Nove

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Olá olá amorecos, boa noite! Aqui está o capítulo de hoje e sim, amanhã eu também estarei postando, beijos!

***

Durante muito tempo fiquei olhando janela à fora, e para quem tinha colocado na cabeça que não se importava onde ele estava... Já havia comido metade das minhas panquecas e ficar ali na cozinha comendo devagar era a minha justificativa para ainda estar ali.

Ele não vai chegar.

O sol já raiava e o céu limpo dizia que seria um dia maravilhoso.

Decidi desistir.

Subi as escadas e fui direto ao banheiro tomar um banho. Escovei meus dentes e passei quase meia hora fingindo arrumar meu cabelo quando ele estava maravilho. Prendi. Soltei. Prendi. Soltei. Fiz tranças. Soltei tudo. E no final, ele acabou do mesmo modo que começou, solto.

Havia trocado minhas coisas de lugar, as roupas antigas –que não cabiam mais- coloquei nas gavetas e as roupas novas e que ainda entravam em mim, no cabide, já que havia decidido não usar as roupas apertadas. A saia lápis era nova enquanto a blusa azul e o blazer preto eram antigos.

Senner já estava do lado de fora me esperando e como Sebastian estava com o carro, sobrou o meu para irmos. A chave como eu imaginava estava sendo guardada pelo Senner. Era reconfortante estar de volta ao meu carro, o cheirinho de rosas e quase nada confortável, mas eu amava o quanto ele era meio pequeno, além do mais, sempre fui só eu... Então não havia porque ter um carro grande (pelo menos, assim que eu penso, diferente do Sebastian).

Lembro que foi uma luta decidir entre ele e o New Beetle branco, mas o conversível vermelho era tudo que eu queria desde os meus 17, papai disse "Não, é perigoso" enquanto mamãe "É lindo! Não dê ouvidos para o seu pai, tudo é perigoso para ele".

Chegamos atrasados, mas agradeci ao transito por não estar o caos que realmente é. Subi de elevador e me arrependi por não ter ido de escada, aquilo estava cheio. Sorri para alguns quando passei para descer no meu andar.

Amanda estava com uma cara enorme.

— Desculpe... —sorri fazendo cara de coitadinha, mas ela continuou séria.

— Está atrasada. —ela praticamente arranca a bolsa da minha mão.

— Eu sei, eu sei! —nos apressamos pelo corredor.

— A reunião já começou. —eu balanço a cabeça, eu sei. — Há uma hora.

— DROGA! —minha mão vai direto á minha testa.

— Já estão todos lá. —ela aponta para a porta da sala. — Só falta você...

Só eu?

— E o Sebastian, claro... —oh...

— Ele ainda não chegou?

— Não. E você não precisa esperá-lo, consegue fazer qualquer coisa sem ele, sabe disso, não é de hoje. —ela sorri para mim e eu sorrio de volta. —Ah, o novo sócio está ai, com algumas ideias...

Olho para a porta, respiro fundo e caminho até lá.

Se tem algo que aprendi ao decorrer dos anos além de administração e investimentos foi que preciso ser confiante, altruísta, ter uma boa postura e ser bastante formal. Para além de tudo ser ouvida e respeitada diante de cavalheiros machistas. Porque além de mulher, eu era uma mulher grávida e até podia ouvir os comentários "O que ela faz aqui?" e eu devia mostrar que já estamos longe da época do "Sexo Frágil". Eu não estava ali para sentar e escutar os outros quererem mandar naquilo só porque querem enriquecer.

A Conveniência do CasamentoWhere stories live. Discover now