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Carlos desembarcou de seu veículo. Mais uma vez ele iria se encontrar com alienígenas. Aquela missão não deixava de surpreende-lo. Nos últimos dias ele, por diversas vezes, tentou convencer o soldados do acampamento central, de que fazer alianças com as raças alienígenas era a melhor chance de sobreviver, e garantir um futuro melhor para a humanidade.
Ainda havia muita resistência entre os soldados. Alguns achavam que eles deviam simplesmente ficar escondidos, esperando por socorro.
Carlos, Quatro Braços, Raul, Nina e Pablo iam na frente. O grupo de havas trabalhadores e crows os aguardavam. Nina levava um terminal portátil, o qual estava preparado para fazer a tradução simultânea da língua hava.
Carlos estava se sentindo desconfortável. Havia muitas mentiras que tinham que ser sustentadas por enquanto. E não estava sendo fácil.  Agora eles sabiam que os Stall estavam concentrados em um ponto no litoral.  Estela queria mandar a NCO disparar um míssil com uma ogiva nuclear tática contra eles. Mas foi convencida a esperar.
Os Rivas e havas ainda pensavam que eles eram todos da mesma espécie. Seria difícil explicar aquele ataque. Os Rivas haviam se rendido porque achavam os humanos eram muito mais poderosos, se descobrissem a realidade poderia ser um problema.
O Quatro Braços e os demais crows começaram a se comunicar com assobios incompreensíveis. Carlos e seus soldados ficaram fascinados. A comunicação deles possuía uma harmonia quase musical e quase hipnótica. Se eles não tivessem tanto o que fazer, poderiam ficar por horas ouvindo aquela forma de comunicação tão elegante.
Os crows pararam com sua conversação e Carlos se apresentou:
- Meu nome é Carlos. Sou o líder desse comboio. Estamos certos que essa aliança trará frutos para todos os lados envolvidos. Nossa líder nesse planeta está no grande desfiladeiro. Vamos carregar os itens e rumar para lá. Quando chegarmos faremos uma reunião para discutir os detalhes do trabalho.
- Meu nome é Bule, seguiremos seu plano, embora acharmos que seria mais fácil recuperar e operar os teletransportadores aqui mesmo. – disse o hava trabalhador.
- Nos acreditamos que os Kleo não vão ficar sem tomar nenhuma atitude. O que tememos mais é que eles podem mandar armas de destruição em massa. – respondeu Carlos.
- Então é melhor começar logo – disse Bule.
Os trabalhos de embarcar os componentes começou. O Quatro Braços e os outros crows coordenavam os havas trabalhadores, eles trabalhavam juntos de forma eficiente, faziam isso por muitos anos.
A maior parte dos componentes já haviam sido separados e os soldados humanos ajudavam no que podiam.
Carlos não conseguiu deixar de ir até onde estavam alguns veículos Riva. Ele achou aquelas máquinas impressionantes. Se os Kleo tivessem tempo de terminar o desenvolvimento deles seriam armas terríveis.
As informações arrancadas do Riva capturado revelavam que aquela era apenas a primeira geração daquelas máquinas de guerra.
Carlos percebeu que havia até quatorze navezinhas espaciais em um campo de pouso. Elas deviam ter descido para reabastecer quando o pulso as matou. Ele iria falar com Estela sobre elas, se eles conseguissem conserta-las poderiam ser muito úteis.
Marcos se aproximou, ele trazia um terminal portátil e disse:
- Está acontecendo alguma coisa em órbita. Parece que as navezinhas Riva estão atirando umas na outras. Não sei se isso é bom ou ruim.
Carlos chamou o Quatro Braços e Pablo. Ele também pediu para colocarem Dora e Estela na linha, tinham que fazer uma conferência a distância com urgência.
Quando se reuniram Marcos disse:
- Ei, uma navezinha está fazendo uma transmissão, vou por no tradutor.
A voz gerada pelo software de tradução saiu pelos alto falantes do terminal portátil, ela dizia:
- Eu sou Atria. Eu saúdo nossos aliados. Eu matei nosso líder Tron e assumi a liderança das pequenas naves. Ele pretendia trair vocês. Eu gravei a nossa última conversa, a colocarei para vocês ouvirem agora.
Eles ouviram a tradução da conversa, e viram que tinham pouco tempo. Talvez não conseguissem levar tudo o que queriam. Especialmente porque a viagem até o grande desfiladeiro levava algumas horas.
Então Atria voltou a falar:
- Infelizmente alguns Rivas não aceitaram minha decisão e tivemos que destruir outros seis naves. Outros oito se negam a seguiu minha liderança, estou passando as coordenadas deles para vocês. O mais importante é que eu e meus seguidores aceitemos a aliança com vocês. Agora, quanto aos batalhoíde e havas guerreiros, eles não aceitaram minha liderança. Vocês terão que negociar com eles, ou destruí-los. Apoiarei a decisão que tomarem. Fim da transmissão.

rascunhoWhere stories live. Discover now