Gente, tudo bem com vocês? ^^ eu tô bem também ^^
Boa leitura!
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Acordei de supetão escutando a água cair do chuveiro, no meu banheiro. Só havia um banheiro naquele apartamento, e um quarto também, porque o imóvel era próprio para uma ou duas pessoas, isso explica o fato da minha cama ser de casal. Respondi minhas perguntas mentais sobre onde eu estava, e o que havia acontecido ontem. Estava tudo certo, meu quarto estava em boas condições, a porta do quarto ainda estava aberta, como na noite passada, mas eu tinha uma certa dúvida sobre quem estaria no banheiro.
Scott ou...?
Eu apostava todas as minhas fichas no loiro, e minhas suspeitas foram confirmadas quando o vi sair do banheiro, só com uma toalha rodeando a cintura. De repente, Scott puxou a toalha, ficando nu. E se eu não cobrisse meu rosto com o lençol, talvez visse o que não deveria.
– Qual é, Emma, você já me viu sem roupa! – ele protestou.
– Isso foi quando namorávamos – respondi.
– E qual o problema de ver novamente? – ele quis saber.
– Só veste uma roupa – mandei. Scott deu seu risinho debochado e pelos barulhos, foi fazer o que eu pedi.
– Já vesti uma cueca – ele avisou. Eu tirei o lençol do rosto, andei até o banheiro e fui escovar meus dentes, em seguida voltei a me sentar na cama, ainda bêbada de sono. Foi aí que a campainha soou.
Mal sabia eu que depois disso, teria um dos piores momentos da minha vida.
Levantei-me da cama e fui andando para abri-la, pensando ser minha mãe ou meu pai, ou o porteiro Harold, ou até mesmo a polícia, para me informar de que Charles havia sido preso novamente. Quando eu olhei pelo olho mágico, quase não acreditei em quem era. Os fios esverdeados e lisos fizeram meu coração bater mais rápido, os olhos puxados aceleraram minha respiração, e aquela boca... Queria provar seu sabor mais uma vez. Sorri, antes de tudo.
YoonGi.
Abri a porta e o encarei. Ele estava com um gorro cinza, um casaco por cima da blusa branca, calça de moletom cinza e tênis. Assim que seu olhar me encontrou, ele sorriu, me entregando aquele sorriso doce que eu tanto sentia falta. O abracei o mais forte que pude, para ter certeza de que aquilo não era um sonho. E sinceramente, não era. YoonGi afastou-se de mim lentamente e ergueu meu queixo com o polegar, e daquele jeito, eu pude provar o doce sabor que seus lábios me permitiram. Agarrei seu pescoço enquanto ele segurava minha cintura; ele a apertava com força, talvez para ter a mesma certeza que eu, de que aquilo não era o sonho. Sorri no meio no beijo, e então o abracei novamente.
– Senti saudades – ele falou.
– Eu também – disse. – Senti muitas saudades.
Eu tinha milhares de perguntas para fazer a ele, como o porquê de ele estar aqui; se ele havia sido seguido por fotógrafos; se ele estava bem. Eu queria beijá-lo mais, e guardá-lo num potinho para não deixar ninguém tocar. O abracei novamente.
– Quem é, Emma? – a voz de Scott despertou-me daquele momento. Engoli em seco e me afastei de YoonGi. Ele levantou o olhar e eu virei-me para trás, vendo Scott apenas de calça jeans e com uma toalha pendurada no pescoço. Retornei a olhar para YoonGi, e o mesmo estava com uma expressão impassível agora. Ele olhou de mim para Scott, e vice-versa.
– Não é nada do que você está pensando – eu me apressei em dizer. Mas as evidências não estavam ao meu favor: eu estava com o pijama amassado, cabelo bagunçado... Scott só de calça...
– Você não sabe o que eu estou pensando – YoonGi limpou a boca num ato brusco, e eu fiquei surpresa com aquilo. Por fim, ele se virou e começou a andar pelo corredor, na direção do elevador.
– Não, YoonGi! – eu exclamei. Num instante, Scott estava me segurando. Eu me esperneava, queria alcançar YoonGi e explicar o que estava acontecendo, mas a única coisa que eu vi acontecer, foi o elevador se abrir, ele entrar... E pronto.
Minhas pernas fraquejaram e eu só não caí porque Scott estava me segurando.
– Emma, espera – ele falou suavemente.
– Puta que pariu, me solta! – gritei, já com as bochechas molhadas das lágrimas que escorriam.
Ele me puxou para dentro do apartamento, e me soltou no chão.
– Espera, cacete, eu tô pedindo! – foi sua vez de gritar. Scott nunca havia gritado comigo, então... Por que ele estava fazendo aquilo agora? O loiro fechou a porta e passou a mão pelo cabelo, puxando-o para trás. Seus pensamentos pareciam estar a mil por hora; ele começou a andar de um lado para o outro, perdido em pensamentos. De repente, ele parou de andar.
– O que foi? – eu quis saber.
– Eu vou falar com ele – Scott respondeu, andando até o sofá e pegando uma camisa azul. Em dois segundos, o tecido cobria seu abdômen malhado. Scott andou até mim, sentada no chão, e ergueu meu queixo, para que eu o olhasse nos olhos.
– Ele não vai te escutar – argumentei.
– Eu preciso tentar – eu tentei achar mais um argumento, mas não encontrei. Scott tinha razão. – Eu te amo, Emma. Quero que nunca se esqueça disso.
— O quê?
Ele colou rapidamente nossos lábios, e então, saiu do meu apartamento.
— Scott, se você fizer merda, eu vou...
P. O. V Scott
Eu não poderia pegar um elevador, porque demoraria mais, e eu poderia perder o japonês de vista.
Chinês, japonês, coreano... O que importa é que aquele cara entenda que não há nada entre mim e a Emma. E Deus queira que ele entenda. Eu não quero. Talvez eu queira também, mas se eu quiser, é por ela. Enquanto descia as escadas de dois em dois degraus, fiquei refletindo em como eu estava desempenhando meu papel de amigo com Emma, e então, percebi que esse papel havia se rasgado ao meio quando a beijei. Foi apenas um selinho, mas significava que ainda tinha algo em mim. E perdê-la foi a maior burrice da minha vida.
Vi uma figura de cabelos verdes atravessando a rua e me apressei em correr, passando por Harold e vendo mais alguém na cabine, mas imaginei que fosse algum policial. Concentrei-me no... Como era o nome dele mesmo?
Yoone?
Combe?
Pâncreas? Não, exagerei.
– Coreano! – gritei, e ele girou a cabeça, olhando para mim. O filho da mãe não ligou e continuou a andar. – Ah, meu Deus...
Eu corri, os carros buzinaram na estrada, e eu consegui desviar deles por poucos centímetros. Tomara que isso tudo valha a pena. O branquelo não tinha noção do quanto eu estava perto dele, até que eu segurei seu braço e o puxei para um beco sem saída. Minhas mãos seguravam seus ombros e os empurravam contra a parede suja.
– O que você quer? – ele indagou.
– Será que você é tão idiota assim a ponto de julgar o que está acontecendo sem ao menos perguntar para ter certeza? – devolvi a resposta com outra pergunta. – Espera... Você fala minha língua?
– É claro que eu sei falar a sua língua, você acha que sou burro, filho da puta? – ele respondeu e o encarei, incrédulo. – Mas eu não precisava perguntar para saber o que estava acontecendo. Me solta! Você sai agarrando homens por aí?
– Só vou soltar porque eu quero - o soltei, e ele arrumou o casaco. – De qualquer forma, precisava sim ter perguntado. Você não faz ideia do que ela passou e do porquê que eu estava lá.
– Então o que aconteceu? – ele parecia estar disposto a não acreditar no que eu estava prestes a dizer. Mas eu precisava tentar.
Por ela.
– Você sabe do passado da Emma? Sabe do que ela passou? – no momento em que eu perguntei aquilo, ele engoliu em seco; hesitou, mas assentiu. – Então. O primo dela, que estava preso, escapou. Isso mesmo. Houve uma rebelião e ele escapou. Charles pegou a chave reserva, ameaçando Harold, o porteiro, e em seguida ele subiu até o apartamento dela e colocou bilhetes junto com uma caixa de presentes. Sabe o que tinha na caixa? Uma lingerie. Isso mesmo. E tinha também outro bilhete ao lado da lingerie, que dizia que ele mal esperava para colocar as mãos nela. Sabe o que ela fez? Ela foi conversar com o porteiro sobre o que havia acontecido e em seguida o mesmo ligou para a polícia. Eu sou a porra da polícia. Fui para lá o mais rápido que pude, com medo de que algo houvesse acontecido com ela, mas quando cheguei, ela estava bem. Eu quis ficar com ela porque ele estava a solta, com a chave reserva do apartamento, e com Emma sozinha ali, Charles poderia entrar e fazer o que quisesse.
– Eu não sabia... – ele perdeu a fala naquele momento.
– Claro que não. Você nem perguntou – falei. – Quando você bateu na porta eu tinha acabado de tomar banho e estava trocando de roupa. Apareci daquele jeito porque Emma tinha aberto a porta e eu não tinha escutado mais nada, então achei que pudesse ter sido o desgraçado do primo.
– Você a ama, não é? – ele mudou de assunto.
– É claro que a amo, quem poderia não amá-la? – respondi, sem hesitar.
– Então por que está fazendo isso? Digo... Você veio até mim, para que eu soubesse que estava errado, sendo que você poderia muito bem ter ficado lá e a consolado.
– A resposta para isso está na sua pergunta.
– Como assim?
– Você me perguntou se eu a amava, e eu respondi que sim – comecei a explicar. – Fazemos tudo pela pessoa que amamos, mesmo que isso nos machuque, não é? Então, é o que eu estou fazendo. Se eu quisesse, poderia ter ficado lá, consolando-a e deixando você ir para a merda do lugar que fosse. Ela gosta de você, eu vejo isso nos olhos dela, e sei que a Emma ficaria muito triste se eu não estivesse fazendo isso agora. Estou fazendo isso por ela, Yoone.
– É YoonGi – ele me corrigiu.
– Dá no mesmo. Você a ama?
– É claro que sim, soube que algo iria acontecer desde o primeiro momento em que sentei ao lado dela no avião. Ela é linda por dentro e por fora, e merece ser tratada com todo o respeito e todo o cuidado – ele respondeu e respirou fundo. – Obrigado por ter vindo falar comigo. Obrigado pelo que está fazendo.
– Cara, seu inglês tá meio antiquado.
YoonGi riu, mas sua expressão se tornou séria quando escutamos um grito. Meus olhos, aos poucos, começaram a se arregalar. Eu e o coreano começamos a correr na direção do apartamento de Emma.
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Deixem suas opiniões, quero saber xD
Beijocas ♥