Capítulo 7

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Estou a 10 minutos sentada em uma mesa, olhando para o tempo. Precisei de um tempo sozinha depois daquele pedido de casamento. Não consegui responder Justin pelo seu eu te amo. O olhar dos três homens do clã me deixou apavorada.

— Posso fazer companhia a minha noiva? — Justin pergunta.

— É o que um bom noivo faria. — Ele se senta de frente para mim.

— Não quero Andrew olhando pra você. Não quero ninguém olhando pra você — a raiva em sua voz é visível.

— Você também percebeu? — Ele fez que sim com a cabeça. — Deve estar surpreso de me ver assim.

— Se eu o pegar... — interrompo-o.

— Está com ciúmes? — pergunto, rindo.

— Não, é que... que... você é minha noiva. Não quero ninguém olhando pra você.

— Está com ciúmes, você gaguejou!

— Eu estou com ciúmes, Zara. Eu não suporto ver outra pessoa olhando pra você. Posso querer a garota que eu amo só para mim?

— Sério isso? — Reviro os olhos e ignoro o assunto. — Você me ama? — pergunto, arqueando a sobrancelha.

— Não está claro? — ele pergunta, sorrindo. — Sabe qual é o nosso encontro de hoje?

— Você contou? — Começo a rir.

— Todos eles. Agora só falta você me amar. — Observo o sorriso bobo em seu rosto.

Queria responder que eu o amo também, mas nem sei o que isso é de verdade.

— Por que não tenta me conquistar? Sou uma pessoa difícil, Sr. Martins. — Ele olha para o teto.

— Senhor, o que mais eu tenho que fazer para isso acontecer? — Caio na risada. Impossível não rir quando estou ao seu lado. — Se eu pudesse te levar para a cama, você já estaria louca por mim.

— Então, me leve. — Mando uma piscadela, nunca canso de provocá-lo.

— Se você parar de me tentar, prometo dar a melhor noite da sua vida quando nos casarmos. — Nós rimos, mas logo o sorriso desaparece, será impossível. — Não quero ter que fazer isso, sabe disso, não é? Eu preferia estar no seu lugar só para não ter que te ver sofrer.

— Temos que acabar com isso — falo com esperança.

— As chances de dar certo são mínimas e exigem sacrifícios. Não posso revelar como, mas não dá. Querer acabar com o clã é pedir para morrer.

— Eu quebraria todas essas regras para ser livre.

— Se soubesse o que isso exige, pensaria melhor. Zara não posso em nenhum momento demonstrar tudo o que sinto a você, o discurso já foi uma afronta ao clã e com certeza me pedirão uma explicação.

— Qual o problema de expor os sentimentos? — sei a resposta, mas quero que ele se abra comigo.

— Justamente isso, um homem apaixonado é uma ameaça ao clã. Se eles soubessem iriam querer matar você por considerarem você uma mulher poderosa. É como se vivêssemos em um paraíso e eles fazem de tudo para Eva não comer a maçã. Você seria a Eva e eu o Adão e a qualquer momento você poderia me fazer comer a maçã. Tem esse poder sobre as pessoas Zara, você pode persuadi-las.

— Não acho que seja verdade.

— Olhe só o meu pai. Ele te odeia porque sabe o quanto eu e minha mãe gostamos de você. Ele sabe que você não é como ela, até o mais idiota perceberia que você tem tudo que a lenda descreve e não quero que eles saibam disso.

A escolhida. [amostra]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora