☼𝐀 𝐒𝐖𝐀𝐍☼↝ᴶᵃᶜᵒᵇ ᴮˡᵃᶜᵏ

By gabi_2005_

614K 47.2K 6.3K

Elizabeth Marie Swan, irmã gêmea mais nova de Bella, é a garota que teve o azar de estudar em um dos melhores... More

Personagens
Prólogo
O retorno
Apresentações
Cullens e Hales
Conversa
Edward Cullen
AVISO
Conversa séria
Diferenças entre espécies
Hospital
Esclarecimentos
Chácara
É melhor só agradecer e seguir em frente
Matando aula
La Push
Jake!?
Book trailer
História de terror
Aviso
Acidente
Visita aos Black
Passeio
Port Angeles
Medo da morte
Quer sair comigo?
Festa!
Visita
Lembranças
Novas Amizades
Conhecendo os Cullen
Desentendimento
Visitas indesejadas
Revelações
Telefonema
James
Baile Estudantil
Penhasco?
Aposta
Você parece amar muito ela
Avisos: Parte dois
Aniversário
Presentes
Eles se foram
Depressão
Promessa
Interesse no Jacob
Leah Uley
Consertando as motos
Amigos que se beijam
Grande chance
Descoberta
Dever de casa
Sarah
Treino
Decisão
Significado?
Lobos mutantes!
Carmilla
Testando as motos
Provocações
Ligação
Visita Noturna
Caçador
Adeus
Sonho
Agonia
Pai
Laurent
Imprinting
Amigos?
Retraído
Interrogatório
Descoberta
Primeira vez
Descontrole
Compras
Dia difícil...
Alice Cullen
Os Volturi
Os Cullen retornaram
~ Próximos Livros ~
AVISO

Transformação

3.2K 309 54
By gabi_2005_

Assim que meu pai saiu de casa, entrei em contato com o Billy, sentindo uma preocupação avassaladora por Jake.

— Alô? — ele atendeu, e um suspiro de alívio escapou enquanto eu pensava que era bom que o Tio Billy tivesse atendido.

— Olá, Tio, sou eu, Liz. Como ele está? Jake estava ardendo em febre, tremendo... ele fez a transformação? — perguntei, nervosa, captando o suspiro que veio do outro lado da linha.

— Sim, logo que chegou — ele confirmou, a monotonia em sua voz fez minha apreensão aumentar.

— A primeira transformação é tão difícil assim? — indaguei, sentindo um aperto no peito.

— Geralmente, eles ficam confusos, com dor intensa e perdem o controle sobre seus corpos. Mas no caso do Jake, parece estar sendo pior, talvez devido à sua força. O Sam e os outros foram ajudá-lo.

Uma sensação de culpa me invadiu, desejando ter falado com o Sam antes. Eu teria mantido Jake afastado disso, longe de frios.

— Vou até aí — decidi, sentia que não podia deixá-lo enfrentar tudo isso com aqueles que ele costumava odiar. Isso só o confundiria ainda mais. Ele precisa de mim, e eu preciso estar ao lado dele.

— Não, Liz. Não venha, isso só piorará a situação. — Billy falou rapidamente, me fazendo perceber algo desagradável.

— O senhor acha que foi culpa minha? — perguntei, apoiando-me no balcão. Eu me odiaria ainda mais se fosse verdade, mas Jake disse que Sam já esperava que ele se juntasse ao bando...

— Não é isso, criança. Durante esse período, Jake estará completamente descontrolado. Ele não saberá regular a transformação, o que é perigoso.

— Isso é o que menos importa, Billy. Não vou abandoná-lo quando ele mais precisa de mim. Ele entrou nesse mundo sobrenatural, e sei o quanto será terrível. — afirmei com seriedade, lembrando o quão difícil foi para mim. Se tivesse tido Jake ao meu lado naquela época, tudo teria sido mais suportável.

— Será ainda mais terrível se ele te ferir acidentalmente, Liz. Ele carregará essa culpa para sempre, e sei que você não deseja isso. — explicou, me fazendo suspirar profundamente.

Realmente não desejava, conhecia bem o poder destrutivo da culpa. Mas eu, como vampira, poderia me recuperar mais rápido do que um humano.

— Tenho certeza de que ele não me machucará. — insisti mais uma vez, embora estivesse perdendo meus argumentos.

— Liz, ele mesmo não vai querer você por perto. Apenas mantenha distância, está bem? Pelo menos por um mês. — pediu, suas palavras soando duras em meus ouvidos, como uma confirmação do plano que eu deveria estar seguindo, mas que eu estava pronta para abandonar há apenas três segundos, sem nem perceber.

— Ah... Está bem. Vou me afastar, não se preocupe. — concordei, engolindo em seco.

— Faça isso, minha querida. Quando ele estiver um pouco mais estável, pedirei que te ligue. — avisou. Minha voz parecia presa na garganta, mas consegui murmurar um sim antes de desligar.

☽ ☼ ☾

— Deixaremos de lado assuntos tão fáceis e simples. Alguém quer arriscar a ser meu voluntário para responder perguntas? O tema de hoje será teoria das cordas. 

Eu estava sentada na sala de aula de física, observando o professor Harrison, um homem de cerca de 50 anos que sempre se mostrava superior aos seus alunos. Eu o detestava por causa de sua atitude arrogante e pelas perguntas difíceis que ele fazia apenas para nos deixar desconfortáveis, nunca havia o respondido em sua sala de aula, por ele simplesmente ser deplorável, mas também por desinteresse.

Hoje sua prepotência não seria diferente. Ele quer um voluntário para responder um assunto extremamente complexo e avançado, que estudantes do ensino médio não deveriam aprender. Ele olhou para a turma com um olhar desafiador, vendo várias pessoas se encolherem ou bufarem, até que me viu levantar a mão. Ele olhou para mim, com um olhar de desdém, talvez por ser sempre ele que escolhia sua vítima.

— Parece que temos uma voluntária hoje. — disse, parecendo se divertir, todos os alunos me olharam surpresos, provávelmente por eles nunca terem me visto interessada em falar.  — Vamos lá, então. Diga-me qual é a premissa básica da Teoria das Cordas, senhorita…? — ele perguntou, parecendo querer me provocar, ele já sabia o meu nome.

— Elizabeth, professor Harrison. A premissa básica da Teoria das Cordas é que as partículas fundamentais não são pontos sem dimensão, mas sim cordas unidimensionais, e todas as partículas e forças do universo são resultantes das vibrações dessas cordas em diferentes frequências. Além disso, a teoria sugere que nosso universo pode ter mais dimensões do que as quatro que percebemos no nosso dia a dia — respondi, olhando firmemente para ele, pareceu surpreso, mas continuou a falar.

— Está correto, senhorita Swan. E sabe me dizer como essas cordas unidimensionais podem se manifestar em diferentes partículas com diferentes propriedades? — Eu respirei fundo, entendendo que ele dificultaria até eu errar, mas respondi mesmo assim:

— As diferentes propriedades das partículas são determinadas pelas diferentes frequências de vibração das cordas. Cada frequência de vibração representa um estado de energia diferente, e esses estados de energia correspondem às partículas com diferentes massas e cargas.

Ele pareceu impressionado, mesmos não querendo demonstrar. E os alunos ao meu lado estavam muitos entusiasmados me olhando, era a primeira vez que eu via eles assim nessa matéria. 

— Certo, parece que você sabe mais do que eu pensava. Vamos complicar um pouco mais, como a Teoria das Cordas lida com a gravidade, considerando que é a única força fundamental não descrita pela mecânica quântica?

— A Teoria das Cordas propõe que a gravidade também é uma manifestação das cordas vibrantes. A gravidade é mediada por partículas chamadas grávitons, que são as partículas de troca da força gravitacional entre as cordas. Essa abordagem permite que a gravidade seja incorporada à teoria quântica de forma consistente, mesmo que a Teoria das…

Dessa vez, ele pareceu satisfeito com a minha resposta e me interrompeu.

— Pare, está errado! — exclamou, com um ar de triunfo e todos os alunos mucharam em minha volta, lamentando. — Na verdade, a Teoria das Cordas ainda não conseguiu resolver completamente o problema da gravidade na escala quântica. É um dos principais desafios dessa teoria.

Eu sabia que ele estava errado, mas eu escolhi não contradizê-lo diretamente. Em vez disso, eu disse com calma:

— Com todo o respeito, professor, se não tivesse me interrompido, você ouviria de mim que a Teoria das Cordas ainda é uma área de pesquisa ativa e está em constante evolução. Mas existem propostas teóricas, como a teoria M, que tentam abordar a gravidade de forma mais completa dentro do contexto da Teoria das Cordas.

Ele pareceu irritado com a minha resposta e pegou um livro em sua mesa.

— Vamos ver o que o livro diz sobre isso — ele murmurou, enquanto procurava por informações, reconheci seu livro, havia o lido a algum tempo atrás, quando ainda era humana em Nova Orleans, e o provoquei um pouco mais.

— Esse livro é ótimo, as informações que você procura estão no capítulo 18, página 213. — informo, percebendo ele revirar os olhos e pular para onde eu havia dito.

Após alguns minutos, ele olhou para mim com uma expressão de surpresa e contrariedade.

— Parece que você está certa, Elizabeth. Meus parabéns. — ele disse, de forma relutante.

Eu sorri internamente, satisfeita por ter mostrado que ele também pode cometer erros.

— Eu sei que estou. Mas gostaria de destacar, professor Harrison, que a Teoria das Cordas é uma das teorias mais complexas e avançadas já propostas, e para a compreênde-la requer um sólido entendimento de matemática avançada, física quântica e relatividade geral. Alunos do ensino médio não têm a obrigação de responder o que você deseja saber, nem deveriam se sentir inferiores por um professor formado em física ter esse conhecimento. — digo, vendo seu rosto inteiro ficar vermelho de raiva por eu ter o enfrentado, enquanto alguns alunos riam ou seguravam a risada. 

— Conhecimento nunca é demais, senhorita Swan. — disse, quase entre dentes e a sirene avisando que a aula acabou toca. Diferente dos dias comuns, ninguém se levanta da cadeira, apenas esperavam a minha resposta.

— Tem razão, mas os alunos estão mais interessados em aprender o que cai em prova. Algo que decide o futuro de cada um desta sala nas universidades. — digo, levantando da minha cadeira e todos os outros me acompanham, se retirando da sala e conversando animadamente sobre como eu fui incrível e blá blá blá. — Tenha um bom fim de semana, senhor Harrison. — desejo ao passar por ele.

Quando retorno ao meu silêncio, em meio a tantos outros alunos que passavam pelo corredor, a minha conquista desaparece e volto a me sentir triste, meu pensamento indo diretamente para Jake.

Ele havia se transformado há três semanas atrás, não nos falamos ou vimos desde esse dia. A vontade de chorar resurgia toda vez que eu pensava nele, passando por tudo isso. Bella foi procurá-lo no início da primeira semana, Billy não a deixou entrar, disse que ele havia ficado muito doente e que era contagioso. Bella acreditou, já que muitas pessoas estavam pegando virose gástrica naquela semana. 

Quando ela ligou novamente no outro dia, foi ele que atendeu, deu para perceber que Jake não estava nada bem, ele a disse que cada parte de seu corpo doía. 

Ela ligou várias vezes depois disso, mas só quem atendia era o Billy e ele sempre avisava que Jake não estava bem e que ligaria mais tarde. Depois ela ficou tão preocupada por ele não está nem conseguindo atender o telefonema que foi novamente até a sua casa, eu até tentei dizer para ela não ir, só que Bella nunca me escutava. 

Quando ela retornou, cheia de raiva, me disse que ele estava completamente diferente. Havia cortado o cabelo, tinha feito uma tatuagem, parecia muito mais alto, forte e bastante saudável, porém, quando perguntei mais sobre como ele estava, Bella informou que ele também parecia cansado, que algo dentro dele tinha mudado, e muito. Eu fiquei preocupada, mas provavelmente a primeira transformação deveria ser difícil e cansativa. Além disso, descobrir que o mundo sobrenatural existe e que você faz parte dele pode mudar bastante uma pessoa.

Bella me contou o que ele falou para ela, sobre ele não poder mais ser seu amigo. Minha irmã ficou arrasada. Ela pensou que foi por culpa de Sam, e praticamente me implorou para eu ir falar com o Uley, já que ela sabia que eu era amiga dele... Eu neguei, dizendo que não me meteria nesse assunto.

O que mais me incomodou durante essas semanas foi o seu afastamento de mim. Sim, não fazia sentido, já que era o que eu pedi tantas vezes a ele, mas isso ainda machuca. Billy deve ter dito para Jacob que eu sabia da verdade, então ele não tinha motivos para não me ligar, claro, além do motivo mais óbvio. Mas eu realmente acreditei que Jake não desistiria de mim depois daquele dia, pensei que seria mais difícil fazer ele perceber que eu não era tão boa assim e que ele tinha se enganado comigo.

Mas eu não poderia reclamar, já que ele evitou o sofrimento desnecessário que eu ainda causaria, então deveria estar agradecida...

Porém não estava.

Minha mente pensava e pensava por horas em Jacob Black, estava com medo dele ter se esquecido de mim, que não se importasse mais comigo. Eu sei que esse sentimento de medo vinha do lado irracional do meu amor por ele, o lado que só o quer acima de tudo e que quer matar a parte racional que me obriga a me manter longe e me força a ser agradecida pela distância dele. Eu estava em uma luta interna. Mas, caramba, eu fui tão horrível com ele que não valho mais nem uma mensagem de texto?

A saudade não é fácil de suportar, ela consumia todo o meu corpo toda vez que eu ficava sozinha. Queria vê-lo, necessitava o ver. Cogitei o procurar todos os dias das três semanas que se passaram, mas não poderia voltar atrás quando faltava apenas mais três semanas para eu ir embora de Forks. Já havia até comprado a passagem aérea, primeiro passaria uns dias com a minha tia, depois iria até a minha mãe e o Phil. Os três ficaram felizes com a notícia da minha volta.

— Liz, vou ir na reserva hoje. — Bella avisou, aparecendo do nada ao meu lado, a olhei interessada.

— Já conseguiu se resolver com o Jacob? — ela revirou os olhos, sua resposta clara como água. — Bella, dê mais tempo para ele, tenho certeza que Jake vai reconsiderar e voltar a ser seu amigo. — afirmo, tentando animá-la, mas ela bufa estressada.

— Eu só preciso saber, Liz, Sam Uley pegou o Embry e agora Jacob... Eu não vou desistir. E eu vejo que Jake está triste pelo o que aconteceu com vocês, Liz. Mas ele não me deixa ajudar por culpa de Sam. — disse, me deixando um pouco incomodada.

— Bella, Sam Uley não é ruim, Jake falou aquelas coisas porque nunca deu uma chance para o conhecer. — insisto, ela suspira e me olha considerando, parecia querer perguntar algo e eu a encorajei — O quê?

— Liz... Você voltou a se drogar? Sam é seu fornecedor agora? Pode falar a verdade. — perguntou, eu reviro os olhos, sorrindo, acho que é impossível convencê-la que não existe droga envolvida.

— Você fala como se eu já tivesse sido dependente, irmãzinha. E se isso fosse verdade, eu já teria arrancado Jake do meio deles. — digo, ela revira os olhos parecendo não acreditar.

— E por quê? Seria hipócrita se fizesse isso. — afirmou, como se esse fosse o motivo da minha mentira.

— É claro que não seria! Uma coisa é se chapar em algumas festas com amigos, coisa que a maioria dos adolescentes dos Estados Unidos fazem ou já fizeram, outra completamente diferente é se meter com traficantes e ser um viciado. Já disse, esquece isso, Bells. Não se esqueça que você passou quatro meses longe de tudo e de todos antes de aceitar ajuda, não foi em apenas três semanas. — a lembro, ela se encolhe um pouco, aquilo ainda era um assunto difícil para ela, mas pouco a pouco minha irmã parecia melhor, principalmente com a ajuda da psicóloga.

Era uma mulher interessante, a psicóloga. Pelo tempo em que estive com ela, apenas para hipnotizá-la, percebi que ela transmitia uma tranquilidade muito boa. Bella havia concordado e disse ter gostado muito dela também.

— Tudo bem, eu entendi. Mas não vou esquecer, apenas darei mais algum tempo… — desistiu, e eu assenti, satisfeita.

— E o Quil? Você disse que ele estava mal também, não é? — pergunto, estava preocupada com o Ateara, os seus dois melhores amigos o abandonaram para andar com Sam, o cara que antes todos eles odiavam.

— É, ele estava com medo de ser o próximo... — disse, eu suspirei, odiando tudo o que estava acontecendo com eles. 

— Vamos convidá-lo para sair, sei que ele estava interessado na Allie... Acho que vai ser bom uma distração para todos. — decido, tinha pensado um pouco nisso depois do intervalo, ela franze as sobrancelhas.

— Ele conhece a Allison? — perguntou, e eu confirmei assentindo.

— Se conheceram há algumas semanas, eu disse que marcaria um cinema com ela e o chamaria também, mas acabei me esquecendo disso... — explico, constatando que a manhã daquele dia foi a última manhã boa que eu tive.

— Acho um a boa idéia, fiquei realmente assustada com o Quil, vai ser bom ele se distrair um pouco. — concordou, eu dei mais um sorriso para ela e ficamos em silêncio enquanto descíamos as escadas até o térreo. Quando chegamos do lado de fora, ela voltou a falar.

— Liz... eu estava pensando… você poderia me ajudar a encontrar uma campina? Eu não sei direito a localização dela, tinha pedido a Jacob para me ajudar, mas tudo isso aconteceu e eu acabei a deixando de lado. — explica, eu me lembrava de Jake falar sobre isso para mim, ela até guardou segredo por algum motivo.

— Claro que posso. Quer ir agora? — pergunto, estava nublado, mas não chovia. Era um dia agradável para fazer trilha e ocupar a minha mente, mas ela nega.

— Não. Amanhã vai fazer sol, será melhor. — afirmou e eu acenei concordando.

Percebi mais a frente nossos amigos conversando, eles riam sobre a explosão que Diego tinha causado no laboratório de química da professora Brown. Harry nos avistou, acenando para gente, e fomos até eles.

— Gente, vocês ficaram sabendo do idiota que jogou água no ácido sulfúrico concentrado? — pergunto, e todos riem da cara do Diego. — Fiquei sabendo que foi até suspenso do laboratório, parece que foi um tal de Diego Smith.

— Muito engraçada, Liz. — disse, me fazendo rir.

Era umas sensação estranha dá risada enquanto se sente tão vazia, parecia que a realidade em minha volta era falsa, como se fosse só uma lembrança de algo que nunca aconteceu, e o sorriso que ficava depois sempre sumia rapidamente se eu não me esforçasse a mantê-lo.

— Você realmente jogou água em um ácido concentrado? — Bella perguntou surpresa e ele fez uma cara de inocente.

— Eu sou a vítima aqui. — alegou, com uma cara sofrida, fazendo Noah e Harry se entreolharem e irem para cima dele.

—Ahhh, tadinho do Dieguinho. — Noah disse, o abraçando.

Ele fechou o rosto, fingindo que estava magoado, entrando na onda. 

— Foi banido injustamente por aquela professora má. — Harry afirmou, fazendo carinho na cabeça dele.

— Ah, sim. Foi uma tremenda injustiça! — Allison disse, entrando na brincadeira. — A professora Brown está claramente com inveja do talento químico do Diego. 

— Claro, afinal, quem precisa de um laboratório de química intacto, não é mesmo? Ácido sulfúrico concentrado é coisa do passado! O novo hit é água destilada nas reações. — Milla acrescentou, eles riram ainda mais, inclusive Diego, que agora fingia secar uma lágrima imaginária de emoção por tamanha compreensão. 

A cena era tão absurda que Bella até pegou um lenço e ofereceu a ele, como se fosse um momento emocionante de filme. Ele aceitou, assoando o seu nariz de forma exagerada e ficamos rindo por um bom tempo.

— Mas você tem que admitir, Diego, jogar água no ácido foi a coisa mais burra que já fez! — Allison interrompeu, sorrindo enquanto provocava ele.

— Percebo que vocês não entenderam a genialidade por trás disso. Foi um experimento revolucionário: "Como fazer o ácido sulfúrico se sentir hidratado". Acho que mereço um prêmio Nobel por essa contribuição à ciência! — disse, convencido, fazendo eles explodiram em gargalhadas diante da explicação mirabolante de Diego. Era difícil levar a sério suas justificativas para suas confusões. 

— E qual foi o resultado dessa experiência científica inovadora? — pergunto, sorrindo ao balançar a cabeça em descrença.

— Bem, o ácido sulfúrico não quis entrar em detalhes, mas eu tenho certeza de que ele estava agradecido. — Respondeu com convicção.

— Acho que essa é a única vez na história que um ácido é deprimido por não ser água. — Noah, fingindo empatia, declarou em um tom dramático, nos fazendo concordar.

— E a professora Brown? Como ela reagiu ao seu brilhante experimento na hora? — Milla perguntou, suas bochechas estavam vermelhas de tanto que ela ria.

— Ela só ficou chateada porque meu experimento revolucionário tinha efeitos especiais de fogo e acabou chamuscando o cabelo dela. — Diego respondeu com um sorriso travesso, fazendo a gente arregalar os olhos.

— Você queimou o cabelo dela!? — Bella perguntou chocada, morrendo de rir, assim como todos do nosso grupo. 

— Foi sem querer. — disse, inocentemente, fazendo a gente rir mais um pouco. Diego tinha o dom de transformar até as situações mais desastrosas em comédia, estou surpresa por ele não ter sido expulso.

— Nunca mais vamos deixar você entrar em um laboratório, ou a escola pode explodir inteira! — avisei, rindo, minha mente criando um cenário onde eu contava sobre isso para Jacob... Será que ele acharia muito engraçado ou só ficaria descrente com a loucura do meu amigo?

Queria os ter apresentado pessoalmente. Não fiz por medo desses idiotas quererem assumir os meus sentimentos enquanto eu não estava por perto, os três bonitinhos com certeza fariam isso como ajuda pessoal. Também não fiz porque adorava ter Jake só para mim, claro, até a Bella querer ser a sua amiga também e minha mente começar a me sabotar em uma mentira sem sentido.

Agora Harry e Diego pensam que Jake é agressivo. Fiquei surpresa quando eles me contaram que Jake esteve na escola naquele dia, disseram que ele parecia querer destroçar cada parte do Noah. Foi diferente escutar isso, agora eu entendia que em todo esse tempo a sua raiva de Noah era ciúmes de mim. Jacob Black sentiu ciúmes de mim por todo esse tempo e eu nunca percebi isso! Caramba, até tentei forçar uma amizade entre os dois pensando que ele estava apenas com ciúmes da Bella, dizendo que entre eles não tinham nada demais e nunca tinha deixado claro que Noah era como um irmão irritante.

É realmente louco relembrar de tudo com essa nova visão. Eu agi como uma idiota, apenas porque eu o amava tanto que não podia enxergar a verdade. Mais uma vez pensei só em mim mesma.

Porém, não está sendo tão ruim assim para ele, não é? Está lidando bem. Nunca mais me procurou... Essa sua transformação, mesmo eu não a querendo em sua vida, ao menos veio em uma hora melhorzinha, porque agora ele tem muitas mais coisas para pensar do que em mim. Ele se mantém ocupado com seus novos amigos, se distraindo enquanto é ensinado o que fazer para matar um vampiro.

O que me incomodava nesse ultimo pensamento não era o fato dele ser ensinado a matar algo que eu também era, mas sim que ele estava sendo ensinado porque iria em algum momento se envolver com frios sugadores de sangue humano e isso só significava uma coisa em minha mente: PERIGO! Escrito em caixa alta e com um ponto de exclamação ao lado. Ele constantemente se envolveria com seres letais e que poderiam acabar o machucando ou o matando. Torcia para que ele realmente fosse mais forte que os outros, como meu padrinho tinha dito no dia da transformação dele, porque não suportaria se algo desse errado em um pequeno momento de descuidado.

— Liz? Está no mundo da lua? — escuto perguntarem e eu sorrio. Mundo da lua, sim, podia dizer que estava porque Jacob facilmente poderia ser considerado como o meu mundo.

— Liz! — Alli chamou e eu volto a prestar atenção, percebendo que passei todo esse tempo imersa em minha mente.

— Está tudo bem, amiga? — Camilla perguntou, eu rio, revirando os olhos.

— Desculpa, gente, me distrair. — explico, ajeitando a alça da minha mochila enquanto deixo um sorriso bem humorado repousar em minha boca, mesmo voltando a sentir a tristeza dentro de mim. — Na verdade, eu estava pensando em um amigo, Quil Ateara. — percebo a mudança de expressão no olhar da Alisson, me deixando satisfeita. — Podemos marcar uma noite de cinema com ele? Quil está precisando sair um pouquinho e pelo que sei ele está interessado em uma linda garota loira chamada Allison — Digo, piscando um olho para ela que cora, todos os outros redirecionam sorrisos maliciosos em sua direção.

— Uhhh, eu me lembro! É o seu quileute fofo. — Milla cantarola, batendo no ombro da Allie, ela revira os olhos envergonhada.

— Uh, quileute fofo, é? — Noah perguntou para ela, que rir ficando ainda mais vermelha.

— Vocês são insuportáveis! Não o chamei de fofo... — reclamou, fazendo todos a encararem em expectativa porque a conhecíamos muito bem — Foi de adorável, mas não porque estou interessada. — disse, fazendo todos rirem animados.

— Estamos dentro! Nasci para ver Alisson Monroe caindo de amores por um garoto. — Noah avisa, rindo animado, era a primeira vez que Alisson realmente se interessava por alguém.

— Não estou caindo de amores. — nega, fazendo Diego cutucar suas bochechas vermelhas.

— Não é o que suas bochechas dizem. — ele afirma, rindo.

— Acho que já está apaixonada. — Milla brinca, cutucando o outro lado da bochecha dela. Allison parecia querer se enterrar.

— Calma, gente, vamos deixar ela decidir... — Bella avisou para os outros — Quer que a gente marque uma noite de cinema com Quil? — perguntou, todos a olharam, esperando uma resposta enquanto ela ficava cada vez mais vermelha, Bella havia realmente complicado a sua situação, quase podíamos ouvir seus espraguejos enquanto minha irmã dava um sorriso travesso.

— É, vai ser legal. — murmurou, e todos eles gritaram de empolgação, indo pra cima dela, eles cantarolavam que ela estava apaixonada, atraindo olhares de outros alunos enquanto a garota reclamava.

As vezes eu pensava que meus amigos ainda estavam na sexta série... ou que todos eles eram loucos, mas como eu adorava jogar lenha na fogueira, me unir a eles começando a cantar “Com quem será?”, o que só a constrangeu mais quando todos eles começaram a cantar também.

Depois de mais algumas brincadeiras, cada um voltou para a sua casa e eu finalmente pude descansar minhas expressões faciais enquanto dirigia.

Segui com a rotina que havia criado nesses últimos dias. Me concentrava em fazer o almoço, havia voltado para a dieta vegetariana, e Bella decidiu me acompanhar também. Depois, lavava os pratos, e saía para alimentar o meu outro lado. Quando voltava para casa, ía fazer o dever de casa para focar em alguma coisa. O bom é que como todos os meus livros estavam praticamente em branco tinha um tempo considerável até responder tudo.

Em alguns dias, tentar me distrair não funcionava. Então ía até a minha sacada e me sentava em cima do parapeito, me segurando para não pular e ir até Jake. Hoje era esse dia.

Sendo sincera, não esperava que esse vazio e saudade fossem diminuir algum dia. Nessas três semanas, tudo só aumentou. Até quando eu brincava com meus amigos ou parecia bem para os outros, eu estava sofrendo. Sabia que não era saudável, mas sempre fui assim, de esconder o que eu sentia de todos, incluindo de mim mesma. Dessa forma, eu nunca precisei chorar por algo que não adiantava mais insistir. Seguia do jeito que dava, mas estava sendo cansativo seguir desse jeito.

Recebo uma mensagem no grupo dos meus amigos, era apenas Noah provocando Allison, perguntando se eu já havia chamado o futuro namorado dela para o cinema.

Respondi que chamaria agora mesmo e liguei para Quil, ele atendeu após um tempo consideravelmente longo.

— Ei, Liz. Tudo bem? — perguntou, sua voz estava tensa, preocupada e eu me senti horrível por ele.

— Está sim, Quil. E com você, está tudo bem? — pergunto, olhando para a floresta. Estava em pé na sacada do meu quarto, era uma visão bonita e eu me apeguei a ela nessas últimas semanas.

— Não muito... — disse, sendo sincero — Você está falando com o Jacob? — perguntou, eu inspirei antes de responder.

— Não, não somos mais amigos. — digo, as palavras ditas em voz alta eram ainda mais dolorosas do que ditas mentalmente. Não somos mais amigos. Cheguei no meu futuro, aquele em que passei várias noites acordadas apenas pensando como seria.

Ah... Então ele se afastou de você também. O que acha que está acontecendo? — perguntou, sua voz era deprimente, eu suspirei, pensando um pouco antes de responder.

— Acho que ele está machucado, Quil, e Sam está o ajudando... Sinto muito por ele ter se afastado de você, mas acho que ele está fazendo isso para se acalmar, para não o machucar também. — digo, cautelosa, não sabia bem sobre o que estava falando, mas queria o reconfortar.

— É uma explicação melhor de se ouvir do que a da sua irmã... — tentou brincar e eu sorrio, sabendo bem disso. — Mas eu não entendo, ele apenas poderia falar algo, não é? Mas ele e Embry me evitam como se fossem cegos e surdos. — disse, e eu fiquei triste por ele.

— Também não entendo, Quil... Queria poder responder o porquê eles fazem isso, mas também não sei. — lamento, era horrível fazer isso com um amigo.

Jake sabe muito bem disso, ele sentiu na pele quando foi Embry que o tratava assim, então devia ser um motivo bom para fazer a mesma coisa com o Quil, não é? Claro que como o Billy disse, Jacob não tem controle de suas transformações, mas por que se afastar completamente? Por que essa história toda sobre não poder mais ser amigo? Algo me dizia que Bella tinha uma certa razão, isso tinha a ver com o Sam e eu até me meteria nesse assunto se eu tivesse força o suficiente para lidar com isso.

— Enfim, vim te dá uma boa notícia. — aviso, com uma voz mais animada para cortar o clima ruim da conversa.

— Não ganho uma boa notícia há algum tempo. — murmurou, parecendo um pouco melhor — O que é?

— Consegui o seu encontro, meu amigo. Com Allison Monroe. — informo, ele rir do outro lado da linha.

— Não brinca. Sério!? — perguntou, e eu concordei — Caramba... Pensei que ela nem lembrava mais de mim.

— Ah, Ateara, você não poderia estar mais enganado. Precisava ver o brilho naquele olhar quando eu disse seu nome. — afirmo, ele rir animado.

— Liz, juro, acho que eu sou muito emocionado porque estou apaixonado por sua amiga. — avisou, me fazendo rir.

— Tem certeza que não é só uma obsessão passageira, Quil? — pergunto, me lembrando da Bella e ele nega rapidamente.

— Tenho, muita certeza, estou até morrendo de medo de algo dá errado... — disse, me deixando mais aliviada, não queria que ele machucasse a Allie. — Como que ela ficou? Ela pareceu meio desinteressada ou pareceu feliz?

— Bem, ela ficou feliz, depois corou, e, ah! E também te chamou de adorável. — conto, ele parecia muito animado, completamente diferente de antes.

Adorável! Tem certeza mesmo? — perguntou me fazendo rir.

— Tenho, Quil. Tenho sim. Mas acho que devo te avisar que ela nunca esteve em um relacionamento antes, então não tente ir muito rápido. — aviso.

— Ok, compreensível, também nunca estive em um relacionamento. — concordou.

— Marquei um cinema em grupo com alguns amigos, você vai ver que todos eles são como irmãos atazanados, mas vamos deixar vocês a vontade. — explico como seria, ele faz um som desconfiado.

— Hmm, e nenhum deles gosta dela? — perguntou, me fazendo sorrir.

— Irmãos atazanados mesmo, Ateara. Provavelmente eles vão fazer algumas brincadeirinhas sobre um possível romance entre vocês dois, nada que os deixe desconfortáveis, apenas um pouco envergonhados, porém é nesse momento que você ataca e diz o quanto ela fica linda corada! — sugestiono, já imaginando a cena e ele rir novamente.

— Ela fica mesmo linda corada, acho que me apaixonei quando eu vi suas bochechas vermelhas e ela ajeitou seus óculos como se fosse um anjo... Estou louco por ela — murmurou, e eu percebi que ele não estava exagerando nem um pouco quando disse que está apaixonado.

— Que meigo, Quil! Você todo romanticozinho. Agora entendi o porquê do “Adorável”. — brinco, sorrindo com isso, sentia que eles dariam certo.

— E que dia vai ser? Estou disponível a qualquer momento.

— Estávamos decidindo isso, quer que eu o coloque no grupo? Assim você pode logo ir se enturmando. Também temos que decidir o filme. — lembro, ele nem pensa antes de responder.

— Claro. Isso vai ser ótimo. — concordou, e eu sorri.

— Ok, acha que consegue se enturmar sozinho? Podemos ficar em ligação para eu te ajudar. — ofereço, já mandando mensagem para o grupo dos meus amigos, todos estavam online devido a mensagem que Noah tinha mandado naquela hora.

— Meu Deus, você com certeza é a amiga mais legal de todas! Eu obviamente vou aceitar, estou morrendo por dentro nesse exato instante. — admite, me fazendo rir.

— Poderá me agradecer se vocês se casarem, quero ser a madrinha desse matrimônio. — brinco, vendo as novas mensagens dos meus amigos.

— Certo, combinado. — concorda, sorrindo.

Passei o resto da tarde ajudando Quil a se enturmar no nosso grupo. O grande feito era mais dele, já que eu não dava as respostas que ele enviaria, e sim o guiava. Os outros receberam ele muito bem, era legal a facilidade que eles tinham em fazer amizade, logo eu não precisava mais ajudar o Ateara e apenas o provocava pelo telefone quando ele falava mais diretamente com a Allison.

Me sentir bem o ajudando em seu ânimo, e mais bem ainda ao saber que agora seu círculo de amizade aumentaria.

Nós decidimos o dia que iríamos até o cinema, seria no domingo, daqui a dois dias. A sessão era às 16:50 horas, assistiriamos um filme chamado Duro de matar, era de ação e foi sugestão da Bella. Iríamos às 10:00 para dá uma volta pela baía e almoçarmos. Iríamos em dois carros diferentes, Noah daria carona para mim, para Allison e para o Quil; enquanto Diego daria carona para Harry, Camilla e Bella. Seria legal e era bom porque eu já tinha coisas para fazer por dois dias, e me ocupar era algo que eu precisava bastante ultimamente.

O resto do dia passou voando. Ultimamente, quando anoitecia, minha irmã chegava do seu trabalho na loja dos Newtons, e eu a ajudava a preparar o jantar. Comíamos entre família, e as vezes eu me sentava do lado do meu pai para assistir a algum jogo na televisão.

Era normal que todas as minhas emoções permanecessem sob controle de manhã até a noite, mas a madrugada chegava e o vazio inevitavelmente aparecia. Eu ficava acordada, pensava em Jake e em como eu havia sido uma babaca em absolutamente tudo o que eu falei. Era o momento que eu mais sentia vontade de ligar para ele, para pelo menos escutar a sua voz já que não poderia pedir desculpas, mas me contentava em entrar na playlist de música que ele havia me dado de presente no meu aniversário.

Queria contar a verdade para ele, explicar tudo, mas não adiantaria.

Oi, meus amores! Como vocês estão?

Capítulo com 5576 palavras, isso que eu chamo de grande. Chegamos em um grande momento da história, Jacob finalmente virou um lobão, pena que a Liz é muito cabeça dura para não ir atrás dele logo.

Não se esqueçam de votar <3

Continue Reading

You'll Also Like

104K 3K 10
Depois de sofrer uma perda terrível Dom e sua família decidiram se afastar de problemas, porém o um novo assunto aparece e eles terão que enfrentar o...
847K 38.2K 88
📍𝐂𝐨𝐦𝐩𝐥𝐞𝐱𝐨 𝐃𝐨 𝐀𝐥𝐞𝐦𝐚̃𝐨 - 𝐑𝐢𝐨 𝐃𝐞 𝐉𝐚𝐧𝐞𝐢𝐫𝐨, 𝐁𝐫𝐚𝐬𝐢𝐥 "dois corações unidos num sentimento, novinha e guerreiro em um só...
1.7K 127 13
Elsi perdeu seu pai em um confronto com a máfia italiana e desde então vive em um orfanato aos cuidados de Thomas Shelby o temido lider dos Peaky Bli...
1.9K 126 40
Uma menina chamada Elizzy Ackerman é encontrada no meio da floresta no tempo chuvoso,des de então sua vida muda completamente depois de encontra os Q...