Capítulo 9

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Acordei de manhã e Justin não estava mais do meu lado. Richard está obrigando-o a trabalhar. Olho pela janela do meu quarto e vejo como o dia está lindo. Vai ser um bom sábado. Hoje verei Ane novamente, já que Amélia marcou outro chá em sua casa. Faz mais de um mês desde a última vez que eu a encontrei.

Arrumo-me e quando olho no meu relógio já são mais de 10 horas, estou atrasada, ando dormindo mais do que o normal. Queria muito sair correndo daqui para ver Ane logo, quero saber se ela está feliz, me preocupo muito com ela, mas realmente não vai dar. Vou desmaiar de fome se não comer.

Desço as escadas correndo para a cozinha. A nova empregada, Margo, me serve um delicioso café da manhã. Tiro um pote de Nutella da geladeira e passo em tudo, principalmente no queijo. Eu odeio queijo, por que estou comendo queijo? Sinto enjoo e corro para o banheiro. Melissa me liga enquanto lavo a minha boca.

— Alô! — digo atendendo.

— Você está muito atrasada.

— Eu sei — passo a mão pelos meus cabelos, irritada — Chego aí em 15 minutos.

Pego a minha bolsa e vou para o carro, onde o motorista já me aguarda. Quando finalmente chego, sou recepcionada por Ane. Ela me abraça tão forte que fico sem ar.

— Senti sua falta. — Ela diz.

— Eu também senti a sua.

— Amélia comprou cupcake. — Ela me puxa até a mesa. Ane começa a experimentar todos, mas evito. Enquanto vinha pra cá, parei para pensar um pouco. Não posso me prestar a um papel de tola e negar uma possibilidade do que pode ser o sono que sinto toda hora e o enjoo essa manhã. Era esperado, não é mesmo? Eles fizeram de tudo para ser assim e agora conseguiram. Se for verdade só espero que não seja uma menina. Por favor, Deus, não deixe ser uma menina.

Aquele cheiro... corro para o banheiro novamente e Ane me segue. Ela me ajuda segurando os meus cabelos.

— Você está bem? — Ela pergunta assim que me sento no chão ao lado da privada. Ela faz o mesmo. O cheiro é insuportável, mas não ligo. Quero chorar.

— Ane, quando foi que você engravidou? — pergunto.

— Assim que me casei. Eles marcam o casamento em nosso período fértil.

— É, eu sei — respondo já sentindo as lágrimas chegarem.

— Você está grávida, Zara?

— Acho que sim, nem preciso de um teste pra saber disso — digo entre lágrimas — Eu meio que já esperava por isso, mas torcia para que não acontecesse.

— Não precisa chorar, Zara, vai passar nove meses sem sentir dor. — Ela tenta me animar. — Depois da lua de mel ele nunca mais encostou em mim. Quer dizer, não quebrei nenhuma regra, e se quebrei ele não quis me punir.

"Me punir". Quero me jogar de um abismo. Diria que dei sorte com Justin, mas desde que ele começou a trabalhar o estresse é visível e sua arrogância frequentemente me diz um oi.

— Não quero uma menina — digo. — Se for uma menina, eu não vou permitir que eles a peguem. Nunca vou permitir. Quando eu descobrir o sexo, e se for uma menina, Amélia terá que adiantar tudo, minha menina não será morta! Eu queria muito ter evitado, mas eles proíbem usar qualquer método contraceptivo. Pensei em usar escondida, mas também me alertaram sobre isso.

— Torço por você — Ane sorri — Será um menino.

— Como sabe?

— Eu sinto. Posso escolher o nome? — seus olhos brilham esperando uma resposta.

A escolhida. [amostra]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora