Sete

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Minhas mãos tremulas estavam repletas de sangue, minha voz não era nada, o quarto desconhecido tinha suas paredes amarelas e um berço lindo... Mas algo faltava ali. O meu bebê não estava ali, não havia choro ou uma respiração leve. Olho para baixo e posso ver o sangue escorrer pelas minhas pernas e formar uma poça no chão. E então, eu grito e mesmo que não saía nada, eu grito ainda mais.

Meu bebê.

"É um aborto espontânio." Alguém fala, longe demais.

"E porquê não faz nada?", eu penso desesperada.

E antes que eu caía no chão clamando à Deus para não levar o meu filho, ao virar em busca de alguém, com a vista turva e totalmente embaçada, meus olhos são guiados até um sorriso maligno, cheio de dentes amarelos.

Alexssandra! —ele parece falar

Não! Não toque em mim! —grito para ele que se aproxima e toca meu braço. — Meu bebê, meu bebê...

— Alexssandra! Alexssandra! —sou sacudida de um lado para o outro e então fecho os meus olhos e quando os abro...

— Sebastian...? —eu respiro muito rápido enquanto ele me segura pelos ombros e mantém os olhos arregalados em cima de mim. — Eu... —olho ao redor observando o quarto e constatando que eu estava na cama, no quarto e estava tendo um pesadelo horrível.

— Estava tendo um pesadelo... —foi uma pergunta e ao mesmo tempo não foi.

Eu vejo em seus olhos o desespero que minha feição transmite.

Sento rápido na cama e retiro os cobertores de cima de mim.

Toco minha barriga e em seguida observo o meio das minhas pernas.

— Está tudo bem. O bebê está bem Alexssandra. —nem ele tem tanta certeza disso, pelo jeito nervoso que fala.

— Não. Não está... Ele...

Pulo da cama respirando pesado e alcanço meu celular na cabeceira. Minhas mãos ainda tremem mas isso não me impede de começar de digitar os números.

— O que está fazendo? —ele levanta e vem em minha direção

— Ligando... —coloco o telefone no ouvido

— Para quem? —eu não respondo, estou muito atenta na outra linha. — Seja para quem for, não vai atender à essa hora Alexssandra. —eu pisco os olhos para ele. — São quatro da manhã.

Eu desisto.

Ele se aproxima e depois que me vê olhando para o chão e totalmente perdida me puxa para um abraço cheio de amor...

— Está tudo bem?

— Foi um... Pesadelo horrível... —meus olhos marejam as lágrimas.

— Eu consegui perceber... —ele se afasta um pouco para me analisar, eu enfio o rosto em seu peito. — Sonhou com nosso filho?

— Sim... —digo enquanto tento controlar as lágrimas. — Ele estava nos deixando... —meus lábios tremem com aquelas palavras e meu coração aperta de um modo inexplicável. — Ele estava...

— Shhh... — ele me aperta e posso sentir que ele também está na mesma situação que eu, só de imaginar algo assim. — Está tudo bem agora. Vocês dois estão bem, foi só um pesadelo.

— Foi tão real Sebastian... —me afasto por um momento e ele me puxa mais uma vez.

Ele está chorando?

A Conveniência do CasamentoOn viuen les histories. Descobreix ara