Carlos segura em uma alça do corredor e a usa para impulsionar seu corpo, o qual flutua no ambiente com microgravidade. Ele atravessa mais algumas centenas de metros no interior da gigantesca nave de transporte Aurora Seis. Ele não é um de seus tripulantes, apenas um soldado das tropas que são transportados para mais uma missão.
Há poucos minutos a nave fez o último salto no hiperespaço. Carlos finalmente chega ao fim do corredor. Ele chega a uma câmara que possui janelas panorâmicas para o exterior. Já havia vários soldados no local observando o belo planeta, para o qual irão em breve.
Aquela era uma missão de "segunda linha", muito provavelmente não haveria ação, mas afinal, isso seria bom depois da última, onde tanta coisa deu errada. Pelos menos o planeta a sua frente possuía atmosfera respirável e segura, não vão precisar dos incômodos e perigosos trajes espaciais, neles bastava um vazamento e você corria o risco de uma morte horrível.
Carlos havia crescido em diversos planetas, passou por várias evacuações por causa da guerra. Já havia morado em um planeta com grandes áreas de reflorestamento, onde brincava com os amigos entre as grandes árvores de eucaliptos. Já havia ficado meses em planetas de mineração, onde tinha que ficar o tempo todo em módulos pressurizados.
Depois de dois meses de viagem Carlos estava alegre, em breve iria estar andando normalmente novamente e respirando ar de verdade.
Mais algumas horas e ele iria descer ao planeta em uma das naves de desembarque, ele era um veterano com seus vinte e poucos anos. Teria o comando de um grupo formado por novatos, com idades de 16 à 18 anos. Era a primeira vez que comandava um grupo tão grande.