No planeta Femir
Em um planeta, a algumas centenas de anos luz do planeta UH9536, havia uma colônia do Império Hava.
Os havas também tinham uma grande base militar naquele planeta, o qual chamavam de Femir.
Os havas não eram muito altos, seus guerreiros raramente passavam dos 1,70 metros. Eram corpulentos e extremamente fortes. A pele deles era cinza claro e bem grossa.
O rosto deles era bruto, olhos pequenos, porém muito eficientes, nariz achatado e boca de tamanho médio, cheia de dentes afiados. Eles possuíam alguns pelos no corpo, inclusive na face, o que acentuava sua aparência animalesca.
Rescla era um guerreiro veterano. Ele aguardava na fila com seus companheiros. Eles conversavam e contavam histórias de suas aventuras em missões anteriores.
Alguns guerreiros novatos olhavam para os veteranos com admiração, enquanto tentavam não demonstrar seu medo e ansiedade.
A fila tinha centenas de metros de comprimento. Os havas estavam em um imenso galpão da base militar. O local visualmente aparentava ser uma fábrica, mas nada era produzido ali.
O local era chamado pelos havas de “ unidade de envio”, e possuía grandes esteiras que levavam as cápsulas para os teletransportadores.
Uma sirene tocou, a hora do embarque do grupo em que Rescla estava havia chegado. Eles se dirigiram para uma das esteiras e entraram cápsulas, quatro guerreiros em cada uma. Havas trabalhadores fecharam as duas portas, uma de cada lado. E realizaram a lacração hermética das cápsulas.
Rescla e seus três companheiros tinham dificuldade de se movimentar no interior da cápsula. O espaço era pouco, e ainda havia sacolas e pacotes com equipamentos, suprimentos, armas e munições.
Rescla conseguiu chegar ao nicho acolchoado em que ele ficaria. Ele se encostou na parede, prendeu suas pernas com correias de material resistente. Apertou o cinto de segurança em sua cintura e colocou os braços em alças. Seus companheiros fizeram o mesmo.
Eles estavam prontos e Rescla apertou um botão, o qual ficava na parede interna da cápsula, o mesmo ativou luzes verdes na parte externa.
Um hava trabalhador estava em uma plataforma e vigiava a esteira. Luzes verdes foram se ascendendo na fileira de cápsulas. Quando todas estavam prontas ele fez um gesto para a criatura de quatro braços, a qual controlava o teletransportador.
A criatura respondeu com outro gesto e o hava trabalhador acionou uma alavanca e o processo se iniciou.
A esteira andou e a primeira cápsula foi até o ponto entre os quatro postes do teletransportador e parou. O equipamento soltou estalos e ruídos agudos. Uma luz forte surgiu do local onde a cápsula estava.
Quando a luz se dissipou a cápsula havia desaparecido. A esteira andou novamente e a próxima cápsula chegou ao teletransportador. O processo se repetiu várias vezes e, em menos de meia hora, dezenas de cápsulas haviam sido enviadas.
Guindastes nos teto do galpão passaram a retirar mais cápsulas, as quais estavam chegando em veículos de transporte, e as colocavam na esteira. Mais uma série de envios estava sendo preparada.
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No Planeta UH 9536
Rescla e seus companheiros não sentiram o teletransporte. No interior da cápsula era como se nada houvesse ocorrido.
Então eles passaram a sentir a ausência de peso, quando a cápsula iniciou a queda livre na atmosfera.
As cápsulas posteriormente seriam recuperadas e reutilizadas. Aquela em que eles estavam devia ter sido usada centenas de vezes. Antes de Rescla embarcar ele havia notado que eles nem consertaram os amassados e arranhões do último pouso.
A manutenção das cápsulas estava ficando uma porcaria ultimamente. Na missão anterior alguns paraquedas não abriram, e guerreiros morreram porque alguns trabalhadores não fizeram seu trabalho direito.
A maioria dos paraquedas também era reaproveitada. Porém felizmente aquele funcionou direito.
Eles sentiram o forte tranco, quando a cápsula teve sua queda detida pelo paraquedas.
Quando estavam a cerca de mil metros de altitude eles abriram as duas portinholas no fundo da cápsula.
Houve uma pequena descompressão, pois a pressão interna da cápsula era um pouco maior que a do ambiente externo.
A atmosfera daquele planeta era totalmente respirável como previsto.
Eles olharam para o solo que se aproximava. Não havia nenhum sinal de civilização a vista. Eles acharam que aquela deveria ser uma missão tranquila, mesmo assim desembalaram e carregaram suas armas.
O pouso não foi muito fácil, estava ventando e a cápsula virou logo após tocar o solo. Alguns pacotes de suprimentos caíram em cima de Rescla, ele pensou “porcaria, eles deviam prender esses pacotes, esses trabalhadores malditos”.
Eles eram os primeiros havas a chegar naquele planeta. Não usariam rádio naquela fase da invasão, a não ser que fizessem contato com algum inimigo.
Eles desembarcaram e prosseguiram com toda a cautela. Procurando sempre locais para se proteger caso fossem atacados.
Eles viram outra cápsula descendo, então foram na direção dela. Eles formariam grupos e verificariam toda a região.
