Onze

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Ao sair do banheiro tentei confrontá-lo e perguntar porque diabos a porta do quarto estava destrancada quando eu claramente a fechei para o manter longe. Recebi um "queria ver se você estava bem" e para mim o dia 'Sebastian Adorável' estava começando a me sufocar.

Fiz questão de pegar a chave reserva e enfiar no fundo da minha bolsa, havia adorado aquele quarto e pretendia ficar nele,era pequeno, apertadinho, simples, do jeito que eu adorava.

Naquele dia, como pretendi, fiquei longe do Sebastian.Era dia de trabalhar, então nada mais justo do que ficar longe dele.

Quando cheguei em casa fui rápida no banho e no momento que estava prestes a fechar e trancar a porta do quarto ele entrou em casa, seus olhos vieram diretamente até mim e então fechei com tudo a porta a trancando rápido.

Pude ver sua boca abrir, prestes a falar alguma coisa, mas eu não queria escutar se ele ainda estivesse meloso. Porque afinal, era a partir de brigas que havíamos passado à conviver e eu não queria nada diferente daquilo, nunca.

Sabe, as vezes eu até esquecia que estava grávida.

Me deparava com a minha barriga, do nada.

Mas no dia seguinte parecia que eu estava enorme, que minha barriga estava crescendo mais que o normal e eu estava me sentindo uma bola. Eram finalmente os quatro meses que eu não fazia ideia de o quanto esperava. Podia até contar os meses para continuar ficando enorme, mas finalmente, ter Sebastian longe de mim.

E como presentinho,acordei com náuseas naquela manhã.

Não queria sair de casa, mas precisava urgentemente comprar um notebook já que havia muito trabalho para fazer e o meu antigo não estava comigo, estava velho e não aguentaria muito tempo.

A casa não estava tão calma, era sábado, o dia da limpeza e tudo mais. Do jeito que estava fui até o lado de fora da casa, onde Senner costumava ficar, as pedrinhas da calçada da casa machucavam meus pés, mas não me incomodei. Senner estava sentado em uma cadeira perto do portão da garagem, mexia no celular e parecia bastante concentrado.

Acho que soltei algum murmuro sobre as pedrinhas nos meus pés e ele levantou no mesmo momento enfiando o celular no bolso e arregalando os olhos.

— Senhora... —ele fala nervoso.

— Oi —sorri e ele piscou algumas vezes para mim. — Preciso que faça um favorzinho para mim Senner. —sorri novamente de lado.

— Claro senhora. —ele fala sério, mas um pouco estranho.

— Eu acordei um pouco mal essa manhã, então...

Ele se aproximou rápido colocando uma mão em meu ombro e passando o braço em direção ao outro.

— E-eu estou bem. —sorrio.

— Acho melhor entrarmos.

— Não, eu... Está tudo bem, é só um enjoo.

— Senhora... —levantando a cabeça percebi que ele mantinha os olhos em outro lugar, no lado de fora da casa, haviam pessoas do lado de fora tirando fotos mas eu não via problema algum, quero dizer,se eles não pulassem os muros da casa, estava tudo bem. — Vamos...

Eu não entendi muito bem, mas ele parecia nervoso em relação àquilo, então deixei que ele me guiasse para dentro de casa.

— A senhora sabe que pode me chamar pelo interfone.

— É, mas... Não queria importunar.

Ele aperta os olhos para mim como se quisesse perguntar "quê?",acho que para ele era normal ser chamado toda hora, mas eu não fazia questão de ir até ele.

A Conveniência do CasamentoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora