AZAHRA - A cidade do céu (EM...

By MyNameIsZoeX

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Ganhadora do #Projeto12meses (primeiro lugar), do #ProjetoUmaDoseAMais (primeiro lugar), do projeto #Escritor... More

Querido leitor...
Dedicatória
GAROTA PROBLEMA
DISCIPLINA
MINHA NAMORADA
A SELEÇÃO
A SELEÇÃO - PARTE 2
IMPORTANTE! - NOTAS DA AUTORA
ESCOLHAS
APENAS AMIGOS
READY - PARTE 1
SOBRE O PRIMEIRO LUGAR NO PROJETO 12 MESES
READY - PARTE 2
READY - PARTE 3
READY - PARTE 4
POV JOHN
JOGO DURO
SALVA
CAINDO
A39
POV MYA - PARTE 1
POV MYA - PARTE 2
POV MYA - PARTE 3
POV MYA - PARTE 4
SURPRESA

TIRO AO ALVO

969 167 346
By MyNameIsZoeX


CAPITULO EXTRA GRAÇAS AOS DUZENTOS VIEWS! <3

DEDICADO AOS LINDOS Sergioroberto15

  e JVHuning <3

Vocês são incríveis, sério! Espero de coração que vocês gostem do que escrevi e juro que a ação tá chegando hihihi
Por favor, opine! Quero muito saber o que vocês estão achando da trama.

Como de costume,  a música do capítulo tá aqui:

times like these <3

Eu não sei o que foi que tomei, mas com certeza servia para derrubar um cavalo. Eu apaguei até a manhã seguinte, acordei quase duas horas antes do despertador. Minha mão latejava forte e ainda estava bem vermelha onde o corte havia sido feito. Fiz cara feia e me levantei tomando cuidado para não esmagar Emme que dormia na curva da minha cintura. Ela reclamou quando me mexi, mas logo voltou a dormir, me ignorando.

Tirei o calção do dia anterior e entrei debaixo do chuveiro. Eu havia chego e capotado, devo ter dormido quase 18 horas e minha cabeça parecia flutuar depois de tanto tempo em stand by. Depois de um belo banho, coloquei meu uniforme e resolvi dar uma olhada em como estava a cidade.

A Cidade em Pé era, na verdade, um prédio enorme. Ela tinha setenta andares e cada um deles tinha cerca de duzentos apartamentos. Nem todos os apartamentos eram ocupados e vários andares eram preenchidos por igrejas, escolas, hospitais, bases militares e tudo mais que uma sociedade comum necessitava para funcionar.

Parte das pessoas que se alimentavam no segundo andar tinham emprego dentro do prédio, mas a grande maioria vivia de um comércio sujo e caro do lado de fora. Assim que eu saí do elevador e fui em direção ao portão pude sentir o cheiro de merda, poluição e enxofre que o vento trazia do lado de fora. A poeira seca dançava no ar entre as barracas de ferro corroídas pelas chuvas ácidas. O sol quase morto dava as caras por trás de finas nuvens cinza. Raramente eu saia por esse lado, evitava ao máximo olhar a pobreza de onde eu tinha vindo.

Eu passava por ali única e exclusivamente para ir ao Joe's, uma vez por mês quando nós recebíamos nosso salário diminuto e comemorávamos sabe lá Deus o que. Sendo o Joel's um bar, as bebidas eram exclusivamente uísque, caseiro e com poder de derrubar um cavalo, e cerveja, que era aguada e vinha com pedaços de algo que acreditávamos fielmente que deveria ser trigo, mas ninguém tinha 100% de certeza. Eles também serviam um ensopado ralo de batatas que matou minha fome quando criança grande parte das vezes em que minha mãe conseguia um turno como garçonete. As coisas haviam mudado desde aquela época, agora as garçonetes não serviam apenas as mesas, se é que você me entende.

Eu entrei pela porta do bar que raramente estava fechado, duas garçonetes dormiam apoiadas uma na outra enquanto Joe roncava em cima do balcão. Procurei Vitta com os olhos e não a achei. Provavelmente ela estava com algum cliente.

Vitta tinha vinte e sete anos, mas nem todos sabiam. Ela tinha o rosto infantil e fazia de tudo para ser o mais sensual que podia, assim mantinha dois irmãos e uma mãe doente que acreditavam fielmente que todo o dinheiro que ela recebia era fruto do trabalho de garçonete. Vitta se chamava Victória, mas ela não gostava quando os outros a chamavam pelo nome, ela costumava me dizer que Vitta era sua personagem, como se ela fosse uma atriz e representasse o tempo todo. Eu a conheci aos dezoito anos, logo que entrei para o EDPC, a comemoração foi além da bebida e resultou na minha virgindade perdida. Desde então eu encontrava Vitta uma ou duas vezes por mês, mas no meio do nosso programa muitas vezes Victória aparecia e chorava, dando a entender que esperava alguém para tira-la daquela vida.

Eu observei o velho bar, a madeira das paredes estava meio podre e o resto era coberto por toalhas xadrez encardidas. O lugar estava mais sujo que o normal, parecia que Joe havia trabalhado bem noite passada. Eu andei até o copo de gorjetas e coloquei duas moedas, sai do bar esfregando a cabeça e me perguntando o que eu queria tanto fazer com Vitta se eu já sabia que, pela primeira vez, eu estava pensando em outra mulher.

O dia passou rápido, minha mão não me permitiu fazer muita coisa, mas eu era bom em mandar e fiz com que todos os novos recrutas soubessem como se carregava uma arma no menor tempo possível. A mira de quase todos era horrível, mas novamente eu me surpreendi com Katherine sendo certeira em quase todos os tiros.

- Onde você aprendeu a atirar? - perguntei enquanto me apoiava ao lado dela

- Meu avô tinha uma arma velha e uma grande quantidade de balas - ela carregava a pistola em sua mão com rapidez, apontou para o alvo e atirou, errando o ponto vital por quase cinco centímetros.

Eu ergui as sobrancelhas para ela e a elogiei.

- Muito bom. Você também sabe lutar razoavelmente bem.

Ela largou a arma e me olhou

- Você me derrubou, preciso treinar mais forte - ela disse decidida - Você podia me ajudar - Ela sorriu pela primeira vez e eu vi as covinhas se formando em suas bochechas, a garota era realmente bonita.

- Infelizmente isso não é comigo, ainda mais depois da minha mão ficar desse jeito - Dei um jeito de sair da situação, mas antes que pudesse continuar inventando uma desculpa melhor, vi alguém com roupas de cores diferentes. Apenas pessoas do topo tinham acesso a esse tipo de vestimenta, era assim que eles eram diferenciados no meio de nós.

A garota problema hoje havia decidido não se misturar, ela usava um jeans apertado que mostrava como os ossos de suas ancas eram saltados, eu pude ver o quanto ela era magra porque a camiseta vermelha estava cortada logo sob os seios. Ela andava lentamente em minha direção, atraindo cada vez mais olhares curiosos, inclusive de Katherine, que media Mya de cima a baixo e fazia cara de poucos amigos.

- Então você conseguiu a vaga de enfermeira aqui? Infelizmente hoje não é dia de ficar sem camisa - Eu falei enquanto tirava o protetor de orelhas.

- Acredite, ver você sem roupa não é tudo o que eu quero - ela parou na minha frente, ignorando uma Katherine vermelha - Vim cuidar da sua mão, esqueci completamente de que precisava ter dado material para você cuidar disso - Ela puxou minha mão pra si e olhou atentamente o estado do corte.

- Vai demorar muito pra cicatrizar? Ele prometeu me ajudar, mas com essa mão não pode fazer muita coisa - Katherine soltou ácida e me fez olhar para ela erguendo a sobrancelha sem entender.

Mya olhou para ela como se notasse a presença dela pela primeira vez e ignorou a pergunta.

- Me ensina a atirar? - ela se virou para mim decidida.

- Tem certeza? Não posso demorar muito, é final do expediente e tem muitos superiores por aqui - ignorei Katherine que, percebendo que eu não gostei da iniciativa dela, largou a arma em cima do balcão e saiu sendo pouco discreta.

- Vaca - Mya rosnou baixo.

- Garota problema... - eu ri baixo enquanto balançava a cabeça.

Eu a puxei pela cintura e a virei de costas para mim, deixando a garota de frente para a mesa. Seu corpo era firme e o perfume dela doce e forte. Eu gostava daquele cheiro. Precisei me esforçar para tirar minhas mãos dela e tentei ser prático, dei o óculos e o protetor que Katherine havia largado para que Mya colocasse enquanto eu preparava a arma.

- Bom... Vou precisar que você mantenha seu corpo firme - falei enquanto voltava pra posição de apoio atrás dela.

Ela concordou com a cabeça.

- Você é destra ou canhota? - falei apoiando minhas mãos em seus ombros.

- Destra - a voz dela não saiu tão firme

Eu sabia que muitos olhos nos observavam. Se eu não confiasse em John, que hoje era meu parceiro de trabalho, com toda a certeza eu jamais faria isso. Afastei os cabelos dela do ombro direito e apoiei meu queixo ali, minha barba roçou na pele descoberta de seu pescoço e eu a senti arrepiar. Sorri por ver o efeito que causava na garota problema.

- Você vai pegar e segurar firme na arma, sem colocar o dedo no gatilho - eu fui dando as instruções em seu ouvido enquanto segurava sua cintura - Agora estique os braços, isso. Com sua mão esquerda dê apoio na direita - estiquei meus braços sobre os dela e mostrei como deixar as mãos na posição certa - Se você não fizer assim a arma ricocheteia.

- Mais alguma coisa? – ela provocou em tom entediado.

Eu sentia o coração dela batendo forte.

- Relaxe Mya - sussurrei em seu ouvido o que a fez engolir seco e respirar fundo - Sinta o peso, imagine que seu braço, arma e alvo são apenas uma coisa, um é extensão do outro. Quando você sentir que está no controle passe seu indicador para o gatilho e ainda não atire. Nós vamos respirar juntos três vezes antes disso.

Mya era uma boa aluna, apesar de eu a desconcentrar um pouco, vi ela reunir sua atenção e seguir tudo o que eu havia dito. Quando o dedo dela foi para o gatilho eu sabia que era a hora.

- Respire fundo comigo três vezes e pressione o gatilho devagar, não se assuste com o som - eu havia deixado a orelha direita dela fora do protetor para que ela me ouvisse claramente.

Respiramos uma, duas, três vezes e ela apertou o gatilho um pouco mais rápido do que eu esperava, quando a arma disparou ela se apertou ainda mais contra mim e tentou encolher o braço. Eu a segurei firme no lugar, passando um dos braços pela sua barriga e apertando o corpo dela contra o meu enquanto segurava a mão dela com a arma esticada, vi meu autocontrole quase ceder. Graças a Deus ela se recuperou rápido do susto e começou a pular de felicidade, literalmente. Eu a soltei e peguei a arma de sua mão enquanto ela ria e olhava aonde tinha acertado.

- Não fui tão bem, podemos ir de novo? É uma das coisas mais legais que eu já fiz!

Ela vibrava fazendo com que os olhos curiosos a nossa volta comemorassem junto com ela. Eu sorri vendo o estado em que ela estava.

- Outro dia e de preferência não aqui. Você vai me fazer tomar uma bronca e tanto garota problema... - eu apertei os olhos e sacudi a cabeça enquanto apoiava as mãos na cintura.

- Talvez eu possa compensar isso... - ela se aproximou, colocou as mãos em meus ombros e me beijou.

Não foi um beijo como os que Vitta costumava me dar, foi rápido e inesperado, mas o fato dela encostar a boca na minha e eu sentir seu cheiro de forma tão próxima fez com que meu autocontrole fosse embora.

Quando pensei em envolver ela em meus braços ali mesmo e intensificar aquele beijo, já era tarde demais. Ela foi embora do mesmo jeito que chegou, me fazendo ficar parado no  enquanto a observava sumir em direção ao elevador.

- Você ensina a garota a atirar e ganha um selinho? Que merda é essa? - John parou ao meu lado rindo da minha cara.

- Cala a boca, sério - Eu o deixei falando sozinho enquanto pegava minhas coisas.

- Vai dizer que está apaixonado? - ele provocou - De onde você conhece a garota classe A?

Eu sabia que isso seria um problema. Revirei os olhos e encarei John.

- Eu a conheci antes de ontem na lavanderia, ontem encontrei com ela no hospital e hoje ela apareceu aqui. Nada planejado, não por mim pelo menos - John me cortou

- Mas está na cara que você tem gostado bastante, até sua calça ficou feliz!

Eu bati nele com a mochila e passei a mão tentando disfarçar qualquer indício de ereção.

John fez piada de mim até o elevador chegar ao meu andar, eu o soquei e mandei lembranças a Daya antes de sair em direção ao meu apartamento.

Nem mesmo a água gelada do chuveiro afastou a lembrança do cheiro e do corpo da garota problema de mim e eu sabia que não ia conseguir lidar com aquilo sozinho então terminei de me lavar, me troquei e saí em direção do Joe's onde Vitta com certeza estaria esperando por mim.

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Obrigada por ler! Espero que tenha gostado :D

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