Antes de você - Livro 3

By autorarearaujo

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Antes de tudo começar, eu me considerava uma garota de sorte. Tinha bons pais, bons amigos, ex-namorado indo... More

Nova Belinda
Surpresas
Acho que o destino me odeia
Mudança de plano
Dia estressante
Surpresas da noite
A aposta
A noite só estava começando
Testando meus limites
Fugindo do controle
Ele mexe comigo
O que está acontecendo comigo?
Fim de férias
Que comecem os jogos
Provocações
Sem saída
Dia corrido
O envelope
O encontro com Marcelo
O acordo
Surpresas da noite
Enfrentando o pai
Um ombro amigo
Procura-se Belinda
Visitando Belinda
Tem algo errado
Eu não estou doente
A preocupação de Kadu
O apoio do Kadu
O resultado dos exames
A conversa com os pais
Um sentimento não identificado
Sentimentos confusos
Labirinto de emoções
Abrindo o jogo com os amigos
Serei o que ela precisa
Fim de semana com Kadu
A entrega
Quando tudo está perfeito demais...
A verdade de Kadu
A lista
Entendendo os meus sentimentos
Aprendendo a surfar
Eu te amo
Um sonho que se sonha só
Preciso acreditar em milagres
A decisão
Correndo contra o tempo
O dia seguinte
Epílogo
Minhas Obras

Um Kadu furioso

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By autorarearaujo

Belinda

Eu tinha certeza que Kadu iria me matar quando descobrisse que eu tinha voltado para Angra a fim de descobrir algum podre do seu pai. Eu só não contava que eu seria descoberta e presa por invasão de propriedade alheia. E pior, eu não poderia ligar para mais ninguém, a não ser Kadu.

Pelo menos não fui jogada em uma cela comum. Tive que implorar para que eles não ligassem para os meus pais. Imagine a reação deles ao ouvirem que sua filha estava presa.

Para não ficar presa, eu tive que pagar uma multa de seis mil reais. O problema é que ao ser presa, meus documentos e cartões foram apreendidos, e querendo ou não, eu só tinha uma pessoa a quem recorrer.

Recusei-me a atender as ligações dele por que Kadu iria querer saber a onde eu estava. Eu contaria a verdade, mas só depois que tivesse alguma prova concreta.

Eu estava a horas trancada na sala de interrogação da delegacia aguardando Kadu chegar e pensando em algo bem convincente para que ele não arrancasse minha cabeça na primeira oportunidade. Sem relógio, eu estava quase pirando, odiava esperar, ainda mais quando eu estava toda errada na história.

Ouvi um barulho vindo da porta e me preparei para encarar o meu salvador, ou não. O primeiro a entrar foi o delegado. Um senhor alto e bem vestido. Alguns cabelos brancos, mas eu não poderia de deixar de ressaltar a sua beleza.

Logo atrás, vi Kadu. Pela sua carranca, ele não estava com seu melhor humor. Estava usando jeans e camiseta azul escuro, acompanhado de uma jaqueta preta de couro.

– Como pode ver, ela está intacta. Ninguém entrou aqui até sua chegada. – o delegado falou.

– Até que enfim, pensei que iria dormir aqui.

– Fique satisfeita por não ter sido colocada junto com as outras presas. Você invadiu um apartamento particular.

– Eu já falei para o senhor que eu achava que meu namorado estava tendo um encontro com outra garota. Fiquei louca de raiva. – falei olhando para Kadu esperando ele confirmar minha história.

– Senhor Kadu, você precisa ter uma conversa com sua namorada. Ela não pode sair por aí invadindo propriedades particulares.

Kadu ficou um pouco pensativo e por um momento pensei que ele fosse me desmentir.

Minha namorada é um pouco ciumenta. Não sei de onde ela tirou essa ideia de que eu estava aqui. Passei o dia resolvendo problemas da empresa do meu pai e quando chego em casa, recebo uma ligação dela dizendo que está presa.

– Vocês jovens precisam amadurecer e levar um relacionamento a sério. Para sua sorte, Belinda, é que o senhor Arthur não quis levar isso adiante, mas fez questão de que você pagasse a multa por invasão.

– Eu já teria feito isso, se o senhor tivesse permitido que pegasse meu cartão.

– Seus bens estão apreendidos até isso se resolver. Vou deixar vocês conversarem enquanto adianto a sua saída. Com licença. – disse o delegado saindo fechando a porta.

Kadu caminhou até a mesa e sentou na minha frente. Soltou um longo suspiro antes de falar.

– Você faz ideia de que eu acabei de mentir para o delegado?

– Não vamos falar sobre isso aqui. Essas paredes podem ter ouvidos.

– Não estamos em seriado americano Belinda. Aqui é Brasil.

– Não me diga...

– Nada de piadas Belinda. Estou me segurando aqui para não pular no seu pescoço. Estou exausto da viagem... Então vamos pular a parte em que eu te mato e vamos direto para o final?

– Você poderia tentar se acalmar? As veias do seu pescoço estão prestes a explodir, e se isso acontecer, vai ser uma cena horrível e não terei como explicar isso.

– CHEGA BELINDA!!! – Kadu bateu com força em cima da mesa.

Eu me assustei e fiz um movimento para trás, caso ele viesse para cima de mim.

– Acabou a brincadeira. O que combinamos hoje cedo?

– Combinamos que eu não me meteria mais na história com seu pai...

– E o que você fez?

– Kadu, eu precisava descobrir...

– Belinda, o que você presenciou ontem não te assustou? Saber do que meu pai é capaz não te deixou com medo?

– Claro que não...

Claro que não te deixou. – disse sendo sarcástico. – Você adora meter o nariz onde não é chamado.

– Só lembrando que foi você quem me procurou. – acusei.

– Por que achei que você não se meteria em confusão. Meu Deus, você voltou aqui e invadiu um apartamento.

– Não foi um apartamento, foi o apartamento do seu pai. Você precisa ver as fotos que eu encontrei...

– Fotos essas que com certeza foram apreendidas quando você foi presa.

– Elas estão salvas. Você acha que eu seria idiota ao ponto de não salvá-las?

– Mas foi idiota ao se deixar ser pega no flagra.

– Como eu ia adivinhar que ia ser delatada? Ainda não sei como me descobriram.

– Meu pai descobriu tudo.

– Como? Só se ele estivesse lá dentro escondido.

– Câmeras... Várias câmeras escondidas pelo lugar.

– Como sabe disso? – perguntei surpresa.

– Ele me enviou fotos suas. Desde a sua saída até o apartamento. Eu já estava saindo a sua procura quando você me ligou.

– Espera aí... Como assim, fotos minhas? Ele estava me seguindo?

– Depois da nossa visita aquela boate, é claro que ele ficaria de olho, ainda mais depois da minha ameaça.

– Eu até entendo o motivo dele, mas daí a me seguir...

– Quando eu falei para ficar longe, eu estava esperando algo parecido com isso. Mas não, você tinha que bancar a detetive. Acho que você é igual à Nanda, adora se meter em perigo.

Quando eu ia rebater, a porta foi aberta. O delegado tinha voltado trazendo nas mãos uma papelada.

– Bem, senhorita Belinda, a pedido do senhor Augusto, não iremos formalizar a denúncia, já que você é namorada do filho dele. Assine aqui e depois poderá ir embora.

– E a multa?

– Eu já paguei. Assine e vamos embora.

Por isso eu não esperava, Kadu pagando minha multa. Pensei que ele iria pegar meu cartão e efetuar o pagamento ou algo parecido. Eu me surpreendia com ele a cada atitude inesperada.

– Posso ler antes? – perguntei.

– Belinda, apenas assine a merda do papel e vamos embora. – Kadu falou ainda muito irritado.

Achei que não seria uma boa ideia provocá-lo mais uma vez. Peguei a caneta que o delegado estava me oferecendo e assinei o papel.

Quando entreguei o papel, ele deu uma olhada conferindo minha assinatura e depois se virou para Kadu.

– Pronto senhor Kadu, a sua namorada está livre.

Kadu se levantou e apertou a mão do delegado.

– Aconselho que você não deixe isso se repetir. Conheço seu pai e acho que ele não deixará outra invasão passar em branco.

– Pode deixar. Vou colocar um pouco de juízo na minha namorada. Esse ciúme dela às vezes me deixa louco. Fazer o que se ela me ama? – disse oferecendo um sorriso amarelo para o delegado.

Quando saímos da sala, passamos pela recepção e pegamos minha bolsa. Dei uma olhada para ver se não estava faltando nada. Alguns policiais ficaram nos observando enquanto atravessávamos a porta de saída.

– Acho que eles estão pensando que você se meteu em uma grande furada sendo meu namorado. – falei para descontrair.

– Ainda estou pensando em como você se atreveu a mentir e falar que eu era seu namorado.

– Era isso ou ligar para os meus pais. Minha mãe teria um ataque cardíaco se eu ligasse pedindo para que viesse me buscar.

– Eu no lugar dela te mataria.

– Mas você não fez isso.

– Não me tente Belinda. Estou muito perto disso. – disse fazendo um sinal para o taxi.

Pensei em rir, mas achei que não seria uma boa ideia.

– Vamos voltar para pegar o meu carro e depois vamos embora? – perguntei.

– Vamos passar a noite aqui. Está tarde para viajar de carro e eu estou muito cansado. Em que hotel você está hospedada?

– Não me hospedei... Eu iria embora assim que conseguisse alguma coisa...

– Você iria voltar hoje ainda dirigindo?

– Sim, por que não?

Cristo, você é mais louca do que eu imaginava. Vamos pegar seu carro e depois seguimos para o mesmo hotel que ficamos ontem. – disse abrindo a porta do taxi para que eu entrasse.

Pegamos meu carro e depois seguimos para o hotel. Kadu não falou mais nada sobre o acontecido, ficou o tempo todo do percurso mexendo no celular. Minha curiosidade estava me matando para saber com quem ele estava conversando.

O mesmo cara que nos atendeu no dia anterior nos recepcionou. Fiquei quieta enquanto Kadu pedia os quartos.

– Lamento senhor, mas só temos um quarto disponível. Estamos lotados até o final de semana.

– Vamos procurar outro hotel então Kadu... – comecei a falar, mas fui interrompido.

– Vamos ficar com ele. – disse Kadu falando com o cara, me ignorando completamente. – Estou exausto demais para sair por aí procurando outro hotel.

– Eu não vou ficar no mesmo quarto que você. – rebati.

– Você me fez vir do Rio de Janeiro para te livrar da cadeia, então o mínimo que pode fazer é ser gentil e pegar a chave que ele vai lhe entregar.

Prendi a respiração lutando para bater em Kadu. Ele não precisava espalhar para o hotel inteiro onde eu estive por quatro horas.

O recepcionista mostrou a chave e eu tomei da sua mão e segui para o elevador.

– Só avisando que você vai dormir no chão.

– Nem nos seus sonhos. Vamos dormir juntinhos na mesma cama. – ele disse quando entramos no elevador.

– Você que pensa.

O quarto era enorme, quase uma suíte presidencial. Kadu foi direto pedir serviço de quarto. Eu olhei logo para cama, medindo ela mentalmente só para ter certeza que ela era grande o suficiente para nós dois. Havia um grande sofá, mas com certeza eu não iria dormir nele e muito menos no chão.

– Isso mesmo, duas saladas caesar e uma jarra de suco de laranja. Obrigado. – disse ao desligar o telefone.

Kadu retirou os sapatos e depois a camisa e caminhou para o banheiro.

– Quando o nosso jantar chegar, receba. Preciso tomar um banho. Estou precisando de um.

Minutos depois ouvi o barulho de água caindo. Só o que me restava a fazer era sentar na cama e esperar. Não demorou muito e alguém bateu na porta. Recebi nosso jantar, coloquei em cima da mesa perto da janela e voltei para entregar uma gorjeta para o rapaz.

Kadu saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura e não pude deixar de notar seu abdômen bem definido. Aliás, seu corpo estava todo definido.

– Espero que esteja com fome, por que eu estou morrendo. – disse puxando uma cadeira e sentando.

– Você vai jantar assim? – perguntei.

– Assim como?

– Assim, pelado.

– Não estou pelado. Estou de toalha. Isso lhe incomoda? – perguntou erguendo uma sobrancelha.

– É claro que me incomoda. Não vou comer com você...

– Belinda, deixa de frescura. Com certeza não sou o primeiro que fica assim na sua frente.

Kadu colocou suco no seu copo e experimentou.

– Nossa, esse suco está ótimo... Ou então é minha fome que está grande.

Continuei parada olhando para ele.

– O que foi, não vai comer? Ou vai ficar aí me olhando? Sei que sou lindo, mas não consigo comer com alguém me observando.

Libertei-me do transe e caminhei para o banheiro.

– A onde você vai?

– Tomar banho. Também preciso de um.

– Devo te esperar para jantarmos juntos?

– Vai em frente. Não acabou de dizer que está morrendo de fome? – falei batendo a porta.

– Estou com fome, mas quero sua companhia. Vou esperar... E não demore. – ele gritou através da porta.

Respirei várias vezes para não abrir a porta e o mandar ir para o inferno. Que ódio. Eu estava em débito com ele, por isso, eu iria me segurar até onde fosse possível.

Retirei a roupa, ficando apenas de lingerie. Liguei o chuveiro e fiquei testando a temperatura. Deixei a água cair um pouco enquanto eu procurava o sabonete. Baixei até um armário abaixo da pia, quando voltei, senti uma tontura e me segurei na base da pia até melhorar. Levantei a cabeça um pouco para cima e quando baixei senti um líquido escorrer do meu nariz. Passei o dedo e me assustei quando vi sangue.

– Oh meu Deus...

– Belinda? Aconteceu alguma coisa?

Antes que eu respondesse, Kadu já tinha entrado no banheiro.

– Kadu, sai daqui... – falei levando minha mão ao nariz.

– Ouvi você... Seu nariz está sangrando... O que aconteceu? Bateu em algum lugar? – perguntou se aproximando.

– Kadu, estou sem roupa...

– Me deixa ver seu nariz. – falou me ignorando.

– Eu estou bem... Dá para sair enquanto coloco a roupa.

– Belinda, já vi outras garotas sem roupa... Agora me deixa ver... Bateu a onde?

Kadu tirou minha mão suja de sangue e ficou analisando meu nariz.

– Eu não bati em lugar algum. Abaixei-me para procurar o sabonete e levantei rápido demais, foi só isso. – falei me afastando e pegando a toalha.

– Isso já aconteceu outras vezes?

– Não, é a primeira vez.

– Precisa ir ao médico ver isso.

– Kadu, não é nada demais. Agora você pode sair do banheiro e me deixar tomar meu banho em paz?

Kadu me olhou por alguns segundos até ter certeza que eu não falaria mais nada.

– Ok, vou sair, mas vê se não demora, estou morrendo de fome. – disse saindo.

– Eu já falei para não me esperar. – falei quando ele fechou a porta.

Coloquei a toalha suja de sangue em cima da pia, dei uma olhada para ver se o sangramento tinha parado e depois entrei no chuveiro. A água ficou vermelha no inicio por que eu fiquei apertando meu nariz para estancar o sangramento.

Quando saí do banho, peguei outra toalha e enrolei no meu corpo. Iria pedir um roupão para usar até o dia seguinte. Olhei para a mesa e não vi Kadu. Não fazia ideia a onde ele deveria ter ido. Em seguida a porta do quarto foi aberta, Kadu vestido trazendo uma pequena caixa na mão.

– A onde você foi? E que caixa é essa?

– Fui procurar algo para o seu nariz.

Revirei os olhos.

– Meu nariz já volto ao normal. Como te falei, não foi nada...

– Por via da dúvida, aqui está. – disse me entregando.

Eu peguei a caixa e coloquei em cima da cama.

– Obrigada pela preocupação, mas estou bem. Vamos jantar? Não foi você que disse que estava com fome? – perguntei indo para a mesa.

Sentei e olhei para ele.

– Não vai sentar não?

Kadu caminhou até a mesa e sentou no seu lugar.

– Depois do jantar vamos ver isso aí direito. – disse apontando para o meu nariz.

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