Blood

By JosyBlue

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A quem diga que o amor é uma arma poderosa. Mas a verdade é que as pessoas não sabem usa-lo. Nesse livro, voc... More

Para meus amigos
Prólogo
Clara Jones: O Começo
Benjamin Edwards: Primeiro Dia
Clara Jones: Inferno
Benjamin Edwards: Primeira impressão
Clara Jones: O lago
Benjamin Edwards: O que está acontecendo?
Benjamin Edwards: Incômodo
Clara Jones: Uma carona
Benjamin Edwards: Diversão
Clara Jones: Confusão
Benjamin Edwards: Uma noite no lago
Clara Jones: Inacreditável
Benjamin Edwards: Um sentimento novo
Clara Jones: Um lugar chamado escola
Benjamin e Clara: O jantar
Clara Jones: A sós com Lucy
Benjamin Edwards: Eu a amo
Clara Jones: O começo do fim
Benjamin Edwards: Uma noite e tanto
Clara Jones: Despedida
Benjamin Edwards: Nada
Benjamin Edwards: Uma dor inexplicável
A carta de uma suicída
Benjamin Edwards: Psicopata

Clara Jones: Salvação

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By JosyBlue

     Ele me deixou em casa às 15:30, para o caso de minha mãe ter chegado não desconfiar, eu olhei para Ben, queria lhe dizer alguma coisa mas não saia nada, tudo que eu consegui dizer foi um "até mais". Entrei em casa e já ia subir para o quarto quando minha mãe entrou, ela me olhou furiosa, eu sabia que não adiantou eu chegar cedo, eles ligariam para ela. Ótimo!
- Você sabia que eu fui arrancada do meu trabalho para ir a sua escola hoje? - disse se aproximando da escada. Parou.
- Sinto muito. - falei de cabeça baixa.
- Sente muito? Mesmo? Você não pode chegar em casa primeiro para poder se cortar? Tem que fazer isso na escola? - primeiro golpe - Responde! -agora ela gritava, eu estava me segurando para não chorar. - E ainda por cima foge! - segundo golpe.
- Mãe desculpa - eu me derramava em lágrimas.
- Desculpa!? Qual o seu problema garota? Por que você faz isso!? - ela puxou meu cabelo me levando para a sala e me jogou no sofá. - Clara sua imprestável! Você sabe o que ele me disse? Que você precisa de uma psicóloga. Você tem dinheiro para uma psicóloga? Tem!? - ela gritava cada vez mais alto e me batia na cabeça - você só me da prejuízo! Some da minha frente sua inútil! Anda! - levantei e sai correndo para o quarto, tranquei a porta e me joguei na cama, meu peito doía, minha cabeça girava, meus olhos se desmanchavam, eu estava morrendo e ninguém notava isso.

     A chuva caia, meu corpo estava dormente, não me sentia mais viva, será que eu morri? Levantei a cabeça e alguém do outro lado  gritava o meu nome, era Ben. Eu tentava gritar de volta mas minha voz não saía, ele caiu no chão chorando. O que estava acontecendo? Ao meu redor ouvi risos. Minha mãe estava ali parada me olhando, ela se desfez, ao seu lado meu pai, se desfez, e todos que me machucaram se desfazendo... Mas Ben ainda estava ali, no chão, chorando. Eu não conseguia me mover, queria lhe falar. Silêncio.

     Arcodei às 2 horas da manhã, estava morrendo de fome, mas não queria descer, meu corpo estava mole e meus olhos vermelhos, eu me levantei e fui para o banheiro, me olhei no espelho e vi aquele rosto destruído, meu Deus! Isso sou eu! Coloquei água na banheira e me afundei nela, eu já tinha tentando me afogar mas na última hora eu emergia de volta, fiquei ali por um tempo pensando em tudo, em como minha vida não fazia sentido, como não sou amada por ninguém, qual a lógica de se estar "viva" nessas condições? Decidi que me mataria aquela noite. Então sai da banheira, me sequei e troquei de roupa,desci silenciosamente, na frente, o espelho, era agora ou nunca. Fui até a cozinha e peguei a faca de cortar carne, quando já ia subir, um cara de 1,70 de altura, cabelos grisalhos, pardo, um tanto atraente parou na minha frente, devia ser um dos homens da minha mãe.
- O que está fazendo? - perguntou
- Nada. Só vou fazer um sanduíche.
- E precisa de uma faca desse tamanho?
- É para o presunto. - ele se aproximou lentamente de mim e colocou meu cabelo para de trás da orelha.
- Sua mãe esta dormindo, quer que eu coloque você para dormir também? - ele começou a beijar meu pescoço.
- Me largue - eu o empurrei e saí correndo, subi desesperadamente as escadas e me tranquei no quarto. Isso jamais voltaria a acontecer.
       Estiquei meu pulso esquerdo a frente do meu corpo, lágrimas caiam como uma cachoeira, toda minha vida foi uma tragédia, cheia de ódio, desprezo, violência, culpa.... Mas agora isso iria acabar, eu iria por um fim à isso. Posicionei a faca e ... Um barulho na janela...olhei atônita...outro...pareciam pedras. Fui até lá para ver o que era. Ben. Ele estava olhando para cima esperando que eu abrisse.
O que ele estava fazendo aqui?
- Ben? O... O que faz aqui?
- Não sei. Eu estava dormindo e...quis vir aqui...não sei por que. - ele ficava jogando uma pedra para cima, sob a luz da lua ele estava mais branco que o normal - o que esta fazendo?
- Nada. Eu....estava dormindo.
- Desça aqui, meu pescoço já esta dormente. - ele fez um movimento circular com a cabeça.
- Não posso. Se minha mãe souber que....
- Qual é!? Venha até aqui. Pule. Nem é tão alto, você pode pular daí.
- Você está louco? Não vou fazer isso.
- Venha de uma vez. Não tenho a noite toda.

     Quando me vi estava com Ben no mesmo lago, ele me deu uma garrafa de cerveja e ficamos ali, sem dizer uma palavra. Ele era tão misterioso, quase não falava nada mas tinha um poder de persuasão incrível, seus olhos não transmitiam emoções, era difícil dizer o que ele estava sentindo. Ele eu não sei, mas eu estava sentindo me mais tranquila, eu não morrera, talvez não fosse o momento certo. Não confio em Ben, não confio nas pessoas, mas no último momento ele me salvara. - Você está com uma cara péssima - disse.
- Isso por que você não me viu mais cedo.
- Clara eu...não gosto da ideia de ter que ficar aqui com você. Mas tem algo que não me deixa ir embora e é a mesma coisa que me acordou essa noite. - Ele se virou e olhou no fundo dos meus olhos, não sei o que ele queria dizer com isso. Ben estava ali por que se sentia obrigado? Eu não pedi pra ele me "salvar", na verdade quem disse que era isso que eu queria? Eu deveria está morta agora, não aqui tomando cerveja com um cara que eu conheço a um dia.
- Se está aqui obrigado, vá embora, não pedi para vir, não pedi que me impedisse de tirar minha própria vida, não pedi que me salvasse - as palavras fluíam como uma torrente de água - Ande Ben! Vá embora! - comecei a chorar de novo.
- Não Clara. Eu não vou embora. - e ele ficou ali.

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