Quatro

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A semana estava começando e eu havia concordado com meu pai sobre dividir os meus dias com ele, nos dias de terça e sexta eu iria trabalhar em casa.

Na segunda eu fui recebida com sorrisos, algumas caras feias e alguns amigos estavam ali. Amanda correu para me abraçar e em seguida Julia e Paulina me abraçaram. A sala estava cheia e eu sorri para todos e agradeci.

Amanda fez o favor de mandar todos para seus lugares e irem trabalhar.

Das oito às dez eu precisei participar de uma reunião importante para a empresa. Alguns investidores do Brasil estavam interessados no modo como a empresa crescia, e viam um grande lucro em começarmos à investir em outros países. Eu teria prestado mais atenção em tudo se não precisasse estar indo de cinco em cinco minutos no banheiro. Sebastian me lançava olhares sérios toda vez que eu voltava. Talvez quisesse saber se eu estava bem, mas eu o ignorava.

— Talvez começar à expandir seja uma boa ideia. —Marcus falou.

— Não acho que seja uma boa ideia. —todos viraram para me olhar. — A empresa não está em seu melhor momento e não vai sair dessa tão cedo.

— Me desculpe ,mas a empresa me parece em seus melhores tempos.

— Está afundando. Para ser sincera. —lanço um olhar acusador à Sebastian. — Algo que até o fim do ano, podemos conseguir resolver.

— Ou a melhora para a empresa seja expandir, não acha?

— Não vejo lógica em expandir quando não temos dinheiro suficiente para isso.

— Por isso estamos aqui...

Todos concordam. Mas eu não. E antes que eu possa falar algo, preciso ir ao banheiro novamente. Peço licença e saio da sala.

Se a empresa está um caos por aqui, imagine em outro país, se afundarmos totalmente desse lado, teríamos dívidas do outro, e não conseguiríamos sair dessa.

Quando estou voltando para a sala Amanda aparece.

— Alexis! —ela diz aliviada. — Tem alguém querendo falar com você.

— Quem?

— Não faço ideia, e não quer se identificar até falar com você.

— Não posso atender Amanda,estou em reunião. Pede pra ligar depois.

Ela se vai e eu volto para a sala.

Mas já era tarde demais, todos já estavam saindo com sorrisos no rosto.

— O que você fez? —pergunto ao Sebastian assim quando o vejo ajeitar os papeis e os enfiar na pasta.

— Fechamos com eles.

Eu arregalo os olhos.

— Como? Você é louco?! Nós não... —passo a mão na testa — Você vai explodir essa merda qualquer dia!

— Ei! —ele ri.

— Idiota.

— Não fechamos nada. —o olho de lado. — Marquei uma reunião para o mês que vem, disse que se daqui para lá estivermos em condições melhores, poderíamos fechar o negocio.

Eu aperto os olhos para ele. — Você quer me matar do coração? —respiro fundo. — É impossível sairmos dessa até o mês que vem.

— Não é não.

— Você esqueceu que eu sei bem mais sobre as finanças da empresa do que você?

Ele sorri antes de se aproximar.

A Conveniência do CasamentoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora