Um

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Naquela manhã eu acordei um caco, eu estava me sentindo horrivelmente doente.

Depois da noite anterior eu não tive descanso, não houve acordo certo,para Sebastian devíamos dormir coladinhos, era um absurdo. Ele não iria me amarrar e me grudar à ele! Eu me forcei a dormir rápido e preferi não saber onde ele iria dormir. Havia até me negado à ficar com ele no quarto, mas havia aprendido que sobre a palavra do Sebastian não se passa. É aceitar ou aceitar. Mas eu não havia colocado minhas garras para fora (ainda), estava calada e observando até onde ele iria com aquela autoridade toda e aquele ego nas costas.

Olhei redor e nenhum sinal do senhor das cavernas. Levantei e antes que pudesse entrar no banheiro e tomar banho, achei melhor descer e comer qualquer coisa, talvez estivesse apenas com fome. Quando desci as escadas o cheiro me parecia maravilhoso e então percebi que realmente estava com fome. Fiquei de longe observando e até lembrando que foi naquele quarto que tudo aconteceu. Até que minha barriga deu uma volta e me vi correndo ao banheiro mais próximo. Errei algumas portas, mas achei.

Eu mal havia comido e já estava colocando tudo para fora.

O enjoo não era de hoje, mas eu nunca havia vomitado daquele modo. Quando vi que não ia sair tão cedo dali, sentei e me encostei na parede.

Olhei para cima rápido e dei de cara com o Sebastian me olhando com reprovação.

— Está bravo porque vomitei no seu banheiro? —falo com um tipo de humor mórbido.

— Me poupe. —ele estende a mão. — Porque precisa ser teimosa?

— Existe alguma regra sobre vomitar nessa casa? Porque eu posso ir embora e... —eu ainda estava fazendo de tudo para arrumar uma saída.

— Deixei um bilhete ao lado da cama, pedindo para que não descesse. Eu iria levar o café da manhã.

— Nossa. Que cavalheiro. —eu zombo levantando do chão e ignorando sua mão ainda estendida. — Ainda tenho minhas pernas. — passo por ele, grossa como nunca.

Escuto sua irritação logo atrás de mim, mas eu não me importo. Quando chego no quarto bato a porta do banheiro em sua cara.

Tomo um banho longo e peço para que aquele bendito enjoo passe logo, eu não poderia ir trabalhar me sentindo tão mal.

Não estávamos nem à 24 horas e eu já estava tentando evitá-lo.

Ao sair do banheiro me dirigi à minha mala que eu estava com dó de desfazer. Mas para minha surpresa alguém já havia desfeito para mim. Revirando os olhos caminhei até o closet e lá estavam minhas roupas. Ainda cansada fui me vestindo devagar. A saia lápis estava um pouco apertada e percebi que devia fazer compras, sair de casa.

Respiro fundo e...

— Poderia fazer isso novamente. —eu pulo no lugar e não demoro à virar pronta para batê-lo.

Mas o bastardo é rápido. Segura minha mão, todo debochado.

— Será que não posso ter privacidade? —digo brava, me livrando da sua mão.

— Estamos casados.

Aperto os lábios antes de sair do closet evitando sua proximidade.

Sebastian pode ser egocêntrico, autoritário, um completo otário. Mas também é irresistível.

Calço meus sapatos e começo à procurar minha bolsa. E ele continua atrás de mim.

— Onde pensa que vai? —ele senta na cama esperando minha resposta.

— Trabalhar... —me olho no espelho e estou com uma cara horrível.

— Não. Você não vai. —me viro rápido pronta para responder, mas ele me atropela. — Nos casamos, temos uma semana de folga. Aliás você não parece nada bem para mim Alexssandra, está pálida. Onde foi parar a história de que se importa com a sua segurança e saúde? Não só sua, aliás.

A Conveniência do CasamentoWhere stories live. Discover now