Ensina-me, professor

By jk_writer

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Marina é uma jovem inteligente que, junto com suas três melhores amigas e sua mãe, consegue lidar com a dor q... More

É AMANHÃ
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
VOLTEI

Capítulo 12

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By jk_writer

Marina

Eu havia acabado de chegar com as meninas na casa de show. Ainda não estava cheia, mas tinha bastante gente por ali. Os meninos montavam o palco e seus instrumentos. Nos aproximamos deles e todos sorriram satisfeitos por nos verem ali.

- Vocês precisam de ajuda? - ofereço ao observar o nervosismos dos meninos.

- Não precisa. Vocês podem ficar aí, daqui a uns trinta minutos nós vamos começar - Nico fala e pisca pra mim. Sorrio e vou com as meninas para um lugar mais afastado do palco. Pedimos algumas bebidas, dessa vez sem álcool, pois estávamos todas sozinhas. O irmão de Carol não viria hoje, ele estava com a namorada. Observo inúmeras pessoas chegarem. Aos poucos o local foi enchendo. E eu tinha certeza que chegariam mais. 

Pouco tempo depois ouvi anunciarem a banda dos meninos, a "Next Band". As pessoas aplaudiram e eles começaram a tocar uma musica bem agitada, não sabia o nome,mas gostei dela. Nico sorriu pra mim, enquanto todos pareciam gostar do show cada vez mais. Eles cantavam músicas de vários artistas com arranjos diferentes. 

Agora, estavam cantando "Dangerous", do David Guetta. Mas também cantaram umas músicas nacionais. Era incrível o talento que tinham. As pessoas dançavam e sorriam embaladas por suas canções. Era impossível não sentir orgulho do talento deles. Algumas meninas cercavam o palco e gritavam por eles. Ri sozinha.

- Quando é que você vai dar uma chance pro Nico? - Júlia pergunta.

- Tudo que nós temos é uma boa e bela amizade. Nada mais, nós dois decidimos - respondo. Elas não precisavam saber que fui eu quem deu um "toco antecipado" nele.

- Mas tá obvio que ele quer alguma coisa a mais do que uma amizade com você - Cláudia fala.

- Só que não vai rolar. E vocês, eu percebi que os meninos não param de olhar pra vocês - ouço todas suspirarem.

- O Edu é lindo, mas não faz o meu tipo. Acho que a química não bateu - Carol explica e arqueio uma sobrancelha para ela que dá de ombros.

- Não posso nem me imaginar namorando o vocalista de uma banda. Mas um beijinho ou outro não mata ninguém - Julia comenta, despertando uma risada em todas nós.

- Eu e o Davi estamos namorando - Cláudia fala baixinho após nossas risadas cessarem. Noto que suas bochechas estão corando. Todas nós abrimos nossas bocas em um formato em "O" surpresas por sua confissão - Mas não é nada sério... Ainda. Ele quer falar com os meus pais, mas acho que tá muito cedo pra isso. - conta e vejo seu cenho franzir - Não é?

- Vocês formam um casal tão blé - Carol falou fazendo careta ao mesmo tempo que a abraçava feliz. Rimos com seu comentário que significava que eles formavam um casal lindo e extremamente fofo. Era o jeito Carol de elogiar... Reviro os olhos e sorrio para Cláudia que parece nervosa.

- Torço por vocês - eu falo e seu nervosismo se dissipa um pouco.

- Eu também - Julia falou e demos um abraço em grupo.

- Olha, seu namorado está mandando um beijo pra você - Carol avisa e aponta para o palco. Cláudia sorri amplamente e manda outro beijo de volta. 

Quando eu poderia mandar beijos abertamente para o cara que eu estava apaixonada?

Os meninos terminaram o show e vieram até nós em poucos minutos. Algumas pessoas os paravam para tirar foto e elogiá-los pela apresentação. Eles estavam alegres e sorridentes. Nós também. Nos abraçamos e cada uma começou a falar o quanto havia sido maravilhoso a performance deles, como se fossem uma banda formada há anos e com shows pelo mundo. Eles nos acompanharam até uma mesa um pouco afastada da pista enquanto aproveitavam para ouvir nossos elogios. 

- Eu tava muito nervoso - Nico confessa enquanto nós pedimos algumas bebidas - tive o maior medo de esquecer uma nota - sorri timidamente.

- Eu ainda esqueci uma parte da letra da música. Sorte que ninguém percebeu - Matt conta rindo.

- Tinha bastante gente - Davi fala enquanto segura a mão da Cláudia, fazendo movimentos circulares com o polegar. Eles pareciam ter uma conexão tão forte, mesmo em pouco tempo.

- O melhor de tudo vem agora: - Nico começa a falar e pausa fazendo suspense - o dono da casa nos chamou para tocar aqui na próxima semana, e com um cachê ainda mais alto!

- Sério?! - Falo enquanto o abraçava, parabenizando. Eu estava muito feliz por eles. Quando solto o Nico meus olhos rodaram o local como se tivessem sido atraídos por alguma coisa. Ou melhor, por alguém.

Era o Arthur.

Ele estava parado no bar me olhando fixamente. Fogo estampava em seus olhos e me queimavam. Eu não conseguia dizer o que se passava pela sua cabeça, mas a mágoa era palpável. Eu sabia que ele não gostava do Nico, mas era o Arthur quem eu amava. Tudo bem, ele não sabia ainda do que eu sentia, mas e tudo que eu arrisco por ele? Já é uma prova disso, não é? De repente ele dá as costas e vai embora.

- Eu preciso fazer uma ligação - falo, me desvencilhando de Nico e olhando as meninas que estão distraídas.

- Eu vou com você. - Nico oferece, mas recuso.

- Não! - digo rapidamente - E..eu não vou demorar, fica aqui com eles. Vocês precisam aproveitar e comemorar juntos. - apesar de querer rebater, ele assente concordando. Sorrio me afastando. Assim que saio do campo de visão deles coro até a saída. Vejo Arthur pronto para entrar no seu carro.

- Arthur! Espera. - Eu grito. Ele me olha e chego perto dele, sentindo seu perfume e inspirando profundamente. É inebriante. Ele me olha ainda com a raiva em seus olhos. Suspiro. - Por que não me disse que viria?

- Precisava? - pergunta chateado.

- Não.. Mas eu poderia ter dado um jeito para encontrar você - falo.

- Eu pensei que você ia gostar se eu fizesse uma surpresa, mas acho que você estava se divertindo bastante com aquele seu amiguinho.

- Meu Deus! Para com isso. Ele realmente é só meu amigo, Arthur. E sim, eu estava me divertindo. O quê? Perdi esse direito? - cruzo os braços mostrando a minha chateação.

- Não, mas você não sabe como eu me sinto quando eu vejo que ele pode te abraçar na frente de todo mundo e eu não. Você não imagina o quanto é duro ter que controlar a vontade de te beijar cada vez que você respira. E o pior, saber que eu sou um tremendo egoísta por estar te impedindo de viver tudo isso com alguém da sua idade. Eu sou um fodido por estar te pondo em risco. Me pondo em risco. - ele passa a mão pelos cabelos e sinto uma lágrima escorrer dos meus olhos e no instante seguinte milhares de outras lágrimas começam a se formar e a cair em cascata sobre minhas bochechas;

- Eu não me importo - admito. - Ninguém da minha idade me fez sentir o que sinto a cada vez que você me olha. - me aproximo e seguro sua mão. - cada vez que você me toca - guio sua mão até o meu coração. - Eu nunca, nunca, nunca, me senti assim, Arthur. - confesso.

- Não dá, Marina.. Eu não sei se consigo mais - vejo dor em seu rosto por estar dizendo tais palavras e tenho absoluta certeza que é um reflexo do meu próprio rosto.

É inacreditável. Suas palavras fazem meu estômago borbulhar, mas não mais de um jeito bom. 

- Eu também queria que você me tocasse, me beijasse pra todo mundo ver. Mas se eu precisar esconder de todo mundo pra não ter que abrir mão de você, eu escondo. Eu só me importo com você. - toco seu rosto e ele fechou os olhos.

- Isso é muito arriscado, Marina. Olha onde eu vim parar hoje? Eu insisti em querer vir te ver, mas o que faríamos? No máximo encontraríamos um esconderijo para dar alguns beijos. É muito mais fácil fingir dentro do colégio, porque lá o que nos distancia tem um peso muito maior. Aqui eu sinto que temos chance de ficar juntos sem nenhuma consequência... Mas não sei mais se isso é possível. E a simples ideia de te prejudicar e magoar me fere.  - ele fala e se afasta. Andando de costas até seu carro enquanto me encara.

- Não faz isso. Por favor. Não faz... - peço e vejo ele entrar no carro.

- Eu sou um idiota, você sabe disso. Mas me perdoa. - pede e tenho a rápida impressão de uma lágrima derramar em seu rosto. Ele parte com o carro e me vejo destruída pela sua partida.

"Mas que droga".  Pego meu celular para ligar, mandar uma mensagem ou seja lá o que for para fazer o Arthur mudar de ideia e voltar. Mas desisto. Eu não ia implorar por ele. Ele que tinha que vir até mim. Lutar por nós. Meu coração parecia parar a qualquer momento. Eu não sabia como parar de sentir toda essa dor insuportável. Um dia ouvi uma frase que dizia que a falta de um grande amor era como a dor de perder um dente da frente: excruciante. Na época, achava que era doloroso, mas não fazia ideia do quanto.

- O que aconteceu? - ouço a voz de Nico e me viro para encará-lo parado na porta de entrada. Ao perceber meu rosto cheio de lágimas ele segura meu ombro e me viro abraçando-o. Eu precisava de afeto e ele não tinha culpa de nada, ninguém tinha. A culpa era toda do meu coração por escolher alguém que eu sabia que não teria por muito tempo, mas que insisti por ser teimosa o suficiente para convencer a mim mesma do contrário. - Foi aquele cara né? Foi ele pra quem você ligou? - pergunta vendo o celular na minha mão - Não importa o que ele te disse, ele é um idiota do mesmo jeito. - fala e afaga meus cabelos. Nos soltamos - Você quer que eu te deixe em casa?! - nego sem querer dar explicações.

- Eu vou ficar aqui e tomar um ar. Daqui a pouco eu entro de volta. Vai indo que já te acompanho, eu não quero que você estrague sua noite. Já te pedi antes. Não faz eu me sentir culpada. - Ele me olha desconfiado e pronto para discutir, mas acaba concordando. Quando ele entra chamo o primeiro táxi que vejo. Digo a ele para me deixar no meu prédio e logo depois envio uma mensagem para as meninas e para o Nico.

"Peguei um táxi. Não se preocupem, nada aconteceu. Só me senti um pouco mal e preferi ir pra casa. Vejo vocês depois. Beijo : *"

Desligo meu celular, pois sabia que tentariam falar comigo. Não queria me explicar, nem falar com mais ninguém. Apenas chegar em casa, chorar na segurança do meu travesseiro e me livrar de toda essa dor pelas minha lágrimas. Na esperança de acordar amanhã e perceber que tudo não passou de um terrível pesadelo.

Eu só esperava que da próxima vez que fechasse meus olhos, voltasse a sonhar com o Arthur.

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