☼𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍☼↝ᴶᵃᶜᵒᵇ ᴮˡᵃᶜᵏ

By gabi_2005_

613K 47.1K 6.3K

Elizabeth Marie Swan, irmã gêmea mais nova de Bella, é a garota que teve o azar de estudar em um dos melhores... More

Personagens
Prólogo
O retorno
Apresentações
Cullens e Hales
Conversa
Edward Cullen
AVISO
Conversa séria
Diferenças entre espécies
Hospital
Esclarecimentos
Chácara
É melhor só agradecer e seguir em frente
Matando aula
La Push
Jake!?
Book trailer
História de terror
Aviso
Acidente
Visita aos Black
Passeio
Port Angeles
Medo da morte
Quer sair comigo?
Festa!
Visita
Lembranças
Novas Amizades
Conhecendo os Cullen
Desentendimento
Visitas indesejadas
Revelações
Telefonema
James
Baile Estudantil
Penhasco?
Aposta
Você parece amar muito ela
Avisos: Parte dois
Aniversário
Presentes
Eles se foram
Depressão
Promessa
Interesse no Jacob
Leah Uley
Consertando as motos
Amigos que se beijam
Grande chance
Descoberta
Dever de casa
Sarah
Treino
Decisão
Significado?
Lobos mutantes!
Carmilla
Testando as motos
Provocações
Ligação
Visita Noturna
Caçador
Adeus
Sonho
Agonia
Pai
Transformação
Laurent
Imprinting
Amigos?
Retraído
Interrogatório
Descoberta
Primeira vez
Descontrole
Compras
Dia difícil...
Alice Cullen
Os Volturi
~ Próximos Livros ~
AVISO

Os Cullen retornaram

2.4K 187 27
By gabi_2005_

Minha mente estava presa nos gritos daquelas pessoas, não importava o que eu fizesse, a lembrança sempre retornava, vívidas em minha mente.

Como se um costume antigo tivesse reacendido em meu corpo, não hesitei em comprar cinco uísques de 420 ml em uma loja bar no aeroporto de Roma, enquanto esperávamos pela próxima conexão que nos levaria até Atlanta.

Álcool sempre foi a solução para me manter leve nesses momentos que minha mente queria surtar.

O tempo parecia passar lentamente, Alice já tinha explicado tudo a Edward e conseguiu o convencer a voltar para Forks, a voltar para minha irmã, como se esse puto não tivesse a humilhado e sumido por meses. Contudo, permaneci quieta, não tendo cabeça para me envolver com nada que fosse relacionado aos Cullen. Deixaria Bella decidir, mesmo já tendo certeza de qual seria sua decisão.

Passei o vôo inteiro em um estado nostálgico, enquanto poupava os uísques que tinha comprado para os próximos vôos, já que nesse eu poderia usar o estoque de bebidas do bar do avião. Nada como a hipnose para as comissárias de bordo na primeira classe me trazerem algumas garrafas de bebidas caras.

Conhecer os Volturi me lembrou da época em que conheci os Mikaelson, principalmente da época que conheci Klaus. Foram tantas vidas perdidas, tantas memórias desagradáveis, tudo escondido por um sorriso natural, embora forçado.

Enquanto as pessoas dormiam no vôo até Atlanta, me lembrei de Damon, o Salvatore mau, que de mal só tinha quando estava sem humanidade. Mas conheci a versão boa dele, e foi Damon quem me tirou do meio daquela família de sociopatas. Se ele me visse nesse estado, tenho certeza que me levaria direto para um bar e acabaríamos com o Bourbon da casa enquanto escutávamos músicas boas.

Mas não era o que me faria me sentir melhor, precisava urgentemente de Jacob. Porém, como ainda estava longe dele, viro mais uma taça de vinho em minha boca. Olhava pela janela do avião o céu escuro com as bilhões de estrelas bem visíveis aos meus olhos.

Desejei que o avião se locomovesse mais rápido, é uma vergonha que em pleno século XXI os aviões comuns conseguissem atingir apenas 1.200 Km/h, nos obrigava a ter que ficarmos confinados nessa lataria por horas como se fosse divertido.

- Você salvou quatro pessoas, Liz, não se reprima pelas as outras. - o Cullen susurrou em seu assento, bem longe do meu, por mais que tivesse bastante assentos disponíveis em ambos os lados.

A escolha do meu assento, um que ele não conseguiria me olhar nem se virasse a cabeça pelo corredor do avião, era pra ser mais um aviso de que não queria conversa com o brilha brilha estrelinha, mas obviamente o telepata é ótimo em se intrometer. Apenas bufei, ignorando seu conselho.

Antes sua habilidade não era irritante, até achava divertido porque assim conseguiria falar coisas só para ele ouvir, geralmente eram piadas ou provocações para o irritar, mas isso foi antes do Cullen ter abandonado minha irmã sozinha no meio de uma floresta.

Involuntariamente, com a menção de Edward sobre os outros humanos, comecei a pensar nas quatro pessoas que tinha salvo. Os três primeiros eram britânicos, estavam numa viagem em família com a filha que tinha uns 15 anos. Os hipnotizei enquanto esperávamos um táxi, os mandando direto para o aeroporto e lhes dizendo para nunca mais voltarem para Itália. A última senhora, de Portugal, já foi um pouquinho mais difícil de hipnotizá-la. Edward me ensinou exatamente o que dizer e pronunciei as palavras estrangeiras, a fazendo se esquecer de todo o pânico que enfrentou e pedindo para que nunca mais volte também.

Estava feliz por ter as salvo, mas ainda me sentia horrível pelas as outras pessoas. Embora não conseguisse fazer nada a respeito. Todas aquelas vítimas, foram apenas as dessa semana. Na próxima teria de novo mais quarenta e aí eu não salvaria ninguém. Sentir que a ajuda que dei fora inútil, queria desesperadamente lutar contra aqueles vampiros, matá-los, um por um. Infelizmente não conseguiria fazer isso.

Como pode existir tantos monstros? Como eles conseguem tirar vidas de pessoas inocentes sem nem se importarem? É ridículo! Por que eles se julgam superiores se são seres com ações tão lastimáveis? Será que sou inocente porque ainda sou uma quase recém transformada? Que daqui alguns anos a perversidade vai me consumir e vou tratar humanos apenas como comidas insignificantes?

- Isso é ridículo, Elizabeth. Carlisle nunca matou um humano e tem 353 anos. Nunca os viu como comida e muito menos com insignificância. - lembrou, mas talvez Carlisle fosse uma excessão a regra.

Por que todos os outros agem como psicopatas? Como a maioria dos vampiros simplesmente aceitam em se tornarem assassinos?

- Porque é mais fácil. Eles preferem se fazer de cegos a lutarem contra essa vontade. Devem existir aqueles que realmente não tem sentimentos, outros não vêem mais problema depois de tantos anos matando pessoas, mas alguns, alguns fecham os olhos, escolhem não pensar que cada vida perdida tem uma família, amigos e sentimentos a serem sentidos, porque o sangue humano é viciante demais para eles quererem levar isso em conta. Você não irá ser um monstro como eles, Liza, a repugnância que sente é o que me faz ter certeza disso.

Pensei no que ele quis dizer, fazia sentido.

"Porque é mais fácil."

Ser um monstro é mais fácil.

Saboreio mais um gole do vinho que me servir, voltando meu olhar para o céu que começava a adquirir tons violetas, os primeiros raios de sol apareciam.

- Precisei me segurar para não corrigir sua confusão. Soube pelos seus pensamentos que se interviesse naquela época, você saíria correndo. - ele murmurou novamente depois de algum tempo, quis o ignorar, mas minha curiosidade sobre o que ele falava não me permitiria.

- Do que está falando? - murmuro, bebendo mais um pouco de álcool enquanto fechava os olhos.

- De Jacob gostar de você e não da Bella. - respondeu, eu inclinei minha cabeça para frente, abrindo os olhos.

É claro que um leitor de mentes saberia disso. Que cretino falso!

Escuto sua risada suave ao escutar meu xingamento, me fazendo fechar a cara.

- Era óbvio demais, Liz, não precisava ter telepatia para enxergar isso. - avisou, eu sabia que ele provavelmente estava certo - Embora os pensamentos dos dois tenham sido bem divertidos de acompanhar.

Sua consideração me fez abrir um pequeno sorriso, com vontade de saber exatamente o que Jake pensava naquela época.

- Pura admiração. - ele respondeu - Seus pensamentos eram apenas isso. Quando estava do seu lado tudo parecia ruir e ele só conseguia pensar em cada detalhe das expressões que fazia, a interpretando enquanto ficava encantado com sua beleza. Ele nunca queria sair de perto de você e sempre considerava em chamá-la para passar a noite na reserva. Eram pensamentos intensos demais. Até mesmo Jasper notou, mesmo nunca tendo sidos apresentados, ele sempre tinha pensamentos sobre quem era o alvo de um amor tão forte assim. Aí conectei os pontos. Sempre que Jacob estava por perto, Jasper sentia a mesma coisa.

Me sentir abobalhada pelo que Edward contou, qualquer sentimento ruim foi substituído por um ataque de fofura e felicidade. Não conseguir impedir nem de uma risada de escapar, atrapalhando o sono de uma pessoa ao meu lado.

- Pena que agora é um cachorro.

- Ah, vai se foder. - mando, ele rir e nossa conversa acaba bem ali, com um gosto nostálgico do nosso passado de provocações amigáveis.

☽ ☼ ☾

As outras duas viagens, até chegarmos no aeroporto de Port Angeles, foram tão lentas quanto as primeiras, mesmo durando apenas algumas horas. Parecia que quanto mais perto eu estava de Jacob, mais o tempo demorava a passar.

Apenas um aprendizado saiu dessa experiência. Reembolsaria as passagens aéreas que eu tinha para New Orleans e para Jacksonville o quanto antes. Não existia mais a possibilidade de viajar sem Jake do lado, eu provavelmente definharia de saudades na primeira semana.

Esse que é o problema de sentir 100% dos meus sentimentos sem recriminá-los, me apeguei ainda mais do que antes.

Após desembarcarmos do último vôo, ía começara correr. Porém, Edward me para, segurando em meu pulso com força e me puxando para o seu lado.

— Ai! O que foi!? — Pergunto, estreitando os olhos com irritação para ele. Parece que estou um pouco desacostumada com a força sobrenatural.

— Você precisa ir comigo ver a Bella. — avisa e só consegui dar uma risada incrédula.

— Nasci colada contigo foi? Não fiquei sabendo. — provoco, cruzando os braços pela sua ordem idiota.

— Liza. Sua irmã não vai reagir de uma forma boa.

— Eu sei, e o problema é seu, Cullen! Ninguém mandou a enganar e depois a abandoná-la no meio de uma floresta. Vou ficar decepcionada se ela não jogar um vaso na sua cara.

— Podem ter certeza que não é dessa forma que ela vai reagir. — Alice avisou com graça enquanto passava do nosso lado.

— Nem me surpreendo mais. Ela provavelmente vai ficar tonta, chorar horrores, pedir desculpas por ter pulado do penhasco, perguntar porquê tentou se matar enquanto fica irritada. E quando você, Cullen, conseguir explicar o motivo de toda essa merda que fez, ela vai chorar novamente e vocês voltam a ser o mesmo casal problemático de antes ao mesmo tempo que ela se sente curada de tudo. Ah, não, melhor dizendo, ao mesmo tempo que ela se sente como se nunca tivesse sido quebrada por você. Entendeu, cunhadinho suicida?  — perguntei após falar apressadamente a provável reaçãoda minha irmã.

Ele me olhou surpreso durante todo o meu chute do que aconteceria.

— Parece que você também tem visões do futuro. — Alice riu em algum lugar, e eu suspirei, irritada por ter acertado.

Sessões de psicoterapia não fazem milagre, não é mesmo?

— Viu? Você não precisa de mim. Mas eu preciso que você leve as minhas coisas para casa. — digo, lhe dando a mochila que estava na minha costa enquanto Edward me observava com descrença. — Agora, tchau! — me despeço e volto a andar, querendo sair desesperadamente pelo portão de desembarque antes que ele me interrompesse novamente.

O único problema é que fui pega desprevenida com a recepção que esperava por nós no aeroporto Sea-Tac. Tinha uma vaga lembrança deles falarem algo do tipo no nosso primeiro vôo de volta até Roma, mas pelo meu choque em ver todos os Cullen nos esperando no aeroporto, ficou evidente que essa informação tinha passado despercebida por mim.


Jasper foi o primeiro que vi, ele nem percebeu me enxergar. Seus olhos eram só para Alice. Ela foi depressa para o lado dele, e apenas se olharam nos olhos, em um momento tão íntimo que desviei o meu rosto.

Esme e Carlisle esperavam em um canto silencioso, longe da fila de detectores de metal, perto da porta. Rosalie e Emmett estavam na sombra de uma pilastra larga, abraçados, enquanto a vampira tinha uma feição arrependida.

Esme estendeu os braços para mim, me abraçando num ímpeto assim que me viu.

— Muito obrigada. — Agradeceu em meu ouvido.

Depois atirou os braços em seu filho que chegou logo atrás e sua aparência era a de uma mãe que estaria chorando, se isso fosse possível para a sua espécie.

— Nunca mais me faça passar por isso. — grunhiu, emocionada. Edward sorriu, arrependido.

— Desculpe, mãe.

— Obrigado, Elizabeth. — disse Carlisle, era o mesmo sorriso calmo e lindo que me lembrava. — Devemos uma a você.

— Vocês devem a minha irmã e não a mim.

Se não fosse por Bella, nunca teria ido salvar Edward, nunca arriscaria a minha existência por um vampiro, nem mesmo por um Cullen. Fiz apenas o que sempre faço, protejo minha irmã da morte, não me importando com o perigo de fazer isso.

— Agradeçam somente a ela. — digo novamente, para reforçar, observando suas expressões surpresas. — Até outro dia, Cullen's.

— Liz, acabamos de nos reencontrar. Sentimos saudades. Não pode...

- Eu sei, Esme. - a interrompo, talvez soando meio grossa pela expressão ressentida que ela fez, então me controlo um pouco mais pelo seu olhar maternal e a puxo para um abraço. - Também devo ter sentido saudades em algum momento, mas se lembrem que vocês apenas me abandonaram nessa cidade sem ao menos se despedirem.

Aquela verdade jogada na cara a deixou rígida sobre meu abraço e sentir ela me apertando um pouco mais.

- Nós não queríamos. Fizemos isso pela Bella, você... - tentou dizer novamente, mas me afasto do seu abraço, com um sorriso educado.

- Sim, sim. Bella. - confirmo, demonstrando que qualquer ladainha que ela fosse falar, eu não me importava. - Eu adoraria conversar sobre o assunto, mas estou morrendo de saudades do amor da minha vida, que por acaso acreditei por um segundo muito longo que nunca mais o veria. Então... - olho para todos os Cullen, querendo que eles entendesse que eu falava para todos dali. - Adeus.

Não esperei que eles falassem mais alguma coisa, apenas sair correndo pelo aeroporto. Quando fui para fora, atravessei a rua e o estacionamento, invadindo a floresta após pular a grade que protegia contra animais selvagens.

Corri com toda a força que meus pés conseguiriam impulsionar no chão, talvez fosse a primeira vez que atingia uma velocidade tão rápida porque cheguei muito depressa em Park Olympic, onde a reserva quileute era localizada.

Coincidentemente, passei como um vulto de alguns milésimos de segundos por enormes lobos, e precisei colocar ainda mais força enquanto me agarrava em uma árvore para parar. Eram apenas três: Sam, Embry e um lobo desconhecido que tremia que não fiz questão de reconhecer. Abrir um enorme sorriso, acenando com as mãos.

- Oi, galera! Estou de volta. - avisei animada, e me virei para seguir meu caminho, mas vi Laurent chegando em sua velocidade, parando em minha frente. - Laurent! Mon ami! Você realmente salvou a minha vida!

Dei um abraço apertado no homem, completamente agradecida pelas informações privilegiadas que ele tinha me contado, informações verdadeiras dos Volturi e que me ajudaram a saber como agir perto daqueles psicopatas, me deram confiança.

- Eu? Como?! - ele pareceu feliz em ter me ajudado e me afastei do nosso abraço.

Eu sei que estava no modo frenético demais, porém a ansiedade tumultuava meu corpo, assim como a felicidade de estar à poucos minutos de Jake.

- Aquelas porras dos Volturi. Nossa conversa sobre eles me fizeram entender exatamente como os manipular. - faço um resumo da explicação, ele arregalou os olhos como se não houvesse entendido direito. - Enfim, depois lhe conto, o que importa é que não fui morta! Apenas traumatizada. Preciso encontrar Jake. Obrigada de novo! - digo as pressas, e voltaria a correr se não tivesse me lembrado de transmitir uma nova informação.

Dou uns passos para trás, tão rápidos que os lobos atrás de mim me olharam atordoados.

- Ah! Todos os Cullen voltaram para ficar. - avisei e voltei a correr, não esperando para ver quais seriam suas reações.

Não sentir o rastro de Jacob por canto nenhum que não fosse perto de sua casa. Então fui até lá, e logo vi a casa vermelha, com Jake passando pela soleira da porta, entrando nela.

- Jake!

Seus pés hesitaram no caminho, ouvir seu coração acelerar repentinamente e se virar para mim o mais rápido que conseguiu. Agora foi como se tudo desacelerasse novamente.

Meus pés se moveram com a mesma velocidade que a anterior, mas tudo pareceu tão lento que minha ansiedade consumiu cada célula do meu corpo. E quando finalmente o abracei, talvez depois de séculos ou milésimos de um segundo, conseguir soltar o ar que prendia.

- Lua... - murmurou, me apertando ainda mais contra ele e eu cerquei seu corpo com minha pernas. - Ai! - exclama, com dor.

Afasto meu rosto, o observando preocupada.

- Está machucado? - pergunto, desesperada, mas ainda feliz demais por finalmente o ter tão perto de mim.

- Não, é que... - ele se interrompeu com um espirro e me lembrei que nos últimos três dias, passei cada segundo acompanhada por vampiros fedorentos, tanto no ninho em Volterra quanto com os Cullen e até abracei Laurent há um pouco mais de um minuto.

Tentei descer de seu colo, mas suas mãos estavam bem firmes em minhas pernas.

- Me desculpe! Estava tão ansiosa em te ver que me esqueci disso. - lamentei, ele abriu um sorriso encantador, como se não estivesse sentindo o pior cheiro do mundo em meu corpo, e se estivesse, como se não se importasse.

- Está tudo bem, amor. - assegurou e como uma onda de alívio após tanto estresse, percebi que realmente estava. Eu voltei para ele, como havia dito que voltaria, mesmo sem ter certeza alguma da minha segurança. - Você só precisa de um banho.

Nós sorrimos um para o outro, e ele me apertou novamente em um abraço, andando para dentro de sua casa.

Sabia que meu cheiro deveria está péssimo, mas em comparação, o de Jake estava como sempre me lembrei, talvez até melhor devido a saudade que senti. Não poderia ter certeza, mas se eu tivesse que apostar tudo em uma única coisa, diria que se um dia eu encontrar a Paz após minha morte definitiva, seria desse jeito.

- Não podemos ficar sem nos ver por tanto tempo nunca mais. - murmurei, como uma constatação de um fato e também como uma ordem, tentando não me aproximar tanto para que seu olfato não se incomodasse.

Eu escuto sua risada. Quase chocada. Sentia tanta falta dela e nem havia percebido.

- Eu que deveria te dizer isso, senhorita salvadora da pátria. Estava sucumbindo enquanto você arriscava a sua vida para salvar um Cullen. - ele reclamou, e percebi quando entrou no banheiro que eu realmente iria tomar um banho.

Sorrir tentando novamente descer do seu colo, mas suas mãos me agarraram com mais força, impedindo meus movimentos.

- Não. Estou com saudades demais para te largar agora. - explicou, fechando a porta do banheiro, eu rir sabendo exatamente como ele se sentia.

Não tentei mais descer, me grudei no corpo de Jacob como cola e mesmo quando ele passou pelo o box e ligou o chuveiro. Minha cabeça ainda estava deitada em seu ombro, com meu nariz e lábios roçando suavemente no seu pescoço com um cheiro tão bom e quentinho. É como o paraíso na terra.

Sentir a água escorrer pela minha costa e depois molhar a minha cabeça e a de Jake, no momento me sentia muito bem, como se nada no mundo pudesse me deixar triste.

- Você não pode transformar isso numa memória tão boa, assim vou viver me sujando com os frios. - avisei, abrindo um sorriso quando sentir sua mão puxar meu cabelo para trás, um toque suave que mais pareceu um carinho.

- Não precisa prejudicar seu cheiro tão delicioso, amor. Basta me pedir e eu criarei todas as memórias que quiser. - sussurrou, eu fiz uma careta porque ele é perfeito demais e fiquei assustada de não conseguir retribuir tanto amor.

- Jake... - murmurei, o abraçando mais apertado.

Seria terrível se eu não tivesse voltado, se tivesse sido morta e estado presa no além dos sobrenaturais. Eu não poderia o abraçar, sentir seu cheiro, ouvir seu coração bater ou escutar sua voz tão carinhosa enquanto falava comigo.

Ele fungou e revirei os olhos para mim mesma, obviamente apenas a água não tiraria o cheiro impregnado no meu corpo.

- É melhor eu descer agora. - avisei, ele negou. - Vamos, não é como se eu fosse sair correndo, meu bem.

Ele sorriu e me apertou um pouco mais, porém soltou minhas pernas, me deixando ficar de pé. Quase a contra gosto, mesmo tendo sido ideia minha, tirei meus braços envolta do seu pescoço, terminando o nosso abraço.

Saio debaixo do chuveiro aberto, constatando que todas as minhas roupas estavam molhadas, mas como precisaria as lavar de qualquer jeito, não me incomodei e retirei minha blusa e depois a calça jeans, as jogando por cima do box até o cesto de roupa suja.

Quando volto o meu olhar para Jake, com um sorriso vitorioso por minha mira ter sido impecável, o vejo enchendo a palma de sua mão com uma quantidade exagerada de shampoo. Ele levantou seu olhar ao ouvir minha risada e abriu um sorriso.

Suas mãos se direcionaram até meu couro cabeludo, esfregando o excesso do líquido em meu cabelo. Eu aproveitava para ficar observando sua feição concentrada como uma boba apaixonada, enquanto sentia seus movimentos circulares em minha cabeça e tentava não fechar os olhos pela forma calma e carinhosa que lavava meu cabelo.

Sentir vontade de o beijar, com uma intensa saudades em meu corpo, mas uma lembrança desagradável me fez ficar tensa. Obviamente Jake percebeu.

— Está tudo bem? — perguntou, esfregando a espuma agora para o comprimento do meu cabelo.

— Eu flertei com um vampiro, um da guarda Volturi e ele provavelmente deve está apaixonado por mim. — avisei, ele mudou seu semblante para sofrimento e me sentir ainda pior, mas deveria ao menos contar isso para ele, não é? Está num relacionamento sério significa ter que ser sincera com o outro.

— Por que fez isso? — perguntou, tentando fingir que não estava incomodado, suas mãos continuando em meu cabelo, mas agora ele não estava mais concentrado em nada.

— É uma longa história... — murmuro, cada segundo naquele castelo foi horrível.

Preferia esquecer de tudo, principalmente daqueles gritos e do som dos corpos caindo sem vida no chão, restando cada vez mais o silêncio incômodo da morte.

Quando voltei meu olhar, Jake já estava com uma expressão diferente, como se já tivesse se conformado que seria melhor não saber.

— Resumidamente, esse vampiro estava nos levando para fora do castelo e uma senhora que me lembrou muito a Sue me parou segurando no meu braço, ela seria levada para virar refeição junto com muitos outros turistas... O vampiro estava mandando ela voltar, mas ela parecia que tinha certeza que ía morrer, segurava em um terço fortemente e estava horrorizada... E o canalha do vampiro não me olhava por nada nos olhos, louco para matar aquela senhora ali mesmo, aí precisei o distrair flertando com ele e quando ele me olhou nos olhos, o hipnotizei. Aí ele tentou me beijar e eu desviei puxando a senhora para sairmos daquele lugar urgentemente.

Minha explicação o fez suspirar em alívio e depois ele riu.

— Você me assustou. — reclama, mas dou de ombros.

— Deveria mesmo, eu flertei com um idiota. Deveria ser um crime imperdoável iniciar nosso namoro e no dia seguinte flertar com um monstro... — digo, ressentida comigo mesma.

— Não seria imperdoável mesmo se quisesse isso... Eu só ficaria muito triste. — murmura, com uma feição abalada que chegou a machucar meu coração.

— Deixá-lo triste é pior do que um crime imperdoável, Jake. — aviso, tocando em seu rosto. Já tinha o deixado triste tantas vezes e sempre doía em mim mesma o ver com a dor que eu mesma causei, nunca poderia me perdoar por todo o sofrimento que causei.

Ele abriu um sorriso, segurando meu rosto com suas duas mãos.

— Mas você não consegue mais fazer isso, não é? Até quando flerta com outros caras, consegue me deixar orgulhoso.

— Orgulhoso? — pergunto, estranhando aquela afirmação.

— Salvou a vida daquela senhora, amor. Isso foi incrível! — Jake disse e puxou meu rosto me dando um selinho, sentir como se fosse uma recompensa muito boa porque de certa forma foi diferente de um selinho normal.

— Também salvei outras três pessoas. Então mereço mais três beijos. — avisei, levantando três dedos para ele.

— Uau, mais três pessoas!? — perguntou em uma surpresa orgulhosa e eu assentir, concordando com a cabeça para cima e para baixo.

Ele riu e me deu mais três selinhos, como eu havia pedido.

— Conseguiu fazer tudo isso pela hipnose? — perguntou, curioso e eu neguei, não tão certa da resposta.

— Eu dei a entender para o vampiro rei que estava com sede, ele me convidou para ficar para o almoço deles... Eu disse que não poderia, mas que adoraria levar alguns lanches para a viagem, principalmente lanches estrangeiros já que adorava brincar com a comida... Ele me concedeu três humanos como presente devido minha suposta lealdade ao seu reino. — expliquei, minha voz soando monótona até para mim.

— Caramba...

— Eu sei, é tão cruel. — digo, baixando meu olhar — Eles tratam pessoas como comida, pelo menos 35 pessoas morreram ontem, pessoas com família, amigos, todos mortos. E na próxima semana? Mais quarenta vidas? 160 mortes por mês. Em um ano são 1900 vítimas. A maioria de lá já devem ter 1000 anos? Isso significa que um milhão e novecentas mil pessoas já foram assassinadas do mesmo jeito e os Volturi já existem há três mil anos, então são oficialmente cinco milhões e setecentos mil de inocentes mortos. Tudo isso se considerarmos que servia para alimentar apenas pelos 18 vampiros que estavam lá. E o resto deles? O que é salvar quatro vidas se tantas pessoas já morreram?

— Não pode pensar desse jeito, lua. É horrível que os outros tenham sido mortos, mas você ter salvo quatro pessoas fez uma enorme diferença para elas.

— Eu sei... mas, você não escutou aqueles gritos. Aquelas pessoas, todas morreram tão assustadas... E eu não pude fazer nada, Jake...  — explico, sentindo meus olhos arderem pelas lágrimas que começavam a se formar.

— Eu sinto muito, amor... — murmurou, tocando em meu rosto com tristeza — Era por isso que não queria que fosse, sabia que ía voltar machucada.

Ele reclamou e me abraçou novamente, me confortando enquanto afagava minha costa.

Ficamos assim por um tempinho, até eu decidir que não valeria a pena estender meu sofrimento se eu novamente tinha a felicidade de ter Jake bem em minha frente.

— Você não acha estranho?

— O quê? — ele perguntou, pensei um pouco antes de responder, saindo do seu abraço.

— De estarmos juntos... É estranho.

— Você acha? — ele pensava a respeito, não parecendo concordar. — Pra mim parece natural.

— Sim! Exatamente! Por isso que é estranho, parece que continuamos sendo os mesmos de antes, a diferença é que agora posso fazer isso... — explico e dou um selinho em sua boca para demonstrar.

Ele riu um pouco malicioso, desviando o olhar e depois voltando pra mim.

— Se eu me lembro bem, você não pode fazer isso. — avisa, eu franzi o cenho.

— Como não posso? Você é meu. — lembro, fazendo um bico emburrado.

— Não se lembra da sua brincadeirinha para conseguir se casar comigo, amor? — perguntou, e instantaneamente me lembrei.

— Ahh... Nossa, parece que já faz anos que fizemos esse acordo. — murmuro, tantas coisas aconteceram nesse meio tempo que não me lembrava disso.

— Não tem problema, você já perdeu mesmo. — afirmou com tranquilidade, me fazendo rir enquanto discordava.

— Nem em seus sonhos, meu bem. Estamos oficialmente em intervalo.

— Não concordamos com a existência de intervalo, Luazinha. Não adianta trapacear tão descaradamente. — avisa, eu cruzei os braços e revirei os olhos, me afastando do seu corpo.

— Você também encostou em mim, então nós dois erramos, por isso o acordo ainda está de pé. — tento dizer, ele parecia que não ia relevar dessa vez, mas nada me faria cumprir a parte do acordo que eu desprezava.

— Você pulou em cima de mim primeiro, você perdeu ali.

— Mas porque eu estava com saudades, Jake.

— Não importa.

— É claro que importa, foi caso de extrema necessidade. Não deve valer.

— Desculpa, amor, mas estou cansado desse acordo. Você perder agora é realmente ótimo.

— Então vamos esquecer o acordo, a gente não se casa e nem preciso beber o seu sangue. Viu? Resolvido. — sorrir com confiança, ele balançou a cabeça.

— Mas aí todo nosso sofrimento anterior de não poder nos encostar não terá mais valido a pena.

— Eu sofri mil vezes mais do que você, Jacob! — briguei, revirando os olhos, ele riu se lembrando.

— Tem razão, porém isso não vem ao caso. O que importa é que você perdeu de todo o jeito, querida.

Desistir de tentar retrucar e liguei novamente o chuveiro, iria tomar meu banho e esquecer desse assunto.

— Não vai falar nada? — perguntou e eu o ignorei completamente enquanto tirava toda a espuma do meu cabelo, o fazendo rir pelo meu silêncio.

Ficamos assim por um tempinho, ele me admirando com um sorriso enquanto eu ficava bem muda em sua frente. Isso durou até a parte em que tirei minha lingerie para poder passar o sabonete e é óbvio que Jake não se segurou e veio ajudar com as suas mãos bobas.

Fiquei considerando enquanto me lembrava, Jacob se sentia muito a vontade comigo e eu também me sentia com ele, tanto é que quando sentir a vontade de beber seu sangue, não foi por sede ou por qualquer instinto monstruoso, estava mais para possessividade apaixonada. Talvez, só talvez, se eu bebesse apenas uma única vez, Jake poderia se convencer de que eu estava disposta a não me conter do seu lado e essa vontade estranha passase depois que o mordesse.

É um teste. Animais não precisam ficar marcando território várias vezes, não quando ele já é seu. Pode dá certo. E isso também faria com que a porcaria desse acordo sem sentido de não poder nos encostar acabasse.

— Você venceu. — aviso, depois de respirar profundamente para ter certeza dessa decisão.

— Venci? — ele perguntou, meio avoado por não prestar atenção, enquanto passava suas mãos escorregadias pela minha cintura e barriga.

Eu suspirei de novo, minha me te repetia sem parar. Uma única vez. Uma única vez. Uma única vez.

Me afastei dele, segurando sua mão esquerda e a levantei um pouquinho.

— Você venceu. — aviso novamente, minha voz soando tremida pelo medo e ansiedade.

Ele levantou seu olhar, finalmente entendendo o que eu queria dizer e arqueiou as sobrancelhas.

— Tem certeza disso, Jake? Vai doer um pouco. — digo, me sentia em um estado de morte, era uma sensação tão estranha que percebi que nunca a tinha sentido antes.

— Não me importo. — assegurou, e pude ver que era verdade.

Loucura. Loucura. Loucura. Loucura. Loucura. Loucura.

Nem tão loucura assim.

Levantei seu antebraço até a minha boca. Eu não queria, seu sangue não me atraía para a sede, me atraía para o conforto e quando o mordi, meus olhos não saindo dos seus  nem por um instante, percebi com estranheza a mesma sensação.

Parece uma droga. Bebi apenas três goles, extremamente longe de ser o suficiente para se quer acreditar que estou um pouquinho satisfeita, mas não queria prolongar aquilo, mesmo o sangue de Jake tendo o gosto mais único e perfeito que já provei, como se fosse seu cheiro em forma líquida, mas trilhões de vezes melhor.

Eu demorei mais do que o esperado no antebraço de Jacob, para ele acreditar que estou satisfeita e não me oferecer de novo isso.

O soltei da minha mordida e levei diretamente seu braço pra debaixo do chuveiro, iria ficar observando até ele se curar.

— Você está bem? — ele perguntou, com sua voz mais delicada, e assenti concordando.

— Eu não gostei. — murmuro, vendo a água avermelha pingando no chão.

— O gosto é ruim? Não considerei isso.

— Não. O gosto é... — maravilhosamente perfeito — aceitável.

— Então você está se sentindo mal por me morder? Está tudo bem, amor, nem doeu na verdade. Você sabe que agora eu tenho uma resistência bem maior, não é?

— Sei. — confirmo, o braço quase curado embaixo da água era a prova disso.

Ele me puxa pra ficar de frente pra ele, suas duas mãos tocavam em meu pescoço e rosto.

— Qual é o problema? O que está acontecendo? — ele parecia está iniciando um desespero preocupado e parei de me concentrar nos meus sentimentos incoerentes e foquei nele.

— Está tudo bem, Jake. Só estou processando o que acabou de acontecer, mas não tem nada de mais, certo? — digo, uma mentira sem tamanho, porque tem tudo de mais.

Primeiro que o gosto do seu sangue é ótimo, o melhor da face da terra, mas a sensação que eu sou um monstro é péssima porque inesperadamente o sangue dele é bom demais e quero beber de novo, mas isso é loucura! Eu me meti na pior enrascada de todas! Nenhum vampiro deveria ter conhecimento da existência do seu sangue preferido do mundo inteiro porque aí ele vai querer beber tudo e se fizer, acabou. Acabou. Acabou.

Que porra que eu fiz? Como pude fazer uma loucura dessas? Estou morrendo de medo. E se me der uma louca e eu não resistir e beber mais? É pra ser uma única vez. Como posso está desejando novamente? Droga. Eu preciso me concentrar. Nunca mais vou fazer isso de novo. Está decidido.

— Você está pálida. — disse, preocupado.

— É melhor terminar esse banho, me lembrei que eu deveria ver logo o papai. — digo qualquer coisa.

— Ah, tem razão. Ele está uma fera, disse que te colocaria de castigo e ainda brigou comigo. — Fiquei surpresa com esse aviso, me fazendo desconcentrar por um momento no meu conflito interior.

— Por que brigou com você?

— Reclamou que eu não te impedir, como se eu pudesse fazer isso. — ele sorriu e eu rir um pouco.

— Ele já sabe que estamos namorando?

— Obviamente o velho foi o primeiro a contar pra eles. Você sabe, a amizade dos dois funciona na base de fofocas. — lembrou, me fazendo rir.

— Tem razão. Meu pai fez o lance da arma na mesa com você? — pergunto, sorrindo.

— Não seria o chefe Swan se não fizesse. — ele riu e eu o acompanhei por um tempinho, depois que nossas risadas se cessaram, Jake puxou a minha cintura contra ele e me abraçou, suspirando. — Você me deixou preocupado.

— Não foi a intenção.

— Eu sei que não, amor.

E é assim que eu termino o segundo livro, não muito elaborado, mas demonstrando a forma simples do amor deles.

Obrigada por acompanhar mais uma trajetória, demorei a postar e vocês continuaram aqui. Sou muito agradecida por ter leitores tão incríveis quanto vocês.

Sobre o terceiro livro, não sei quando irei retornar a publicação, já que não possuo nenhum próximo capítulo escrito, porém pensei em algumas idéias que posso abordar. Prevejo casamento, hein?

Não se esqueçam de votar, tudo bem, meus amores?

E comentem também, adoro ler seus comentários.

Qualquer novo aviso, vou postar em meu perfil, então me sigam para ficar por dentro de tudo!

Amo vocês <3

Continue Reading

You'll Also Like

96.8K 7.9K 45
Eu daria minha vida para salvar a dela. Fevereiro, 2016. @larrybits
104K 3K 10
Depois de sofrer uma perda terrível Dom e sua família decidiram se afastar de problemas, porém o um novo assunto aparece e eles terão que enfrentar o...
1.9K 126 40
Uma menina chamada Elizzy Ackerman é encontrada no meio da floresta no tempo chuvoso,des de então sua vida muda completamente depois de encontra os Q...
1.5K 124 16
Lee Minho é um jovem que faz faculdade de culinária e é pai de gatinhos lindos,porém quando ele chega da faculdade encontra um dos seus gatos engasga...