Soul Rebel-segunda temporada

By soulrebelfanfictt

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Eles tem uma alma rebelde! More

Capítulo 1 - My Final, Not So Happy
Capítulo 2 - I Just Wanted It All Back
Capítulo 3 - Nem Sempre Se Compare a Mim!
Capítulo 4 - Dont Make Me Sad, Dont Make Me Cry
Capítulo 5 - Set It On Fire
Capítulo 6 - Guerra Declarada
Capítulo 7 - We Run The Night
Capítulo 9 - Dama do Tráfico
Capítulo 10 - Hide My Head I Want To Drown My Sorrow
Capítulo 11 - Wanting To Die
Capítulo 12 - No Lies, No Wrong
Capítulo 13 - Pedido De Mãe
Capítulo 14 - A Missão É Ser Patroa
Capítulo 15 - Não Quero Parecer Tão Fraca
Capítulo 16 - Perdendo a Cabeça
Capítulo 17 - You Never Really Can Fix My Heart
Capítulo 18 - Torna-te Aquilo Que És.
Capítulo 19 - You Belong With Me
Capítulo 20 - The Moment I Could See It
Capítulo 21- Turn To U (parte 1)
Capítulo 22 - Turn To U (parte 2)
Capítulo 23 - One Step At A Time
Capítulo 24 - I Like The Way It Hurts
Capítulo 25 - Change
Capítulo 26 - You Are The Only One
Capítulo 27 - People Help The People
Capítulo 28 - Hot Mess
Capítulo 29 - Tonight I'm Gonna Dance For You
Capítulo 30 - Tonight I'm Gonna Dance For You (Parte 2)
Capítulo 31 - Reason
Capítulo 32 - But I Will Take My Chances
Capítulo 33 - Soul Rebel
Capítulo 34 - New Life
Capítulo 35 - Well Run Away If We Must
Capítulo 36 - Well Run Away If We Must (Parte 2)
Capítulo 37 - Forgiveness
Capítulo 38 - That God Blessed The Broken Road
Capítulo 39 - Danger
Capítulo 40 - Never Looking Down
Capítulo 42 - I Wont Give Up
Capítulo 43 - Never Let U Go
Capítulo 44 - Mine
Capítulo 45 - Always By Your Side
Capítulo 46 - Poker
Capítulo 47 - Vows Of Love

Capítulo 41 - Angel

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By soulrebelfanfictt

As dores não eram intensas, era coisa boba, mas eu estava assustada, estava sozinha. A tempestade tinha começado e acho que isso dificultava um pouco eles me ouvirem pedindo por ajuda. Sentei-me em um dos degraus da escada, controlando a respiração e não parei um minuto de clamar por ajuda. Alguém tinha escutado as minhas preces e senti um alivio em meu corpo quando escutei abrirem as trancas.

– Graças a deus. – disse me levantando com dificuldade.

– Que é piveta? Olha as coisas não estão muito boas pro seu lado aquieta o seu faixo, pelo menos até fazerem à cesariana.

– Que cesariana? Vocês estão ficando loucos? Minha bolsa rompeu o Jason vai nascer. – disse nervosa sentindo as contrações me obrigarem a forçar o cenho.

– Que? – ela disse um pouco incrédula.

– A bolsa. – disse com calma olhando o chão molhado. – A bolsa estourou.

– Vai nascer? – ela perguntou assustada.

– Sim. Alexia pelo amor de Deus eu preciso ir ao médico eu preciso da minha médica...

– Paul. – ela berrou sem me deixar terminar de falar. – Paul. – ela berrava desesperada.

– Que é? – segundos depois ele chegou afobado, no mínimo veio correndo.

– Temos problemas.

– Ela tentou fugir de novo? Eu vou matar essa vagabunda. – ele disse nervoso vindo pra cima de mim, mas Alexia o segurou.

– Não... ela não tentou fugir. – disse séria

– Então o que foi, porra?

– A bolsa. – ela disse nervosa procurando as palavras certas. – A bolsa rompeu... Vai nascer.

– Como?

– Vai nascer cacete a bolsa dela estourou. – ele estalou os olhos.

– Isso não pode acontecer... O Marconny saiu.

– E você acha que não sei?

– Não tem sinal para a cidade, os telefones não pegam! Isso só pode ser brincadeira...

– Claro que não idiota, olha. – ela apontou o chão.

– Merda. Garota se isso for mais uma das suas farsas eu vou me esquecer do seu estado. – ele rosnou e eu me recuei para trás com a mão repousada na barriga.

Apenas queria me certificar de que nada de errado aconteceria com o meu filho.

– Você tem que dar um jeito de tirar ela daqui...

– Não tem como sair! As estradas estão fechadas a ponte desabou, estamos ilhados e sem sinal.

– Seu idiota... Eu disse que isso iria acontecer! Vocês são burros. – Alexia saiu do quarto soltando fogo.

– O que você está sentindo? – ele perguntou meio confuso.

– Eu preciso de um médico e não de suas perguntas idiotas. – falei entredentes começando sentir que a dor aguda se acentuava em meu centro e me curvei com a mão ainda na barriga.

Alexia havia voltado para o quarto e estava andando de um lado para o outro tentando falar com alguém no celular. Foi só o tempo de me sentar na cama para sentir aquela dor forte, parecia que eu estava sendo arrebentada por dentro, soltei um urro de dor e deitei meu corpo no colchão me contorcendo. A duração foi pouca mais a intensidade foi forte, as contrações haviam começado, meus olhos estavam marejados e eu já estava com vontade de chorar, por mais que eu estivesse me segurando eu estava com medo.

– O que foi isso? – Paul perguntou se assustando com os meus gritos

– As contrações dela começaram. – Alexia disse indo até o armário e jogando uma pilha de travesseiro no chão. – Vocês precisam levar essa garota para o médico.

– Olha a tempestade que está lá fora. – Paul gritou. – Eu já tentei passar com a caminhonete, mas não vai.

– Vocês fazem tudo errado! O Marconny sabia muito bem que isso a qualquer hora poderia acontecer e o pior ele viaja e ainda leva o helicóptero. – disse Alexia deixando transparecer a preocupação e o nervosismo

Ela pegou a pilha de travesseiro e jogou na ponta da cama os aconchegando. Os dois discutiam, mas eu estava começando a ficar transtornada de dor.

– Deita. – ela ordenou e eu me arrastei me acomodando.

– Vocês não podem me deixar aqui. – disse liberando o choro. – Meu filho vai nascer.

– Calada. – Paul gritou e quando eu fui o xingar outra vez eu tive outra contração.

Segurei com força os lençóis e soltei um grito agudo, pois aquela foi mais forte que a outra e durou muito mais, a dor vinha das costas até o pé da barriga. Eu fiquei um bom tempo deitada naquela cama, sentindo as contrações chegarem mais forte e o suor transpirando cada vez mais em meu corpo. Jason já não se mexia mais e cada minuto que passava eu senti que ele precisava nascer, Alexia e Paul tentavam de todas as formas sair dali, mas era impossível a chuva só piorava.

POV Justin

Eu sei que nenhumas daquelas pessoas tinham culpa dos meus problemas, mas eu faria qualquer coisa pra encontrar a Cassidy. Os caras que tinham morrido na minha casa não eram nada perto da tropa que estavam comigo, eu tinha parado a porra da cidade, meus homens estavam por toda a parte, não me importava se a policia estava no meu encalce, não me importava que eu estivesse chamando as atenções eu só queria encontrar a Cassidy.

– Caralho Drew, já invadimos todas as bocas existentes nessa cidade, ta na hora de mudar isso. – Ryan encostou perto de mim.

– Ta mesmo, vamos mudar essa porra. Vamos invadir a casa de cada verme que está envolvido com o trafico e o sistema.

– Que?

– Começando pela casa do Governador eu quero que vocês toquem o terror.

– Está ficando louco? Esqueceu como a banda toca?

– Por isso mesmo que agora as coisas vão ser diferentes... Com certeza tem alguém patrocinando o filho da puta e eu quero descobrir quem, só que invadir boca, da tiro em nóia não ta adiantando, estou nadando contra a maré... Eu quero lutar com bicho grande. Nenhum politico quer ter seu nome envolvido nos esquemas, época de eleição, eles querem ser os reis da sociedade. Sou uma ameaça pra todos eles, o tráfico e a lavagem de dinheiro não funcionam como antes e bancar o magnata pra tentar me derrubar é lucro.

– Você tem que ser mais cauteloso...

– Cauteloso é o caralho. A responsabilidade é minha e o comando é meu... Vou atacar a casa deles e ninguém vai tirar isso da minha cabeça. – destravei o fúsil caminhando até o carro.

– Quatro mortos. – Jaden disse se aproximando.

– Bota no saco e envia de presente pro Governador.

Eu só estava focado em uma coisa: encontrar a Cassidy. As pessoas nunca tinham lidado com uma situação daquelas. Meus homens andavam armados pela cidade até os dentes, quaisquer lugares que tinham pistas do Marconny nós invadíamos, mas eram apenas rastros nada do que me levasse realmente a ele. O filho da puta planejou tudo com os mínimos detalhes o tempo que passei no Brasil foi o bastante pra ele se criar. Descobri várias coisas e o tal Paul, era conhecido sim. O moleque era filho do Peter o antigo aliado do Marconny que desapareceu do mapa, Brian disse que ele morreu com um furo na cabeça dado por Marconny, mas duvido que o cara se aliaria com alguém que matou seu pai, só sei que ele era novo na bandidagem, mas tinha muita experiência, experiência até demais, não é qualquer um que ingressa no treinamento da Swat, mas a corrupção falou mais alto e ele rodou. Um grande aliado para o Marconny, ex-agente filho de um ex-agente do FBI, o cara era um porra louca de profissional, tudo o que fizeram foi com muita experiência e isso estava dificultando meu lado.

– Bieber. – Brian chamou minha atenção. – Telefone.

– Quem é? – ele deu de ombro e eu tomei o telefone da mão dele, ainda estava com raiva, ele escondeu de todos nós que estava atrás da Alexia, ele queria salvar aquela vagabunda nas minhas costas. – Fala.

– Papai. – a voz chorosa de Julie suou no telefone e aquilo me partiu.

– Oi, minha boneca. – me afastei dos caras sentindo um nó na garganta.

– Papai volta pra casa... Eu não quero mais ficar na casa da vovó. – ela disse segurando o choro. – Eu quero ir pra casa, com você e a mamãe. – pude escutar seus soluços.

– Sem choro Julie... Nós vamos voltar pra casa só vai demorar mais um pouquinho, eu prometo.

– Mas eu não quero mais papai... Não quero mais ficar aqui. Volta? – desde que a Cassidy tinha sumido eu não tinha ido ver ela, eu não conseguia conviver com aquela situação eu era um covarde, egoísta.

– O papai ta ocupado... Depois eu te ligo. – disse fugindo outra vez da situação, ela suspirou devido ao choro. – Eu te amo.

– Também te amo papai. – finalizei a ligação secando os olhos.

Respirei fundo, voltando com o gás que estava antes.

– O govenador está indo pra um comício. – Ryan disse.

– Ótimo, podem arrumar tudo que eu vou agir...

POV Caissy

– Cassidy toma. – Alexia me estendeu um copo de água, mas eu neguei sentindo minhas mãos trêmulas.

Estar naquele lugar na situação que eu estava apenas aumentava a minha tensão. O medo, a dor tudo me tomava naquele momento. Jason tinha que resistir, se ele nascesse eles o tirariam de mim.

– Eu não quero. – disse em meio ao choro.

Eu me sentia muito fraca, não conseguia ouvir nada, não conseguia mover nada, não conseguia formular respostas coerentes para aquela situação toda, a dor era fortemente intensa. Estava suando frio, meu cabelo estava completamente molhado de tanto suor, o tempo pra respirar estava ficando pequeno, as contrações chegavam cada vez mais com intensidade. Já fazia horas que eu estava naquela posição e eles não tomavam atitudes.

Como se meu cérebro fosse uma televisão, tudo começou a chiar. O chiado ficava mais forte e causava uma intensa dor em minha cabeça, eu me lembrava de tudo, me lembrava de quando Julie nasceu, queria que Justin estivesse do meu lado, queria que nada disso estivesse acontecendo.

– Dona Alexia. – a empregada entrou no quarto. - A senhora me mandou ficar lá embaixo, mas eu não posso a tempo que estou escutando essa menina gritar. Se não levarem ela logo ao hospital, o filho dela nasce não.

– Cala boca velha idiota. – Alexia gritou nervosa tentando empurrar a mulher.

– Vocês não vão conseguir sair daqui. Em dias de chuva ninguém consegue... Acho melhor tu fazer o parto da criança ou então vão perder ela. – Marta disse e aquilo me assustou. – As crianças costumam nascer em época de tempestade parecem que adivinham...

Soltei um grito agudo, chamando a atenção das duas, aquilo parecia que iria me arrebentar por dentro, a dor vinha desde as costas e se estendia com intensidade na barriga, era com uma forte e intensa cólica.

– Me de licença. – a velha posicionou minhas pernas e me examinou depois lançou um olhar assustador para Alexia. – Ela tem facilidade em induzir o parto, posso perceber a criança descendo.

– Não pode ser... Ela tem que aguentar. – Alexia berrou nervosa – Você tem que segurar a criança, garota.

– Venha cá minha jovem, isso não é questão de segurar ou não... Ou o parto dela é feito, ou vocês podem dar adeus à criança. – as dores se intensificavam e eu lembrava a minha médica me mandando fazer força, mas eu tinha medo.

– Saí daqui! – Alexia gritou nervosa levando as mãos à cabeça como se não quisesse mais ouvir o que a mulher lhe dizia e em súbito a Marta a obedeceu saindo do quarto.

Alexia começou a andar de um lado para o outro, como se fosse enterrar os pés no chão, ela fez isso durante um longo tempo.

– Merda! Merda. Isso não pode estar acontecendo! – ela gritou chutando as coisas em sua frente.

Gritei mais uma vez sentindo a dor em cada músculo meu. Não dava mais para segurar.

– Vai nascer. – falei em meio ao cansaço e desespero e Paul e Alexia me olharam assustados.

– Eu vou fazer a merda desse parto! – Alexia disse firme vindo pra minha direção e me encolhi na cama.

– Não Alexia. – gritei me contorcendo.

– Cala a boca! – gritou nervosa e senti medo.

POV Alexia

Eu ainda não estava acreditando que teria coragem de fazer aquilo, a cada grito que a Cassidy dava eu sentia uma sensação diferente tomar conta de mim. Franzi o cenho sentindo meu estômago revirar, estava sentada de frente para as pernas abertas da Caissy e encarar aquela dilatação me deu náuseas, mas era uma vida que estava ali, um bebê indefeso como minha Julie um dia foi. Meu corpo me obrigava a salvar aquela criança. Minha mente foi tomada por pensamentos insanos, e lembranças do passado. Aquilo me atingia fortemente causando uma dor no peito. Quem eu fui? O que eu fiz? Uma imensa escuridão tomava conta da minha cabeça, uma onda sentimentos atingia meu coração. As marcas do passado se tornavam visível e aquilo doía, doía a cada arrependimento que batia, doía era como se eu estivesse definhando. Os gritos da Caissy me deixavam tensa, como se eu pudesse sentir toda a dor que ela estava sentindo. Um desespero subiu fechando minha garganta seca.

– Vamos, Cassidy! Faça força! – gritei desesperada.

– Eu não estou aguentando. – ela sussurrou fraco depois de fazer força.

– Ela está muito fraca! – gritou Paul desesperado.

– Cala a boca, ela tem que empurrar essa criança! – gritei.

Olhei para o rosto dela vendo seus olhos revirarem e suas mãos que apertavam fortemente o lençol da cama começaram a perder a força.

– Não, Cassidy! Não! – gritei olhando para o meio de suas pernas e já podia ver a cabeça do neném. – Continua! – gritei em meio ao desespero observando seus olhos fecharem. – Filha da puta, não desmaia! – meu peito acelerava, eu não podia fazer aquilo sozinha.

– Ela desmaiou. – Paul gritou como se eu não tivesse percebido.

– Vá chamar a Marta, seu inútil! – gritei batendo no rosto de Cassidy para que ela acordasse.

Olhei de volta para o pouco que podia ver do bebê e um impulso tomou conta do meu corpo. Comecei a empurrar sua barriga para baixo com toda força que eu podia. Não sabia oque estava fazendo, era como se meu corpo agisse sozinho, como se fosse natural de uma mãe para salvar um filho. Meus pensamentos rodavam em Julie e meu corpo agia sozinho. Pressionei mais sua barriga já imaginando que o bebê já podia estar em sofrimento parado ali na metade do canal.

– Alexia, o que está fazendo? – Paul perguntou alterado de volta ao quarto junto com a Marta.

– Tentem acordar ela, tentem acordar ela! – gritei desesperada ainda pressionando sua barriga e percebendo que o bebê estava saindo lentamente.

Marta se pôs ao meu lado com um pano branco em sua mão um pouco molhado e pôs próximo ao nariz da Cassidy fazendo ela respirar aquilo. Prestei atenção ainda empurrando sua barriga e de repente senti um arrepio em todo o meu corpo quando ouvi o choro do bebê. Cassidy despertava lentamente enquanto eu me afastava da cama e Marta corria até o bebê para cortar o cortão umbilical com a tesoura que havia trazido. Eu dava passos lentos pra trás querendo me distanciar daquilo. Olhei minhas próprias mãos como se eu mesma duvidasse de mim por ter feito isso. Eu consegui. Como? Minha boca secou e Cassidy abriu os olhos enquanto Marta enrolava a criança no lençol completamente suja de sangue. Senti a parede chegar atrás de mim e o mundo não fazia mais sentido. Meu lado humano floresceu com aquela cena, com aquela atitude que eu tomei e definitivamente aquilo não me fez bem, eu estava começando a ficar zonza. Era como percebi que vivi todo esse tempo feito uma louca e só tomar consciência disso agora. Tudo o que fiz esse tempo todo foi em vão, tudo o que senti foi em vão, as apunhaladas que a vida dava naquele momento me faziam fraquejar, era como abrir os olhos a beira de um precipício a ponto de cair. Perambulei durante tempos para entender que eu não tinha rumo, não tinha escolha nada do que fiz foi certo, nada pelo o que lutei era meu. Eu podia lutar contra o choro encubado dentro de mim, mas não podia lutar contra os pensamentos, não podia lutar contra o meu pior inimigo, contra o meu pior demônio eu mesma. Eu era o meu pior pesadelo. Sempre tive tudo o que quis, mas a verdade é que eu nunca tive nada... nada que eu dizia que era meu, de fato era meu e nunca foi. Justin, Julie... essa era a vida que eu queria ter, essas eram coisas que eu queria ter, mas eu não tinha. Essa não era a minha vida e eu não sabia de fato qual era a minha vida. Senti-me estática quando vi aquela criança nascer, quando escutei o choro daquele ser indefeso. Meus olhos lacrimejaram enquanto Marta passava o bebê para Cassidy segurar. Aquele olhar que ela lançava para ele, era o tipo de olhar que eu nunca poderia lançar para um filho vindo do meu ventre. Julie não era minha, mesmo que eu quisesse. Meu sangue não corria em suas veias, não importa o quanto eu ignorasse isso, isso nunca se tornaria verdade. Quem sou eu? Quem sou eu de verdade? Estava completamente perturbada.

POV Caissy

Meus olhos despertavam lentos e o choro de Jason invadia meus ouvidos como se eu já pudesse reconhecer sua voz. Aquele choro ficaria gravado em minha mente, senti aquela emoção outra vez, foi uma das maiores bênçãos que tive ouvir aquele chorinho rouco e falhado me fez sorrir involuntariamente mesmo fraca. Me ajeitei na cama e meus olhos procuraram por ele, eu tinha que vê-lo e me certificar de que ele estava bem. Marta cortava o seu cordão umbilical e reprimi os lábios sentindo as lágrimas descerem. Logo após ela o enrolou no lençol. Aquele ser miudinho, tão pequenininho vinha finalmente para os meus braços.

– Seu garoto. – ela deitou Jason em cima de mim e ele chorava, descontroladamente.

Eu sentia como uma mascara gelada em meu rosto, as lagrimas me dominavam. Beijei a mãozinha dele, fechando meus dedos sobre a pequena mãozinha o aquietando, senti novamente uma sensação boa invadir meu coração. Jason foi cessando o choro devagar como se me reconhecesse. Os sentimentos mais sublime que Deus criou, o amor, eu venerava Jason ele era o meu porto seguro, todos os medos que senti foram embora quando ele chegou. Eu me sentia mais forte. Senti minhas pálpebras tremerem e minhas lagrimas caiam molhando meu príncipe. Mesmo com meu coração inteiro em calmaria, meus pensamentos ainda me confundiam eu não sabia o que havia acontecido. Levantei meu rosto vendo Alexia olhar tudo anestesiada num canto da parede.

– O que aconteceu? – perguntei fraca voltando meu olhar para Marta.

– Alexia fez um excelente parto. – Marta brincou se levantando da cama com um sorriso doce e voltei meu olhar a Alexia percebendo que ela chorava.

– Alexia? – sussurrei baixo sem acreditar naquela informação.

– Sim, mas agora você precisa descansar. Você está muito fraca. – disse mexendo em alguma coisa que eu não prestei atenção, pois meus olhos não saíam de Alexia.

Eu não estava preparada para aquele sentimento que eu estava sentindo por ela. Eu não estava preparada psicologicamente para agradecê-la. Era como se aquela informação fosse falsa a ponto do meu próprio corpo renega-la. Marta beliscou devagar meu braço e me virei vendo-a injetar um liquido.

– Não! – reclamei. – O que é isso?

– Você tem que descansar! – disse pegando Jason dos meus braços e me desesperei sentindo o líquido já fazer efeito em minhas veias me deixando zonza.

– Não, não tirem ele de mim por favor. – falei fraca sentindo as imagens se distorcerem e Jason começou a chorar alto.

Alexia caminhava devagar até parar na minha frente me olhando de um jeito que nunca havia me olhado, mas eu não conseguia me manter acordada.

– Me perdoe por tudo. – ela sussurrou doloroso e eu apaguei com o choro de Jason ao longe.

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