Sete (Segunda Parte)

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Havia escolhido uma blusa rosa bebê e uma calça jeans normal, passei um tempo na frente do espelho tentando dar um jeito no meu cabelo enquanto Sebastian me observava no reflexo e ria sentado na ponta da cama. Bati a porta depois de mandar ele calar a boca cinco vezes. Prendi o cabelo em um coque e ao sair do banheiro peguei minha bolsa no closet. Quando voltei ao quarto ele olhava com uma cara preocupada para o celular.

— Vamos? —ele demorou para escutar.

— Ahm... Vamos. —ele pegou as chaves em cima da cabeceira da cama e ficou me esperando ir em direção à porta do quarto.

— Algum problema? —o olho séria. — Pode ficar em casa se quiser...

Ele ri. — Você sempre tenta dar um jeito de me deixar para trás.

Reviro os olhos sabendo que, sim, ele irá em frente com a ideia de sempre estar atrás de mim.

— Algum problema com a empresa? —pergunto assim que vou em direção à porta

— Não. —ele vem logo atrás.

— Sabe que eu ficarei sabendo se...

— Amanhã. —ele me interrompe, tão doce... Só que não. — Amanhã você pode me perguntar sobre isso, mas hoje é domingo e eu quero ficar longe do trabalho e dos problemas.

— O precioso dia da família? —falo irônica.

— O precioso dia da família. —ele fala sério, e sim aquele para ele seria o dia da "família".

Depois de alguns olhares estranhos decidimos ir logo. Senner como sempre, entregou a chave para o Sebastian e fomos o mais rápidos que conseguimos para a casa dos meus pais.

Eu não conseguia entender porque não podia dirigir. Na verdade entendia sim. Mas não via porque não podia nem dirigir até a padaria para comprar algo que eu estivesse querendo comer. Andar na rua não era difícil, mas também não era fácil. Senner além de ter que ser meu motorista, ainda tinha que ser meu segurança, eu confio nele, mas eu sempre me sai muito bem nessa vida, nunca precisei de alguém para me levar para algum lugar ou para me proteger. Mas tenho que entender que como Sebastian sempre fala, não se trata mais só de mim. Mas ele também precisa entender que eu posso não ter alguns parafusos, mas nunca colocaria minha vida em risco como ele pensa, ele pensa que sou uma desmiolada, aventureira, sem medo da morte. A verdade é que até hoje tenho medo de altura e passar por uma ponte me dá calafrios, nunca entrei em helicópteros, sempre que papai precisava viajar eu dava um jeito de convencê-lo de que carro seria melhor e quando era muito longe, um avião com muitas pessoas me fazia pensar que seria mais segura, mas não me salvava dos calafrios, olhos fechados e apertos na mão do papai.

Na viagem no começo do ano fui quase chorando dentro do avião. Estava com um maldito pensamento de que aquilo ia cair e não parei de pensar naquilo até que o avião pousou. A volta foi tranquila porque além do avião estar cheio, eu sabia que quando chegássemos iria ser a o começo da melhor parte da minha vida então aquilo me confortou.

E de um jeito bastante controverso e bastante complicado, estava sendo o começo de algo que lá no fundo eu podia crer que era a melhor parte da minha vida.

Então não, eu não faria nada para colocar a nossas vidas em risco.

Mas iria dar um jeito de pelo menos ter meu carro de volta.

Já era quase meio dia quando chegamos.

Era visível a diferença entre a minha antiga casa e a casa do Sebastian, não havia segurança no portão e nem repórteres, não haviam carros caros na garagem, a casa tinha o tamanho ideal para nós e era simples comparada à fortaleza do Sebastian.

A Conveniência do CasamentoWhere stories live. Discover now