamei exasperada. — E dos piores tipos, pois esconde esse seu lado.

— Obrigado. — Apenas sorriu, fazendo-me balançar a cabeça negativamente para ele. — Sinto muito tê-la que tirar da mansão quando lá você poderia estar por dentro de tudo, mas se não fizesse isso...

— Já me toquei do que aconteceria. — Cortei-o, levantando-me. - Precisava de um álibi para Jude. Ele não ia aceitar Lucy morando conosco por causa de meu pai.

— Não mesmo. — Confirmou. Encaramo-nos por alguns segundos.

— Eu lhe odeio tanto.

— Eu sei.

— Ainda mais por conseguir me controlar. — Acrescentei.

— É, eu sei.

— Merda, eu quero que você morra da pior maneira possível. — Desejei.

— Creio não poder fazer isso. — Sorriu de canto.

— Vá se ferrar, Rogue Cheney!

Ele se levantou e sorriu, pegando meu rosto em suas mãos e beijando ardentemente. Franzi minhas sobrancelhas pelo movimento surpresa, mas logo enlacei meus braços em seu pescoço. Sua língua invadiu por entre meus lábios e soltei um gemido baixo. Sua mão deslizou até minha cintura, puxando-me mais para perto.

Nos separamos em um movimento brusco. Ele voltou a se sentar e bagunçou seu cabelo negro. Sentei em seu colo, levantando seu rosto com minhas mãos enquanto sua mão deslizava por baixo de meu vestido e apertava minha coxa.

— Como vai o Frô? — Indaguei.

— Já se recuperou do susto de ter uma doida em cima dele. — Provocou.

— Sabe que não foi minha culpa.

— Claro que não. Pude dar boas risadas com aquela situação. — Perdeu-se em pensamentos por alguns segundos. — Afinal, que raio fez àquele carneiro para ele correr atrás de você?

— Não faço a mínima ideia! — Exclamei levemente irritada. Em um minuto estava passando calmamente por aquele pasto e, no seguinte, ele estava me perseguindo.

— Irônico, não? A jovem Aries que nasceu sob o signo de Aries perseguida por um carneiro.

— Pare de tirar sarro de mim, Cheney! Odeio o fato de você ser o único vivo que sabe de um momento vergonhoso desses a meu respeito. Por que não lhe matei mesmo?

— Porque — começou, beijando a base de meu pescoço — sou o ex-namorado de uma das suas amigas e atual namorada de seu irmão. — Seus beijos foram subindo pelo meu pescoço. Meu corpo começou a esquentar. — E porque depois que voltou à Lupinus se descobriu incrivelmente apaixonada por mim. Já falou isso para Loki?

— Ele não precisa saber disso. — Remexi-me em seu colo, arrancando um suspiro extasiado dele. — Não é como se ele gostasse ou fosse meu namorado mesmo. — Levei sua mão livre até um de meus seios. — Agora vamos terminar o que começamos da última vez?

Sua mão deslizou para dentro do decote.

— Como é mandona, Dragneel. — Soltou de minha perna e segurou minha cintura, beijando-me selvagemente e meneando ainda com a mão em uma região mais abaixo, fazendo-me gemer em sua boca. — E se seu pai descobrir que um cara três anos mais velho tirou sua pureza?

— Ninguém lhe contou? — Sussurrei. — Ele é um mafioso. — Voltei a lhe beijar.

Talvez não devesse ter me deixado ser seduzida por ele. Afinal, era o ex da Lucy! No entanto, ela o trocou pelo meu irmão e ignorou as tentativas do mesmo de salvar a relação de ambos. Não havia motivo nenhum para sentir-me culpada. Então, apenas aproveitei o momento, entregando-me completamente à Rogue Cheney.

[Aries Dragneel → Off]

— É lindo. — Comentei, vendo as águas escuras do mar baterem no começo da praia e voltarem. Ali, na Ilha Tenrou era tudo tão puro e límpido que até mesmo dava para ver os milhões de estrelas que pairavam no céu. Natsu e eu estávamos sentados em uma rocha grande no meio da areia que dava-nos um melhor vislumbre do horizonte. Seus braços musculosos enlaçavam meus ombros e seguravam minhas mãos e Happy dormia ao lado de minha perna, junto ao presente de Meredy.

— Tenrou sempre foi um lugar incrível. — Admitiu.

— Você uma vez disse isso, não? — Observou meu rosto curiosamente. — Que tinha uma ilha, mas não gostava de ir lá. Era Tenrou, certo?

Sorriu por me lembrar de algo de tanto tempo atrás.

— Era. — Concordou. Olhou o comprimento enorme da praia. — Antigamente aqui era meu lugar favorito. O cantinho dos irmãos Dragneels. — Sorri com a frase.

— E por que não é mais? — Ousei perguntei.

O sorriso em sua face diminuiu.

— Foi aqui que meu irmão — ele parecia relutante em continuar — foi assassinado.

Cobri minha boca com as mãos.

— Oh, Natsu! Não queria...

— Tudo bem. Há muito lhe disse que não gostaria de esconder nada de você, certo? Só não me pergunte o nome dele. É doloroso demais proferi-lo.

— Jamais perguntarei! Se um dia me disser, quero que seja porque se sente confortável para conversar isso comigo.

— Tem outra coisa. — Acrescentou.

— O quê? — Indaguei.

— Não tenho certeza se...

— Natsu. — Cortei-o. — Conte-me logo!

— Certo, certo. Hoje é...

[DS → Igneel Yamaguchi Dragneel]

Depositei aquele enorme buquê na lápide de mármore lustroso. Sentei-me em posição formal, olhando o nome na lápide.

— Ei, Honoka. — Comecei com a voz incrivelmente rouca. — Já fazem oito anos, hein? — Olhei para o céu. — Há oito anos, nesse dia, você estava partindo, me deixando com esses abacaxis que chamamos de filhos para cuidar. — Sorri comigo mesmo. — Foi difícil, porém creio que os criei bem. Com exceção de Aries. Lhe disse que deixá-la passar tanto tempo com seu pai seria terrível. — Soltei um bufo. — Tenho certeza que ele irá querê-la quando atingir a maioridade. Aquele homem é terrível o suficiente para querê-la surrupiar de nós. — O sorriso sumiu de meu rosto com essa possibilidade. Aries era frágil demais para dirigir aquela máfia. Ao meu ver, era tão sensível quanto uma boneca de porcelana. — Se ao menos pudesse convencê-la a ficar... Entretanto ela me vê como um vilão. Quando meu pequeno anjo fofo que vivia agarrado com um urso de pelúcia passou a agir assim comigo? Fui tão estúpido assim em não querer vingança? Tinha três filhos para cuidar tendo que lidar com o peso da perda de você e nosso pequeno garoto prodígio. — Senti meus olhos pinicarem. Respirei fundo. — Oito anos é o suficiente, Honoka? Até mesmo Virgo, a rainha dos masoquistas, pensa isso. Deveria seguir em frente? — Balancei minha cabeça negativamente. — Não. Como poderia? Não o farei enquanto Aries não me perdoar.

"Ah, sim! Nosso pequeno Natsu arranjou uma garota geniosa como namorada! O destino não é incrível? De todas as mulheres deste mundo, logo ela. O nome dela é Lucy Heartfilia. Sim, a filha de Layla, a mesma que nos juntou, a mesma que foi nossa madrinha de casamento, a mesma que batizou nossos gêmeos. E Meredy... consigo vê-la com alguém em seu futuro já. Porém é meio confuso, pois para isso... Esqueça. Tenho certeza que sabe o que iria dizer."

Levantei-me, beijando a foto de Honoka que havia colocado ali posteriormente com arranjo florais. Acendi um incenso em sua homenagem.

— Estou indo, Honoka. Nos vemos daqui a um ano.

— Isso é verdade? — Virei-me surpreso para a pessoa atrás de mim. — Tudo o que disse agora há pouco é verdade?

Senti as lágrimas tocarem meus olhos. Os dela também estavam marejados.

— Sim, é.

— Não quero ser um fardo para você, Igneel. — Respondeu. — Nunca pensei que em todos esses anos, isso era o que lhe impedia. Não tinha noção que, mesmo depois de ter feito aquela coisa abominável ainda pensava em mim assim.

— Sempre pensei, Aries. — Tentei me aproximar um passo. Ela não parecia me repudiar naquela noite.

Sua voz chorosa explodiu.

— Seu estúpido! Por que nunca conversou sobre isso comigo? Por quê? Passei oito anos criando um gênero de nojo e repulsa por você para descobrir que estava carregando um fardo desse tamanho! O mínimo que podia fazer era ter tentado se reaproximar...

— Eu tentei — Interrompi-lhe. — E você sempre me reprimiu.

— Oh, Igneel — correu para meus braços, abraçando-me — algo que não fazia há dez anos!

— Papai. — Balbuciei.

— Cale a boca, idiota. Estou irritada por nunca ter me dito o quanto teve que carregar. Por nunca gritar comigo e dizer que estava agindo feito uma imbecil.

— Porque não estava..

— Me desculpe, papai. Me desculpe.

— Aries... — Murmurei, chorando junto a ela. — Está tudo bem.

Notei Ultear nos encarrar e soltar um sorriso sincero e aliviado, em seguida saindo de fininho. Então ela também estava ali... Essa mulher elegante adora se esconder em uma moita, credo.

Abri um largo sorriso e voltei a abraçar Aries, deixando aqueles oito anos sumirem de minha memória.

[Igneel Yamaguchi Dragneel → Off]

Separei-me de Natsu.

— Sinto muito pela sua mãe. — Disse para ele.

— Isso foi há muito tempo. Eu era chegado no meu pai. Acho que ele é o que mais sofreu com isso. — Lançou o olhar para uma enorme árvore que se destacava. — Queria que Aries entendesse isso.

— Uma hora ela vai. — Confortei-lhe. — Ai! — Bati meu pé na caixa colorida, acordando Happy. Havia me esquecido dela.

— É o presente de Meredy? — Acenei a cabeça em concordância. — O que é?

— Vamos descobrir agora. — Desatei o nó e comecei a rasgar o embrulho. Ao ver o que tinha lá dentro, senti meu rosto esquentar.

— Meredy lhe deu isso? — Indagou Natsu surpreso, chocado, e com o rosto completamente rubro. — Como ela....?

Dentro da caixa haviam camisinhas.

Happy olhou lá. Em seguida para nossos rostos.

Seus pervertidos. — Acusou.

E com essa encerramos a noite de meu aniversário, com cada um superando algum trauma ou discussão de seu passado. Mais tarde, no entanto, me lembrei de algo assustador: esqueci de fazer minhas lições de férias! E as aulas começariam daqui a dois dias!

Lucy Heartfilia, você está ferrada.


~~~N/A~~~

Olá! Uau, faz algum tempo desde que atualizei essa fic pela última vez. Desculpa~

A verdade é que minha internet andava bem ruim, então quando conseguia postar o capítulo acabava ficando desconfigurado e tinha que reeditar tudo, o que causava-me grande estresse. Entretanto as coisas parecem melhores recentemente. Esse capítulo seria equivalente ao último do segundo arco/temporada. Isso significa que agora  entraremos nos últimos capítulos da história.

E com isso... Vocês desbloquearam o spin-off de MEM! Tcharam! O nome é "Todos são estranhos, afinal". O primeiro capítulo já foi postado aqui. Os próximos precisam aguardar certos capítulos que estão por vir aqui, então fiquem de olho!

Creio que isso é tudo que tenho que comentar por enquanto. Espero que tenham gostado do capítulo e nos vemos nos próximos~~

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