Bárbara Passos
03/08 – Quinta-feira
06:34h
Abri os olhos com a claridade entrando pela minha janela. Estava um dia até que quente e bem iluminado. Eu me sentei no colchão, cocei os olhos e quando os abri, a primeira coisa que vi foi um buquê de tulipas vermelhas e delicadas. Um sorriso involuntário se abriu, então levantei da cama e fui direto ver as flores mais de perto. Eram lindas, uma cor quase fosca e muito delicadas. Tinha um cartãozinho no meio, então o peguei e comecei a ler.
"Tulipas: significam amor perfeito. As tulipas vermelhas são ainda mais específicas, e simbolizam o amor verdadeiro.
É, eu estou meio viciado em te dar flores.
As flores me lembram instantaneamente de você. Me lembram do seu sorriso, seu cabelo brilhante, sua pele macia e seu beijo magnífico, que toca a minha alma assim como o perfume das flores toca.
Olhar para você me dá paz, parece que o ar tem até mais oxigênio para se respirar. É a mesma sensação de olhar para um campo cheio de flores. Te dá esperança, te traz paz. É isso que você é pra mim, Bárbara Passos. Você é meu ponto de paz.
O néctar das flores alimenta os insetos da mesma forma que o seu amor alimenta a minha alma, supre as todas as minhas necessidades. Posso perder de tudo, menos você.
Eu te amo infinitamente. Te amo como as flores amam o sol. O nosso amor cresce ainda mais todos os dias, fica mais e mais bonito todos os dias. Ele só se diferencia em uma coisa das flores: ele nunca morrerá.
Eu te amo.
Com amor, seu Vic."
Eu não parava de sorrir enquanto lia aquele bilhete. Victor sempre foi romântico e fofo, mas desde ontem ele está bem mais do que isso.
Guardei o bilhete na caixa que guardava todos as cartas e presentes assim que ele já me deu. Me arrumei antes de sair do quarto e levei as flores comigo para arranjar um lugar para elas.
─ Coloque nesse vaso aqui. – minha mãe disse quando cheguei na cozinha.
─ Obrigada. – agradeci, depois de ajeitar as tulipas no vaso.
─ Por que ele está te dando tantas flores? – meu pai perguntou.
─ Eu também não sei. – eu disse.
─ Acho que você sabe sim. – minha mãe me olhou com advertência.
─ Aquilo já foi, já aconteceu... – eu disse. – Já foi resolvido.
─ Eu sei, gosto muito do Victor e sei que ele é um príncipe quando se trata de você, mas essas coisas acontecem. – ela disse.
─ O que ele fez? – meu pai me olhou por cima dos óculos, sem entender.
─ Não foi... – eu tentei justificar.
─ A ex dele está incomodando ele, dando em cima e ele não estava fazendo nada a respeito. – minha mãe respondeu por mim.
─ Remédio para homem confuso é pé na bunda. – meu pai disse. – Se isso continuar, não hesite em terminar, mesmo que você ainda ame ele. O que for para ser seu, nunca vai sair do seu caminho.
Fiquei quieta, não tinha argumentos.
─ Se ele realmente vacilou mais de uma vez, é uma coisa a se pensar, querida. – meu pai disse. – Você vale mais que um buquê de flores.
Ouvi a buzina do carro dele do lado de fora e entendi que deveria sair. Me despedi dos meus pais, ainda meio mexida com as palavras do meu pai.
Abri a porta do carro e entrei, logo vendo o moreno. Ele estava diferente, cortou o cabelo.
─ Ei, cortou o cabelo! – eu disse, surpresa.
─ Cortei ontem a tarde, queria te fazer surpresa. – ele disse. – Gostou?
─ Gostei.
Ele sorriu, puxando meu queixo e me dando um selinho longo na boca.
─ Amei as flores, obrigada. – eu disse quando ele se separou de mim.
Ele sorriu, me dando mais um beijo. E então, abraçou a minha cintura e eu passei os braços por seu pescoço, fazendo carinho na sua pele enquanto ele beijava minha clavícula levemente.
─ A gente tem que ir. – eu disse, depois de um tempinho que estavamos daquele jeito.
─ Tá bom, tá bom. – ele se rendeu.
{...}
10:00h
─ Mais flores?! – Jean se irritou. – O que ele acha que você vai fazer? Abrir uma floricultura?
Eu ri do comentário junto com Carol.
─ Não, seu bobo! – Eu disse.
─ Eu acho que ele está fazendo tudo isso porque vão jantar amanhã. – ela disse. – Deixa o clima melhor.
─ É verdade. – eu concordei.
─ Tô achando tudo isso muito suspeito. – Jean disse.
─ Eu acho que ele só está arrependido e quer tirar o clima de briga e desconforto que ficou na terça. – eu disse.
─ Pode ser. – Carol disse.
─ Bom dia, turma. – o professor de história entrou na sala. – Junto com a professora de geografia, decidimos juntar vocês e o 1º A para assistirmos um filme juntos. Depois vocês terão que fazer um trabalho sobre, claro, mas é bom que relaxamos um pouco, aliviamos a tensão do fim da escola...
Nós rimos de leve e todos estavam empolgados com a ideia.
─ Vamos para a sala do 1º A, já que o projetor de lá está funcionando melhor. – ele disse.
Levantamos e saímos todos juntos para assistir ao filme. Jean continuava meio revoltado com Victor e eu não tirava sua razão. Quando chegamos na sala, já tinham vários colchonetes no chão e eu vi todo o resto dos nossos amigos ali. Victor logo me chamou para sentar com ele.
Ele me puxou para seu encontro e eu me sentei do seu lado, então ele rapidamente passou o braço no meu pescoço e me aconchegou no seu corpo.
─ Não, assim não vai ficar legal. – ele disse.
Então ele me puxou de novo e me colocou entre suas pernas, passando os braços pelo meu corpo e beijando minha bochecha. Apoiei as costas no peito dele e olhei para a direita, onde vi Jean sentado ao nosso lado fazendo caras e bocas. Eu ri, mas parei quando vi a loira sentar na nossa esquerda.
─ Oi Victor! – Suellen. Sempre a Suellen. – Cortou o cabelo!
─ Sim. – ele respondeu simplismente.
─ Ficou lindo, mais do que já era. – ela disse com um sorriso apaixonado e Victor deu de ombros.
Deixei passar e virei o rosto para ver o filme, que começou. Senti Victor vindo até o meu pescoço e deixando um beijo leve.
─ Eu te amo. – ele sussurrou e eu sorri.
─ Eu também te amo. – respondi.
O filme foi bom e ruim. O bom era que Victor estava incrivelmente fofo, me dando beijos, sussurrando palavras carinhosas e me fazendo caricias no corpo, mas é claro que tinha que ter Suellen ali para estragar tudo. Como eu estava apoiada em Victor, eu sentia seus dedos acariciando o braço do meu namorado e ele se esquivando o tempo todo, me abraçando mais ou até a empurrando de volta mesmo. Essas partes eu nem fiz muito caso, por mais que toda a vez que via isso acontecer, eu lembrava das palavras de Jean, do meu pai, da minha mãe, de Carol... Eram muitas coisas na minha cabeça.
E o filme acabou. Victor agarrou a minha cintura e me abraçou bem forte o abracei na mesma intensidade. Ele deixou vários beijos seguidos na minha bochecha e eu estava amando. Depois de um tempinho, ele me deu uma sacola de presente e eu tampei o rosto, toda corada e boba pela série de atos fofos daquele garoto. Eu abri a sacola e era um par de brincos de borboleta, lindos e muito delicados.
─ Vic... – eu me derreti pelo presente.
Virei meu rosto e lhe dei um selinho nos lábios, logo o vendo sorrir.
Suellen encarava tudo com atenção, mas nem me arrisquei a olhar para seu rosto. Não queria saber, estava encantada com todo o carinho que Victor me dava.
{...}
13:20h
Eu estava no carro de Victor, estavamos estacionados no estacionamento da escola desde que acabou a aula. O porquê? Eu não sei muito bem em que momento a conversa se tornou um beijo e foi assim até agora.
Abri os olhos depois que o moreno me deu um último beijo, então eu vi seus olhos escuros me encarando com tanta profundidade.
─ Estamos aqui já faz 20 minutos. – eu disse, enquanto ele agarrava a minha cintura e me abraçava, chegando mais perto.
─ Ah é? – ele se fez de sonso e comecei a rir, mas logo cessei com mais um selinho na minha boca.
Então ele deslizou os lábios nos meus e tudo começou de novo. Agarrei seu pescoço e ele me beijava intensamente, enquanto passava as mãos por todo o meu corpo. Então, depois de um tempo, o beijo terminou com vários beijinhos leves e menores.
─ Tô ansioso pra sair com você amanhã. – ele disse, enquanto dava um beijo leve no meu pescoço.
─ Eu também. – eu disse. – Que roupa eu tenho que vestir?
─ Uma mais ou menos formal. – ele disse. – Não precisa se vestir para uma Fashion Week, mas é melhor se ir mais arrumada do que num restaurante normal.
─ Tá bom. – sorri para ele e logo em seguida ele me beijou de novo. Eu ri de leve com toda aquela situação, então ele agarrou a minha cintura e me abraçou. Um abraço tão caloroso e confortável...
─ Eu te amo. – ele disse, com a voz abafada pelo meu pescoço.
─ Eu também te amo. – respondi.
─ Vem, vou te levar para casa. – ele disse, depois me deu um último selinho antes de dar partida no carro.
Voltei em fadinhas :)
Tô bem feliz com a frequência que tô mantendo aqui, espero que vocês também estejam gostando.
Qual vocês acham que vai ser o final de todo esse romantismo do Victor? 👀
Vai dar bom ou vai dar ruim?
Um beijo, até o próximo capítulo 🧚♀️
(ah, esqueci de dizer que já até decidi qual vai ser a próxima história depois que eu terminar desenhos valem mais que palavras, e eu só digo: vocês não estão prontos assim como eu não estou KAKAK)