𝐶ℎ𝑎𝑠𝑖𝑛𝑔

By ssunflowerssun

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• Livro 1 da Saga Chasing • "Todos nós temos os nossos demónios. É isso que recebemos pelas escolhas que fize... More

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By ssunflowerssun

Sei que não devia, mas deixo que a Danielle me guie para fora da Universidade. As férias de Natal estão aí à porta e embora ainda não tenha pensado muito no assunto, o número de faltas em conjunto com as minhas notas deve ser algo assustador. 

Sento-me em uma das mesas na parte de fora do café e espero que a Danielle se junte a mim com os pedidos. 

"O teu café. Forte como gostas." Murmura aparecendo atrás de mim. 

"Obrigada." Murmuro no mesmo tom. 

"Não te vou dar uma má notícia." Esclarece sentando-se à minha frente. "Quer dizer, depende de como reagires... Quero falar sobre o Taylor."

"O Taylor?" Franzo as sobrancelhas. "Ele disse-te alguma coisa sobre estarmos chateados?"

"Também, mas não é sobre isso." Esclarece colocando o cabelo atrás da orelha antes de soltar um suspiro ruidoso.

"Então?"

"Eu beijei-o." Murmura fechando os olhos com força, como se esperasse gritos da minha parte ou algo parecido. "Eu gosto dele, Anna." Diz-me abrindo os olhos onde centenas de dúvidas a corroem por dentro. "E não queria que isto acontecesse, acredita em mim. Não desta forma e não com ele. Vocês foram namorados e—"

"E já não somos mais, Danielle." Relaxo assim que ouço o que tanto me queria dizer. 

"É isso que tens para me dizer?" Ela deixa cair os ombros. 

"O que é que queres que te diga? Que a nossa amizade acabou? Que nunca mais te quero ver?" Sacudo os ombros. "Eu e o Taylor somos um assunto encerrado há muito tempo."

"Pois," Considera olhando para o interior do café. "Eu não acho que isso seja verdade."

"Não?" Franzo as sobrancelhas sem saber onde quer chegar. 

"O Taylor é louco por ti, Anna. Acho que não tens bem a noção do quanto gosta de ti."

"Eu sei." Suspiro, sorrindo por conta da forma como o diz. "Mas não é da forma que era. Nós passamos por muita coisa juntos, não só como namorados mas como amigos e ele sempre sentiu o dever de cuidar de mim. Não sei como explicar…." Esclareço para que não lhe reste qualquer dúvida de que não sou uma ameaça.

Não posso ser mais clara que isto. Seriam precisas horas para lhe explicar de onde veio todo este carinho e preocupação por parte do Taylor e para além disso, não quero traumatizá-la. 

"O que importa saberes é que ele já não me ama dessa forma." Acrescento após alguns minutos em silêncio. 

"Eu só queria que soubesses por mim que o beijei—"

"Danielle." Interrompo o seu discurso sem qualquer necessidade. "Vai em frente."

"Não dá para competir contigo, Anna." Declara elevando as sobrancelhas. 

"Em primeiro lugar, não é uma competição. Mas se fosse, ganhavas." Rio-me na tentativa de a relaxar. 

"Duvido." As suas sobrancelhas unem-se. "Mas tudo bem." Concorda com um suspiro. "Caso isto resulte, não quero que se afastem por minha causa. Por favor. Uma coisa não tem nada haver com a outra. Vocês são amigos desde sempre e gostam muito um do outro. Não quero ser a pessoa que vai estragar isso."

Balanço a cabeça afirmativamente em concordância. 

"Já agora, por favor, resolvam-se."

"É ele quem deve um pedido de desculpas." Encolho os ombros, livrando-me da responsabilidade que não me pertence. 

"Eu passo a mensagem." Garante com um suspiro aliviado. "Obrigada por não teres ficado chateada comigo."

"Não é o meu lugar para tal."

"Mas já estavas aborrecida quando cheguei, pensei que o que tinha para te dizer te ia aborrecer ainda mais."

"Não estou aborrecida. Estou com saudades do Tate."

Nestes últimos dias, daria tudo para conversar com ele sobre este sentimento preso dentro do meu peito. Algo que só ele compreendia. 

"Gostava de conversar com ele mas não posso."

"Eu estou aqui." Oferece com um sorriso. "Posso não te conhecer tão bem quanto o Tate ou o Zayn mas sou muito boa ouvinte."

"Não se trata da questão de conhecer. O Tate saberia exatamente o que sinto e não ia achar-me uma idiota por pensar desta forma."

"E eu vou achar-te uma idiota?"

"Talvez." Mordo o interior do lábio, vendo-a levantar as sobrancelhas incentivando-me a falar. "Uma pessoa disse-me que gosta de uma parte de mim, de alguém que sou numa determinada situação mas essa pessoa não existe e isso mexeu muito comigo. É desmotivante ouvir algo deste género mesmo sabendo que a pessoa não está errada."

"Não está errada?" Repete reticente. "O que queres dizer com isso?"

"Eu nunca gostei de quem sou." Torço o nariz. "Eu sei que é um pouco complicado perceber isto. Não sou o tipo de pessoa que se abalada com pouca coisa a menos que toquem nas minhas inseguranças e isto acertou em cheio na maior de todas."

"Eu não fazia ideia de que és uma pessoa insegura." Diz após pensar em tudo o que disse. "Não te acho uma idiota, apenas estou surpreendida. És uma mulher bonita e interessante em vários sentidos. Estás sempre no teu melhor." Constata apontando para as minhas roupas ou o meu aspeto em geral. "Toda a gente e digo, toda a gente pensa da mesma forma que eu. És uma boa amiga, uma boa companhia. Quero dizer, acabei de te dizer que o Taylor é louco por ti e que nunca competiria contra ti. Não fazia mesmo ideia de que te sentes assim em relação a ti mesma. Ouve... eu não sei o que aconteceu ou o que fizeram para te sentires desta forma e sei que quando se trata de inseguranças, nada as faz desaparecer, mas essa ou essas pessoas estão erradas. O problema não é teu, é deles por não verem a pessoa maravilhosa que és."

"Obrigada."

Não, nada as faz desaparecer mas agradeço-lhe pelas palavras e pelo carinho. 

Agradeço-lhe ainda mais pelo almoço e o passeio que demos, apenas nós as duas. 

"Bom... Vou ver se encontro o Taylor." A Danielle enche o peito de ar e abre um sorriso expectante. "Deseja-me sorte."

"Não precisas de sorte." Garanto verificando as horas no relógio no centro do bar. "Acho que vou para casa tomar um banho e descansar."

"E vê se te animas." Sugere deixando um beijo na minha bochecha. "Até amanhã."

Encaminho-me para o exterior entretida com os meus pensamentos até que a alguns metros do apartamento noto a presença de duas pessoas, ambas conhecidas se assim posso dizer. 

A Chloe dá uma leve cotovelada na amiga, a loira que estava enfiada na casa de banho com o Harry na noite de Halloween e ambas cruzam os braços em frente à porta do prédio para impedir a minha entrada. 

Elevo uma sobrancelha quando paro em frente a elas vendo os seus sorrisos sinuosos. 

"É dela que temos estado à espera, Sasha." A Chloe alarga o seu sorriso que não engana ninguém. Estão aqui por causa do William e vieram arranjar-me problemas. 

"Temos porteiras e ninguém me avisou?" Finjo estar confusa. 

Não gosto de intimidação e nunca fujo. Na verdade, costumo piorar a situação. 

"Ah ah. Sabes perfeitamente porque estou aqui."

"Lamento mas não." Sacudo os ombros. "No entanto, também não quero saber então," 

Assim que dou um passo em frente para furar o muro que criaram, a sua mão agarra-me e eu percorro toda a extensão do seu braço até chegar ao seu rosto. "Vamos conversar e depois, entras." 

"Tira as mãos de cima de mim. Até onde sei, fala-se com a boca." Murmuro livrando-me do seu aperto. As minhas palavras parecem diverti-la. 

"Vês? Eu disse-te que tinha cara de ser das difíceis." Comenta olhando para a tal Sasha, que revira os olhos quando me observa. 

"Eu sei, já me cruzei com ela na casa de banho. Mas estou aqui para alguma coisa." 

"Estou a morrer de medo." Murmuro sarcasticamente. Será preciso mais do que apenas duas gajas que não conheço para me intimidar. 

"Não estás mas devias. Não sei que merda disseste ao William mas quero deixar bem claro que perdeste a tua oportunidade. Ele está comigo agora e é bom que não penses em meter-te no meu caminho porque não vai correr bem."

"Não?" Inquiro calmamente. "Então porquê? Tu e a tua amiga vão atacar-me?" 

"Tens uma boca muito grande—" 

"Mas menos suja que a tua." Ataco a loira ao seu lado. 

Ela está prestes a retaliar quando o William corta a situação ao aproximar-se. 

"O que é que estão aqui a fazer?" Ele abre os braços, totalmente ignorante em relação ao que está a acontecer. 

"A tua– seja lá o que for, estava a deixar-me um aviso." Sou direta. "Tenho que me manter afastada de ti e é exatamente o que vou fazer."

Despejo toda a informação antes de passar por elas para entrar no prédio. 

"Anna."

"Agora não, William." Olho para o reflexo do espelho do elevador, por onde o vejo entrar. 

"Agora sim. Precisamos conversar. O que—"

"Precisas conversar com ela, não comigo." Viro-me para o encarar. "Eu não preciso de explicações e peço imensa desculpa se te confundi de alguma forma—"

"Eu não sabia que ela viria atrás de ti." Explica saindo do elevador, seguindo-me pelo corredor. "E não me confundiste de nenhuma forma. Eu sei que gostas de mim e que há... alguma coisa que te deixa de pé atrás e está tudo bem. Eu entendo."

"Entendes?"

"Sim, entendo. Eu gosto de ti, Anna." Declara bufando. "Com dúvidas ou sem elas."

"Bom... não devias gostar." Abro a minha mala e procuro nervosamente pelas minhas chaves. 

"O quê?" Cospe soltando uma risada incrédula. "Porque não?"

"Fala com a Chloe." Respiro fundo e tento manter a calma enquanto abro a porta. "Diz-lhe que eu não vou ser um problema…" 

Faço uma pausa assim que vejo que não estamos sozinhos e giro o corpo para poder ficar frente a frente com o William. 

"O que é que isso quer dizer?" O seu olhar magoado analisa o meu rosto. 

"O que quis dizer." Murmuro baixo. "Falamos noutra altura."

"Não me parece que vás querer falar noutra altura."

"Boa noite, William." 

Ele acaba por desistir e acabar com a conversa para o bem de ambos. 

Fecho a porta e respiro fundo, sentindo-me mal pela forma como deixei claro que nada vai acontecer entre nós. Sei que feri os seus sentimentos, vi isso no seu olhar mas foi melhor assim. 

Ele estará melhor longe de mim. 

"Que tenso."

"Harry." O Niall envia-lhe um olhar afiado quando me viro para os encarar. 

Coloco a minha mala em cima da mesa e contorno o balcão para preparar algo para comer, ignorando o seu comentário. 

"Estava apenas a comentar."

"Sabes onde podes enfiar o comentário?" Elevo uma sobrancelhas, enviando-lhe um olhar duro. 

A culpa de tudo isto é dele embora na realidade não seja e isso deixa tudo ainda mais complicado. Ele limitou-se a dizer-me o que pensa e mexeu com a minha mente ao ponto de me fazer voltar aos velhos tempos onde me limito a fugir de tudo o que se aproxima de mim. 

A Emma e o Niall olham para trás e analisam o meu estado de espírito. 

"Eu estava a brincar, Anna." Esclarece aliviando nas piadas quando vê que não resultou da forma que queria. 

"Não brinques." Sugiro perdendo a fome. Estico-me para agarrar a minha mala e vou para o meu quarto. 

Fecho a porta com alguma força e coloco as minhas coisas em cima da secretária, ouvindo duas batidas na porta em seguida. 

"Sim?" Olho para a mesma. O Harry entra calmamente no quarto e fecha a porta atrás de si, mantendo-se junto à mesma. 

"Porque é que andas a evitar-me?" Ele não me parece muito à vontade com a pergunta que acabou de me fazer, tanto quanto não me sinto à vontade para lhe dar a resposta então decido negar. 

"Não ando."

"Tenho idiota escrito na testa?"

"Não sei. A cara é tua." Encolho os ombros, virando-lhe as costas. "Não entendi a pergunta de qualquer forma. Não somos amigos, não tenho que andar propriamente atrás de ti." Respondo dura e fria. 

"Uhm." Murmura antes de um silêncio pesado cair sobre nós. 

Retiro o meu pijama da gaveta e volto a virar-me, tendo-o ainda encostado à porta com os braços cruzados e o olhar desconfiado dirigidos a mim. 

"Vais ficar aqui a noite toda a olhar para mim?" A minha voz continua distante, como precisa estar.  

"Depende de quanto tempo vais demorar a dizer-me a verdade."

Baixo o olhar e solto uma pequena risada sem qualquer humor. 

"Não és o centro do mundo, Harry." Murmuro com azedume. "Nem toda a gente sente a necessidade de falar contigo, ok? Agora, por favor, sai do meu quarto." 

"Qual é o teu problema comigo?" Descruzando os braços, suga o lábio e afasta-se da porta ainda sem abandonar o seu lugar. 

"O que é que importa?" Não gostas de mim de qualquer forma.  

As palavras estão prestes a escapar da minha boca quando o meu telemóvel começa a tocar, fazendo-me engolir tudo novamente. 

"Sim? " Atendo a chamada da Marie. 

As batidas do meu coração alteram assim que ouço o seu choro fraco do outro lado da linha. "Marie? O que foi?"

"Anna!" O meu nome escapa-lhe com desespero. "Ajuda-me—eu preciso de ajuda. Por favor—" Implora inconsistente nas palavras, interrompida pelo choro e a respiração afiada. 

"Onde é que estás?" Pego nas chaves e dirijo-me para a porta. O Harry devia-se para que eu possa sair. "O que é que aconteceu?"

"Não sei." Choraminga. "Não sei—"

"Respira fundo e diz-me onde estás." Abro a porta do apartamento e saio do mesmo, notando que o Harry me segue de perto. "Preciso saber onde estás, Marie."

"A estação." Sussurra gemendo. 

"Eu vou já para aí. Eu vou—" A chamada termina no momento em que entro no elevador. "Onde há uma estação?" Olho para o Harry. 

"Há uma estação de comboios aqui perto— O que é que se passa?"

"Não sei." Saio do elevador com o coração nas mãos. "A Marie precisa de ajuda."

"É muito tarde para ires até lá sozinha." 

"Estás a seguir-me por isso suponho que não vou sozinha." Constato firme. 

"Onde é que vocês vão?" O Niall caminha em direção a nós, após deixar a Emma no seu dormitório. 

"Vamos encontrar a Marie." 

Passo por ele e deixo que o Harry explique o pouco que ambos sabemos fazendo com que o Niall decida acompanhar-nos. 

Preciso encontrá-la o mais rapidamente possível. 

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