NOVEMBRO

By vanessasmarine

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Amanda Horstmann foi expulsa do time de futebol da escola (sua maior paixão) e, entre esse acontecimento, des... More

:: PRIMEIRA TEMPORADA ::
1 - Expulsão
2 - Conclusões
3 - VHS Misteriosa
4 - Eleonor, Minha Mãe
5 - Uma Ideia
6 - Batalha de Bandas
7 - Destrancando Segredos
8 - Orvalho
9 - Desmosqueteiro
10 - A Ideia
11 - Admirando O Fracasso
12 - Correndo (Literalmente) Atrás
13 - A Proposta
14 - Segunda Tentativa
15 - Planejamento
16 - Vem, ônibus!
17 - Meu Namorado de Mentira
18 - Cara ou Coroa?
19 - Primeira Aula
20 - Palavras que Machucam
21 - Coisas de Garotas
22 - Novata #1
22 - Novata #2
EXTRA - [DOCE] FERNANDO AMARGO
24 - Amarga
25 - Gabriel Gostosão
26 - Expandindo o treino
27 - Amargo Jogo
28 - A Peneira
29 - Mais segredos
30 - O Diário
31 - Ajuda Inesperada
32 - Encontrados
33 - Banda de Última Hora
34 - Gabriel e os Outros
35 - Repertório
36 - O Show
37 - Presente Inesperado
EXTRA - GABRIEL (GOSTOSÃO) FERNANDES
38 - Itamira Café
39 - Açude
40 - A Caixa
41 - Cara a Cara
42 - Construindo Lembranças
43 - Admitindo Sentimentos
44 - Provas e Jogos
45 - Uma Vez FHS...
46 - A Final
47 - Explicações
48 - Precisamos Conversar
49 - 28 de novembro
50 - 281º dia
51 - Presentes
52 - Por Um Dia
EPÍLOGO - PARTE 1
EPÍLOGO - PARTE 2*
EXTRA - PEDRO (MOSQUETEIRO) FERNANDES
HISTÓRIA NOVA
NOVEMBRO, O LIVRO, E UM TEXTÃO DE ANVIERSÁRIO
::SEGUNDA TEMPORADA::
1 - O Que Aconteceu Em Porto Seguro
50% DE DESCONTO

23 - O dia Seguinte

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By vanessasmarine

Meu despertador soou.

A princípio eu não queria ir à escola e ouvir tudo o que aquelas pessoas tinham para dizer sobre mim e para mim, mas se eu não fosse, só estaria adiando os comentários e provocações. Me esconder também faria com que tivessem certeza que eu estava mal pelo acontecido, e por mais que eu realmente estivesse me sentindo assim, ninguém precisava saber. Uma coisa era eu estar mal, outra bem diferente era eu demonstrar isso. Se eu fingisse não me importar, talvez as pessoas esquecessem que eu fui a oferta daquele ano...

Ah, quem eu estou querendo enganar? Eu fui vista vestindo uma camisola preta quase transparente, enquanto uma líder de torcida me molhava com uma mangueira! Falando assim até parece uma cena de um filme pornô. Eles nunca se esqueceriam disso. Eu nunca vou esquecer daquela cena.

Praticamente não consegui dormir naquela noite. Fiquei com a cabeça enterrada em meu travesseiro enquanto aquela cena voltava na minha mente a todo momento, tão viva quanto o fato em si. Os olhos das outras pessoas pareciam mais acusadores enquanto eu lembrava, a água da mangueira parecia mais fria, a fragilidade em meu rosto era mais evidente... Tudo era pior. A cada segundo que se passava, tudo era pior.

Já vestida com a camiseta do uniforme, fui até a cozinha e encontrei meu pai, ainda sem desconfiar da desculpa esfarrapada que eu inventei na noite anterior sobre eu ter desistido de dormir na casa de Jéssica. Desculpa tão esfarrapada, que nem eu mesma lembrava qual era, se ele tinha acreditado plenamente ou não. A partir do momento em que entrei no metrô com Pedro e Gabriel, tudo o que se seguiu depois era um borrão.

Entrei no FHS com a mesma pressa que saí da casa de Jéssica no dia anterior. Queria evitar os olhares, os comentários, entretanto não fui rápida o suficiente. Antes mesmo de eu entrar na sala, um garoto me puxou pelo braço e começou a falar:

– O que está vestindo por baixo, docinho?

Não, ele não estava perguntando isso com malícia, mas sim com um tom de deboche. Mas mesmo se fosse com malícia, me puxar pelo braço não era lá uma coisa muito correta. Eu não iria ouvir aquele tipo de coisa e simplesmente ficar calada. Além disso, docinho era apelação demais.

– Alguma coisa que eu peguei emprestada com a sua mãe – respondi e puxei com força meu braço, tirando-o de sua mão.

No mesmo instante o sorriso do garoto desapareceu de seu rosto.

Xingar a mãe de alguém é o clássico do início dos barracos verbais – ou até mesmo barraco físico.

– O que disse?! – perguntou aproximando-se mais dois passos e estufando o peito.

Ele parecia um galo de briga naquela posição e por um instante eu me perguntei se ele teria mesmo coragem de me bater.

– Disse que peguei a roupa emprestada com a sua mãe.

Nesse momento, a pequena linha tênue que nos separava da grande batalha do ano se rompeu, e o que era dúvida virou certeza: ele tinha coragem para me bater, sim. Mas antes que ele tentasse quebrar algum dos meus finos braços, foi impedido por algumas pessoas que estavam ao nosso redor que falavam "tá maluco de bater em mulher" e coisas do tipo.

– Vagabunda – disse o galo de briga cuspindo no chão, perto de onde eu estava, quando finalmente foi controlado fisicamente por seus colegas.

Vagabunda? Vagabunda?

Dessa vez foi minha vez de avançar em direção ao garoto buscando socar aquele nariz cheio de cravos adolescentes ou pelo menos arranhar aquelas bochechas enorme, mas algo me impediu de fazer essas coisas: quatro mãos: os Fernandes.

Gabriel deixou que apenas Pedro me segurasse, para que ele pudesse se colocar na minha frente, entre o garoto e eu (e também porque Gabriel não era forte o suficiente para me segurar).

– Fica longe dela, está me ouvindo?

– Onw, que fofo, o namoradinho defendendo a namoradinha – disse o garoto em tom provocativo.

– Ei, ei, ei! – protestou Pedro ainda me segurando. – Olha como você fala com os meus irmãos, Alexandre.

Quando percebeu que era Pedro quem falava, o garoto imediatamente se calou.

Eu não sei como explicar isso. Acho que só quem conhece Pedro pessoalmente sabe o que eu quero dizer quando digo que ele impõe respeito de uma maneira mágica. Era como se ele fosse uma espécie de Barak Obama do colégio. O que ele falava, era lei. As pessoas o respeitavam de um jeito que eu não entendo, apenas sei.

Pedro me soltou quando viu que eu não era mais ameaça para ninguém e começou a falar:

– Eu não quero ouvir nenhum comentário sobre o que aconteceu ontem à noite – agora Pedro estava se referindo às pessoas que haviam se juntado para ver a briga. – Nenhuma espécie de provocação. Nenhuma.

Todos ficaram em silêncio sem protestar e isso me deixou puta da vida. Porque obedeciam a ele e a mim não? Até quanto eu teria que me esconder atrás da defesa masculina de Pedro e Gabriel?

– Agora andem – disse Pedro movimentando a mão com impaciência.

Assim como surgiram, as pessoas se dispersaram antes que alguma autoridade da escola pudesse chegar e ver o que estava acontecendo de fato.

– Eu só queria saber uma coisa... – eu disse quando todos se afastaram, o rosto ardendo de raiva. – Como todo mundo sabia que eu estava na casa de Jéssica?

– Alguém espalhou de última hora que as líderes de torcida iriam fazer uma apresentação naquele endereço, mas ninguém sabia que era a casa de Jéssica porque ela é novata. Se eu soubesse que era a casa dela, suspeitaria de algo já que eu sabia que você estava lá – Pedro respondeu.

Fiquei em silêncio por um tempo enquanto o pátio ficava mais vazio a cada minuto, com os alunos me olhando de esgueira antes de entrar em suas salas.

– Você vai fazer alguma coisa? – Gabriel perguntou.

– Não tem nada que eu possa fazer. Até imagino as pessoas dizendo que eu fui à festa porque eu quis... O que é verdade. Mas o que eu não queria era aquilo. Nem esperava... O pior é que não me obrigaram a fazer nada. Eles têm todos os argumentos a favor deles. E o que o diretor pode fazer? Tudo aconteceu fora da escola e, tecnicamente, ele não tem como mandar no que os alunos fazem fora daqui – eu dei de ombros. – Além do mais eu já fiz o que poderia ter feito: soquei o olho da Jéssica.

Pedro deu uma risadinha e me puxou para um abraço, beijando o topo da minha cabeça.

- É por isso que eu te amo.

- Eu não queria ter precisado socar o olho dela – reclamei. – Bom, é melhor a gente ir para a sala – suspirei depois que o sinal parou de tocar, saindo do abraço de Pedro.

– Qualquer coisa me chama, ok? – ele disse.

– Ok – disse lançando um sorriso forçado.

Pedro virou as costas e foi para a aula.

Gabriel e eu ficamos nos encarando por um tempo sem dizer ou fazer alguma coisa, até que eu decidi começar a caminhar até a nossa sala.

Demorou alguns segundos para ele reaparecer em meu lado, ainda em silêncio, com suas mãos enterradas nos bolsos do uniforme, com a cabeça baixa e uma mecha de seus cabelos lisos caindo sobre os olhos. Parecia que ele estava se sentindo culpado por tudo o que aconteceu. Eu queria dizer algo que o confortasse, dizer que ele não tinha (tanta) culpa, mas eu estava cansada demais para dizer tudo isso. Eu já havia falado demais e nem eram sete horas da manhã exatamente.

Caminhamos juntos, sem realmente estarmos juntos, até a nossa aula, com algumas pessoas que estavam no caminho sussurrando alguma piadinha infame para mim, mesmo depois da "ordem" de Pedro.

Quando finalmente entrei na sala, me sentei no lugar de sempre e larguei minha mochila ao lado da cadeira. Gabriel fez o mesmo, se sentando em minha frente e se sentou de frente para mim.

– Me desculpa – disse num pio.

– Não foi culpa sua...

– Mas eu fui estúpido com você.

Parei alguns instantes para pensar no que ele acabara de dizer.

– É, você realmente foi – eu disse. – Mas não foi exatamente por sua causa que eu fui à festa de ceroulas, foi por que...

Aí eu expliquei toda a história da ligação, shopping, conversa sobre futebol...

– Mas eu tive certa parcela nisso tudo o que aconteceu – insistiu depois de ouvir a história calmamente. – Se eu não tivesse te chamado de...

– Bom dia, classe. – interrompeu a professora de química, quando entrou na sala.

Gabriel se calou imediatamente e se endireitou em sua cadeira, coisa que ele não faria se fosse qualquer outro professor no lugar daquela, que cobrava postura adequada, silêncio extremo etc., etc.

– Te desculpo se isso te fizer dormir durante a noite – sussurrei em seu ouvido enquanto a professora anotava algo na lousa com o pincel atômico.

Gabriel se virou rapidamente apenas para me lançar um tímido sorriso em agradecimento e logo virar para frente e pegar seu livro de química de dentro da mochila.

Hellooooooooooooou

Tudo bem, gente?! Que bom.

Tenho uma surpresa para vocês: a antologia "Próxima Parada" da qual eu, canelacomentaqueenbrubsMarceleCambesesJuliaBTEscritThatiMachado _MelGv estamos participando saiu! 

Você pode baixar DE GRAÇA direto do site da Duplo Sentido (cof cof minha editora cof cof): duplosentidoeditorial.com 

Por favor, leiam o meu conto e me digam o que acharam!!! Vou ficar mega feliz <3 fora que só tem autora FODA aqui do wattpad lá. Então só vem! Se for comentar pelo twitter, use a hashtag #LivroPróximaParada para eu poder ver. <3

Aaaaah, a capa do livro da queenbrubs saiu! Está lá no facebook da editora e está INCRÍVEL. Vejam lá e confirmem presença no lançamento de #SOMT na bienal do livro! Eu estarei lá junto com todas as meninas da Duplo Sentido e teremos vários brindes :3

Beijos da sua escritora de quinta e até quinta-feira que vem!

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