tyu

3 0 0
                                    

Trivio realizava mais um voo de reconhecimento. Estava a grande altitude sobre a baía, na qual inimigo se alojou.
Ele viu o brilho da explosão na estratosfera. Inicialmente ele achou que o míssil inimigo havia falhado e detonado antes do tempo. Porém, pouco depois, houve a terrível constatação que a onda de energia liberada pela detonação era fatal para os veículos Riva.
Ele estava tendo dificuldade em se manter lúcido. O medo da morte o atingia e o levava quase a loucura. Todo Riva viveu, em sua “infância”, o medo constante de ser descartado, por não atingir aos níveis mínimos nas avaliações. Eles simplesmente desligavam seu suporte de vida. As vezes nem esperavam o pequeno Riva morrer antes de joga-lo no lixo.
Agora todos os medos antigos voltavam. A morte poder ocorrer a qualquer momento era apavorante. Outra bomba daquelas podia explodir sobre a área que ele estava. E a morte ocorreria por falta de oxigênio, ou pelo impacto quando sua aeronave se chocasse contra o solo.
Então havia chegado a transmissão com as novas ordens. Tron estava mandando as aeronaves voltar para a região inicial. Eles deveriam pousar e organizar os havas, para eles resistirem aos inimigos que chegariam ao local em poucas horas.
Depois deveriam decolar e dar o máximo de apoio aéreo para os havas resistirem até os batalhoídes de Batrio chegarem.
Mas haviam sobrado apenas dezoito aeronaves. E ele pensou “Como eles esperavam que o plano desse certo?”
Ele percebeu que tudo estava perdido. Os Kleo não tinham veículos em número suficiente para repor as perdas daquele dia fatídico. E mesmo se tivessem, eles não tinham defesa contra aquela arma nova do inimigo.
Provavelmente demoraria para desenvolver proteções para os veículos,  até lá a onda de energia seria fatal para eles. Até lá todos os Rivas daquele planeta estariam mortos.
Como não havia mais nada para fazer no momento, Trivio rumou para a região inicial para seguir o plano de Tron.

---x---

Estela resolveu ir para o grande desfiladeiro. Ela iria coordenar os preparativos para quando os equipamentos de teletransporte chegassem.
Depois de algumas horas de viagem ela chegou ao local, e ficou feliz ao perceber que os trabalhos de preparação já estavam em estado avançado.
Ela descansou um pouco e depois foi falar com Vivian. E a engenheira disse que tinha um assunto para discutir com ela. Estela percebeu que não devia ser coisa boa. Então Vivian disse:
- A Dora está submetendo um projeto para sua aprovação. Ela quer que a gente recupere veículos Riva, e coloque neles uma versão simplificada do programa dela. Seriam convertidas em  unidades de combate autônomas. Ela diz que necessitamos de mais unidades de combate.
Estela ficou um minuto em silêncio, então disse com veemência, quase gritando.
- Mas de jeito nenhum, o que aquela lata tá pensando, vou resetar aquela filha da mãe.
Vivian parecia estar esperando aquela reação da sua comandante. E disse:
- Não é uma ideia tão ruim assim Estela. Podemos fazer um número limitado de unidades. Podemos por uma bomba em cada um, que detonaria por um comando de rádio específico. Não precisamos começar com os veículos Rivas. Podemos dar ela uns VACs com armas de plasma automatizadas.
- Mas o que vai impedir ela de se voltar contra a gente? – perguntou Estela.
Vivian respirou fundo, ela já havia elaborado seus argumentos. Então disse:
- Você não entendeu que ela é extremamente inteligente. Ela não começará uma guerra que não poderá vencer. E depois, derrotar os Stall/hava/Riva/Kleo é do interesse dela.
- Mas você admite que ela pode nos trair no futuro? – perguntou Estela.
- Assim como podemos trai-la também. A gente não é melhor do que ela. Somos apenas formas de vida tentando sobreviver em um ambiente hostil. E sabe o que é mais triste em tudo isso? Nesta galáxia existe espaço suficiente para todos vivermos em paz, se houvesse um pouco de bom senso. Mas voltando ao ponto, podemos controlarmos ela, e, dada as circunstâncias, se não tivermos ajuda não vamos conseguir.
Vivian fez uma pausa e então recomeçou:
- Veja, o próprio Quatro Braços, ele pode nos trair. Mas porque estamos confiando tanto nele. Ele é uma droga de um alien. Em condições normais ele estava trancado em um centro de pesquisa. Mas você sabe o que nós fez confiar, não sabe? Sim, foi o desespero. Primeiro estávamos em um planeta cercado de stalls. Depois cercado por seres biociberneticos em pequenas naves. No fundo, para o Quatro Braços é para Dora o risco é o mesmo.
Estela não queria aceitar os argumentos da sua subordinada. Ele pensou “não o Quatro Braços é um ser biológico como a gente. É totalmente diferente”. Ela ia falar isso para Vivian e acabar com a discussão. Porém a dúvida repentinamente dominou sua mente. E ela pensou “será que realmente importa se a infeliz é totalmente cibernética. Há tantas décadas os Stall, que são totalmente biológicos nos atacam sem piedade, será que realmente faz diferença?”
Ela disse então:
- Preciso pensar.





rascunhoWhere stories live. Discover now