A escolhida. [amostra]

By drikacsa

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LIVRO FÍSICO DISPONÍVEL NO SITE DA THE BOOKS EDITORA História vencedora do #Wattys2016 " Edição de Colecionad... More

Parte I
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
.
Capítulo 10
Capítulo 11
compre "A escolhida"
Capítulo 12
Capítulo 13
capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
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Capítulo 18
Capítulo 19
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Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
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Capítulo 27
Capítulo 28
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Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Parte 2
Capítulo 1- Parte 2
Capítulo 2 - Parte 2
Capítulo 3 - Parte 2
Capítulo 4 - Parte 2
Capítulo 5 - Parte 2
Capítulo 6 - Parte 2
Capítulo 7 - Parte 2
A escolhida
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Capítulo 9 - parte 2
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Capítulo 10 - Parte 2
Capítulo 11 - Parte 2
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Capítulo 12- Parte 2
Capítulo 13 - Parte 2
Capítulo 14 - Parte 2
Epílogo
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Wattys 2016 é nosso ❤️
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A escolhida já está em pré-venda
A escolhida na Amazon

Capítulo 8 - Parte 2

165K 9.8K 4.3K
By drikacsa

Capítulo sem revisão

Meu pai me abraça e só ele consegue me confortar.

- Eu deixei Zen ir – Digo ainda apertada pelos seus braços.

- Não podemos perder nossas vidas – Ele enxuga minhas lagrimas – Não acha que eles já fizeram você sofrer demais?

- Acho, mas eu não sei como fazer eles pararem.

- E não pode enquanto não chegar a hora, quando chegar a hora de toda essa maluquice dele ai sim nós vamos poder fazer alguma coisa. Enquanto isso pare de ficar pensando no pior e tente ser feliz. Não existe nada mais lindo que o seu sorriso Zara. – Tenho vontade de ficar em seus braços para sempre, eu o amo tanto. – Vem vamos comer alguma comida orgânica e assistir netflix. – Faço cara feia para ele.

- Preciso de alguma coisa bem gordurosa e com muita açúcar – Ele sorrir.

- Eu também – Luciano diz. – Bill você nunca consegue assistir nada sem dormir no meio.

- Eu? Que mentira – Ele diz.

- Não é mentira pai, você começa a roncar e ninguém consegue terminar de assistir.

- Eu já estou com quarenta anos, vocês tem que entender os mais velhos.

- Pai ninguém acredita que você tem só quarenta.

- Tenho até que provem o contrario – Rimos. Nora traz chocolate para nós enquanto eles comem aquelas comidas estranhas que prefiro manter longe do meu cardápio.

- Zen gritaria se nos visse comendo os chocolates dele – Luciano diz enquanto tira a embalagem do seu. Nós rimos, vou sentir muita falta do meu irmãozinho. Lembro de quando eu era criança e tudo o que eu mais queria era ter um irmão, mas Bruce nunca quis. Minha mãe chegou a engravidar dele, mas ele não parava nunca de a agredir e ela perdeu, foi daí que tudo que ela fazia era evitar gravidez. Eu jamais deixaria ele fazer isso se estivesse lá, eu me culpei por muito tempo por isso queria está lá e proteger ela, como eu odeio Bruce.

Uma semana se passou desde que Zen foi pra faculdade, ligo para ele todos os dias por mais que ele brigue dizendo que ele não é uma criança. Meu pai anda fazendo de tudo para me animar e claro o resto está seguindo suas maluquices. Nós saímos todos os dias desde que Zen foi embora. Segundo ele sem Zen por perto ele tem menos um para dar atenção, então agora eu terei o dobro dela.

- Vovô – Jake pula no colo de Bill assim que o ver chegando junto a Nora.

- E ai garotão – Ele diz beijando o rosto de Jake.

- O grande Jake está sendo atacado – Jake grita fazendo uma cara de espanto que leva a todos a rir – Vamos cavalinho precisamos correr dos caras mal – Ele levanta a mão como se ergue-se uma espada. Meu pai o joga para suas costas e sai correndo pela casa com ele. Abraço Nora ainda rindo. Jake criou uma mania de achar que todos tem a obrigação de ser seu cavalinho, meu pai é o que mais cai na sua. Justin e Morgan já estão a ponto de se esconderem dele. Eles passam por nós ainda correndo.

- Grande Jake, você já está grande demais para a coluna do seu vô – Digo.

- Vovô é o cavalo de aço, nada é grande demais para ele linda donzela – Jake diz e me manda um beijo. É quase impossível resistir aos encantos de Jake.

- Vou cortar seus filmes.

- Jamais – Ele aponta sua espada invisível para mim. O encaro e aos poucos ele baixa a mão – Hora de descansar cavalinho, mamãe está brava. – Ele desce das costas do meu pai e vem me dar um abraço. Dou um beijo em seu rosto e o aperto o mais forte que eu posso.

- Meu cavaleiro encantado.

- Não mamãe, você me faz parecer uma criança falando assim – Ninguém resiste a rir dele.

- Tudo bem homenzinho. Vamos jantar – Me levanto e pego em sua mão. – Cadê a mamãe? – Pergunto.

- Ela mandou avisar que não vai, não está se sentindo bem acha que comeu algo que a fez mal – Rose diz.

- Vocês podem ir indo, vou ver como ela está – Jake vem comigo subimos a escada e no final dela encontro Lúcio e Luciano. Eu não tinha reparado que ele não estava lá.

- Zara vou sair com meu pai hoje, tudo bem? - Luciano pergunta.

- Claro – Digo. – Se forem demorar me avisem, não quero ficar preocupada – Mantenho meu olhar preso a Lúcio. Idiota mal fala comigo desde nossa ultima noite apesar de ontem ele por um milagre ter se reunido a nós para jantarmos, como eu disse toda noite é especial agora nessa casa. Ontem nos reunimos aqui e hoje decidimos sair. Lúcio não tirava os olhos de mim, mas quando tentei me aproximar ele não me deu tanto espaço.

- Tudo bem – Lúcio diz. – Qualquer coisa me liga também – Nos encaramos por um tempo calados, até que Luciano começa a descer as escadas e ele o segue. Vou para o quarto da minha mãe e a pego saindo do banheiro com uma cara nada boa.

- Como você está? – Pergunto.

- Não muito bem filha, mas não precisa se preocupar pode ir jantar.

- Não quer mesmo que eu a leve para o hospital, me parece mal.

- Só estou um pouco tonta e enjoada, nada demais. Se eu piorar eu ligo para você.

- Liga mesmo – Dou um beijo em seu rosto.

- Nós voltamos logo vovó – Jake dá um beijo em seu rosto. Ela sorrir e o beija também.

Pego a taça de vinho que está pela metade e a levanto.

- Um brinde a vida – Digo e todos brindam.

- Que ela seja mais longa do que imaginamos – Morgan diz com um sorriso sarcástico.

- Ou não, mas se não for foda-se eu tenho as melhores pessoas do mundo ao meu lado é isso que importa – Tyler grita chamando a atenção das pessoas do restaurante – Eu ouvi um foda-se? – Ele volta a gritar.

- Foda-se – Brindamos em coro ignorando os olhares. Já estou na quinta taça de vinho e o mundo já está querendo rodar quando meu celular vibra e aparece o alerta de uma mensagem da minha mãe.

'' Filha acho que vou preferir ir no hospital, pode vim me buscar? Por favor não incomode os outros, não quero estragar a noite deles ''

'' claro, estou indo ''

- Minha mãe está pedindo um remédio, vou passar em uma farmácia para comprar e deixar para ela, volto logo.

- Se quiser vou com você – Morgan se oferece.

- Não precisa, ela pediu para vocês continuarem se divertindo.

- Está bem para dirigir Zara? – Meu pai pergunta, ele está bêbado.

- Melhor do que você estou – Ele levanta sua taça e sorrir para mim. Vou para o carro e dirijo o mais rápido que posso até minha casa. Talvez eu esteja um pouco bêbada, posso sentir o álcool pelo meu corpo. Para em frente em minha casa e meu celular vibra novamente.

'' mamãe enterrada no quintal, socorro ''

Meu coração dispara, entro correndo dentro de casa e vou para o quintal, minha mãe está enterrada lá, seu corpo totalmente e seu rosto eles não deixaram livre o suficiente para ela respirar. Pego a pá que ainda está do seu lado e tento tirar a terra de cima dela, ela tenta falar.

- Não fala por favor – Digo enquanto puxo a terra desesperada. Tiro boa parte da terra e puxo com a mão a do seu rosto. Ajudo ela a sair do buraco e a abraço. Ela está chorando apavorada. Abraço ela o mais forte que posso – Mãe o que eles fizeram? Meu Deus, eu sinto muito – Digo. Como eles puderam fazer isso com ela. Levo ela para dentro e pego água para ela. Tento acalma-la, mas não é fácil quando estou tão desesperada quanto ela.

- Eu não queria ter mandado a mensagem Zara – Ela diz finalmente – Eles me obrigaram.

- Se não tivesse mandado estava morta – Digo segurando forte em sua mão.

- Quem era ele?

- Eram três deles, não vi seus rostos. – Meu celular volta a vibrar. Zen está me ligando.

- Zara – Ele diz sussurrando assim que atendo – Disse para ligar quando acontecesse algo de estranho, acho que tem alguém tentando entrar no meu quarto. E não é meu colega de quarto, estão tentando arrombar. Zara eu estou com medo.

- Onde você está? Se escondeu? – Pergunto, eu não sei o que fazer, eu estou a três horas de distancia de Zen.

- Sim, no armário, mas eles vão me achar. – A voz de Zen é tremula, ele está apavorado. O que eu vou fazer? Eu não sei o que fazer, mas não posso deixar ele morrer. Outra ligação em meu celular.

- Zen espere um minuto – O deixo em espera e atendo. É aquele desgraçado.

- Doce vingança – Sua voz é sarcástica – Quem salvara Zen? Como gostaria de receber a cabeça do seu irmãozinho? Que vacilo o deixar tão indefeso.

- Não faz nada com ele – Grito tomada pelo ódio – Não toca no meu irmão.

- Você atirou em mim Zara, lembra? Eu disse que tudo tem seu preço.

- Não – Grito de novo – Não pode o matar.

- Quase chorei vendo você salvar sua mãe, mas o seu irmão? Coitado. Nem sempre foi visto como um perdedor e quando parece que finalmente vai vencer sua irmã o mata. – Ele está lá fora, viu todo o meu desespero. Olho para todos os lados em busca de uma solução. Ninguém vai matar Zen, eu morreria por ele. Morreria. Mas eu não posso morrer, avisto a faca de longe na cozinha corro e a pego. Vou para o quintal de onde sei que ele pode me ver.

- Se matar meu irmão então você perde – Digo – Se o matar, eu vou me matar e ai diga adeus as suas tradições. – Aponto a faca em meu coração.

- Solte essa faca.

- Então eu estou certa? Precisa de mim viva. Se me quer viva então mande eles saírem de lá – Avisto seu carro na esquina – Agora – Grito. Mudo a linha para Zen. – Ainda está aí?

- Sim – ele responde e percebo que ele estava chorando. Zen quero que me diga se eles estão indo embora. Tudo bem?

- Ok – Passa alguns segundo até que ele responde – Eles pararam de mexer na porta, eu estou ouvindo passos parecem está indo para longe – Respiro aliviada.

- Tudo bem Zen – Tento me controlar para não chorar, mas é impossível – Eles não vão te machucar.

- Zara eu estou com medo. Eles iam me matar – O ouvir chorando acaba comigo.

- Mas eles não vão, entendeu? Não vão te matar. – Respiro fundo antes de continuar – Espere mais um pouco e sai daí, vá para algum lugar movimentado e só volte quando seu colega de quarto voltar, tudo bem?

- Tudo bem, mas não desliga Zara, por favor.

- Não vou, mas espere só um momento – Volto para a outra linha – Ainda está ai?

- Sim – Ele responde nada contente.

- Está vendo essa faca apontando pro meu peito? Se chegar perto de mais alguém que eu amo então eu vou me matar e não ache que é blefe meu. Existem milhões de motivo para eu simplesmente morrer, e todos eles são tentadores. Nunca mais chegue perto das pessoas que eu amo. – Desligo e volto para linha com Zen – Fecha os olhos e imagina que isso é só mais uma fase do seu game preferido.

- Não é tão emocionante – Ele rir – Acho que já foram.

- Quer sair daí? – Pergunto.

- Quero.

- Sai devagar e ver se não tem ninguém por perto.

- Estou abrindo a porta do armário – Ele pausa – Não tem ninguém aqui.

- Agora precisa sair do quarto e saia correndo vá para algum lugar cheio.

- Tudo bem – Ouço sua respiração acelerada, sei que ele está correndo – Pronto – O barulho agora é alto. – Estou em uma das festas que tem aqui, acho que é a que meu colega está.

- Procure por ele e só volte quando ele voltar, tudo bem?

- Tá – Ouço ele respirar aliviado – Obrigado Zara.

- Olha amanhã eu vou ai, tudo bem? Eu vou ver como você está.

- Tudo bem. – Desligo e vejo que o carro ainda está lá, ele ainda está me vendo. Deve saber que a ideia de acabar com tudo isso me pareceu tentadora, observo a faca em minha mão, a solto deixando cair sobre a grama, me volto para o carro e mostro meu dedo do meio para ele. Sei que ele me viu e sei que nesse exato momento deve está respirando aliviado. Volto para minha mãe e a encontro vomitando na sala. – Mãe vem vamos para o hospital – Pego um pano e ela limpa sua boca, ajudo ela a entrar no carro.

- Filha como está o Zen? – Ela pergunta quase sem forças.

- Ele está bem mãe, eu não deixaria eles fazerem nada com ele. – Ela da um leve sorriso. Quando para em frente ao hospital ajudo ela a sair, mas no meio do caminho ela acaba não aguentando mais e desmaia, tento segura-la e grito para alguém me ajudar. Enfermeiros vem até nós e a pegam levando para dentro, a enfermeira me garante que vai ficar tudo bem com ela e pede para que eu espere. Ligo para meu pai e conto tudo o que aconteceu a ele e aproveito para ligar para Lúcio também. Tento não parecer tão desesperada na frente daquelas pessoas que nem me conhecem e nem imagina que alguém é capaz de viver sob tanta crueldade. Olho meu reflexo no espelho que decora a porta e entendo os olhares. Estou descabelada e coberta de terra. Meu coração se aperta todas as vezes que penso em minha mãe. A ultima vez que tive que levar ela ao hospital foi justamente quando Bruce passou dos limites e quase a matou, eu pensei que jamais eu viveria um momento tão ruim como aquele. Quando cheguei em casa e tinha sangue ao redor de seu corpo foi ali que eu pensei que eu estava sozinha no mundo que ele finalmente tinha conseguido matar ela. Lembro de correr desesperada gritando por ajuda e as pessoas entrando em minha casa, quando a ambulância chegou eu corri implorando para eles não deixarem ela morrer eu nunca me senti tão sozinha como naquele dia. Era um vazio enorme e devastador eu não tirava da cabeça como eu teria que viver sozinha e como aquilo me parecia pior do que viver vendo ela sofrer. Apesar de tudo Bruce não conseguia tirar nossos breves momentos de mãe e filha, seu colo com minha primeira decepção amorosa, seus beijos quando eu caia e me machucava, seus mimos quando eu ficava doente, seus abraços quando eu conquistava algo. Era sempre nesses momentos que eu me perguntava como seria se Bruce jamais tivesse construído um muro entre nós, porque apesar desses momentos eu não suportava ver minha mãe sofrer e odiava o fato dela aceitar passar por tudo aquilo, brigávamos mais do que nos abraçávamos e isso entra para minha lista de arrependimentos.

Eles chegam algum tempo depois, meu corre para me abraçar.

- Está tudo bem? – Ele pergunta me verificando, faço que sim – Oh querida, eu sinto muito. – Fico abraçada a ele me afogando em lagrimas.

- Eu só queria que tudo isso acabasse. – Meu maior medo é voltar para a depressão, a vontade de morrer, se isolar. Eles fizeram buracos dentro de mim, buracos que podem se abrir a qualquer momento, a cada vez que me atingem é como se eu sentisse aquela dor voltar novamente.

- Eu falei com o Zen, ele está bem. – Ele enxuga minhas lagrimas – Sua mãe também vai ficar. – Me solto de seus braços e Justin vem me abraçar junto a Jake que está em seu colo.

- É a vovó? – Jake pergunta.

- Sim.

- Mas ela vai ficar bem – Justin diz dando um beijo em seu rosto, os olhinhos de Jake se enchem de lagrimas – Ela só está sendo examinada pelos médicos.

- É filho, a vovó vai ficar bem – Beijo seu rosto. – Não precisa chorar.

- Mas você também ta chorando mamãe – Ele diz.

- Mas é só porque a mamãe levou um grande susto.

- Então para de chorar, tudo bem? – Jake diz e eu faço que sim. O medico vem em nossa direção.

- Está tudo bem com ela? – Pergunto.

- Vai ficar, bom eu tive que fazer um exame toxicológico nela de urgência porque parecia sinal de envenenamento. Os resultados ainda não saíram mas tudo indica que sim.

- Como assim envenenamento?

- Ela estava suando frio, vomitando, chegou desmaiada e se reclamou de tonturas, eu já lidei com casos como esse. É um veneno de uma planta brasileira que causa esses sintomas, geralmente eles são mais fracos, usados apenas deixa uma pessoa indisposta, de cama, mas com certeza ela acabou ingerindo um dose muito alta. Vocês sabem me dizer como ela ingeriu esse veneno? Se alguém pode ter dado para ela? Bom eu teria cuidado porque ele mata dependendo da quantidade e de cada pessoa, se alguém deu a ele certamente não queria matar ela, mas deve ter errado a quantidade. Quando é usado para matar é um quantidade relativamente grande a dela no máximo ultrapassou alguns ml.

- Como pode saber? – Meu pai pergunta irritado – Nem saiu os resultados.

- Eu trabalho com isso a anos, acredite eu reconheço quando é envenenamento e até mesmo quando o proposito é matar ou não, caso contrario não seria tão bom no que faço. Estou avisando a vocês porque acho que isso é grave, alguém envenenou ela. É isso, quando os resultados dos exames saírem, volto aqui. Sua mãe provavelmente vai ficar aqui mais uns dois dias se for envenenamento vamos ter que remover do seu corpo com segurança.

- Tudo bem, obrigado – Digo e ele sai.

- Filha talvez não seja isso – Meu pai diz.

- Pai nós sabemos que é – Sei que ele não quer acreditar por querer me poupar. – Não vou ficar negando a realidade diante dos meus olhos.

- Zara – Ouço Luciano me chamar, me viro e vejo ele ao lado de Lúcio. Encaro Lúcio e ligo todos os pontos. Alguém queria deixar minha mãe doente, alguém que sabia que hoje estaríamos todos fora de casa, alguém que nunca quis se unir a nós e de uma hora para a outra quis, alguém que estava dentro da minha casa e sabia de todos os nossos passos. Sinto meu sangue ferver enquanto o encaro, eu quero matar Lúcio.

- Eu vou matar você – Digo e sinto todos se voltarem para mim. Vou até Lúcio e o puxo para a saída do estacionamento, ouço os outros me gritarem, Tyler tenta me puxar, mas não deixo. Eu preciso falar com Lúcio e não poderia falar tudo o que quisesse na frente de pessoas desconhecidas. Chegamos no estacionamento e os outros nos seguem.

- Zara deixe ele pra lá – Morgan diz.

- Acreditei em você – Digo e meu coração parece se rasgar ao meio – Eu nunca fiquei tão feliz, quanto no dia em que você disse se lembrar de mim, me fez acreditar que ainda me amava, me fez promessas.

- Zara – Ele começa a falar, mas não o deixo continuar.

- Naquele dia do carro, você me prometeu que não me magoaria e tudo foi para ganhar minha confiança? Você quase matou minha mãe Lúcio, deixo que eles a enterrassem viva. Quase mataram o meu irmão. Zen que nunca fez mal para ninguém – Grito tentando liberar toda a raiva que sinto.

- Eu não me importo com os outros Zara, eu prometei salvar você e isso eu vou fazer custe o que custar. Eu disse todo o momento que seria eu, você, Jake e Luciano. Eu não planejei salvar os outros porque minha prioridade é você.

- Você é um egoísta Lúcio. Como eu pude acreditar em você? Deixou que matassem suas irmãs por causa de um clã, matou tantas pessoas que nem deve se lembrar de quantas, você é um monstro. Eu pensei que você poderia mudar, mas eu estava errada. – Passo meu olhar por todos ao meu redor – Mas isso serviu para me mostrar que ele estava certo, eu não sou forte. Eu tento ser o que as pessoas esperam de mim. E tento convencer a mim mesma que eu sou assim – As palavras saem amargas e dolorosas – Eu não sou forte, eu sou uma pobre coitada que conseguiu fazer algo que parecia ser bom pelo menos uma vez na vida e acabou entrando em uma desgraça muito maior. Eu sinto muito por não ser tudo o que vocês esperam, sinto muito mesmo. E sinto mais ainda por não poder salvar vocês, sinto tanto por saber que vocês vão morrer. Eu queria fazer alguma coisa por vocês, eu queria mesmo, mas eu não posso. Me perdoem pelas promessas que fiz mesmo sabendo que não iria cumprir elas, me perdoem por terem colocado vocês na minha merda de vida.

- Zara vai tudo ficar bem – Tyler tenta se aproximar de mim, mas não deixo.

- Não – Grito – Parem de achar que eu posso salvar vocês, que eu posso me salvar, entenderam? Eu não posso salvar ninguém. Os únicos que posso garantir é Luciano e Jake porque eles fazem parte do clã querendo ou não. Quanto ao resto eu não posso fazer nada. Por favor fujam, vão para longe e aproveitem a vida enquanto eles não encontram vocês, porque eles sempre vão encontrar – Todos parecem me olhar com pena, mas eu não me importo mais, eu quero pena, quero que sintam pena de mim. Quero me poupem de sofrimento, que me abracem e me chamem de coitada. Quero ser tratada assim porque eu cansei que me vejam como alguém forte e de sempre tentarem testar até onde isso vai, quero que me vejam como algo prestes a quebrar. – Eles vão sempre ganhar. – Limpo minhas lagrimas, tento me controlar, mas toda as vezes que olho para Lúcio lembro do quão idiota eu sou. – Vocês são minha família, eu amo vocês, mas eu não tenho o direito de dar a vocês esperança quando nem eu mesma a tenho. – Encaro Jessie, ela deixa uma lagrima escapar – Eu sinto muito Jessie. – Justin ao seu lado me encara furioso, ele sussurra algo em seu ouvido e a abraça.

- Não é assim – Lúcio diz. Me viro para ele.

- Talvez não era, mas vocês me transformaram nisso.

- Pode acreditar que vai morrer, mas eu não vou deixar.

- É uma promessa? Porque geralmente elas não passam disso.

- Não vai morrer – Ele insiste.

- Você tem que entender uma coisa Lúcio, se for pra viver com a dor de ter perdido cada uma dessas pessoas que estão aqui, então eu prefiro morrer.

- Então vamos, nós salvamos eles. Tudo o que eu fiz foi para ganhar eles, eu estou sendo testado também Zara.

- Tudo o que você fez é porque pra você nada está acima do que você acha certo – Chego mais perto dele – São pessoas Lúcio, são vidas e eu não quero carregar o peso delas. Talvez para você eles morrerem não seja nada, mas para mim eles são tudo. Se eu perder eles eu não sei o que eu faço. Posso ter desistido, mas fiz isso com a certeza que vou morrer e mesmo que eu continue brigando com eles, não vou ganhar. Quero que você suma, vá embora da minha casa, das nossas vidas entendeu? E Luciano vai ficar comigo.

- Eu sou o pai dele – Lúcio diz irritado.

- Eu quero ficar com a Zara – Luciano e Lynda aparecem de trás do carro, eles estavam escondidos ouvindo tudo. – Ouvi o que ela disse, eu não quero ficar com você. – Lúcio o encara triste.

- Não vou desistir de vocês e você também não vai – De todas as decepção do mundo, eu diria que essa foi a maior e não consigo não o encarar como uma decepção, mesmo que ele parece realmente triste.

- Eu não sou de ferro, só estou cansada disso – Fecho os olhos e lembro de toda a dor que já passei – De tudo isso.


S

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