A COR MAIS QUENTE | JIKOOK

By koopinky

1.4M 155K 210K

Na adolescência, Jimin e Jungkook eram como polos opostos e viviam brigando. O Park detinha as melhores notas... More

CAST
AVISOS
Prelúdio
[00] Prólogo
[01] Primeira vez
[02] Intimidante
[03] Audácia
[04] Amigo para todas as horas
[05] Romanov
[06] Romeu e Julieta
[07] Novos sentimentos
[08] Eu vejo, eu gosto, eu quero.
[09] Ataque descoberto
[10] Contar estrelas
[11] A paixão é cinza e efêmera
[12] Primícias duma aquarela: acromo
[13] Primícias duma aquarela: policromo
[14] Porsche Carmim
[15] A chama que nunca se apaga
[16] O primeiro ato de coragem | 1
[17] Aniquilação de pretendentes| 2
[18] A porta vermelha.
[19] Cicatrizes deixam belos vestígios
[20] Gritos e Sussurros
[22] La Vie En Rose

[21] Sonhos de Infância

8.2K 799 1.9K
By koopinky

VOLTANDO PQ O WATTPAD ME TOMBOU, MAS CÁ ESTOU AQUI NOVAMENTE PQ O BRASILEIRO N DESISTE NUNCAAA *risada maléfica*

OBRIGADA PELOS 1.3M DE VISUALIZAÇÕES! MAL PEGOU 1M A FANFIC E JÁ TEM MAIS 300K <3

Bora conversar rapidinho? Minhas aulas da faculdade voltaram e eu consegui um emprego novo, então vamos negociar aqui 1 atualização por mês até Agosto, ok? OU SEJA, capítulo todos os meses, mas 1 por mês apenas. Ah mas pq AGOSTO? Nem te conto kk cof-cof livro físico.

Digo isso por ter outras prioridades tbm né, trabalho, faculdade e o manuscrito do livro que preciso entregar até certa data, então espero compreensão de vocês.

MASSSSSSSS PRESTA ATENÇÃO!

SE A META FOR ULTRAPASSADA, ALÉM DO ESPERADO NO PRAZO, EU ME DESDOBRO PRA TRAZER 2 CAPÍTULOS NO MESMO MÊS, OK?

Ah mas pq? Eu tô com o tempo restrito agora, porém, vendo esforço da parte de vocês, eu compenso. (p.s culpem o Eduardo, ele que me ensinou a trabalhar com via de mão dupla kkkk)

META: Se esse capítulo bater 6K DE COMENTÁRIOS em 2 DIAS, trago a próxima atualização dia 16 de Março. (16/03)!

Me sigam no insta para acompanhar tudo sobre a fanfic o @ é koopiinky em todas as redes sociais.

Boa leitura!

#JujubasEKingKong

Você é o raio de Sol que nasceu de novo na minha vida
A volta dos meus sonhos de infância
Não sei o que é este sentimento
Será que aqui também é o sonho?

Segure as minhas mãos agora
Você é a causa da minha euforia

- Euphoria, Jungkook (BTS)

Ninguém será um verdadeiro parisiense se não souber usar a máscara da alegria quando estiver triste.

- O Fantasma da Ópera (LIVRO)

.

.

.

.

.

.

"Você é como uma reencarnação dos meus sonhos de infância"

.

JIMIN

- Sabe o que eu fiquei pensando naqueles três meses? - Perguntei, mantendo os olhos no céu pouco estrelado de Paris. - Refleti muito em quando você me disse que gostaria de ficar comigo, que queria muito, porém, não poderia... Não poderia por não ter coragem. - Continuei, tendo seu silêncio em resposta, querendo ou não, é um assunto delicado. - Pensei se quem desiste na primeira tentativa, realmente quer.

- E depois? - Sua curiosidade sussurrada veio em meus ouvidos, ele também olhava para cima com a cabeça apoiada nos braços, admirando as poucas estrelas do céu e parecendo relaxado com o frescor da noite batendo em nossos corpos, mesmo que ao escutar essas palavras, foi notório o abalo em sua expressão. Ele sente culpa.

- Depois essa perguntou ficou ecoando pelos meus pensamentos um bom tempo até eu fingir que te esqueci por completo, ignorando os pensamentos intrusivos e seguindo com a minha vida.

É um comum escudo de defesa fingir que as coisas não te afetam, ignorar que sim, é preciso sentir a dor, a alegria, tristeza, raiva, aversão, ou qualquer outro sentimento que possa te consumir. É necessário sentir. Somos humanos, faz parte da nossa essência sentir algo, mesmo que você insista em dizer que não sente nada e porventura, se sinta vazio. A ausência também é alguma coisa.

Procurar refúgios práticos como a raiva ou decidir se afastar de tudo que faz parte de quem você é, sem dúvidas é o jeito mais prático de se matar de dentro para fora. No momento que você não se permite sentir as coisas, não se permite ser amado, cuidado, ouvido, acalentado, assim como não permite que sintam algo por você, e caso sintam, é uma evidente mentira ou grande mal entendido.

Não, óbvio que é mentira! Quem iria gostar de mim sendo assim? Me vestindo assim, falando assim, andando assim, existindo dessa maneira tão deprimente e por vezes, arrogante?

São coisas que acabam passando pela cabeça e não há como evitar se questionar quando foi que eu fiquei assim? Não sobrou autoestima e nem prestígio. É o irredutível significado de fundo do poço.

Não se trata de precisar doer como nunca para nunca mais doer, e sim de não vai doer nunca, porquê vou fazer um imenso esforço em aprisionar todos essas sensações, não deixando nenhum pingar pelo chão, ficará sem rastros, sem fraquezas evidentes.

E no final, todo o esforço que fez para demonstrar força e indiferença, apenas te adoeceu. Afetou apenas você.

Ninguém se importa consideravelmente com tudo que fazemos, esse é o veredito.

Pode sim haver certas situações que a sociedade vai te julgar por algo, o que, infelizmente, é absurdamente comum, no entanto, agir diferente para suprir as expectativas do outro, moldar seu jeito para caber em alguém ou se fazer de forte por não se permitir chorar por motivos que, te fizeram acreditar serem, idiotas, irá adoecer apenas você. As pessoas oferecem aquilo que tem, se tiverem dor e infelicidade em si, é isso que irão repassar para as outras.

Ou seja, vão te julgar momentaneamente para suprir a desgraça de vida que tem, todavia, tão rápido quanto te apontaram o dedo, vão se esquecer da sua existência e seguir o ritmo contínuo de suas vidas, até porquê, você não é importante para elas. Então, querido leitor, realmente vale a sua atenção palavras tão duras disfarçadas de opinião construtiva?

Vale a pena sofrer anos por um momento tão curto e sem importância irrelevante na sua vida e na vida deles?

É sobre focar tanto em se fortificar externamente para as pedradas que já te deram, e se esquecer de fortalecer o núcleo. O que seria de um castelo com muros de ferro, caso o seu interior seja revestido em vidro frágil?

Nada.

Você construiu errado.

O que ocorre quando o ferro conseguir ser destruído e atravessado? Você vai chorar? Desistir de tudo?

Não tem problema chorar, apesar disso, concorda que se tivesse se defendido desde o início, amadurecendo seu interior, não iria existir motivos para chorar agora?

Quem coloca mais peso no que terceiros falam, maior do que na própria verdade, se perde por infortúnios previamente imbecis, e tende a sofrer com aquilo por um bom tempo. Uma perca de tempo.

Ninguém vai se importar o suficiente para te tirar do fundo do poço igual se esforçaram para te colocar ali dentro, com maldade disfarçada de "Estou dizendo isso porquê quero o seu bem".

Não faz mal aprender isso um pouco tarde, não é burrice. Estupidez é nunca perceber o erro, então se em algum momento, mesmo que com anos de experiência, você mude sua forma de dar importância e entenda que, a maioria das pessoas apenas replicam para fora o que carregam diariamente, você finalmente se libertou do fantasma chamado opinião alheia.

Como quando todas as vezes que fui humilhado na minha vida por ser pobre, com sotaque do interior, sonhador e inocente; Era apenas isso que essas pessoas tinham para me oferecer, a podridão que tinham dentro de si, e por isso, precisavam estragar a alegria de uma outra pessoa para conseguirem se sentir bem, nem que fosse por um curto momento.

E então, eu procurei fazer a blindagem mais fracassada de todas, fazer escudos de ferro com todos, mas o meu interior ainda era de vidro. Me protegi de forma errada. Você não precisa ser temido para que te respeitem, isso não é bonito, e eu demorei muito para aprender isso. Ser estúpido com outrem, ouvir que é muito frio, não é para ser levado como elogio se você moldou-se assim ao decorrer dos anos. Como você era antes do trauma?

O quanto de você existe no motivo da sua fúria com o mundo?

Sempre oscilando por emoções fortes, amo ou odeio, sem meio termo, já que o meio é sem graça, é calmo demais, a paz não acompanha a minha mente acelerada e por vezes, atormentada pelo monstro do passado.

Que pena, Park Jimin... Uma grande pena que eu tenho levado muitos tapas da vida para entender que a paixão pode ser tranquila e feliz, que tudo bem se não gostam de mim ou se acham minha roupa feia, é natural.

Eu não preciso de um amor que me cause borboletas no estômago, que me deixe inseguro e me faça questionar a todo instante se ele ou ela realmente me amam. Preciso de um amor que acalme o meu sistema nervoso, que seja fiel em suas palavras e ações, enuncie e demonstre o que nutre por mim.

Acho que estou te amando pouco a pouco, Jeon Jungkook...

Afinal, você não desistiu na primeira tentativa.

-Personne ne sera un vrai Parisien s'il ne sait pas porter le masque de la joie lorsqu'il est triste. - Jungkook recitou sorrindo ao vento.

- O que? - Virei em sua direção, piscando os olhos levemente molhados, pois não há como não se emocionar divagando por essas memórias.

- Ninguém será um verdadeiro parisiense se não souber usar a máscara da alegria quando estiver triste. - Traduziu, virando para me encarar. - Parece que é mais francês do que parece, petit.

Busquei seus olhos com os meus e sorrimos singelamente um para o outro. Normalmente não costumo falar sobre como me sinto, mesmo sendo uma pessoa comunicativa, isso quando quero ser comunicativo, é bom ressaltar. Digamos que sou muito bom em papear sobre as mais diversas aleatoriedades e tirar do foco o assunto "eu". No entanto, querido leitor, a cada vez que o sol se põe na cidade do amor, sinto um conforto na presença de Jungkook que nunca imaginei que pudesse nutrir por ele um dia.

Como agora, que após mais um dia perambulando juntos, chegamos cansados na mansão exaustos fisicamente, porém, a mente fervilhando de pensamentos sobre como arrumar mais uma desculpa para não nos desgrudarmos. Foi assim que jantamos rapidamente, quando todos já haviam se recolhido, tomamos banho e nos trocamos nos respectivos quartos, e Jungkook deu a ideia de irmos olhar o céu de Paris no jardim.

Algo tão simples, contudo, quando se é na companhia certa, torna-se a ocasião perfeita.

Fomos para o jardim dos fundos correndo de mãos dadas depois de ligar as luzes que ficam na varanda, o que sinceramente, melhorou demais a vista. O jardim é muito bem cuidado e regado com amor pelos funcionários e pelo avô de Jungkook. Atravessamos aquela imensidão de espaço florido, rindo cúmplices e baixinho, afinal, nosso objetivo não era acordar o casarão inteiro.

- Acha que alguém nos ouviu? - Perguntei, puxando seu braço de leve para ter sua atenção.

- Você não se importa de alguém escutar a gente transar, mas se importa de verem nós dois no jardim parecendo fugitivos?

- Como você consegue ser tão...

Descarado, bocudo, sem vergonha, canalha... São tantos adjetivos para usar que poderia fazer uma lista consideravelmente grande.

- Lindo?

Ah é, tem "Abusado" também para adicionar na lista.

- Descarado e sem vergonha! - Afirmei, ouvindo uma risada gostosa ecoar ao ar livre. - Pelo menos eu não perdi a aposta do beijo. - Dei de ombros, e ele parou de andar na hora, arqueando a sobrancelha como se dissesse "Como é que é, minha filha?"

- Você implorou, e eu ganhei. - Sorri ladino por sua resposta tola.

- Mas o combinado era quem beijasse primeiro, e quem me beijou foi você. - Respondi convicto, voltando a andar com o emburradinho do meu lado.

- Não é justo, petit.

- Como você mesmo disse naquele dia, todo dia sai um burro e um esperto de casa, e eu fui o esperto, Jun. - Apontei para mim orgulhosamente. - Mas se serve de consolo, foi humilhante para mim.

Passando de lado pelo labirinto, chegamos ao final do jardim bem iluminado de lamparinas e nos deitamos na grama de forma que os corpos ficaram estirados para o mesmo lado, porém não ficando completamente próximos, apenas as cabeças se esbarrando ao que os assuntos foram surgindo gradativamente, indo de Jeon contando as traquinagens que aprontava quando era criança, nesse mesmo local, até eu desabafando sobre minhas emoções. Foi dessa forma que Jungkook me recitou O Fantasma da Ópera e chegamos até aqui, no momento do início.

- Eu não te culpo ter pensado assim de mim. - Jeon finalmente disse, virando o corpo na grama verde e úmida, me encarando seriamente. - Sabe, eu nunca aprendi a lidar com as minhas emoções corretamente, e quando notava um aproximar, sempre me afastava. Acredita que eu nunca namorei ninguém? - Arregalei os olhos para sua afirmação, realmente surpreso com ele dizendo o que eu até ri descrente pensando ser uma piada, no entanto, é verídico.

Jeon fodedor Jungkook NUNCA namorou?

ATA, acredito sim, claro!

Esse menino aparecia com uma garota diferente no internato TODA semana, e vem meter essa 'pra cima de mim?

- Pode rir? - o encarei divertidamente. - 'Tá falando sério? - Ele afirmou sorrindo sem graça.

(...Não vou mentir, achei que seria muito fácil ganhar do bonitinho, considerando que eu vivia com a cara enfurnada em livros enquanto ele vivia com a cara enfurnada em... Vocês entenderam...") - capítulo 1

- Eu tinha muitos casinhos, mas namorar e ter algo sério nunca quis, chegava dar um arrepio pensar em namorar. Não por motivos de querer pegar todo mundo, e sim porquê qualquer pessoa que fosse namorar comigo, já era ciente toda a complicação da minha vida + não saber e não querer lidar com os sentimentos dos outros, já que, era bem difícil lidar com os meus, quem dirá de uma outra pessoa também.

- Mas eu acho você uma pessoa bem expressiva comigo, desde sempre. - Jungkook sorriu, me puxando para perto de si, respirando fundo passando os dedos pelo meu rosto num carinho leve.

- A sua velocidade de raciocínio é uma abóbora movida a eletricidade, não é petit?

- Quer morrer né? - O encarei bravo, dando um tapa em sua mão para se afastar, e o arrombado só sabia rir.

- Calma, mon amour, é brincadeira. - Começou a se esquivar dos tapas em seu braço, gargalhando até segurar minhas mãos nas suas. - Eu te falo abertamente o que sinto por ter esperado muito por isso, por anos, na real. Esperei muito para te beijar, para estar dessa forma com você, mesmo que por ânsia e medo, eu tenha me precipitado e agido mal noutro momento. - Senti o corar em meu rosto, mordendo os lábios de vergonha e alegria contida. - E sim, quem desiste de primeira não gosta o suficiente, não quer de verdade, por isso estou fortemente atento em consertar as coisas com você. Com você, eu não tenho medo de tentar. Só com você.

- Eu fico tão sem graça e... Feliz quando você faz essas declarações para mim, Jun. - Murmurei confidente para ele, mesmo sabendo que não havia ninguém ali. - Você não precisa se esforçar tanto para me impressionar, me levar todos os dias em lugares chiques, eu aprecio momentos como esse. - Encostei para perto o último fio que faltava para ficarmos com as testas juntas. - Ter você por perto tem sido o suficiente para me sentir bem.

- Quanto mais fala, mais se parece com um tomatinho, meu amor. - Riu, deixando um selinho nos meus lábios.

Meu deus, eu vou matar ele.

- Não te levo para sair por status ou para impressionar, te levo para sair todos os dias porquê quero devorar esse mundo com você, do seu lado. Eu nunca vivi a minha vida, nunca tive minha própria felicidade, nunca tive liberdade. Eu nunca realmente fui eu, sempre fui alguém. Sempre fui o que meu pai e a mídia esperavam. Mesmo com a morte dele, seu fantasma ainda fazia morada em meus pensamentos e as consequências de sua fama e exposição da minha família, caíram nos meus ombros. Andar ao seu lado, tira esse peso de mim.

Senti uma lágrima cair e fazer caminho por sua bochecha, e logo o abracei apertado, demonstrando que estou ali, não pretendo sair ou ir embora. Vou ficar do lado dele.

- Na festa da filial eu não me importei nem por um segundo com os jornalistas e até agora não fui atrás de ver o que falaram de nós, acredita? - Ouvir Jungkook dizer aquilo me entristeceu profundamente.

Pensar em quantas vezes a ansiedade não tomou conta dele, vendo os sites de fofoca ou pensando milimetricamente no que fazer e como fazer para não ser alvo, não ter um passo em falso. Tudo por medo.

E o pior, o orgulho em dizer que não procurou saber o que foi falado de si, sendo que naquele dia, não fizemos nada demais. Ele não fez nada demais.

Não deveria se preocupar com coisas tão... Corriqueiras. Ainda somos humanos, a que ponto chegam os jornalistas e sua falta de noção?

- Fico feliz por isso, Jun... Ficarei torcendo para que um dia não tenham lugar algum nos seus pensamentos ou façam morada nos seus medos. - Me afastei momentaneamente, arrastando o corpo na grama e apoiando as mãos no chão para ficar sentado de pernas cruzadas e puxar sua cabeça para meu colo delicadamente, iniciando um cafuné em seus fios sedosos e cheirosos.

- Não se preocupe com isso, petit, prometo me esforçar. - Ergueu os olhos de jabuticaba para mim, com o rosto sereno ao que fechava os olhinhos gradativamente, aproveitando o aconchego no meu colo.

Um leve puxar de lábios evidenciando meu apreço pelo momento, foi o suficiente para continuar os afagos em seu cabelinho, apreciando sua beleza e me lembrando de um momento da nossa adolescência que ficamos nessa mesma posição, porém, em circunstâncias e sentimentos nutridos, totalmente opostos aos de hoje.

"- Ah não, aqui não. - balancei o indicador lhe olhando com a garrafa de vodca na mão - Aqui não, cai fora, Jungkook.

- Ela gostava de números. - se sentou no chão, do lado da minha cama - Eu ia fazer isso por ela. - não estava falando nada com nada, mas eu resolvi lhe dar atenção.

- E quem seria "ela"? - virei meu corpo para perguntar.

- M-Minha mãe. - fungou, limpando o nariz com a manga da blusa, e eu fiz uma careta enojada.

- Ai que catarrento. - o que era para ter ficado em pensamento acabou saindo em voz alta. O que posso fazer? Pulou da minha boca. - Desculpa. - sussurrei - Quer falar sobre? - assisti quando virou o corpo pra frente e começou puxar minha coxa para deitar a cabeça, contragosto cedi.

- Posso só dormir assim? - indagou baixinho, e se não estivesse tão perto, não teria escutado. - Por favor. -do jeito que falava eu podia perceber que estava segurando a vontade de chorar. Quando o vi levantar a garrafa para beber mais puxei, o impedindo. - Ei, devolve. - levantou os braços."

Eu sei que atualmente não sou a pessoa mais legal do mundo, mas PORRA, Park Jimin, tão chato que dói!

Quase chutei o 'póbi 'pra longe num momento tão frágil naquela época...

O Jimin de dezessete anos surtaria se olhasse para o Park Jimin de agora fazendo carinho no francês que ele jurava odiar até a presença.

- TOCA O BERRANTE QUE O GADO TÁ SOLTO!

Toda a redoma aconchegante curtindo mais um momento juntos, foi quebrada por eu e Jungkook nos assustando com o barulho de alguém berrando em plena madrugada, nos fazendo virar no mesmo instante.

Era Hoseok.

Abaixei os ombros, suspirando pelo susto repentino, e de esguelha encarei Jungkook, que fuzilava o irmão. Bonitinho até bravo.

- Vocês dois são tão fofinhos, meu deus... - Pucca Advogada disse com as duas mãos juntas na frente do rosto.

- Eles são nojentos. - Yoongi falou, contorcendo a cara pelo o que Tae disse, e o loiro olhou para o Min desapontado. - N-não é tão péssimo assim. Tá, talvez eu... - Bateu os dedos nervosamente na blusa larga que vestia, a enroscando nos dedos, tendo o olhar encorajador do Kim em si. - Talvez eu queira ter isso... Com alguém. - Yoongi pareceu desnorteado por breves instantes, tirando os olhos da conexão com Taehyung, encarando o chão.

Fiz um carinho na testa de Jungkook, indicando para que ele levantasse, e quando o fez me estendeu as mãos e me puxou para cima, o que me fez tombar para frente e ser segurado por si desajeitadamente.

- Tão desastrado, petit. - Sorriu, deixando um cheirinho nos fios loiros em minha testa. - O que estão fazendo aqui uma hora dessas? - Jeon questionou, virando a atenção para os três em nossa frente que haviam saído sei lá eu de onde.

Hmm... Que estranho! Pensei, estreitando os olhos para meus dois melhores amigos, tentando decodificar a resposta por seus olhares.

- A gente poderia te perguntar a mesma coisa. Você fica tão fofo com vergonha, maninho. - Segurei a risada com muita persistência, Jungkook quase tendo um treco do meu lado sem saber o que fazer, porém, quando finalmente achei que fosse revidar, ele respirou fundo e sorriu.

- Lembrei que preciso de um favor seu. - Foi andando até o irmão e parou perto do mesmo, sussurrando algo que ninguém ouviu.

- Mais que folga a sua, Kook. - O ruivo proferiu, fazendo Jungkook revirar os olhos. - Eu 'tô que nem macaco gordo, sempre quebrando galho pra ti, maninho.

- Vai fazer a reserva para mim ou não? - Arqueou a sobrancelha, e eles ficaram se encarando seriamente por alguns segundos, até Hoseok sorrir.

- Vou sim, bebezão.

- Obrigado, Hope. - Colocou a mão no ombro do irmão para agradecer e depois me puxou para sairmos, dei um tchauzinho para os três e de mãos dados, fomos saindo de fininho.

- Calma aí! - O ruivo nos chamou. - Você me enrolou e não falou o motivo de estarem aqui.

Jungkook sorriu para o irmão e voltamos a andar despreocupadamente até a entrada da casa.

- O que pediu para Hoseok? - Questionei quando paramos no corredor dos quartos.

- Surpresa para amanhã, mon amour... - Disse, puxando minha cintura e colando nossos lábios no que era para ser apenas um selinho e se transformou num beijo lento. - Dorme comigo hoje, petit. Eu cuido de você. - Dei um beijinho em sua bochecha, subindo os braços e os entrelaçando no pescoço alheio.

- Falando assim fica até difícil negar...

- Então, só aceita. - E colado na porta, ele usou a outra mão para girar a maçaneta e entrarmos em seu quarto.

E antes que você pense, querido leitor, que rolaram coisas quentes, na realidade o que fizemos foi tomar um bom banho, depois Jungkook me emprestou uma de suas roupas e caímos limpinhos na cama, puxando a coberta fina sobre nossos corpos abraçados, passando a noite igual adultos sérios e maduros.

- Você puxou a coberta todinha só 'pra você!

- E daí? - Perguntei, ligando a televisão sem me importar com sua reclamação. - Você está atrapalhando a Mudeok falar na série, shiu!

Coloquei em um episódio de Alquimia das Almas, série que começamos a acompanhar esporadicamente nos momentos livres, e depois de algumas risadinhas em momentos engraçados, briguinhas por coberta e algumas bocejadas, dormimos agarrados.

.


- Para quem ama trabalhar, você não me parece muito animado, petit. - Jungkook constatou, pegando meus braços e nos levando até uma parede do elevador, me observando curioso.

E como eu ficaria feliz trabalhando? Enfim, a hipocrisia.

Aliás, quem fica feliz acordando sete horas da manhã, pelo amor de deus?

Quando Jungkook disse ontem que tinha uma surpresa, pensei que fosse ser algo bom, e não vir para a JZ.

Rapaz, tá certo isso?

Acordei hoje com a má notícia de que a empresa encontrava-se com muitas pendências sem Jungkook por lá, e que ele precisaria ir, prometendo voltar antes do almoço, porém, disse que o acompanharia para terminar mais rápido e passarmos o dia juntos. E lá fomos nós!

Eita como é iludido...

- Espero que seja rápido aqui. - Disse sério, e ele riu fraco. - Ultimamente eu tenho fugido da palavra trabalho, e nunca fui tão feliz. - Dei de ombros, o fazendo sorrir abertamente e deixando um selar terno em meus lábios, o retribui sorrindo também.

- Será rápido, temos um compromisso depois, Sr. Park. - Tombei a cabeça para o lado, estranhando suas palavras, já que nada havia sido combinado.

- Temos? - Enrosquei os braços em seu pescoço. - Que tipo de compromisso, Sr. Jeon?

- Do tipo que você só vai saber quando chegarmos.

E então, rapidamente se passaram 15 andares e chegamos onde ficava a sala da presidência. Muitos funcionários pararam no corredor de fuxico, estranhando a minha presença ali, ou melhor, a presença do CEO da JZ.

E talvez, o maior nó em suas cabeças agora fosse se questionar o motivo de eu e Jungkook, o cara lido na mídia francesa como MUITO hétero, estarmos andando até a sua sala de sorrisinhos e bem próximos, além do normal que se vê em colegas/amigos de trabalho.

Uma Hello Kitty dessas é hétero onde? Abafa que eu também achava ele hétero até a viagem de trabalho...

Meia noite eu conto 'pra eles o motivo.

Quando achei que finalmente passaríamos dos olhares fofoqueiros, a presença de quem eu nem lembrava mais existir, apareceu em nossa frente e me fez lembrar de TUDINHO. Dominique.

Ai meu deus...

As memórias de todas as mentiras que o contei por raiva de Jungkook me fizeram querer enterrar a cara no chão por conta da maneira que esse francês me encarava profundamente. A lembrança veio toda de uma única vez e intercalei o olhar para o Jeon, me questionando internamente se o que fiz havia gerado algo. Não, né?

Ele não foi estúpido o suficiente de acreditar no que eu falei, né?

Ah, claro que não! Era óbvio!

Mas, e se... ?

A dúvida crescendo a medida que certamente estava sendo questionável minha olhada intensa em si, tentando dar uma de Jean Grey e ler seus pensamentos para sanar a dúvida me corroendo de vergonha.

- M. Jeon! - Disse o loiro para Jungkook, ele carregava algumas pastas na mão. - J'ai laissé tout le travail séparé sur ton bureau. (Deixei todo o trabalho separado na sua mesa).

- D'accord merci. (Ok, obrigado)

Chamaram Jungkook e ele saiu por um tempo, avisando que logo voltaria.

Quis chorar por ser deixado sozinho ali com a pessoa que eu tanto havia aprontado. É muita má sorte para uma só pessoa, como pode, meu deus?

- Sr. Park, quanto tempo... - Disse em inglês. - Ficou sem trabalho na Coreia e veio para cá? Ou será que quer algumas dicas de como ser um secretário realmente competente?

O QUÊ?!

Jeon Jungkook, me segura senão eu vou bater nele?!

- Nossa, Dominique, me ensina a ser bom que nem você. - Falei com deboche velado, e ele me encarou raivoso. Certeza que se pudesse, pularia no meu pescoço agora.

Sorri venenoso e no mesmo instante, um olhar nada amigável de Dominique foi lançado em minha direção, e o francês torceu os lábios para mim antes de virar e sair andando.

Esse garoto acha que é quem?

Ele sabe com quem está falando, por acaso?

Se deixar levar pela minha raiva, eu o mandaria embora agora mesmo, no entanto, procuro colocar a cabeça no lugar lembrando das palavras da minha psicóloga, Yuna, no exercício mental de que não era para tanto alarde aquela situação.

Logo decidi ignorar aquele insulto que talvez, eu tenha merecido um pouco, e fui até a sala de Jungkook para o ajudar com o que fosse preciso.

.

Eu vou matar Jeon Jungkook.

Passamos o dia inteirinho na empresa resolvendo pendências e quando pensávamos em ir embora, alguém vinha para dizer, perguntar ou simplesmente colocar mais trabalho na mesa do meu Jun.

Mas infelizmente, ainda é trabalho e precisa ser feito. Então, mesmo bufando de raiva e insatisfação fui ajudá-lo e ficamos em sua sala ouvindo uma musiquinha e fazendo as coisas, até que Jungkook pareceu se recordar de algo e me cutucou.

- Oi? - O sorriso em sua face me fez estreitar os olhos.

- Eu tenho uma coisa na minha gaveta que você gosta muito. - Disse me olhando com expectativa.

- Você cabe nessa gaveta?

Ele gargalhou e negou, abrindo a mesma e tirando de lá um potinho pequeno de jujubas sortidas.

Arregalei os olhos e sorri largo, olhando para Jungkook com os olhinhos brilhando de alegria.

- Jujubas!

- Todas suas, meu amor. - Abriu o pote e colocou na minha frente.

- Tirando as vermelhas, nós podemos dividir as outras. - Falei contente.

Posso dividir tudo, menos as jujubas de morango!

Quase me emocionei com aquele pequeno gesto. Como ele se lembrou que eu amo jujubas? Não me lembro de ter falado isso para ele.

"Quem gosta, nota nos pequenos detalhes. Presta atenção, meu filho, quem ama quer agradar."

Lembrar das palavras que uma vez minha mãe dissera, levou meu olhar de instantâneo para Jungkook, e como já fazia há um bom tempo olhando para si sem dizer nada, sorri.

Como disse para ele anteriormente, as grandes surpresas, o dinheiro e as palavras não fazem nenhuma diferença para mim, o que me deixa realmente feliz são momentos como esse. Eu nunca tive contato com isso, com tanto cuidado...

A única pessoa na minha vida que fez de tudo por mim, que tirava dela para dar para eu comer quando não tinha para nós dois, foi a minha mãe.

Claro que não estou colocando o mesmo peso e medida nas duas situações, contudo, é confuso e estranho para eu lidar com alguém que presta atenção em mim, que realmente se preocupa. Alguém além dela.

- Você não gostou? - Sua voz despertou meus pensamentos. - Se quiser, posso comprar de outra marca, petit.

- NÃO! - Disse um pouco alto. - Está perfeito, eu amei! - Coloquei um punhadinho na boca, e ele riu comentando que as minhas bochechas estavam uma gracinha cheinhas de doce.

.

(rio sena mó bonitão né nossa)

Chegando perto das seis horas, nos despedimos do pessoal no trabalho e Jungkook chamou um táxi para nos levar até a grande surpresa que havia preparado.

- Pode parecer besteira, mas agora vai ser tudo surpresa, vou vendar seus olhos e te guiar até lá, tudo bem?

O pedido de casamento vem.

- Vai me sequestrar? - Perguntei quando paramos num local desconhecido por mim da cidade, que dava apenas para ver o Rio Sena.

- Claro que não.

- É EXATAMENTE ISSO QUE UM SEQUESTRADOR DIRIA! - Apontei para si.

- Nesse caso, vai precisar confiar em mim, petit.

Bobajadas à parte, virei de costas para si e esperei a venda em meus olhos. Em seguida, ele foi me apoiando cuidadosamente até ouvir ele dizer que agora seria uma escada. Foram uns quinze minutos até finalmente:

- Chegamos! - Anunciou tirando o tecido dos meus olhos.

Quando pude olhar para tudo, me encantei.

- Não acredito! - Virei para trás, notando que se tratava de um barco. Na verdade, um cruzeiro.

Um cruzeiro no Rio Sena.

Meus ouvidos foram preenchidos pelo música local tocada ao vivo e pelas outras pessoas presentes a bordo conosco. Como escurecia aos poucos, as luzes já tomavam conta da cidade da luz e também do enorme barco, que tinha detalhes românticos e tons claros.

O Rio Sena é um dos pontos turísticos mais icônicos de Paris, ele corta o coração da cidade e atravessa por lugares bem conhecidos, por isso, sendo um ótimo passeio romântico para desfrutar da capital francesa.

Um roteiro de viagem que mostra de outro ângulo a Torre Eiffel e alguns museus como d'Orsay e o Louvre, incluindo um lugar que ainda não tive a honra de conhecer, a Catedral de Notre Dame. Certamente, vou encher o saco para que Jungkook me leve para lá em algum momento!

Foi uma noite agradável e cheia de novidades, com música ao vivo, experiência culinária impecável onde também conhecemos algumas pessoas e até estrangeiros, como eu, aproveitando o passeio.

O guia do cruzeiro contando histórias do rio atraiu nossa atenção também, e descobri que o Sena por inteiro é enorme, no entanto, a parte famosa é o trecho de águas que corta a cidade da luz.

Minha felicidade aumentou ao ouvir que épocas de primavera e verão são as melhores para curtir passeios por aqui, já que tem mais pessoas e é muito festivo.

Passando por diversas pontes e indo para o lado direito, Jungkook me abraçou enquanto me contava sobre cada jardim, museu, bairro e até monumento que passávamos. Eu o escutava atentamente, adorando cada segundo dessa surpresa elaborada por si. Outra curiosidade, é a diferença evidente da margem esquerda para a direita. A margem direita é elegante e recheada de um clima refinado, por outro lado, a margem esquerda traz a alegria da festividade e boêmia de Paris.

- Jun, olha esse castelo!

- É um castelo medieval, a Conciergerie. - Ergueu a câmera em seu pescoço e fotografou para recordarmos, aproveitando para tirar uma foto nossa abraçados para o lado da construção maravilhosa.

- Logo passaremos pela Île Saint-Louis (Ilha de São Luís). - Jungkook explicou animado, se levantando do banco acolchoado da mesa que estávamos. - Petit, aqui tem o melhor sorvete do mundo! A casa Berthillon! Os casarões antigos do século XVIII também preciso te mostrar!

Nosso passeio iniciou com o pôr-do-sol e o acender das luzes na Torre Eiffel, e posso garantir que foi o passeio mais marcante até agora, passando por dezenas de lugares lindos e até as pontes mais famosas da cidade. A minha ponte favorita foi a Ponte des Arts, que no reino de Napoleão Bonaparte em 1801, era uma passarela de arcos, ela ficou conhecida como a primeira ponte de ferro da capital francesa e também a que ficou hiper famosa por exibir provas de amor no formato de cadeados forrando o lugar!

- Os cadeados foram retirados pela prefeitura por risco de desabamento. - Prestei atenção em sua explicação notando o levar de suas mãos para dentro do bolso e tirar de lá um cadeado vermelho carmim bem delicado e aparentemente caro. - Quando o barco fizer a próxima parada, vamos até lá. - Apontou para longe.

E depois de muita música e champanhe estourado para os convidados animados, o ponto alto da noite foi andar pelos 7 arcos da Ponte des Arts de mãos dadas com o meu francês, sozinhos novamente.

- Eu adoro a história dessa ponte, mas sabia que na verdade, os cadeados e as juras de amor eterno não surgiram aqui?

- O quê? - A minha vida foi uma mentira!

- Sim! Na verdade, isso começou um pouco antes da Primeira Guerra Mundial numa cidade chamada Vrnjačka Banja, que fica na Sérvia. Dois jovens apaixonados se encontravam na ponte da cidade para namorar, porém, infelizmente eles foram separados com o início da primeira guerra mundial.

- Mas eles conseguiram se reencontrar ou... Morreram?

- Bom, aí começa a parte triste. O rapaz encontrou outra amada na Grécia, o que partiu o coração de sua namorada na Sérvia.

- Mas olha que canalha!

- Porém, solidariamente as moças da cidade começaram a pendurar cadeados na ponte como símbolo de amor eterno e fidelidade aos seus parceiros, prometendo de alma que nunca haveria traições e que o amor deles sempre permaneceria vivo como uma brasa. Após isso, cidades europeias como Paris, seguiram a tradição.

- Que significado lindo... - Apertei sua mão na minha, refletindo na história contada.

- Sim, meu amor... E mesmo que hoje em dia a campanha "amor sem cadeados" tenha pego moda por aqui, gosto do jeito antigo e tem ainda há uma maneira.

- Um cadeado nosso? - Meu coração acelerou na possibilidade.

Meu deus, como pode alguém ser tão anta? É óbvio que ele não me trouxe aqui para olhar o rio de outro ângulo!

- Sim, mas não podemos prender na ponte e nem nos postes, pois são constantemente retirados pela prefeitura, além de ser proibido.

Levei os lumes para suas mãos se juntando as minhas, colocando o cadeado vermelho em minhas mãos e pegando a chave no bolso da calça, abrindo delicadamente o metal para colocar dois chaveirinhos pequenos, um de morango e outro de cobra, o fechando em seguida.

- Você não tem jeito mesmo... - Peguei nos pingentes, sorrindo bobamente, achando muita graça que a cobra era por conta de sua tatuagem no braço, que eu vivia tocando curiosamente e elogiando. Obcecado? Jamais.

Colocando sua mão por cima da minha, senti o calor de seu corpo se aproximando vagarosamente do meu.

- Você é como uma reencarnação dos meus sonhos de infância, te esperei por toda a minha vida. Desejo que seja eterno, porquê você é a causa da minha euforia. - Segurou meu rosto em sua mão calorosamente, sorrindo antes de tocar os lábios nos meus.

O correspondi de imediato naquele beijo calmo, apreciando quando nos separamos lentamente e o escutei contar até três quando jogamos o cadeado juntos no rio e ele me puxou correndo até o outro lado, quando jogou a chave pelo lado oposto.

Ficamos olhando o bater das águas e o reflexo das luzes, até o cruzeiro anunciar sinal para voltar.

.

Foi mais uma noite maravilhosa ao lado dele... Me sinto em paz e feliz.

- Pedi que Evelynn guardasse comida para você quando chegássemos, mas acho que está sem fome.

- Eu só quero dormir, Jun. - Respondi sinceramente, e continuei caminhando preguiçosamente pela sala. Meu deus, o quarto não chega nunca? - Será que rola colinho?

Eu não acredito que propus isso na maior cara de pau...

Jungkook concordou e eu fiquei boquiaberto quando ele agachou na minha frente e deu palminhas em seu ombro, indicando que eu subisse.

- Vem, petit.

Da maneira mais vergonhosa possível, quase berrei quando ele se levantou e eu pensando que fosse cair, grudei as pernas cruzadas em seu tronco, escondendo o rosto no pescoço.

- Se segura bem que eu vou correr!

- Não! - Alertei, levantando a cabeça no mesmo instante, arqueando o corpo para encarar o mesmo. - Jungkook! - Ele começou a rir, prendendo os braços nas minhas pernas e fez impulso antes de começar a correr pela mansão comigo rezando para não cair, enquanto o amaldiçoava a cada segundo.

Quando digo que esse francês é um perturbado, tem motivos!

- Chegamos, Sr. Park. - Parou de correr, cutucando minha cabeça escondida em seu corpo, e quando levantei, esse imbecil sorria grandemente.

Fechei a cara e ele beijou o biquinho nos meus lábios, virando para abrir a porta de seu quarto.

- Seu idiota, a gente poderia ter caído. - Gesticulei, explicando minha preocupação e Jeon me ignorou, continuando a sorrir. Foi passando pelo cômodo até chegar no banheiro, me colocando sentado na pia.

- Eu não tinha pensado nisso, mas da próxima vez eu deixo você cair. - Pensou, se encaixando em minhas coxas, ficando com aquela expressão canalha bem na minha frente.

- Não vai ter próxima vez!

- Não vai, petit? - Fez um biquinho nos lábios. - Mas eu até te dei jujubas.

Que manipulador...

- Vou fingir que nem ouvi... - Revirei os olhos.

Fizemos o mesmo processo da noite passada de tomar banho juntos e bom, eu já havia pego uma camisa sua para mim e me apoderado dela. Deitamos para assistir mais um episódio da série e terminei com a cabeça acomodada em seu peito, esticando os braços no tronco forte de Jungkook.

- 'Tô quase dormindo com você cheirando meu cabelo. Eu quero terminar o episódio, então para, Jun. - Avisei e foi o mesmo de dizer para continuar.

Fiz cara de tédio quando ele começou a me perturbar colocando um travesseiro na frente da minha cara, tampando toda a visão.

- Eu vou te matar.

- Nossa que loirinho bravo, estou morrendo de medo. - Disse bocejando. Mesmo com sono essa praga me atormenta.

A tela de seu celular brilha e ele busca na cômoda para ver do que se trata, é quando consigo ler o nome Candy em sua tela, mas Jungkook simplesmente bufa e ignora, desligando a tela para me dar atenção novamente.

O sono foi chegando gradativamente ao que meu corpo apreciava o frescor do ar condicionado contrastando com o tronco quentinho do francês embaixo do meu.

Aos poucos um cenário totalmente diferente do habitual tomou forma em minha frente, e eu via Jungkook, porém ele estava tão diferente... Seu cabelo e olhos completamente vermelhos. Ele tinha asas pretas e estava todo machucado, quando em muito sofrimento ergueu os olhos para mim, no entanto, não fora a sua voz que saiu, e sim a de um outro indivíduo presente naquele mesmo espaço:

- E como premeditado, vocês se reencontraram novamente... - Dizia com certo desgosto carregado em sua voz. - Dessa vez vou me encarregar de não deixá-los juntos. Você verá ele morrendo pelas minhas mãos, Lúcifer, e não poderá fazer nada.

Levou sua atenção para mim.

- O destino é mesmo incrível, não é? - Proferiu, se aproximando. - O destino encaminha pessoas, cria circunstâncias, faz reencontros de almas e atravessa o tempo, espaço, as dimensões e a matéria... Todos os meus esforços para que não se conhecessem nessa vida, foram jogados no lixo graças aquela fedelha!

O homem robusto veio até mim e segurou-me pelo pescoço no ar, comecei a me contorcer em desespero pelo aperto e falta de ar, pedindo para que parasse, já sem força alguma. Lágrimas de dor e angústia rolaram por meus olhos quando olhei para Jungkook sobre o ombro do velho asqueroso e o mesmo chorava copiosamente, não conseguindo vir até mim de maneira alguma, mesmo que tentasse, como se estivesse preso ao chão.

Aquele não era o meu Jungkook. Não possuía tatuagens, além de o cabelo e os olhos serem peculiarmente, diferentes.

Quando decidi me entregar para o trágico destino e desfalecer o corpo, pulei na cama de susto, acordando rapidamente com a mão do pescoço, me certificando de que era apenas um sonho bobo...

O destino encaminha pessoas, cria circunstâncias, faz reencontros de almas e atravessa o tempo, espaço, as dimensões e a matéria.

Te conhecer fazia parte do nosso destino, Jungkook?

E após isso, não consegui pregar o olho a noite inteira, observando a plenitude na face do francês dormindo como um anjo ao meu lado, ressoando baixinho.

Continua...

.

Eu ouvi reta final de ACMQ? É isso mesmo?

Esse capítulo teve 2 informações importantes, e agora vcs se preparem, as coisas vão mudar e outras vão se revelar...

teorias?

oq acharam do capítulo?

O capítulo 22 vai ser um pouco cansativo de escrever por conta de certos detalhes, ent será maior tbm, espero que gostem kk

META: Se esse capítulo bater 6K DE COMENTÁRIOS em 2 DIAS, trago a próxima atualização dia 16 de Março. (16/03)!

Sobre o sonho do Jimin, vou explicar o que houve ali.

O sonho dele não tem NADA a ver com algo que vá ocorrer em A COR MAIS QUENTE. Porém, recentemente eu criei um ig novo no Instagram intitulado de pinkverso, lá vou postar sobre literalmente o universo que eu aos poucos estou criando para as minhas fanfics.

A COR MAIS QUENTE se passa na vida ATUAL do Jimin e do Jungkook, porém, a outra fanfic postada aqui no meu perfil, ABISMO ESCARLATE, conta a história deles em uma vida passada. Então sim, uma história se liga na outra, masssss são COMPLETAMENTE DIFERENTES. O único ponto que liga as duas fanfics é o quesito "DESTINO", muito presente aqui em A COR MAIS QUENTE, como um fator que parece unir os jikook o tempo todo. Não é por acaso.

O Jimin sonhou com isso, por ser uma memória de outra vida totalmente diferente, uma vida passada, apenas. Não tem necessidade ler uma fanfic para entender outra, até porquê, enquanto ACMQ é uma fanfic realista, ABISMO ESCARLATE é do gênero de fantasia.

Abismo Escarlate vai ter continuação sim, mesmo que até o momento tenha apenas 5 capítulos curtinhos. No entanto, meu foco é terminar ACMQ primeiro.

é isso, beijão na bunda de vcs

xau

Continue Reading

You'll Also Like

597 86 5
Park Jimin sempre foi um garoto muito empenhado, e como consequência por tamanha dedicação, não reprovou um ano sequer durante toda sua vida acadêmic...
57.1K 4.4K 42
E se eu te dissesse que amor, ódio e rivalidade, andam lado a lado? Bom, pelo menos entre a Sn e a Hailee funciona assim Onde Hailee Steinfeld e Sn...
172K 14.4K 19
|FINALIZADA| Quando os quatros bad boys entram no colégio transformam a vida de três mocinhos de cabeça para baixo - nem tão mocinhos assim-. Entre t...
12.6K 1.5K 77
Jung Hoseok chegou a um momento de sua vida em que ele não deveria mais se contentar com o razoável. Essa era a ideia que Jiwoo, sua irmã, tinha sobr...