𝐶ℎ𝑎𝑠𝑖𝑛𝑔

By ssunflowerssun

35.9K 1.8K 84

• Livro 1 da Saga Chasing • "Todos nós temos os nossos demónios. É isso que recebemos pelas escolhas que fize... More

1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77

52

413 26 3
By ssunflowerssun

"Eu acompanho-te até lá fora. Até já." 

Despeço-me do William e faço sinal para o Wally me siga até ao parque de estacionamento.

Após apresentar o Wally aos meus amigos e ainda ao William para que ele possa ter uma prova de que realmente não sou anti social, chegou a hora de ele voltar para sua vida e eu para a minha onde existem pessoas com muitas questões. 

"Tens que conhecer a Lexa um dia destes."

"Ok. Quem é a Lexa?"

"A minha namorada. Eu falei-lhe sobre ti e ela quer muito conhecer-te."

"Terei todo o prazer em conhecê-la."

"Então da próxima vez que nos encontrarmos, ela vem." Afirma virando-se para mim quando alcançamos o seu carro. "Ficas bem?" 

"Sempre."

"Nesse caso, até breve... irmã." 

"Até breve, irmão." Ambos esboçamos uma careta pela palavra desconhecida e estranha enquanto nos abraçamos pela primeira vez. "Vai com cuidado."

"Sim, senhora."

Permaneço no mesmo lugar, esperando que entre no carro e aceno uma última vez antes de regressar para o interior. 

Sorrio assim que volto a cruzar-me com o William à entrada do edifício. 

"Nunca me contaste que tinhas um irmão." Comenta abrindo a porta para mim. 

Entro e olho para trás, vendo-o seguir-me. "Tenho três. E tu nunca me perguntaste."

"Nunca me falaste da tua família então achei que era um assunto sobre o qual não devíamos conversar."

"Boa observação." Elogio parando à entrada do bar. 

"Ele parece simpático. Vocês são muito parecidos—"

"Posso falar contigo?" Com uma atitude rude e bem a sua cara, o Zayn coloca-se entre nós, interrompendo a nossa conversa. 

"Estou a falar com o William, Zayn." Semicerro o olhar, incomodada com a interrupção. 

"Sim, eu sei." Afirma sacudindo os ombros. "Podemos falar ou não?"

"Não."

"Falamos mais tarde—"

"Não, William." Levanto a mão, pedindo-lhe que não se mova mas ele balança a cabeça negativamente. "Estava a falar contigo primeiro."

"Pode ser importante." O William abre um sorriso, embora não esconda o aborrecimento. "Não há problema. Falamos depois." Garante afastando-se sem me dar a oportunidade de insistir novamente. 

"Estás contente?" Deixo cair os ombros quando o Zayn encolhe os ombros, sem me levar a sério. 

"Falas com ele depois. Qual é o problema?" 

"O problema é que não quero falar contigo." Cruzo os braços. "E quando é que vais parar de te comportar como um idiota?"

"Nunca. Não gosto dele." Murmura com o rosto fechado, enfiando as mãos nos bolsos. "E também não vou perder o meu tempo a falar sobre ele. Quero conversar contigo sobre outra coisa."

"Sobre o Harry?"

"Sim. Podemos ir até ao teu apartamento?"

"Não. Eu não quero falar sobre ele."

"Não sejas teimosa." Pede calmamente, erguendo as sobrancelhas. "Vamos." Murmura fazendo sinal para que o siga, desaparecendo do meu campo de visão. 

Deixo cair os ombros e desvio o olhar, acabando por cruzá-lo com o do Niall. Suspirando, vejo-me obrigada a seguir o Zayn para fora do bar. 

"O Wally," Começa assim que o alcanço. "Quando é que isso aconteceu?"

"A Amy morreu, o James foi dar-me a notícia e a família serviu de plateia." Faço um rápido resumo, fazendo-o olhar para mim. 

"A Amy está morta?" Cospe, erguendo as sobrancelhas. "Conheceste a mulher dele e os teus irmãos?"

"Não exatamente." Balanço a cabeça. "As coisas não correram muito bem após descobrirem as suas mentiras–"

"Imbecil." Comenta sem mesmo se dar conta. 

"A verdade foi reposta. É tudo o que importa." Sacudo os ombros. "Finalmente tenho a oportunidade de conhecer os meus irmãos e isso é mais importante do que qualquer coisa que o James tenha feito." 

Entro no edifício e dou passagem a um dos moradores que sai do elevador antes de entrar no mesmo. "Eu e o Wally temos muito em comum."

"Fico feliz por ti." Declara antes de fechar-se em copas, mantendo-se em silêncio até pisarmos o chão do apartamento. 

Ele dirige-se diretamente para o sofá e instala-se, esperando que lhe faça companhia. "O Taylor falou comigo... foi mais uma discussão do que qualquer outra coisa." 

"Sobre?"

"Sobre o meu comportamento." Murmura enquanto me sento ao seu lado. "Devo-te um pedido de desculpas por ter ficado tão aborrecido contigo. A culpa não é tua se o Harry é um anormal, porco e idiota." Inclinando-se, coloca os cotovelos nos joelhos e passa a mão pela barba por fazer. "Não vou mentir, Anna. Não gostei que tivesses ido para a cama com ele e também não gostei de saber que todos sabiam menos eu."

"Ias atrás dele, Zayn."

"Sim!" Enfatiza arregalando os olhos. 

"Não queria que te metesses em problemas por minha causa." 

"O que ele fez, não se faz a ninguém."

"Tens toda a razão." Interrompo-o, umedecendo os lábios. "O erro foi meu."

"Não importa de quem é o erro. Confiaste nele e ele deixou-te para trás depois de conseguir o que queria para poder esfregar tudo na cara do William e esse imbecil ainda ficou quieto."

"Querias que o William o atacasse porque eu decidi dormir com o Harry?"

"Ele não gosta de ti? Devia ter-te defendido!" 

"Isso é exatamente o que o Harry quer. Confronto."

"E o William não é homem o suficiente para o confrontar?"

"O William é inteligente e conhece bem o Harry." Inspiro, pressionando os lábios. "Não vai entrar nos jogos dele."

"Segundo o Taylor, já faz parte deles."

"É muito mais complicado do que parece, Zayn."

"Explica-me." Pede calmamente, olhando-me nos olhos. "Quero perceber o que se passa." 

"Eles são irmãos—" 

"Quem?"

"O Harry e o William." Sussurro vendo o choque estampado nos seus olhos expressivos. 

"Irmãos!?"

"A mãe do Harry faleceu num acidente de carro quando descobriu que o marido tinha uma amante, a mãe do William. O Harry dirigiu a sua raiva para o William e não perde uma oportunidade para o magoar. O William é a vitima, Zayn." Baixo o olhar, passando a língua pelos lábios. 

"Eu sabia das possíveis consequências. Eu sabia da verdade quando o Harry se aproximou e eu deixei." Afirmo encolhendo os ombros. "Mas agora que descobri que tudo era apenas um plano para me afastar do William e que segundo a Emma e o Niall, já acontece há semanas—"

"Segundo a Emma e o Niall? Eles sabiam disto? 

"Acalma-te." Sugiro colocando uma mão no seu joelho ao vê-lo demasiado agitado. 

"Acalmo-me o caralho!" Cospe para ninguém em geral. "A Emma está metida nesta história? E eu pensava que o Niall era de confiança!"

"Já passou, Zayn." Suspiro forçando-me a abrir um sorriso que o tranquilize. 

"Tretas." Ele atinge-me com um olhar carregado de desconfiança. 

"Zayn—"

"O Taylor está demasiado preocupado com algo que supostamente já passou."

"O Taylor preocupa-se demasiado, sabes disso. É difícil ignorar alguém que vive comigo, é difícil aceitar o facto de que a Emma escondeu isto de mim mas não tão complicado quanto parece."

"Ele preocupa-se com razão e se está preocupado, há uma razão. É muita coisa de uma só vez. Veres os teus irmãos, o James. Saber da morte da Amy…"

"O que é que queres que faça? Eu fugi por quatro horas mas o Taylor acabou por me encontrar." Constato sarcasticamente, ouvindo a sua risada.  

"Nunca mais faças isso."

"Precisava pensar."

"Fugir não resolve problemas. Precisas reagir."

"Explodir, queres dizer."

"Ainda conta como reação." Defende obrigando-me a revirar os olhos. 

"E torno-me ainda mais a má da fita? Vou dizer e fazer coisas que não quero e não sinto."  

"Para que fique claro, fingir que nada aconteceu não vai fazer com o que sentes desapareça. Vais explodir mais cedo ou mais tarde." Garante. "Vais fazer estragos de qualquer forma e de preferência comigo por perto."

"Podes parar de tentar arranjar confusão por um segundo?"

"Estás a tornar-te aborrecida." Queixa-se fazendo-me abrir a boca para reclamar quando a porta do apartamento se abre. 

O Harry pára à entrada, assim que nos vê. Olho para o Zayn que assente com a cabeça, mantendo o silêncio. 

Endireito-me quando me apercebo que nenhum deles vai abrir a boca para além de mim. 

"O Niall não está." Olho para o Harry, que limpa a garganta antes de falar. 

"Eu sei. Ele disse-me que podia esperar aqui mas não deve saber que o apartamento está ocupado."

"Podes ficar desde que não incomodes." Murmuro voltando a focar-me no Zayn que reprime um sorriso enquanto tira o seu telemóvel do bolso. 

"É a Perrie. Deve andar à minha procura." Murmura enquanto o Harry fecha a porta e pouco à vontade, senta-se na outra ponta do sofá com o olhar preso ao chão. "Sim, estou no apartamento da Anna, porquê?" Com as sobrancelhas unidas ouve atentamente tudo o que ela tem para lhe dizer e o diálogo é longo. "Comigo? Porquê? Mas estão aqui, na Universidade? Não, tudo bem. Vou já para aí. Até já."

"Aconteceu alguma coisa?" Pergunto quando a chamada termina. 

"A polícia está na Universidade e quer falar comigo." Explica como se estivesse a dizer-me as horas. 

"Porquê?" Levanto-me ao mesmo tempo que ele movida pela preocupação. "Por causa do Tate?" Insisto recebendo a sua confirmação. "O que é que eles querem?"

"Não sei, mas fica calma." Pede colocando uma mão no meu ombro, aparentemente calmo. "Não deve ser importante. Eu tenho que ir, eles estão à minha espera."

"Eles vieram até aqui, é claro que é algo importante."

"Não penses no pior!" Refila acariciando a minha bochecha. "Fica tranquila. Eu já fui considerado inocente."

"Podem ter mudado de ideias!" Abro os braços. "Não estou a dizer que és culpado mas nunca se sabe o rumo que a investigação tomou. Eles—"

"Anna, Anna…" Sussurra descendo a mão até à minha boca onde deixa uma leve palmada. "Eu vou saber o que se passa, ok?" Diz tendo a audácia de rir-se na minha cara.  

"Ok." Resmungo torcendo os lábios. "Então vai." Apresso apontando para a porta. 

"Tenta não morrer entretanto... assim que terminar, digo-te alguma coisa." Promete dirigindo-se para a porta, deixando-me com o coração nas mãos.

"Podem ser apenas novas informações." 

Sento-me novamente no sofá, com as mãos embrulhadas uma na outra sem acreditar que o Harry está a tentar reconfortar-me depois do que disse e do que fez. 

Eu realmente não consigo acompanhar o ritmo das coisas com ele.

"Podes esperar pelo Niall mas espera calado." Sugiro esfregando as mãos. 

"Estou apenas a dizer que não há a necessidade de entrar em pânico." Murmura sacudindo os ombros. "Muito dificilmente vão voltar atrás e considerá-lo culpado."

"Não conheces o significado da palavra calado?" Ergo uma sobrancelha, olhando para as minhas mãos. 

"O que é que acontece se desrespeitar a tua ordem? Vais expulsar-me?"

"Com certeza não serei eu a sair da minha própria casa."

"Precisamos conversar—"

"Não." Interrompo-o incapaz de continuar no mesmo espaço que ele. "Precisas sair." Ordeno levantando-me, gesticulando para a porta quando a mesma se abre e o Niall chega na companhia da Emma. 

"A polícia está na Universidade." O Niall olha para ambos, analisando o ambiente entre nós. 

"Nós sabemos." O Harry responde. "Vieram falar com o Zayn por causa da investigação da morte do Tate."

"Não é apenas isso." Ele balança a cabeça, voltando a olhar para ambos. Cruzo os braços e espero que elabore. "Eles querem falar connosco."

"Connosco?" 

"Sim, Harry. Agora pára com as perguntas e faz o favor de te levantares." Apressa. 

"Porque é que a polícia quer falar connosco?" O Harry levanta-se mas continua tão perdido quanto eu. 

"Se pensares um bocadinho chegas lá."

"O que é que se passa?" A Emma inquire ao sentir-se de parte. 

"Nada importante." Assegura enquanto passo por eles, saindo do apartamento com uma pequena noção do que se passa. 

O único assunto que envolve a polícia e nós os três é a violação da Marie e é desta forma que todos os problemas vêm ao de cima de uma vez só. 

"O que é que aconteceu, Niall? Porque é que a polícia quer falar convosco?" A Emma insiste enquanto esperamos pelo elevador. 

"Não posso dizer-te." O Niall suspira. "Mas prometo que nenhum de nós está metido em problemas, ok? Não tens com o que te preocupar."

"A polícia está aqui, não podes contar-me o que se passa e não queres que fique preocupada?" Resmunga entrando no elevador. 

"Não é bom ficar de fora, pois não?"

"Confias em mim ou não?" O Niall inquire, sobrepondo-se à minha questão com a intenção de a abafar. 

"Confio mas estou preocupada."

"Relaxa. Está tudo controlado." O Harry entra no elevador em primeiro lugar.  

"Uhm, fico muito mais descansada agora que justamente tu me dizes que está tudo controlado." Refila com sarcasmo. 

Limito-me a guardar os meus comentários menos agradáveis para mim mesma e sigo-os até à sala de espera ao lado do gabinete do Diretor, encontrando um leque de rostos conhecidos e preocupados. 

"O que é que estás aqui a fazer?"

"Isso pergunto eu. O que é que vocês estão aqui a fazer?" Olho para o Gabe e depois para o Richard. 

"A polícia está cá para falar com a Marie e o Zayn. Nós viemos esperar por notícias." O Richard suspira antes da sua atenção se dirigir para um ponto atrás de mim. "O que é que eles estão aqui a fazer?"

"Eu e o Harry fomos chamados." Esclarece o Niall. 

"E tu? Também foste chamada?"

"Sim." 

"Não estou a entender porque é que a polícia quer falar com vocês. Pensei que isto estivesse relacionado com o Tate."

"Quantas vezes preciso dizer-te para não te preocupares, Danielle?" A Marie senta-se e cruza os braços com o rosto fechado. 

"Quantas vezes preciso dizer-te que prefiro uma explicação? Depois, talvez pare de me preocupar."

"Não tenho uma explicação."

"Nesse caso, não tenho razões para não me preocupar."

A Danielle cruza as pernas e os braços decidida a esperar pacientemente por respostas que muito provavelmente não vai obter e eu caminho um pouco pela sala indo ao encontro do Taylor que se encontra ao fundo da mesma.  

"Achas que já têm alguma pista sobre o psicopata?" Inquire cruzando os braços junto ao peito. 

"Não sei." Minto sem ter como lhe explicar que estou aqui por causa da Marie. 

"Porque mais te chamariam? E ao Niall e o Harry?"

"Por causa de outro assunto. Não posso contar-te." Mordo o lábio. 

"Pensei que não existiam segredos entre nós." 

"Não é um segredo meu, Taylor." Explico abrindo um sorriso quando o vejo fazer beicinho. "O que me preocupa agora é o Zayn."

A situação dele é a única que pode mudar para pior e eu estou realmente curiosa com o que está a passar na sala ao lado. 

"Já foi considerado inocente."

"Podem ter reconsiderado." Constato com os olhos muito abertos. 

"Não de um dia para o outro, Anna." Ele franze as sobrancelhas soltando uma risada. "Ele não é culpado pela morte do Tate e assim sendo, não vai pagar por um crime que não cometeu."

"Não vês televisão? Quantas pessoas já pagaram por crimes que não cometeram?"

"Anna…" Com uma careta coloca a mão na minha cabeça, tratando-me como uma criança pequena. "Não dramatizes. Eles disseram que queriam falar com ele. Ninguém falou em levá-lo para a cadeira elétrica."

"És tão parvo às vezes."

"E tu vês séries a mais." Acusa encolhendo os ombros. 

"Zayn!"

Giro o corpo vendo a Perrie saltar para os seus braços no momento em que ele fecha a porta do gabinete. Abraçando-a, solta uma risada. 

"Calma. Não fui preso." Constata fazendo-me revirar os olhos. 

"Idiota." Murmuro em conjunto com o Max. 

"Conseguimos ver isso. O que é que te disseram?" O Gabe coloca as mãos na cintura, impaciente por pormenores. 

"Houveram avanços na investigação. Nada relacionado comigo. Ao que parece, o Tate tomou algo que não era para ele." Explica deixando-nos a todos um pouco confusos. "Eles querem falar convosco." Murmura olhando para o Niall e para o Harry. "Anna e Marie, vocês também."

Estico a mão na direção da Marie, que a aceita e não larga até entrarmos no gabinete do Diretor onde o mesmo se encontra acompanhado por dois agentes e um indivíduo de fato e ar cansado. 

O mesmo aponta para as cadeiras à sua frente e eu sou a primeira a sentar-me, pegando na mão da Marie novamente para lhe dar algum tipo de conforto. 

"Boa tarde." O homem alivia um pouco o nó da gravata antes de abrir um dossier com algumas folhas. "O meu nome é Peter Morgan e sou o investigador responsável pelos casos de abuso sexual que têm ocorrido–"

"Desculpe, Inspetor." O Diretor interrompe-o com o olhar preso na figura do filho. "O meu filho está relacionado com isto?"

"Se esperares dois minutos, vais perceber tudo." Com um suspiro e um leve revirar de olhos, o Harry umedece os lábios. "O meu pai presta muita atenção ao outro filho e pouca quando se trata de mim, daí não saber o que se passa." Declara de forma venenosa, envergonhando o pai e chamando a atenção da Marie para a nova informação.

"Tenho algumas perguntas para vos fazer." O Investigador ignora todas as trocas de olhares que acontecem e foca-se no seu trabalho. "Vocês são amigos, certo?"

"Sim." O Niall responde com incerteza. 

"Marie, mantinha um relacionamento amoroso com o Tate?"

"Sim, senhor." Afirma baixinho. Acaricio a sua mão por baixo da mesa enquanto ele faz algumas anotações com o rosto inexpressivo. 

"Pode dizer-me porque decidiu ir sozinha até à estação de comboios naquela noite?" Pede num tom firme que me incomoda profundamente pela falta de cuidado perante alguém que está a reviver um trauma terrível. 

"Precisava espairecer então decidi ir até lá por ser um sítio calmo e normalmente vazio."

"Costuma frequentar o local muitas vezes?"

"Não... costumava passar algum tempo com o Tate por lá. Sozinha, só naquela noite." O seu olhar começa a ganhar uma tonalidade avermelhada e brilhante. 

"Foi drogada por inalação, correto?"

"Sim. Colocaram-me algo na cara e poucos segundos depois perdi a consciência e—"

"Não está a investigar o caso?" O Harry quebra o seu silêncio e interrompe a Marie, aborrecido com as questões que estão a ser feitas. "Tenho a certeza de que tudo o que precisa saber está aí." Refila apontando para o dossier para o qual o homem tanto olha. "Porquê ter que perguntar tudo novamente?"

"Harry." O Diretor cerra o maxilar, envergonhado pela segunda vez com a atitude do filho, no entanto, desta vez tenho que ficar do seu lado. 

"Já que quer tanto participar, diga-me Harry... como é que souberam onde a Marie estava."

"Estávamos no apartamento deles." Ele gesticula para mim e o Niall. "A Anna recebeu uma chamada da Marie e então fomos até à estação para ajudar." Explica semicerrando o olhar. "Como é suposto." 

"Como é que a Marie estava quando falaram ao telemóvel?"

"Confusa e assustada. - Respondo objetivamente."

"Quando a encontramos, estava novamente inconsciente." Acrescenta o Niall. "Chamamos uma ambulância e ela foi levada para o hospital."

"Tem alguma informação concreta? Encontraram o culpado?" O Harry insiste com o inspetor que, assim como o Harry, também começa a ficar irritado e agitado com toda esta conversa. 

"Após alguns testes descobrimos que a droga inalada pela Marie é a mesma usada em outros ataques que têm acontecido." Decide partilhar. "A substância é normalmente ingerida em bebidas quando as vítimas estão em ambientes de festa e outras vezes, raras, por inalação." Endireitando-se, inclina-se sobre a secretária. "Essa mesma substância foi o que levou o Tate a perder a vida."

Franzo as sobrancelhas. O que significa isso? 

"Como assim? Tentaram atacá-lo?"

"Não." Nega. "Na noite em que o Tate faleceu houve um ataque. Acreditamos que ele pode ter encontrado algum vestígio do que sobrou e pensado ser uma droga habitual. Ingerida em quantidades elevadas, pode levar à morte." 

"Então não sabem quem é o responsável?" Inquiro engolindo todas as informações em seco. 

"Infelizmente, não."

"Se continuar a perder o seu tempo com interrogatórios destes, nunca o vai encontrar."

"Terminamos por aqui." Ignorando a petulância do Harry, o Inspetor fecha o dossier e retira um caderno da sua pasta antes levantar o olhar. "Anna e Niall, ainda não terminamos."

"Não?" Após levantar-se, o Harry une as sobrancelhas, questionando o Niall com o olhar. 

"Vai apanhar ar, Harry."

"Espero por ti lá fora. Com licença." A Marie levanta-se e faz sinal para que o Harry siga à sua frente. 

A porta fecha-se segundos depois e inspiro, preparando-me para um segundo interrogatório.

Continue Reading

You'll Also Like

25.2M 2.4M 126
"Era incrível como ela cabia perfeitamente nos meus braços" Livro 4 // Da Série: Babacas de Terno. Susie Jones é uma mulher encantadora e um pouco t...
15.4M 938K 62
Jason Williams leva todas as mulheres a loucura. O cabelo bagunçado, o olhar predador, o corpo tatuado fazem esse roqueiro levar qualquer mulher par...
12.6M 215K 39
• Best-seller • Sucesso nacional e internacional • E-book e Físico. Amy Carter , morava com seu pai numa pequena cidade dos Estados Unidos chamada...
18.3M 1.1K 1
"DISPONÍVEL NA AMAZON 🚨" LIVRO 2 // Da SÉRIE: Babacas de terno. "Eu não podia cair no seu jogo de sedução, se caísse, estaria condenada a ele" Rub...