A Conveniência do Casamento

By ElleStefany

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PLÁGIO É CRIME COM A FORÇA DA LEI N° . 9.610/98 Alexssandra como todo mundo, sempre teve suas expectativas e... More

A Conveniência do Casamento
Zero
Zero Um
Zero Dois
Zero Três
Zero Quatro
Um
Dois
Três
Três (Segunda Parte)
Quatro
Cinco
Seis
Seis (Segunda Parte)
Sete
Sete (Segunda Parte)
Sete (Terceira Parte)
Oito
Nove
Dez
Dez (Segunda Parte)
Onze
Treze
Quatorze
Perguntinha
Quinze
Dezesseis
Dezesseis (Segunda Parte)
Sem Capítulo
Dezessete
Dezessete (Segunda Parte)
Dezessete (Terceira Parte)
Grupo das Leitoras
Dezoito
Dezenove
Dezenove (Segunda Parte)
Intervalo ❤️
Vinte
Vinte (Segunda Parte)
Vinte e Um
Vinte e Um (Segunda Parte)
Vinte e Dois
Vinte e Dois (Segunda Parte)
Vinte e Dois (Terceira Parte)
Vinte e Três
Vinte e Quatro
Vinte e Cinto
Vinte e Cinco (Segunda Parte)
Vinte e Seis
Vinte e Seis (Segunda Parte)
Vinte e Sete
Vinte e Oito
Vinte e Nove
Trinta
Trinta (Segunda Parte)
Trinta (Terceira Parte)
Epílogo

Doze

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By ElleStefany

— Que saco!

— Olha aqui Alexssandra Cardevon! —minha mãe me pega pelo queixo, irritada. — Você vai e pronto! Pare de agir como uma criança, já tem quase 19 anos!

— Não é questão de agir como criança mamãe, eu só não quero ir,qual o problema?

Ela respirou fundo antes de sentar na cadeira da penteadeira.

— Isso é importante para o seu pai.

— Vai estar cheio de gente. —bufo sentando na ponta da cama.

Levantando as sobrancelhas ela diz — Eu sei que está se acostumando com a faculdade e do modo como se sente livre, mas essa é a sua vida, amanhã você estará de volta no primeiro avião que sair.

— Eu prefiro ir de trem. —cruzo os braços.

— Você pode ir de nave espacial Alexssandra! —ela levanta da cadeira já cheia de tudo aquilo. — Só quero você pronta, agora.

Bufando saio batendo o pé, aquilo sim era agir como uma criança e eu sabia, mas não queria colocar o pé naquela festa. Já tinha perdido a conta de quantas fui em toda minha vida, e acredite, a vida na faculdade era perfeita, eu poderia sair pelada pelo campus, ninguém ligaria.

Alguns gostam de fama, gostam de ter à todo momento algum paparazzi tirando fotos suas, mas eu gostava do lado calmo, a calmaria do campus e o canto dos pássaros. Aquela era a vida perfeita. E por mais que eu não estivesse lá à muito tempo era como uma segunda casa.

O vestido me apertava, o salto estrangulava os meus pés e o cabelo castanho que eu havia decidido pintar dias antes, me parecia ridículo.

Papai cumprimentava todos por onde passava, já eu ficava mais atrás com a mamãe, procurando um lugar para me esconder. Eram perguntas de todos os lados e parecia que estavam caindo cada vez mais em cima de mim.

Mas sempre agradeci por ter tido uma infância normal, as coisas só passaram a piorar depois que completei 18 anos e decidi que ao começar a faculdade trabalharia para pelo menos conseguir pagar um pouco das despesas, quando segundo alguns meu pai teria "dinheiro para pagar a faculdade sem precisar nem levantar um dedo" e aquilo não era verdade, meu pai trabalhava duro naquela empresa. Bem, acabei trabalhando em uma firma pequena perto do campus, e não foi horrível como disseram que seria.

O lugar estava cheio como sempre e todos bastante animados.

Havia esquecido de citar algo que eu odiava tanto quanto os fotógrafos e jornalistas: a cara do Sebastian Harris. Era de dar vontade de vomitar. O salão parecia se derreter inteiro enquanto ele entrava, dessa vez, por algum milagre, sem uma mulher em baixo do braço. Estava ai um pessoa que a minha educação não se aplicava. Eu poderia sorrir para todos naquela festa, mas para ele eu faria uma cara de " Humm... Você aqui? Ihh..Que pecado cometi para ter que presenciar isso?" Nunca fui com a cara dele e não seria agora que iria levantar da minha linda cadeira para cumprimentá-lo.

Fazendo cara de bom moço ele passava cumprimentado todos da mesa: mamãe, papai, os pais dele, alguns amigos dos nossos pais e... Eu só o olhei de lado com uma cara de "não chega perto" e ele riu irônico achando muita graça pelo visto.

Passando direto por mim ele sentou meio que na minha frente, ao lado dos pais que sorriam para ele como se ele carregasse uma bela auréola na cabeça. Para mim, estava mais para chifres.

Eu estava sentada de lado olhando para as pessoas que dançavam na pista , muitos eram um pouco mais velhos mas outros pareciam ter a minha idade.

Papai sentou ao meu lado puxando assunto —Como está a faculdade?

Olhando bem para o seu rosto eu sorri. — Está ótima pai, é tudo tão diferente e novo...

— Não quer voltar? —ele sorri de lado.

— Não sei... Quero dizer, eu sinto falta de casa, mas... Eu preciso começar à crescer, fugir um pouco de certas coisas.

Ele sorri de lado, mas tem um rosto triste.

— Não é culpa sua papai, eu só tenho que agradecer por nunca ter me faltado nada pois você sempre trabalhou duro para construir uma base para nós. Mas eu preciso achar o meu caminho e me desintoxicar dessa cidade, só por um tempo.

Papai falava com alguns amigos de uma mesa ao lado enquanto mamãe parecia conversar com James.

Miranda, han? —mamãe fala animada com James que parece prestar atenção no filho. — E onde ela está?

Levantei da cadeira em busca de uma bebida porque estava ficando insuportável olhá-lo fazendo aquela carinha de santo, e olhe que eu nem prestava atenção na conversa, imagine se estivesse, o meu drink iria parar na cara dele.

Aquela era a primeira vez que eu ouvi o nome de alguma mulher pelo visto, vindo do Sebastian, eram tantas que acredito que nem ele mesmo sabia os nomes.

O bar estava um pouco cheio e estava impossível de conseguir alguma coisa. Naquele momento parecia que todos da festa estavam ali, mas vi um espaço logo no final do balcão onde apenas um homem estava sentado. Me aproximei com um sorrisinho que logo sumiu ao ver que além do bar estar cheio, haviam poucas pessoas atendendo.

Que tal pedirem na mesa? —sussurrei até porque pedir na mesa era bem mais fácil e para mim pedir no bar era melhor já que meu pai não podia me ver beber, se não ao contrário disso, ele teria um ataque.

O homem ao meu lado parece rir.

Wes! —ele chama e no mesmo instante o bartender vira e parece quase correr em sua direção.

Eu meio que arregalo os olhos porque acredito que nem se eu tivesse uma nota de cem dólares na minha mão alguém iria me atender.

— Sim Sr. Ascener? —o bartender pergunta com um bloco de notas em sua mão.

— Uma bebida para a moça. —o olho de lado. — O que ela desejar, por minha conta.

— Eu... — não poderia aceitar.

Mas aquele homem tinha um sorriso encantador nos lábios e eu não poderia deixar passar, era lindo.

Fiquei vermelha na mesma hora.

— É... Obrigada... Eu acho. —falo confusa, aliás, quem era aquele?

— Imagina, uma bela dama como você não deve ficar esperando nessa fila.

Sorrio o observando melhor. Parecia ser latino.

Não soube o que dizer então só sorri novamente.

Então percebi que o bartender ainda esperava meu pedido para anotar, estava um pouco nas nuvens, mas logo falei que queria um copo de whisky.

— Dia difícil?

— Vida difícil.

— Entendo.

— Aqui senhor. —o bartender trabalhava na velocidade da luz.

Ele aponta com o queixo para que pegue o copo.

— Obrigada... —ele sorri para mim, e meus olhos brilham. — Eu sou Alexssandra.

— É um prazer conhecê-la, Alexssandra. — ele estende a mão — Eu sou Diego.

Apertei sua mão enquanto minhas pernas quase tremiam.

Mas aquilo não esclarecia minha cabeça. —Convidado? —pergunto rápido.

— Mais um penetra. —sorrio, aquilo parecia ótimo para mim.

Aquele homem era simplesmente encantador, diferente de todos com que havia topado em toda minha vida, era engraçado, extrovertido e um cavalheiro. Eu não estava caindo de amores, mas podia dizer que aquele era o tipo de homem que eu esperava casar daqui à uns 10 anos, não queria ser apressada. Tinha minha vida inteira pela frente, o cargo que eu esperava conseguir assim que saísse da faculdade na empresa do papai, como ele mesmo havia dito, daqui à uns 2 anos colocaria alguém em seu lugar, para cuidar de tudo e eu podia crer que seria eu.

Voltei para a mesa deixando um papel em sua mão com meu número, mas claro que esperava que ele ligasse, havia me encantado com o homem, mesmo não sendo convidado e estando totalmente por fora da festa eu expliquei que era uma festa beneficente, uma ajuda ao hospital infantil do câncer da cidade e à alguns orfanatos da região, e mesmo não conhecendo ninguém ali e estando ali só por acaso, acabou doando uma boa quantia, a maior da noite.

— Você? Sorrindo? —mal sentei na mesa e já sou recebida com essa voz irritante.

Não por sua presença, porque se dependesse dela, estaria chorando.

Eu o ignoro, não tinha um pingo de coragem de falar o que pensava.

***

Sorrio com a lembrança dos velhos tempos.

Mas me roo de raiva por ter sido tão estúpida bom tempo da minha vida, trouxa, idiota, iludida e ainda por cima, melosa.

Deveria ter ficado presa às sete chaves no meu quarto da faculdade e nunca ter saído, não para a festa, não naquele dia, bendito dia que conheci o Diego e me arrependo até hoje.

Bloqueei essa lembrança durante um bom tempo e se não tivesse lembrando de algo além de tudo aquilo, preferiria não ter lembrado.

Eu era jovem –não que eu não seja mais, mas cresci, comparada à jovenzinha atirada que era– e acreditava que o mundo estava ali, de braços abertos para mim, que ao sair das asas dos meus pais o mundo me receberia com beijinhos e abraços, na verdade recebi um bom murro no estômago.

Acho que ainda sonhava com as coisas de quando era criança, aqueles romances que lia, onde a donzela ao sair do seu porto seguro, se encontra com o mais belo homem, cavalheiro, bonito e capaz de amá-la. Diego não era nada daquilo, nem um pouquinho, mas eu, ao contrário de tudo, era a donzela idiota à espera do primeiro homem que me tirasse do chão, que me mostrasse como era o mundo.Mas o modo que acabei vendo esse "novo mundo" não era o que eu esperava, ele era escuro, solitário e aproveitador.

Acho que por tudo isso, por essa visão quase infernal que tive durante alguns anos, coloquei na minha cabeça que não deixaria homem algum pisar em mim, não ficaria calada diante daqueles que me faziam calar a boca e foi assim que acabei onde estou, acabei abrindo a boca na hora errada, e tudo isso que está acontecendo agora são as consequências da minha boca que não consegue parar mais.

Não preciso nem falar sobre o cargo na empresa, ficou bem claro que não consegui no ano em que papai decidiu passar para frente a empresa, o Mão Beijada ganhou. E eu tive que ralar por dois anos para depois conseguir alguma coisa.

Sem resentimentos, eu até que entendo o papai, acreditava no Sebastian assim como acredita no James, mas pai e filho são bem diferentes nesse caso, pena que ele percebeu tarde demais.

Mas eu não percorri todas essa lembranças cheias de angustias por nada.

Miranda, han?

E onde ela está?

Não tinha certeza se foram apenas aquelas palavras, acredito que eles deviam estar bastante felizes e perguntando sobre a moça, mas eu não prestava atenção alguma.

Depois de tanto tempo me ver aqui parece tão irônico.

Morando na mesma casa.

Dividindo a mesma cama.

A realidade é outra.

Eu entendo. Eu entendo.

Miranda já existia naquela época.

E  para ter seu nome pronunciado por Sebastian, deveria ser importante. Era difícil, na verdade nunca havia escutado Sebastian dizer o nome de alguma mulher, mais difícil ainda falar sobre ela. Os tempos eram outros, mas acredito que nada havia mudado, ele continuava o mesmo de alguns anos para cá. Diferente de mim, que mudei bastante.

Sim era ela. E sim, ele foi perdidamente apaixonado por ela e se realmente não havia mudado durante esses anos, continuava apaixonado.

Algo não estava certo. O nome. Miranda. Não cansava de repetir a busca, mas aquele nome não me dava resposta alguma na internet, aquele "nenhum resultado encontrado" já estava me dando nos nervos. Se era algo sério, deveria ter pistas e eu não tinha nada. Absolutamente nada.

Eu precisava ir atrás de alguém que soubesse algo sobre aquela mulher e por mais que eu me negasse reconhecer, havia apenas uma pessoa que com 100% de certeza, saberia me responder.

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