𝐶ℎ𝑎𝑠𝑖𝑛𝑔

By ssunflowerssun

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• Livro 1 da Saga Chasing • "Todos nós temos os nossos demónios. É isso que recebemos pelas escolhas que fize... More

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By ssunflowerssun


"Queres ou não o resumo completo?"

"É claro que quero. Almoço?" 

"O Richard deve almoçar connosco. Impossível."

"Toda a gente deve almoçar connosco, Marie. Se deixar-mos." Constato deixando o quarto. "É só não deixar."

Quando chego à sala, o Niall olha-me e faz sinal para que lhe dê um minuto. 

"Eu vou ter que desligar mas ligo-te assim que possível."

Suspiro, guardando o telemóvel enquanto espero pelo que o Niall tem a dizer. 

O final do dia de ontem foi tudo menos tranquilo, pelo menos para nós os dois. 

Estou habituada a discutir e entrar em desacordo com a Emma, o Zayn e até mesmo o Taylor, mas nunca pensei que teria esse tipo de interação com o Niall. 

O que seria um pedido de desculpas formal por me ter mentido, acabou por envolver o meu passado, a minha intolerância com certas atitudes e até foi discutido o facto de que a Emma tem uma chave do apartamento sem o meu conhecimento. Qualquer coisa era um motivo para atirar à cara um do outro e a dada altura já nenhum de nós sabia em que consistia a discussão. 

"Sobre o que eu disse ontem," Olho-o quando limpa a garganta, evitando olhar-me. "Peço desculpa. E peço desculpa por ter dado a chave à Emma sem antes falar contigo. O apartamento é teu e eu devia ter perguntado."

"A chave é o menor dos meus problemas. Só falei sobre isso porque estava chateada." Admito. "E também devo um pedido de desculpas pelo que disse da forma que disse. Foi desnecessário, tudo aquilo."

"Sim, foi."

"Eu exagerei quanto a história da chave mas quanto ao resto, continua tudo na mesma. Sim, eu tenho problemas por causa do meu passado, mas são os meus problemas e não me importa o que a Emma te contou ou não… não tens o direito de falar sobre isso."

"Eu cometi um erro e quero, sinceramente, que me perdoes. O que disse foi apenas para te fazer perceber que não dás segundas opções e que sei que se deve a pessoas que passaram pela tua vida. Eu não sou nenhum deles. Não quero ser. Isto…" Ele gesticula para o espaço entre nós. "Não somos nós. Odeio este ambiente entre nós."

"Eu também, mas não estou preparada para confiar em ti neste momento."

"Eu entendo." Murmura com desanimo.

Assinto enquanto abro a porta. A pior parte começa agora. 

"Eu vou tentar encontrar o William e esclarecer o que ouviu." Informo fazendo-o esfregar o rosto exaustivamente. 

"Boa sorte." 

Fecho a porta e umedeço os lábios. Como se não bastasse termos discutido como dois idiotas, do outro lado da porta, a Emma e o William ouviram tudo por acidente. 

Quando a Emma decidiu entrar e dar o confronto por terminado já era tarde demais. 

Eu vi a expressão do William. Estava furioso e tão fora de si que não nos deu a oportunidade de falar. Continuo a pensar que não, mas tenho a certeza de que quando deixou o apartamento, foi diretamente até ao Harry para pedir esclarecimentos. 

"Anna!" Levanto o olhar, quase tropeçando no passeio quando vejo a Eleanor a alguns metros de mim a caminhar na minha direção. "Bom dia. Viste o Louis?"

"Não." Balanço a cabeça. "Bom dia." Murmuro prestes a seguir o meu caminho quando a sua voz me pára.  

"Ele disse-me que estava a sair." Resmunga batendo com o pé no chão, impaciente. 

"Eu não me cruzei com ele." Olho para trás, não encontrando sinal dele. "Está tudo bem?"

"Espero que sim." Responde honestamente. "Ainda não sei ao certo, por isso é que estou à espera dele."

"Aconteceu alguma coisa ao Louis?"

"Não. O Louis está bem." Ela balança a mão novamente, chamando outra pessoa. Volto a olhar para trás a tempo de ver o Louis sair do edifício, caminhando rapidamente. "Aconteceu alguma coisa com o Harry. Ele deve saber o que se passa."

O meu estômago revira com as suas palavras.  

"Qual é a emergência?"

"O Harry meteu-se em problemas. A polícia e os bombeiros estão aqui." A Eleanor aproxima-se do namorado para lhe dar um beijo casto nos lábios. 

O meu estômago revira novamente.  

"O que é que ele aprontou desta vez?"

Sigo-os no momento em que mudam de direção, curiosos com o que pode ter acontecido. 

O William aconteceu. 

Eu e o Niall estragamos tudo. De vez.

Há um bom número de alunos no corredor com olhares curiosos que nos dificultam a passagem mas não por muito tempo. O Louis chama a atenção deles para que se afastem enquanto eu e a Eleanor o seguimos religiosamente até encontrarmos o Diretor. 

"Não há nada para ver aqui. As aulas já começaram!" O Des grita num tom duro e autoritário. "Dirijam-se imediatamente para as vossas salas de aula!"

"Vamos ou ficamos?" Desvio o olhar para a minha direita ao reconhecer a voz da Marie. Ela olha para o Richard e o Gabe esperando uma opinião. 

"Ficamos, óbvio."

"Vocês sabem o que aconteceu?" O Louis aborda-os fazendo-me olhar novamente para eles notando a presença do Zayn. Olho-o por alguns segundos antes de ouvir o Richard. 

"Pelos vistos tentaram matar-se um ao outro." 

"Quem?"

"O William e o Harry." Esclarece fazendo-me engolir em seco. "Eu não sei exatamente como começou. Só sai do quarto quando ouvi coisas partirem-se."

Arregalo os olhos, desviando o olhar e estremeço quando encontro o William sentado no chão junto à parede com a cabeça entre os joelhos. Não consigo ver o seu rosto mas a sua camisola está salpicada de sangue. Dou um passo à frente para tentar encontrar o Harry mas não há qualquer sinal dele. 

"A polícia só está aqui porque algum aluno a chamou." O Zayn comenta com desinteresse. "Não vão ser penalizados, como é óbvio. São filhos do Diretor."

Dou mais um passo em frente e quando me apercebo de que ninguém me vai impedir de me aproximar, levo isso como um incentivo para chegar ao William. 

"William." O meu coração martela dentro do meu peito e o ar que entra nos meus pulmões é demasiado denso quando me ajoelho à sua frente e me atrevo a colocar a mão no seu ombro, inclinando a cabeça para tentar ver o seu rosto mas ele não se move. "O que é que aconteceu?"

"Está tudo bem." Garante com a voz trémula, fria e seca. 

"Com licença." Uma senhora fardada de Bombeiro aproxima-se e ajoelha-se ao meu lado. "Vamos tratar dos ferimentos, tudo bem?"

Olho para trás, para o quarto do Harry. Ele está lá dentro, consigo ver as suas pernas junto à cama mas tenho dois Bombeiros a bloquear-me a visão. 

"Não preciso de nada. Está tudo bem." 

Volto a prestar atenção no William que continua a recusar mostrar o rosto e isso deixa-me assustada. Troco olhares com a senhora que me pede algum auxílio.  

"William... deixa que cuidem de ti, por favor." Peço voltando a acariciar o seu ombro. 

"Não."

"Eu volto mais tarde." A Bombeira olha para mim mais uma vez antes de nos deixar a sós. 

"Ela já se foi embora." Murmuro, umedecendo os lábios. "Podes olhar para mim, por favor?"

Ele levanta a cabeça apenas um pouco e mantém o olhar preso no chão. Pisco os olhos várias vezes, atordoada com o estado admirável em que o seu rosto se encontra. Há um enorme corte na maçã do rosto, lábio inferior ainda sangra e o seu olho esquerdo tem um hematoma enorme e escuro, porém, todo o seu rosto foi atingido pela fúria do Harry. 

"Cansei-me da forma como ele me trata." A sua voz ainda transborda nervosismo e fúria quando tenta explicar-se. "Ele é louco! Louco ao ponto de te usar como forma de me atingir. Não pode interferir nas nossas vidas por pura diversão. Não é justo. Eu tentei, eu juro que tentei ignorar mas não fui capaz." O seu olhar encontra o meu, pedindo-me desculpa por não ter sido capaz de se controlar. 

"A culpa disto é toda minha." Murmuro sentindo um aperto no coração. Cuidadosamente afasto o cabelo do seu rosto. "Tens que ir ao hospital para te certificares de que está tudo bem e tratar disso, ok?"

"Eu sinto-me bem. Não preciso de ir ao hospital." Recusa encolhendo os ombros. 

"Já viste o teu estado, William? Tu—"

"Vocês perderam a cabeça?"

Quase perco o equilíbrio quando ouço o grito do Diretor que não é sequer dirigido a mim, embora devesse ser.

Levanto o olhar e vejo-o no centro do corredor, junto ao Harry. Involuntariamente, arregalo os olhos.

O William foi atingindo pela fúria do Harry, não há qualquer dúvida mas o Harry foi atingido a dobrar.  

"Não olhes para mim." O Harry olha friamente para o pai. "Desta vez, foi o bastardo que começou."

"William." O rosto do Diretor endurece quando desvia o olhar para o seu outro filho, surpreendido para dizer o mínimo. 

"São coisas nossas, pai."

"Coisas vossas? Eu já vi muita coisa mas isto é o limite!" Rosna com o rosto vermelho. "Vocês vão agora para o hospital e depois vamos ter uma conversa séria, os três!"

"A mesma conversa pela milésima vez…"

"Nem mais uma palavra, Harry!" 

Recomponho-me e ajudo o William a fazer o mesmo, dando-lhe algum suporte no exato momento em que perde o equilíbrio. 

"Que dramático."

"Harry!" Repreende o Diretor. "Hospital, agora!"

"Vou à merda do hospital se eu quiser! Não mandas em mim." Cospe de forma agressiva erguendo-se sobre o pai. 

"Vai para o inferno, desgraçado!" O William afasta-se de mim para defender o pai. 

"Encontramo-nos lá, irmão." O Harry abre um sorriso perverso que sustenta até que o seu pai e o seu irmão se afastam. "Vês no que dá andares por aí a fazer queixinhas?"

O meu corpo arrepia-se com o olhar gélido que me envia. Está furioso comigo e tem esse direito mas foi tudo um acidente. Eu não queria que nada disto tivesse acontecido. 

"Foi um acidente. Juro." Murmuro vendo o sorriso perverso voltar. 

"O quão ingénuo achas que sou?" O seu olhar estreita-se. "Não vais ganhar absolutamente nada com isto." Alerta antes de me virar as coisas, seguindo o mesmo caminho que o William, impedindo a aproximação do Louis assim que este o aborda. 

"O que é que aconteceu?" O Niall dispara a pergunta assim que acaba de subir as escadas acompanhado pela Emma. "Harry e o William?"

"Como é que sabes?" A Eleanor franze as sobrancelhas na sua direção. 

"Não é novidade." Mente sacudindo os ombros. Desde o momento em que viu todo o aparato, tenho a certeza de que sabia o que tinha acontecido. 

"Comportam-se como animais." O Zayn revira os olhos com descontentamento. "Estão bem um para o outro."

"Que exagero, Zayn." A Marie revira os olhos, claramente incomodada com o seu comentário. "Alguém quer vir tomar um café? Já perdemos a primeira aula de qualquer forma."

"Faço-te companhia." Ofereço-me aproximando-me. 

"Boa! Vamos embora." A sua mão agarra a minha levando-me na direção contrária à de onde toda a confusão se deu. "Estás bem?"

"Espera." O Zayn atravessa-se no nosso caminho. "Quero falar com ela primeiro."

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