Antes de você - Livro 3

By autorarearaujo

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Antes de tudo começar, eu me considerava uma garota de sorte. Tinha bons pais, bons amigos, ex-namorado indo... More

Nova Belinda
Surpresas
Acho que o destino me odeia
Mudança de plano
Dia estressante
Surpresas da noite
A aposta
A noite só estava começando
Testando meus limites
Fugindo do controle
Ele mexe comigo
O que está acontecendo comigo?
Fim de férias
Que comecem os jogos
Provocações
Sem saída
Dia corrido
O envelope
O encontro com Marcelo
O acordo
Surpresas da noite
Enfrentando o pai
Um ombro amigo
Procura-se Belinda
Um Kadu furioso
Visitando Belinda
Tem algo errado
Eu não estou doente
A preocupação de Kadu
O apoio do Kadu
O resultado dos exames
A conversa com os pais
Um sentimento não identificado
Sentimentos confusos
Labirinto de emoções
Abrindo o jogo com os amigos
Serei o que ela precisa
Fim de semana com Kadu
A entrega
Quando tudo está perfeito demais...
A lista
Entendendo os meus sentimentos
Aprendendo a surfar
Eu te amo
Um sonho que se sonha só
Preciso acreditar em milagres
A decisão
Correndo contra o tempo
O dia seguinte
Epílogo
Minhas Obras

A verdade de Kadu

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By autorarearaujo


Kadu

Eu não sei se o destino estava pregando algum tipo de peça na vida de Belinda. Não era possível que todo o seu tratamento não tivesse dado resultado.

A abracei novamente e fiquei acariciando suas costas até seu choro cessar. Não pude deixar de ver os olhares curiosos dos nossos amigos. Se algum deles tinha alguma dúvida que aconteceu algo entre nós dois no fim de semana, agora estava confirmado.

Eu não pensei quando a beijei, eu queria apenas que ela soubesse que eu estaria ao seu lado na luta por sua recuperação. Seus pais vieram atrás dela, mas quando a viu comigo, mantiveram distância, preservando nosso momento.

Quando senti que ela já estava mais calma, eu a afastei e olhei nos seus olhos.

─ Agora que você está mais calma, me conte o que aconteceu.

─ Acabou Kadu, é o fim da linha. ─ disse choramingando.

─ Nunca é o fim da linha quando se pode lutar. E você não vai desistir. ─ falei.

─ Estou cansada. Eu só quero sair daqui.

─ Filha, eu sei que não tem sido fácil, mas não vamos desistir. ─ disse o pai dela agora se aproximando.

─ Pai, você ouviu o médico. Preciso de um transplante de medula óssea. Sem ter um irmão, ou alguém próximo que seja compatível, terei que ir para uma fila de espera. Sabemos o quanto isso pode demorar ─ Belinda olhou para seu pai e depois para sua mãe.

─ Faremos o teste e ver qual de nós pode ser compatível. Não podemos desistir Belinda. Meu irmão tem razão, ainda não é o fim. Enquanto existir uma chance, vamos à luta. ─ disse Nick.

─ Minha menina, você vai se curar, eu prometo. ─ a mãe de Belinda começou a falar enquanto se aproximava dela.

─ Estou cansada demais mãe. Eu só quero ir embora.

─ Vamos conversar com seu médico, tem algumas coisas que precisamos conversar com você.

─ Mãe, eu quero ir embora.

─ Mas...

─ Por que vocês não vão conversar com o médico e eu levo Belinda para casa? ─ Perguntei tentando aliviar um pouco o clima na recepção.

Eles olharam para Belinda e depois me olharam antes de concordar.

─ Ok, discutiremos alguns detalhes com o médico e em seguida vamos para casa. ─ disse o pai dela.

Acredito que eles não queriam que ela ficasse sozinha comigo, e nem os culpo. Belinda com certeza deve ter falado de mim para eles, por isso estavam desconfiados e preocupados.

As meninas vieram abraçar Belinda e eu me afastei um pouco para dar espaço para elas.

─ Depois precisamos conversar. ─ disse Nick me puxando pelo braço.

─ Sobre o quê?

─ Sobre isso tudo que eu e as meninas presenciamos.

─ É sério que você quer conversar sobre isso?

─ Muito sério. Avise-me quando estiver em casa.

─ Foda-se Nick, não preciso dar explicações nenhuma.

Quando vi as meninas se afastarem, peguei Belinda pela mão e a levei para fora. Meu carro estava estacionado de qualquer jeito perto da entrada. Abri a porta para ela entrasse e depois segui para o meu lugar.

─ Quer ir até o apartamento pegar algo?

─ Não. Vamos direto para minha casa. ─ Belinda respondeu olhando para fora.

Durante o percurso, ela não falou uma palavra. Seu silêncio estava me matando, mas eu deixaria que ela falasse quando sentisse vontade.

Estacionei o carro em frente à casa de Belinda e antes que puxasse o freio de mão, ela saltou do carro.

─ Belinda, espera.

─ Kadu, eu agradeço muito por você ter ido ao hospital, ter me trazido para casa, mas agora eu gostaria de ficar sozinha.

Nem morto eu a deixaria ficar sozinha, agora que ela estava mais sensível do que antes.

─ Não quer minha companhia? ─ lancei um leve sorriso.

─ Estou vendo que está exausto.

─ Sou forte, aguento o tranco.

─ Sei que sim. ─ ela me deu um sorriso amarelo. ─ Mas não serei boa companhia.

─ E se eu quiser ficar mesmo assim, não posso? ─ dei a cartada final.

Ela ficou parada me olhando, procurando algo que eu não consegui decifrar.

─ Ficarei quinze minutos e depois prometo que vou embora. Que tal isso?

─ Está bem, mas esteja avisado que não estou inteira no momento.

─ Eu também não estou, então estamos empatados.

─ Você não desiste mesmo.

─ Não.

Belinda seguiu para porta e eu fui atrás.

─ Você se importa de esperar um pouco enquanto tomo um banho? Preciso tirar o cheiro de hospital do corpo.

─ Claro, te espero aqui.

─ Não prefere esperar no meu quarto?

─ Acredito que seus pais vão gostar de me verem lá.

─ Neste momento isso é que menos tem importância. Vem.

O quarto de Belinda tinha uma vista linda para o mar. Seus pais fizeram uma bela escolha, quando escolheram morar no Alto do Joá. Dava para observar a praia da Barra de um lado e a de São Conrado do outro.

Uma cama box de casal estava posta no centro do quarto, ao lado a entrada para seu closet , uma mesa de estudo e próximo às janelas, uma poltrona preta. Imagino que ela a tenha colocado lá para ver o nascer e o pôr-do-sol.

Olhei para as prateleiras em cima da mesa e vi vários ursos de pelúcias, de todos os tamanhos e cores.

─ Bela coleção. ─ falei para iniciar uma conversa.

─ Ganhei quando era criança e não tive coragem de jogar fora e nem de doar. ─ disse seguindo em direção à outra porta. ─ Pode ficar a vontade. Eu não demoro.

— Sem pressa.

Quando ela entrou no banheiro, me aproximei da mesa e fiquei olhando as fotos, várias delas, todas acompanhando o crescimento de Belinda. Peguei uma que ela deveria ter uns nove anos, o rosto cheio de sardas e longos cabelos cacheados ruivos. Olhei por alguns segundos e depois coloquei no lugar. Fui até a janela e fiquei olhando para o infinito do mar. Era uma visão incrível.

Dez minutos depois, Belinda saiu do banheiro, vestindo outro baby-doll, esse bem mais comportado.

─ Está com fome? Posso pedir para alguém preparar um lanche.

─ Não, estou bem. E você, está com fome?

─ Não. Na verdade, estou morrendo de sono. ─ disse bocejando.

─ Vejo que precisa dormir. Vou embora então. ─ falei me encaminhando para a porta.

─ Fica por favor. Só mais um pouco. ─ ela falou baixinho.

Eu sorri e fui até ela.

─ Ok.

Beijei seus lábios e depois a conduzi para a cama. Peguei a poltrona e trouxe para o lado dela e me sentei. Belinda juntou dois travesseiros e colocou debaixo de sua cabeça, puxando em seguida o edredom para se cobrir. Segurei sua mão acariciando suavemente até ver seus olhos serem vencidos pelo cansaço. Fiquei velando seu sono até seus pais chegarem em casa.

─ Obrigada por ficar com nossa filha. ─ o pai dela agradeceu quando saímos do quarto.

─ Gosto de ficar com ela.

─ Nós não sabíamos que Belinda estava namorando. Ela nunca foi muito de falar sobre sua vida particular.

─ Na verdade, senhora, não estamos namorando, mas me preocupo com ela. ─ não tinha por que mentir.

─ Entendo. ─ foi tudo o que o pai dela falou.

─ Preciso ir agora. Meu irmão está me esperando. Poderia dizer a Belinda que se ela precisar de mim, é só me ligar?

─ Claro. Eu avisarei. ─ a mãe dela respondeu.

─ Obrigado. Amanhã irei ao hospital fazer os exames para saber se sou compatível.

─ Ficaremos muito gratos se você fizer isso.

Despedi-me dos dois e fui para casa. Quando abri a porta, encontrei Nick sentado no sofá lendo alguns papeis.

─ Eu ia te ligar.

─ Não, não ligaria. Então resolvi vir e te esperar. Precisamos conversar.

─ Conversar sobre o quê Nick? ─ perguntei indo para a cozinha.

─ Conversar sobre o que eu e todos vimos. Do beijo entre você e Belinda. O que aconteceu em Paraty?

─ Que saco Nick, está parecendo que cometi um crime.

─ Estamos falando da Belinda. Ainda me lembro da nossa última conversa, aquela que você mencionou uma aposta.

─ Esquece isso Nick. Não existe mais aposta. Eu desisti.

─ Por quê?

─ Não é óbvio?

─ Então estão juntos?

─ Eu não sei, ok?

─ Mas você tem que saber. Estamos falando da Belinda. Ela está doente, e nesse momento não está merecendo ser mais um joguinho.

─ Chega Nick. Eu sei como ela está se sentindo.

─ Sabe mesmo?

─ É claro que sei. Não sei quando tudo começou, mas a cada dia fomos nos envolvendo e nesse fim de semana, explodiu.

─ Vocês transaram? ─ perguntou Nick.

─ Sim, nós transamos.

─ Você tem ideia do que esse envolvimento de vocês pode mexer com ela?

─ Pare de falar como se tivéssemos cometido um crime. Nós dois estávamos cientes de tudo. Ela quis, eu quis. E foi diferente.

Nick me olhou como se de repente tivesse nascido um chifre na minha testa.

─ O que está olhando?

─ Cara, eu não acredito.

─ Não acredita em quê?

─ Você está apaixonado. Eu sabia que um dia isso aconteceria, mas não imaginava que seria logo com a Belinda.

─ Eu não estou apaixonado. ─ rebati.

─ Está sim. Por que não admite de uma vez?

─ Eu não estou apaixonado. ─ reforcei minha resposta.

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