Quatorze

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Capítulo surpresa!

Tem recadinho no final, não esqueçam de ler! <3
***

Adoraria dizer que não a entendo, que não vejo porquê se comportar de tal forma quando faço de tudo para compreendê-la. Obviamente ela não vê de tal maneira e eu sei que sou um filho da mãe muitas vezes, mas gostaria que ela entendesse.

O desejo nos leva à muitos lugares, uma banheiro de um bar, um balcão de uma cozinha, uma casa noturna, um quarto, uma cama, todos já percorri com meus dedos, meus dedos percorreram elas.

Desde pequeno sempre enfornado em festas e o ponto alto da noite sempre haviam sido as mulheres e algumas vezes a bebida, é claro.

Acho que cresci tarde demais e muitas vezes acho que não estou nem à um passo de me tornar o homem que queria ser.

Não foi bem da maneira que eu havia planejado, na verdade nos últimos anos nada foi, tudo corria como se quisesse acabar logo de uma vez. As noites acordadas com os sussurros de quem já havia ido embora à muito tempo me fizeram agir de modo que deveria me arrepender, mas não me arrependo, nem um pouco.

Nunca havia convivido com alguém tão petulante, teimosa e desafiadora, na verdade, nunca havia conhecido alguém parecido.

Dentre tantos olhares feios destinados à mim nunca imaginei que acabaríamos onde estamos, nunca imaginei que ela me daria o gosto de tê-la em meus braços e beijar seus lábios.

Deveria me odiar por isso, do mesmo modo que meu pai havia dito e repetido mil vezes em meu ouvido, não era admissível para ele, não quando segundo ele eu "poderia dormir com a metade da Califórnia, menos com a filha do seu amigo" e eu o entendia, mas ele não conseguia ver o meu lado.

Com 30 anos ainda tinha que estar levando reclamação do meu pai? Sei muito bem o que faço, não tenho mais 18 anos, sei onde minhas ações irão me levar e acredito ter total controle sobre todas, caso não tenha, irei atrás. O mesmo para a dona da boca teimosa, ela não é mais criança e não faria algo que não quisesse. Algo que aliás fez muito bem.

Não iríamos cada um para um lado, para o lado que ela fosse, eu iria junto, não iria deixar algo tão precioso fugir assim, nenhum dos dois, não enquanto eu estivesse vivo.

Eu chamo de milagre, mas ela chama de "irresponsabilidade", bem, como quiser.

Eu estava ficando velho, quero dizer, onde na Califórnia eu iria achar alguém que não viesse até mim só por causa do dinheiro da minha família ou porque meu nome está na revista? Bem, ela estava bem ali, logo em baixo dos meus olhos e mesmo que tenha vindo até mim para colocar seus –esperados- insultos em ação, ela veio.

Acho que havia até esquecido o som da sua voz até ela me dar a honra de escutá-la novamente.

— Ah, cala essa boca! —pulo da cadeira acordando do leve cochilo.

Levanto as sobrancelhas para ele. — Tendo algum problema com o volume da sua voz? Aqui não é a merda da sua casa onde você canta karaokê no volume máximo.

— Muito bom Harriolo. —o maldito apelido ainda me irrita. — Deixa de ser bicha! —arregalo os olhos. — Phillip me falou uma coisas.

— Ah bom! Eu sou "bicha" e você que fica de conversinha com o Phillip.

— Foda-se. —ele bufa. —Passando para dar uma dica. O que acha de um buquê?

O olho de lado. — Você quer ajudar ou acabar comigo de vez? Um buquê na mão da Alexssandra é uma arma.

A Conveniência do CasamentoWhere stories live. Discover now