Vinte e Seis (Segunda Parte)

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Sabrina mostrava animada as fotos no celular do seu filho de dois anos. Mas parecia que tudo ia se encaixando conforme o decorrer do dia, pois para mim aquela história batia com alguma que eu já havia escutado.

— Essa é ele no jardim lá de casa. —ela mostra a foto do garotinho de olhos azuis e cabelos castanhos claros em meio à um belo jardim cheio de flores. — Ele ama arrancar as flores e destruir o meu trabalho. —ela lamenta, mas logo ri. — O John puxou muito ao pai.

John...

— Você lembra dele não é Sebastian? O segurou quando era ainda um bebê. —Sebastian balança a cabeça afirmando. — Uma dica, não o deixe trocar as fraudas do bebê, é um desastre!

— Consegui coloca-lo para dormir. —ressalta.

— Porque seus braços são enormes e parecem almofadas, não porque tem jeito com bebês! Brutamontes.

Ele bufa ao meu lado me fazendo rir. Aquilo era muito engraçado.

— Eu... —respiro tentando esquecer o "brutamontes". — Eu não tenho jeito algum com bebês. Conseguiu pelo menos terminar de trocar a frauda? —pergunto prendendo o riso.

— Eu precisei ajudar. —ela não o deixa responder.

— Mas não conseguiu coloca-lo para dormir. —ele levanta as sobrancelhas para ela que faz careta.

— Tanto faz! —abana as mãos no ar. — Se precisarem de alguma ajudinha, eu estou aqui e o John é um amor de criança vocês podem... Tentar com ele? Ou pelo menos ver uma criança de perto? Além do mais, ele adoraria conhecer alguém da família.

Eu ri. — Talvez? Mas não posso garantir nada, realmente não tenho jeito com crianças...

— Já tentou?

— Não, mas... Me parecem tão frágeis que eu prefiro não chegar perto.

— Ah, isso não é um problema. Eu passei isso com o John quando ele nasceu, nunca havia trocado uma frauda na vida e as vezes tinha até medo de segurá-lo pois eu poderia derrubá-lo, mas precisa ser confiante e ir em frente, você é a mãe e aquela coisinha pequena depende de você então não há muito como correr.

— Parece tão simples. —rio

— Não é. Mas com o tempo fica. —sorri para mim talvez tentando me tranquilizar. — Por isso eu quero ser uma boa titia e ajudar como posso. Falo sério quanto ao John, pode conhece-lo e treinar um pouco.

— Seria maravilhoso... —olho para o Sebastian para ver se está de acordo e ele balança a cabeça afirmando, mas logo me lembro que preciso falar algo sobre aquilo. — Então quando falou do John no Rio...

— Meias verdades. Não poderia falar da Sabrina assim de uma hora para outra se não iria me chamar de louco.

— Entendo.

— Sou praticamente um fantasma. Pelo menos foi assim que pareceu quando fui até o Sebastian à alguns anos atrás, ele não esperava. —ela ri. — James ficou puto comigo pois ninguém mais poderia saber da minha existência, mas eu já não faço o que ele manda à um bom tempo. De qualquer forma, não ache que sou uma ameaça... Quanto a empresa, eu não faço questão de nada que venha do James já que ele me nega, praticamente.

— Sabrina. —Sebastian chama sua atenção, mas ela não desvia o olhar do meu, como se já esperasse o que ele fosse falar. — Ele nunca negou você.

— Eu precisei aparecer para você saber que eu existia, isso não é negar alguém?Escondê-la? Era como se eu não fosse nada, nem parte da família ou algo assim. Mas eu não me importo, sabe, acho que me dei bem na vida sem precisar da ajuda dele e não é agora que vou precisar. —sorriu satisfeita consigo mesma. — Já disse ao Sebastian que se caso eu tenha qualquer direito à essa empresa eu assinarei o papel que for para passar para o nome dele. Caso não tenha, melhor ainda.

A Conveniência do CasamentoWhere stories live. Discover now