A escolhida. [amostra]

By drikacsa

14.5M 921K 332K

LIVRO FÍSICO DISPONÍVEL NO SITE DA THE BOOKS EDITORA História vencedora do #Wattys2016 " Edição de Colecionad... More

Parte I
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
.
Capítulo 10
Capítulo 11
compre "A escolhida"
Capítulo 12
Capítulo 13
capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
.
.
Capítulo 18
Capítulo 19
.
.
.
.
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
.
Capítulo 27
Capítulo 28
.
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Parte 2
Capítulo 1- Parte 2
Capítulo 2 - Parte 2
Capítulo 3 - Parte 2
Capítulo 4 - Parte 2
Capítulo 5 - Parte 2
Capítulo 6 - Parte 2
Capítulo 7 - Parte 2
Capítulo 8 - Parte 2
A escolhida
.
Capítulo 9 - parte 2
.
Capítulo 10 - Parte 2
Capítulo 11 - Parte 2
.
Capítulo 12- Parte 2
Capítulo 13 - Parte 2
Capítulo 14 - Parte 2
Epílogo
.
.
Wattys 2016 é nosso ❤️
.
.
A escolhida já está em pré-venda
A escolhida na Amazon

Capítulo 6

352K 21.9K 13.6K
By drikacsa

— Não acredito que você ficou quase um mês sem falar comigo porque eu disse que queria um beijo seu — ele fala, rindo. — Como se isso fosse uma tarefa difícil pra mim. — Reviro os olhos.

— Você me irrita, lógico que é uma tarefa muito difícil — digo, dando um soco em seu ombro.

— Você não se arrependeria, pode perguntar pra metade da cidade. — Manda uma piscadela.

— A outra metade tem cérebro?

Nós passamos quase um mês sem se falar depois daquilo. Eu dizia para minha mãe que continuávamos saindo, já que falta só um mês para o noivado. Voltei a falar com ele semana passada, porque ele me trancou em seu quarto e só me deixou sair quando eu falei com ele. Expliquei que tinha me sentido desconfortável com o pedido dele, mas a verdade é que não quero me casar com ele, não quero alimentar isso. Melissa me cobrou várias vezes sobre fazer ele se apaixonar, mas toda vez que tentava, eu falhava. Minha vontade era só de fingir que ele não existe.

— A outra metade vai ter que esperar um pouco.

— Esperar? Tá achando o quê?

— Um homem do clã nunca pode ser apenas de uma mulher — ele imita a voz do seu pai.

— Você será. — Cruzo os braços, mas logo começamos a rir.

— Quer saber de uma curiosidade? — ele pergunta.

— Qual?

— Eu não posso transar com você antes do casamento. — Sorrio.

— Então quer dizer que fazer você quebrar as regras é mais simples do que parece? — Encaro-o. — Então você tem a oportunidade de quebrar as regras agora.

— Eu estou perdido com você. Não me tente, Zara. — Ele se deita ao meu lado na cama e respira fundo. — Preciso daquela outra metade pra aliviar o que eu estou sentindo agora. — Rio da sua cara.

— Sente mesmo atração por mim?

— Qualquer um sentiria atração por você. Você tem um jeito só seu de conquistar as pessoas.

— Às vezes, isso não é tão bom — digo, lembrando-me que o problema de tudo isso foi ter conquistado Melissa.

— Falta só um mês para o noivado.

— Três, para o casamento. — O clima entre nós fica pesado.

— Sabe o que eu acho?

— O quê?

— Que deveríamos treinar mais a parte do beijo, não quero fazer feio quando o padre mandar nos beijarmos. — Rio da sua idiotice. Descobri um garoto incrível em pouco tempo. Nem parece o arrogante da escada. Eu sei que muito do esforço dele é porque ele realmente acredita que, se nos apaixonarmos, as coisas vão ser mais fáceis, mas eu não acredito nisso, na verdade, eu tenho medo disso.

— Prefiro treinar a parte da lua de mel.

— Eu te odeio, Zara! Pare de me provocar.

— É tão simples quebrar regras. — Encaro-o, ele me encara de volta, mas não fala nada, eles conseguiram me tornar uma outra garota. Tudo que eu queria agora era não me culpar por tudo, não me culpar por ter a amizade dele e nem por gostar da Melissa, por rir, às vezes, de uma coisa tão séria, mas eu cansei de chorar, não me ajuda; ter a confiança e o afeto do Justin, isso sim pode me ajudar.

Quando ele tenta se aproximar, alguém bate na porta. Richard chama por Justin. Vou para de baixo da cama e ele sai para abrir a porta, não ouço sua conversa. Fico rindo enquanto me escondo, lembrando da sua reação. Ele quase pulou da cama quando bateram na porta. Queria o ver quebrar pelo menos uma regra. Acho interessante que quando se fala em quebrar regras, é como se algo o impedisse, mesmo que ele queira muito.

Fico um bom tempo lá embaixo até que ele volta.

— O que ele queria? — pergunto, saindo de baixo da cama.

— Queria me avisar algumas coisas sobre nosso noivado e que minha mãe convenceu a sua que você deveria ir para uma escola particular e que nós iremos pagar.

— Jura? Como ela convenceu minha mãe a isso?

— Minha mãe é capaz de convencer qualquer um. Sabia que você ir pra uma escola particular foi exigência do meu pai? — diz, rindo, porque sabe o quanto eu odeio Richard.

— Por que mesmo?

— Porque você vai para uma escola cheia de filhos de amigos dele e ele quer você convivendo com pessoas desse tipo de classe social.

— Ainda prefiro a escola pública!

— Me prometa que não vai discutir com ele sobre isso — Justin pede. Reviro os olhos.

— Prometo.

— Se comporte. — Lembro que falta uma semana para as aulas começarem e já quero chorar.

De noite, antes do jantar, minha mãe tem uma longa conversa comigo sobre quererem me colocar em uma escola particular. Ela não gostou nada disso, mas aceitou porque Melissa tinha um carinho especial por mim. Ela não imagina o quanto. Depois do jantar, que agora sou obrigada a participar, vou para meu quarto dormir.

*********

Meu primeiro dia de aula, preciso sobreviver à mais um ano. Visto uma calça jeans azul e uma camiseta cinza, que tem um cachorrinho estampado e um tênis branco.

— Estou bem-vestida para um primeiro dia de aula em uma escola que só deve ter gente metida?

— Está perfeita e não ligue para esses metidos, você é linda de qualquer jeito. — Dou um beijo e um abraço bem apertado nela.

— Eu te amo demais. Sabe que tudo que eu faço é por você, mamãe, eu passaria minha vida no pior lugar do mundo só pra te ver bem. — Ela me aperta ainda mais.

— Tudo o que eu faço também é por você, meu amor.

— Você já fez demais por mim, chegou a minha vez de fazer tudo por você — queria que ela entendesse do que realmente estou falando, que me desse uma solução para tudo isso. Beijo sua testa e pego minha mochila. — Melissa vai me dar uma carona.

— Melissa já está fazendo demais por você — ela reclama.

— Mãe, eu sei, nem eu consigo me acostumar com isso, mas tenta entender a forma que ela está me vendo agora que eu e Justin estamos namorando sério.

— É só um namoro, filha, pode acabar.

— Não é só um namoro, nós nos amamos o suficiente pra saber que isso é mais que um namoro – minto, porque não vejo outra forma de preparar ela para um pedido de casamento que vai ocorrer em um mês.

— O que está querendo dizer com isso? — ela pergunta.

— Tenho que ir se não vou me atrasar. — Ela vai me acompanhando e não toca mais no assunto. Encontro Justin, que me beija no rosto e abraça-me forte, ele sempre faz isso quando minha mãe está perto para me provocar. Piso em seu pé intencionalmente.

— Minha mãe está esperando você lá fora.

Vamos até Melissa, que está encostada no carro, sorrindo para nós.

— Vamos, garotas! — ela diz, abrindo a porta do carro.

— Mãe, entra logo.

— Eu não vou, filha.

— Vai sim, por favor. Só pra você ver onde é, vamos. — Ela entra no carro relutante.

Chegamos em frente à escola. Minha mãe e eu estamos de boca aberta. É linda.

— Boa aula! — Melissa deseja assim que desço do carro. Elas partem, deixando-me sozinha.

Entro completamente perdida, procuro pelo meu nome nas salas até que acho. Minha primeira aula será de Química. Bela maneira de começar. É o primeiro dia de aula para todos, o que torna tudo menos ruim. Quando o professor entra, todos fazem silêncio.

— Bom dia, turma, sejam bem-vindos ao primeiro dia de aula do último ano do ensino médio. — O professor, que, com todo respeito, é muito bonito, fala e todos gritam, comemorando, menos eu. — Se me permitem que conheça vocês, quero saber nome, idade e sonhos. — Sempre odiei primeiro dia de aula por isso, a velha chatice de se apresentar. Tantos nomes, alguns conheço pela sua importância. Quando chegou minha vez, levantei-me sem a mínima animação e comecei a falar:

— Meu nome é Zara Silva Mendes, tenho dezoito anos e meu sonho é dar uma vida melhor para minha mãe.

O professor me encara curioso.

— Temos uma bolsista? — ele pergunta.

— Não sou bolsista.

— Por que pretende dar uma vida melhor a sua mãe?

— Porque não acho que ser empregada doméstica seja a melhor profissão para ela.

Algumas risadas soam pela sala, o que me irrita.

— Como a filha de uma empregada tem dinheiro pra pagar essa escola? — alguém no fundo da sala pergunta.

— Isso não é da nossa conta — o professor responde.

— Ela é a namorada do filho do Richard Martins, minha mãe falou que você começaria a estudar aqui. Richard é quem paga — uma garota ruiva, sentada na primeira fileira, diz. Tudo bem, todo mundo sabe da minha vida agora.

Não ouço mais risadas. Richard era bastante conhecido por ser um dos maiores empresários da cidade.

— E tenho outro sonho que é viver em um mundo sem pessoas egoístas, que se acham melhores que os outros por causa da sua conta bancária. — Sento-me e todos continuam em silêncio por um mínimo tempo.

— O que o Justin iria querer com uma garota como você? Ela deve tá com vergonha de dizer que é bolsista — uma garota de cabelos pretos e olhos azuis diz.

— Se acha que estou mentindo, sinta-se convidada para meu noivado. — Não acredito que estou me gabando por esse casamento. Nunca aceitei ninguém querer passar por cima de mim calada, não vai ser agora que vou. O professor continua as apresentações e descubro que o nome da garota é Valentina. O professor se apresenta como Andrew e começa sua aula. Quando o sinal toca, arrumo minhas coisas e vou em direção à porta, mas paro quando Andrew me chama.

— Zara! — Vou até ele. — Queria me desculpar por falar que você é bolsista.

— Não precisa, até porque ser bolsista não é vergonha pra ninguém. então não foi uma ofensa.

— É que você pareceu irritada.

— E eu estava, não gosto das pessoas rindo de mim, ainda mais por esse motivo. Tenha mais cuidado com suas palavras.

— Terei.

Saio da sala e vou a próxima aula; Matemática, meu dia hoje não será fácil. Quando finalmente dá a hora de ir embora, suspiro de alívio. Nunca tive um primeiro dia tão chato como esse. Quando saio para fora, Justin já está me esperando. Fico surpresa por ser ele.

— Olha se não é a filha da empregada — Valentina grita, ela e seus amigos começam a rir. Eu ignoro sua infantilidade. Aproximo-me de Justin, que observa a cena tão irritado quanto eu.

— Se quer me beijar, essa é a hora perfeita. — Ele encara Valentina e entende do que eu estou falando. Dou uma risada quando ele puxa meu corpo para perto do seu e beija-me. Daria tudo para ver suas caras.

— Primeiro dia de aula e já arrumou confusão? Você é uma barraqueira mesmo — ele diz, rindo.

— Eles que arrumaram confusão comigo, não ouviu ela me chamando de filha da empregada só para provocar? — Cruzo os braços com raiva.

— Cruzou os braços? Preciso levar você embora urgentemente daqui antes que um deles saia sem vida. — Ele abre a porta do carro e eu entro.

— Odeio quando tentam me diminuir — digo depois de um longo tempo em silêncio. — Mas também odeio ter usado essa história de casamento pra me defender.

— Não precisa disso para se defender, tem sempre uma resposta na ponta da língua para tudo. Sei disso porque você é a única pessoa no mundo que desafia meu pai.

— Não acha chato eu estar sempre na defensiva?

— Acho, quando é comigo. — Ele ri.

— Você merece, às vezes, passou na fila da idiotice mil vezes. Também merece por ter sido um galinha com metade da cidade.

— Viu, sempre tem uma resposta. Não fiquei com metade da cidade, mas, sim, eu gosto de sair, conhecer novas pessoas.

— Obrigada.

— Pelo quê?

— Por deixa isso tudo mais fácil pra mim, por ser meu amigo e não inimigo nisso.

Ele me olha triste e não fala nada. E eu entendo ele. Quando nos casarmos, tem coisas que nem ele vai poder passar por cima.

********

Falta pouco para o noivado e combinei com Justin que ele iria me pedir hoje para minha mãe. Ela simplesmente vai achar um absurdo isso ser tão rápido, mas não posso fazer nada.

Estamos apenas nós três jantando em casa, já que Melissa e Richard saíram para uma festa. Eu e Justin cozinhamos, enquanto minha mãe descansava. Sempre que ela passava, fazíamos o papel de dois idiotas apaixonados nos beijando e fazendo gracinhas. Isso tinha que ser, no mínimo, convincente. Sentamo-nos ao redor da mesa e servimo-nos.

— Já fez amizade com alguém da escola, Zara? — Minha mãe me perguntava isso todo santo dia.

— Não, mãe, prometo arranjar uma amiga bem legal pra você conhecer.

— Mais legal que eu? Pra que companhia melhor que a minha sogrinha? — Minha mãe ri.

— Só quero que você arrume uma amiga aqui, você tinha tantas antes.

— Mãe, só faz uma semana de aula. — Fico triste em lembrar que quase não converso mais com minhas amigas, de repente, ficamos estranhas.

Justin puxa outro assunto até o final do jantar quando ele finalmente cria coragem:

— Bom, eu tenho um pedido a fazer. — Ele se levanta e puxa-me junto. — Eu gostaria de pedir a sua filha em casamento.

Não fico surpresa com a cara que ela faz.

— Não! Vocês mal começaram a namorar. Filha, eu não posso aceitar isso. — Ela diz, encarando-me, seus olhos me pedem desculpas.

— Mãe, pedimos sua permissão apenas porque respeitamos você, e eu tinha certeza de que você iria me entender. Você, melhor do que ninguém, sabe que eu tenho a cabeça no lugar e sei muito bem o que eu faço. Tenho dezoito anos e isso torna a decisão sendo só minha. Só queria que me entendesse, porque é a pessoa mais importante no mundo pra mim. — Sinto-me horrível por falar assim com ela. Droga de vida, droga de família.

— Filha, eu sei, mas fico com medo de estar tomando a decisão errada. — Meus olhos marejam.

— Eu amo sua filha — Justin diz. — Eu prometo que vou fazê-la feliz, você pode confiar em mim. — Se ela não estivesse tão chocada, aposto que não teria acreditado nessa atuação barata dele.

— Filha, se você quiser casar, faça isso, mas vou continuar achando que não é uma boa ideia fazer isso agora. — Ela me abraça. — Se é isso que você quer, pode contar comigo sempre que precisar, mas não vai ser fácil pra mim aceitar isso. — Odeio minha mãe ser uma coração mole, que acredita em palavras bonitas. Ela tinha que me impedir de destruir minha vida.

No momento que terminamos de jantar, eu corro para o quarto dele e começo a chorar, ele senta ao meu lado e passa as mãos por meus cabelos, enquanto coloco tudo para fora. Eu não quero isso, não quero escola particular, não quero dinheiro, não quero nada disso. Eu só quero voltar a ser uma garota normal, que não precisa mentir para a mãe sobre amar alguém, que não foi condenada a sofrer.

*****

Segui na mesma rotina de sempre, com o coração apertado e cheia de dúvidas. Chego na escola e a primeira aula é de Andrew.

— Hoje nós iremos fazer atividade em dupla — Andrew fala e todos começam a se juntar. Fico com uma garota de cabelos ruivos, eu e ela éramos as únicas que tinha restado. Seu nome é Maia e ela não fala muito, mas é bem gentil, diferente da maioria das pessoas aqui.

— Posso me juntar com você? — Maia pergunta.

— Claro. — Ela se senta ao meu lado e nós começamos a fazer a atividade.

********

Faltam dois dias para meu noivado. Minha mãe passou todo esse tempo tentando me fazer desistir, o bom é que falei para ela que eu e Maia estamos começando a ser amigas e ela parou um pouco de pegar no meu pé. A maioria das aulas do Andrew são em duplas, o que eu não me incomodo, já que faço com Maia.

— Maia — sussurro em meio a explicação de Andrew. — Meu noivado é daqui dois dias, se você puder ir, vou adorar.

— Claro que eu vou. Não acredito que você vai se casar mesmo — ela diz, rindo.

— Nem eu — por falar muito alto, chamo a atenção para nós.

— As garotas podem compartilhar a conversa com o resto da sala? — Andrew diz.

— Desculpa por atrapalhar a aula.

— Não foi isso que eu perguntei. — Reviro os olhos.

— Não é da sua conta.

— Nós estávamos falando do noivado dela, que será em dois dias — Maia tenta encobrir o que eu falei.

— Zara e Maia, para a diretoria. Zara, por conversar e falta de educação, e você, Maia, por também conversa e tentar encobrir as gracinhas de sua colega. — Reviro os olhos e levanto-me. — Se revirar mais uma vez os olhos para mim, será suspensa de minhas aulas. — Saio sem falar nada. Ganhamos uma bela bronca, mas logo fomos liberadas para a próxima aula.

No dia do meu noivado, fui tão paparicada que até minha mãe tirou sua armadura e está toda emocionada. Não quero nem ver quando eu casar. São esses momentos que me deixam felizes e me fazem esquecer o que existe por trás desse casamento. Quando me casar as coisas, não vão ser tão fáceis e a pressão só vai aumentar.

— Você é, sem dúvidas, a garota mais linda do mundo — minha mãe diz com os olhos marejando assim que termino de me vestir. O penteado, no meu cabelo, é tão elegante, o vestido, o sapato... tudo.

— Você está deslumbrante, Zara — Melissa fala e abraça-me. — Obrigada por tudo — ela sussurra em meu ouvido.

— Vamos? Já estão todos lá embaixo — minha mãe chama.

— Espera. Antes quero dar uma olhada em vocês. — Elas estão lindas. Minha mãe foi arrastada por Melissa para comprar um vestido azul escuro, que ficou perfeito em seu corpo. Enquanto Melissa está mais elegante do que nunca. Ela veste um vestido roxo que se encaixa perfeitamente em seu corpo e vai até um pouco acima do joelho. — Estão perfeitas.

Desço agarrada aos seus braços, uma de cada lado. Várias pessoas estão na sala, posso contar nos dedos quais eu conheço. Encontro Justin próximo a escada, ele está lindo de terno, nunca vi seu cabelo em um penteado tão comportado, preciso rir dele por isso. Quando eu chego ao final da escada, Justin entrelaça nossos braços e beija-me.

— Está parecendo os nerds da minha escola, tão fofo. — sussurro em seu ouvido e ele me olha com raiva.

— Fala isso pra minha mãe que ficou uma hora no meu pé para me convencer a fazer isso. — Rio dele.

Três homens são os primeiros a se aproximar de nós. Dois são velhos o suficiente para serem meus vôs, o outro é novo, parece ter a idade do Justin, ele não me encara, ao contrário dos outros dois. Minha mão começa a suar de nervosismo. Não consigo encará-los, por isso, abaixo o olhar para o chão e tento me controlar.

— Então, essa será sua futura esposa — um dos homens diz, estendendo a mão para mim; aperto-a e mando-lhe um sorriso falso, ainda sem o encarar.

— Sim — Justin responde. Tento me apresentar, mas ele é mais rápido: — Seu nome é Zara. — Ele me belisca devagar.

Sou apresentada aos outros dois e eles nos deixam a sós de novo.

— Deixe que eu falo por você. Não pode vacilar com eles, Zara.

— Tudo bem — concordo porque sei que acabaria falando besteira.

Encontro Maia e dou um abraço forte nela.

— Você está linda!

— Você também está linda. — Abraço-a mais uma vez. — Que bom que você veio.

— Zara — ela me chama assustada —, aquele ali não é o Andrew? — Viro-me e vejo Andrew conversando com Justin. — Não sabia que você tinha convidado ele.

— Eu não convidei. Vamos até eles. — Puxo-a.

— Andrew.

— Zara. — Ele estende a mão e eu o comprimento

— Vocês se conhecem? — Justin pergunta.

— Ele é meu professor de Química — respondo, Andrew sorri. — E vocês se conhecem de onde?

— Estudamos juntos na mesma escola que você hoje — Andrew responde. — Sempre fomos amigos, mas depois da faculdade, foi cada vez mais raro nos encontrarmos.

— Mas agora nos reencontramos de vez, já que Andrew está morando aqui de novo. — Lembro que Maia está do meu lado.

— Justin, essa é Maia, minha amiga. — Ele aperta sua mão. — Maia, esse é Justin, meu noivo.

A festa estava uma verdadeira chatice e Andrew não tirava os olhos de mim.

— Você está linda — ele diz, aproximando-se.

— Obrigada.

— Queria pedir desculpas pela forma que lhe tratei.

— Está desculpado — digo e ele arqueia a sobrancelha.

— Muito modesta você.

— Da mesma forma que você está sendo em não desgrudar os olhos de mim em meu noivado. — Ele ri.

— Não estou encarando você por isso.

— Então por que é?

— Estou preocupado com você.

— Zara, pode vir até aqui? — Justin me chama e bate com uma colherzinha na taça, chamando a atenção de todos. Sinto vontade de rir, lembrando das vezes em que nós treinamos isso e era impossível não ser antiquado. — Gostaria da atenção de todos. — Todos se calam e preparo-me para não rir, ele parece querer fazer o mesmo. — Zara, eu sei que nós treinamos isso várias vezes e em todas elas, nós nos acabávamos de rir. Você é uma garota especial, que fala o que pensa e não tem medo disso, sempre orienta as pessoas da melhor forma e encanta qualquer um que te conheça. É por isso e outros milhões de motivos que eu peço — ele se ajoelha e tira uma caixinha com um anel dentro —, quer casar comigo? — Fico pasma, minha reação não é a ensaiada assim como o texto dele também não foi. — Pode responder logo? Essa posição não é muito confortável. — Todos começam a rir.

— Claro que sim! — Ele se levanta e beija-me.

— Eu te amo — ele sussurra em meu ouvido. — Amo de verdade.

Eu não consegui respondê-lo e acredito que ele, talvez, esteja enganado sobre isso. Abracei-o forte, muito forte. As pessoas ainda estavam nos aplaudindo. Minha mãe chorava ao lado de Melissa, que nos olhava com satisfação. Meus olhos continuaram a passar pela enorme sala e pararam nos três homens do clã, e, pela primeira vez, o olhar do mais novo estava em mim, e ele me assustava.

Continue Reading

You'll Also Like

3.5M 30.1K 5
(ESSA HISTÓRIA ENCONTRA-SE COMPLETA NO APP HINOVEL. VÃO LÁ!) HISTÓRIA QUE JÁ GANHOU MILHÕES DE CORAÇÕES ♥️ Se vendo numa situação difícil, Isabella m...
22K 2.5K 17
(concluída) "eu não sou traficante, mas quero sua boca" - Marília Mendonça. Onde Marília é desafiada a beijar a entregadora de pizza. Autora Origina...
53.3K 3.3K 38
Callie Forest é o retrato da inquietação. Odeia silêncio, detesta pessoas, mas venera cupcakes coloridos. De personalidade extremamente forte, vai te...
272K 23.3K 48
Jenny Miller uma garota reservada e tímida devido às frequentes mudanças que enfrenta com seu querido pai. Mas ao ingressar para uma nova universidad...