Ensina-me, professor

By jk_writer

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Marina é uma jovem inteligente que, junto com suas três melhores amigas e sua mãe, consegue lidar com a dor q... More

É AMANHÃ
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
VOLTEI

Capítulo 16

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By jk_writer


Arthur 

Eu sabia que não era nem de perto o que a Marina merecia, mas não conseguia me afastar e entregá-la a alguém melhor que eu, que tivesse a sua idade, que pudesse levá-la pra sair, ao invés de ter que escondê-la, mesmo tendo a maior vontade do mundo de gritar para os quatro cantos que havia encontrado alguém tão maravilhosa como ela. 

Depois de ter visto ela se divertindo com os amigos, tentei me afastar. Tentei deixá-la ir. Mas perdi a força de vontade que achava que possuía, quando ela disse que me amava. "ELA DISSE QUE ME AMAVA!". Eu juro que sairia pulando e contando a quem aparecesse na minha frente se não fosse ela me olhando com os olhos mais apaixonados que poderia ter. Fiquei sem palavras e a única coisa que soube fazer naquele momento foi beijá-la. 

Meu coração palpitou e toda a minha sanidade se esvaiu. Eu já estava acostumado com isso, já que sentia frequentemente desde que começamos a nos envolver. Era como se ela tivesse o poder de me deixar vulnerável e a sua mercê.

Combinamos de tomar café da manhã juntos no dia seguinte. Foi bastante divertido. Eu me sentia mais relaxado perto dela. Me sentia bem. No entanto acabamos "discutindo" um assunto que eu percebia ela ter bastante interesse.

Não é que eu não quisesse ir mais além com ela, mas eu sentia que não podia. Parecia errado visto que até pouco tempo nosso caminho nunca havia se cruzado além dos muros da escola. Eu tinha medo de ferir seus sentimentos. Ia ser a primeira vez que ela iria mais adiante em um relacionamento, e eu achava algo muito importante para tratar como uma coisa simples. Droga, eu nunca achei isso importante antes, mas agora simplesmente parece ser. Ela é uma menina ainda, apesar de já ser maior de idade e ser responsável por suas ações. Mas as meninas costumam sonhar com algo especial, certo? Agora imagine eu, um cara que nunca quis relacionamento sério, muito menos imaginou se envolver em algo tão errado, agora estar caidinho pela sua aluna. 

Mas ela não é só uma aluna. Ela é a Marina. Meu Deus! Como isso pode ser possível? Eu sentia que precisava protegê-Ia. Cuidar dela. Senti tudo isso muito antes de saber sobre seu pai. Eu sempre senti uma conexão por ela, apesar de esconder isso e tratá-la como todos os outros. Mas nunca imaginei que ela seria a filha de um dos caras que eu tratava como um dos super heróis que assistia na TV.  A única coisa que sabia era que ela havia ido com a mãe morar no interior com os avós, e não tinha nenhum contato que eu pudesse fazer para procurá-la melhor. Além do mais eu era apenas um garoto, querendo encontrar a filha de um grande amigo seu (sim, o Fernando me ajudou bastante quando precisei) por motivos desconhecidos. Me conformei com a ideia de que não conseguiria cumprir a promessa que fiz a ele, quando disse que o ajudaria a protegê-la. 

Mas e se for eu quem a machucar? Eu não me perdoaria. 

Por isso que ao mesmo tempo em que quero estar perto para cuidar dela, sinto que preciso me afastar. Não posso garantir que não vou machucá-la. Toda essa situação que nos encontramos é arriscada demais. O problema é que apesar de eu saber tudo isso não consigo me afastar, não tinha nem como. Experimente colocar uma planta longe da luz do sol. Ela vai murchar até morrer. É como se a Marina fosse o sol pra mim agora, eu precisava dela pra me sentir bem e sem ela eu murcharia até morrer. É estranho esse pensamento, mas é a realidade. 

- Em quem você pensa tanto? - Liv fala e só nesse momento percebo que ela me observa atenta. Tínhamos acabado de chegar no meu apartamento. Ela iria dormir aqui esse fim de semana e apesar de gostar da presença dela (por mais irritante que ela possa ser quando quer) eu preferia que ela não tivesse vindo hoje. Eu precisava falar com a Marina o mais rápido que eu pudesse e a presença de Liv dificultaria muito isso.

- Ninguém, Lívia - suspiro.

- Você não parecia bem desde que saímos. - pausa - Você nunca gostou muito do Bruno, eu até entendo já que nunca foram próximos, mas você sempre se deu bem com a Monique. Se eu bem me lembro, antes de viajar, vocês estavam em um certo clima de romance. Quando a gente almoçou junto eu até achava que o lance de vocês tava mais sério. Mas pelo que vi hoje, me enganei. Aconteceu alguma coisa? 

- Clima de romance? - perguntei confuso - Fala sério! Você sabe o que eu pensava sobre relacionamento sério, principalmente com a Monique.

- Pensava? Quem te fez mudar de ideia, maninho? Porque a Monique agora eu sei que não foi. - "Droga! Livia e essa sua mania de não deixar nada escapar" 

- Ninguém. - me chuto mentalmente por ter falado demais.

- Por que você não quer me contar? - finge estar indignada. 

- Porque você pergunta demais. - rebato.

- Se o meu irmão tá apaixonado eu gostaria de saber quem é a mulher - deu de ombros. "Apaixonado, eu? Era isso que eu realmente sentia? Parece pouco para descrever o que realmente sinto" - Minha nossa! Você tá caidinho por ela. - fala surpresa. 

- Dá pra mudar de assunto? - falo pegando o meu celular enquanto Lívia anda pelo meu apartamento. Ela nunca havia vindo aqui, e pelo visto não precisava que eu lhe mostrasse tudo. Então, decidi mandar uma mensagem para Marina. Uma vez vi em seu caderno algumas frases de Clarice Lispector e tive a certeza que ela gostava da autora em uma das vezes que fui ao seu apartamento, quando vi um livro em cima da mesa de centro, na sua sala. Minha mãe tem algumas coleções, já que seu nome é o mesmo dela. Comecei a me interessar nos últimos meses por achar que ela sempre podia dizer algo sobre alguma coisa. É estranho, mas gostei, uma das frases que li em um dos livros me chamou bastante atenção e por isso decorei. Eu sabia que iria machucar Marina em algum momento, apesar de não querer isso de maneira nenhuma. E isso me machucava mais ainda do que a ela. 

"Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim não falte. " 

Apertei em enviar e as palavras de Lívia se juntaram com a ultima parte da mensagem dando um nó na minha cabeça. É amor querer ficar perto o tempo todo? É amor se importar mais com outro alguém do que com você mesmo? Ficar horas pensando naquela pessoa? Se for "sim" a resposta para todas essa perguntas, eu realmente estou apaixonado pela Marina. Ela disse que me amava, mas como vou dizer isso pra ela? Eu nunca demonstrei amor para nenhuma outra pessoa antes dela, como vou fazer isso agora? 

"Onde aprende a odiar para não morrer de amor?" 

Ela havia acabado de me mandar uma resposta para a mensagem, e alívio tomou conta de mim. Eu precisava vê-la. Agora. Caminho até a porta. 

- Onde você vai? - Liv pergunta.

- É.. eu vo..vou na portaria. O seu Zé me chamou pra resolver algo. - minto.

- Não ouvi o interfone tocar - avalia pensativa.

- Ele me chamou logo cedo e só me lembrei agora - explico, tentando parecer convincente.

- Vou contigo então. - ela sugere.

- Não! - digo rápido demais. - Quer dizer, não precisa. Pede uma pizza e escolhe um filme que quando eu chegar já já a gente assiste. - ela me olha desconfiada e dá de ombros, concordando. 

- Tudo bem, mas vê se não demora. - pede.

No caminho até o telhado do prédio mandei uma mensagem para a Marina. Eu não sabia se ela viria, mas torcia para que viesse. Esperei alguns minutos até que ela aparece. Ela ainda está vestida do mesmo modo como a vi no shopping. Ela era incrível mesmo estando sem maquiagem ou de cabelo amarrado. Ela agora estava usando óculos o que incrivelmente a deixava ainda mais linda. Me peguei sorrindo enquanto ela se aproximava com seriedade. 

- O que você quer? - fala. - O que diabos estava fazendo com aquela... - pausou e tomou ar - Você acha que sou idiota? - ela parecia muito irritada. - Responde, Arthur! - corrigindo, ela estava com muita raiva. E eu só podia notar o quão ela ficava ainda mais bonita com ciúme. Suas bochechas estavam vermelhas, seus olhos pareciam duas labaredas de fogo, seus braços cruzados, faziam seus seios realçarem. - Arthur? - ela sibila. 

- Não dá. - extravaso e ela me olha assustada.

- Você tá desistindo da gente? É ela que você quer? Por que você não disse antes? - pergunta. Sua raiva agora havia sido substituída por tristeza. Dou alguns passos e me aproximo dela. Levo um fio solto de cabelo para atrás da sua orelha. Ela me observa. 

- Eu não consigo pensar em outra pessoa que não seja você todos os dias e eu nem me lembro mais desde quando. Eu não consigo responder a todas essas perguntas porque estou pensando em como eu te acho linda de todas as maneiras, em como você está linda usando óculos. E percebi que eu nunca tinha notado o quão seus olhos ficam mais lindos neles antes, mas que não me importaria em te ver com eles todos os dias, pois você é linda de qualquer jeito. Não me importa mais ninguém. Nenhuma outra mulher é mais bonita do que você, nenhuma me faz perder a fala ou faz palavras sumirem da minha mente. Somente você. Nenhuma me faz querer arriscar tanto por algo tão errado para os outros, mas que parece tão certo pra mim. Então não adianta eu me justificar, explicar.. Nada. Eu não consigo ter o controle das coisas como normalmente faço com você me olhando assim. Eu não.. - Não consigo concluir a frase, pois Marina me interrompe com um beijo apaixonado. Ela acreditava em mim. Eu sabia pelo beijo dela. 

Era um beijo selvagem, cheio de fome e desejo. Seguro seus quadris, puxando-a com força de encontro a meu corpo. Nossas bocas eram habilidosas assim como nossas mãos. Tínhamos urgência e desejo misturados o que tornava cada vez mais intenso o momento. Podia sentir a temperatura alta dos nossos corpos com o calor que emanávamos. Eu nunca me cansaria de beijá-la. Era uma droga e eu era um maldito viciado.

Mas como tudo tem um fim, nós nos afastamos com nossas respirações ofegantes. Marina, mordeu o lábio inferior e tive que controlar a vontade de voltar a beijá- Ia. Me afasto um pouco para tentar manter o controle de mim mesmo.

- Eu esqueci de dizer que você fica linda com ciúme. - ela cora. 

- Eu não estava com ciúme - rebate. 

- Vou fingir que acredito em você. - rimos. Mas logo voltamos a ficar sérios e ela suspira. 

- Até quando? - pergunta. 

- O quê? - indaguei.

- Vamos precisar esconder de todo mundo, ter medo de sermos descobertos.. - seu olhar é triste. 

- Eu não sei. Eu também não gosto nada disso. - admito. 

- Eu não suportei te ver do lado da Monique enquanto eu era quem deveria estar lá, rindo e tocando em você. Então não faz mais isso, por favor.

- Eu também odeio a ideia de você sair com o Bruno ou com o Nicholas. Se eu pudesse chutava a bunda desses dois pra bem longe de você - falei sério, mas o olhar de Marina era divertido. 

- Olha aí você com ciúme Sr. Ferraz - ri.

- Estou apenas cuidando do que é meu - justifico.

- E eu sou sua? - perguntou sorrindo.

- Claro que sim. E eu sempre serei seu, se você me quiser, é claro. - ela sorri ainda mais. 

- Acho que aceito a oferta - Finge pensar, mas logo sorri e, mais uma vez, nos beijamos.

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