Encontro com o passado - MADE...

By aluisa_

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Encarei meu reflexo no espelho de corpo todo em uma das portas do armário, usando só a lingerie. Apesar dos m... More

Oi sumido
Casalzinho butequeiro
Sem tirar a roupa
Tchau falou
Ponta solta
Dois idiotas
Como é que larga desse trem?
Show completo
Melhor terminar
Traí sim
Coração infectado
Repertório de outro
Solidão é uma ressaca
É rolo
Bengala e crochê
Aí eu bebo
Lágrimas
Ligação de emergência
Fala a verdade
Veneno e remédio
Nem Tchum
Campo minado
Não abro mão
Certo pelo duvidoso
Libera ela
Te procurava de novo
Incomparável
Futuro
No dia do seu casamento
No dia do seu casamento II
Quase um casal
Nunca vai ser um adeus
Correntes e cadeados
Imagina
Cachorro de madame
Amores da minha vida
Só lamento
Medo bobo
A culpa é nossa
Ex de algúem
Presepada
Se olha no espelho
5 minutos ou 50 anos
Calma respira
Jogo é jogo
Cuida bem dela
A pergunta
Felizes para sempre

Sem legenda

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By aluisa_

- Será que ela já tá chegando? - perguntei pela milésima vez, tamborilando meus dedos no balcão de granito da cozinha, fazendo com que Wendell revirasse os olhos.

- Amor... - ele contornou o balcão e parou na minha frente, me segurando pelos dois braços e olhando no fundo dos meus olhos - calma. Ela não disse que vinha?

Concordei com a cabeça, fazendo beicinho.

- Disse... Mas sei lá... Pode ter surgido algo de última hora... Ela já desmarcou várias vezes na última semana...

- Maraisa - Wendell me interrompeu, rindo - se acalma. Você parece que tá tão nervosa quanto no dia que foi contar para a sua família que estava grávida...

- Eu tô calma - respondi, irritada, cruzando os braços na frente do peito.

Mas, no fundo, eu sabia que ele tinha razão. Até eu me sentia assustada com o nível de ansiedade que eu estava naquele momento. Talvez eu estivesse há tanto tempo planejando aquilo que eu simplesmente não via a hora de poder, finalmente, contar tudo para a Maiara.

Desde que eu saíra do hospital, cinco semanas atrás, havia sido uma missão impossível conseguir mais do que quinze minutos a sós com a minha gêmea. Maiara estava em uma rotina frenética de shows e reuniões burocráticas com a nossa equipe. Isso porque ela me proibira não só de subir no palco, mas também de administrar qualquer coisa relacionada com as nossas empresas ou até mesmo resolver as questões de logística da dupla.

Eu não tinha dúvidas de que ela estava passando um sufoco para dar conta de tudo. Prova disso era o seu sumiço de casa. Quando ela não estava em show, em reunião, ou em algum outro compromisso profissional, minha gêmea ficava com o Gustavo, organizando as coisas para o casamento, já que ela decidira, recentemente, que queria casar ainda grávida.

Apesar da evidente correria, todas as raras vezes em que eu cruzava com a Maiara e conseguíamos trocar algumas palavras - nunca mais do que alguns minutos antes do telefone dela tocar e nos interromper - minha irmã sempre dizia que estava tudo ótimo e mudava o assunto de imediato.

Mesmo tendo ciência do provável caos que ela estava vivendo, eu sabia que era inócuo insistir em oferecer ajuda ou fazer ela parar. Maiara era, acima de tudo, teimosa e orgulhosa. Ela jamais assumiria que não estava dando conta. Ia fazer o possível e o impossível para que eu ficasse em casa, cuidando de mim e da minha filha, sem correr risco algum.

Sendo assim, não me restou nada a não ser assumir o personagem de "aposentada aos 35 anos de idade": passar o dia vendo Netflix, fuçando as redes sociais, fazendo pilates, ou tentando descobrir algum hobby novo. Tudo isso enquanto assistia minha barriga crescer cada dia mais, ao ponto de, recentemente, eu testemunhar minha primeira peça de roupa deixar de servir em razão da gravidez.

Toda vez que eu achava que ia surtar, depois de tanto tempo desocupada, tentava mentalizar que eu precisava fazer o esforço da Maiara e de todo o resto da minha família valer a pena. Precisava levar minha gravidez até o final, sem colocar ainda mais a "monstrinha" em risco.

Naquele domingo, eu finalmente tinha conseguido combinar de jantar com a Maiara em casa, depois de ela desmarcar pelo menos uma cinco vezes nos dias anteriores. Mas, naquele dia, eu sabia que a minha irmã não teria show nenhum e praticamente tinha ameaçado ela a ficar em casa e jantar comigo, mentindo que eu estava morrendo de desejo de pizza e precisava de companhia para comer.

- Ela disse que chegava às 20h - falei para o Wendell, levantando o olhar na direção do relógio pendurado na parede da cozinha - faltam dez minutos.

- Ela já vai chegar - Wendell disse, pausadamente, visivelmente tentando me acalmar - logo mais o Jorge chega também. Vamos sair para tomar uma, mas prometo que não volto tarde.

Torci o nariz, fazendo cara de desgosto, mas logo em seguida sorri.

- Aproveitem por mim. Se tem uma coisa que eu sinto falta é sair para tomar uma com o Jorge...

Wendell beijou o topo da minha cabeça, rindo, me envolvendo em um abraço logo em seguida.

- Aguenta firme, cachaceira... Mais uns quatro meses e a nossa "monstrinha" já nasce e você já pode voltar a virar cachaça em show...

- Você não sabe nada de maternidade, né? - rolei os olhos, dando um tapa no braço dele - não é bom beber enquanto amamenta...

- Tudo bem, bebo por você por mais um tempo então - Wendell me lançou um sorrisinho brincalhão, antes de me dar um beijo na boca, evitando que eu retrucasse.

- Sabia que ela já tem nome, né? Não precisa mais chamar de "monstrinha"... - soltei, assim que nossos lábios se separaram, roçando meu nariz no dele, antes de me encostar novamente no balcão, a mão apoiada no ventre.

- Sei - ele sorriu, pegando o casaco e o celular de cima da bancada, se aproximando novamente para dar um beijo na minha barriga - mas ainda não me acostumei em chamar ela de...

Wendell foi interrompido pelo som da campainha, que fez com que eu arregalasse os olhos e desse um suspiro genuíno de alívio. Maiara chegara. Em um pulo, me desencostei do balcão e fui até o hall, abrindo a porta, ansiosa como uma criança de cinco anos recebendo o papai noel na noite de natal.

Mas, para a minha surpresa, haviam duas pessoas paradas do lado de fora. Assim que reconheci o homem junto da minha irmã, abri um sorriso.

- Olha quem eu catei chegando junto comigo no condomínio - a voz inconfundível de Jorge encheu meus ouvidos - minha ruivinha preferida!

Maiara estava pendurada no pescoço dele, sorridente, enquanto Jorge a abraçava, quase tirando-a do chão.

- Você veio sair com ela ou comigo? - Wendell surgiu do meu lado, a chave do carro na mão, franzindo o cenho.

- Ih, meu patrão tá com ciúmes - Jorge riu, soltando minha irmã e dando um passo na minha direção, deixando um beijo demorado na minha bochecha antes de me envolver em um abraço apertado - na verdade, vim visitar a mulher mais bonita do mundo - ele desfez o abraço e me encarou de cima a baixo, pegando minha mão e fazendo com que eu desse um giro de 360º na frente dele - que sempre foi linda, mas agora, grávida, ficou mais linda ainda!

Wendell rolou os olhos, enquanto Jorge e Maiara pareciam se deliciar com a expressão impaciente dele.

- Juro por deus, Jorge - Wendell soltou, me dando um beijo rápido de despedida e passando pela porta, parando no patamar da escada de pedra - se você não fosse meu melhor amigo, acho que eu já tinha te dado uma surra - ele mordeu o lábio, sem conseguir esconder um sorriso - anda logo, vamos deixar as meninas em paz.

- Fala sério, você me ama, Nuxx! - Jorge beijou minha mão e, em seguida, a da Maiara, antes de sair, tentando acompanhar o Wendell em direção ao carro estacionado na rua, apressando o passo.

- Esses dois... - Maiara riu, me dando um beijo na bochecha, enquanto eu observava o carro do Wendell se afastar da casa, antes de fechar a porta - a pizza já chegou? Tô morrendo de fome!

Maiara saltitou até a sala, se jogando no sofá, desandando a falar sobre tudo que ela fizera durante a semana, desde fofocas nos bastidores dos shows, encontro com os fãs, até reuniões com nossos empresários.

Durante todo o tempo que ela falava, tão rápido que quase se enrolava com as palavras, como se a sua língua não desse conta de acompanhar seu raciocínio, eu não conseguia conter o sorriso, me deliciando com a voz da Maiara enchendo a casa e quebrando o silêncio que tanto me incomodara nas últimas semanas.

Enquanto comíamos nossa pizza, minha irmã tagarelava, animada, entretida em me contar, naquele momento, sobre como estava difícil decidir uma data para o casamento com o Gustavo. Eu estava tão concentrada em ensaiar tudo que eu queria falar para ela que apenas captava fragmentos perdidos da conversa e concordava com a cabeça, sem contestar.

- Eu queria em janeiro - ela disse, de boca cheia, segurando uma fatia de pizza - mas a cerimonialista disse que maio o clima é muito melhor... Mas, ao mesmo tempo, não sei se quero casar ao ar livre na fazenda... Isso é muito mais a sua cara do que a minha...

Eu estava me remoendo por dentro, tentando encontrar o momento ideal para interrompê-la e finalmente contar o motivo de estarmos ali. Sentia como se houvesse borboletas passeando dentro do meu estômago, quase como se a própria "monstrinha" estivesse pedindo para que eu mandasse a Maiara calar a boca de uma vez e terminasse com toda a ansiedade que eu estava sentindo há semanas, lutando para arrumar uma brecha na agenda da minha irmã para finalmente poder contar a novidade.

No fundo, eu queria ter preparado algo mais elaborado, mas eu sabia que um jantar descontraído entre irmãs no sofá da sala de casa pegaria ela totalmente desprevenida.

Já havia se passado quase uma hora desde que a Maiara chegara quando ela finalmente percebeu que eu não tinha verbalizado praticamente nem uma frase completa até aquele momento, apenas soltado pequenas interjeições de surpresa enquanto ela contava tudo que tinha para me dizer.

- Só falamos de mim até agora - Maiara me encarou, curiosa, como se tentasse ler a minha mente - vamos falar de você e da minha sobrinha! Posso saber o que vocês andaram fazendo durante essas cinco primeiras semanas de repouso absoluto?

Torci o nariz, encarando-a, antes de responder. O tempo passara tão devagar para mim nos últimos dias que eu tinha a sensação de que havia se passado uma eternidade, e não só cinco semanas. Pensar nisso me deu um leve desespero, fazendo eu constatar que ainda tinha mais alguns meses pela frente de prisão para cumprir.

- Você sabe muito bem o que eu ando fazendo e que foram as cinco semanas mais entediantes da minha vida. Ou você acha que eu não sei que você obrigou todos os funcionários da casa a te passar um relatório diário detalhado sobre tudo que eu faço?

Maiara tentou disfarçar o riso, um sorriso travesso surgindo em seus lábios.

- O relatório não é diário, é a cada 6h - ela deu de ombros, me corrigindo, bebendo um gole longo do copo de refrigerante - não confio em deixar você mais do que isso sem supervisão.

Eu ri, revirando os olhos. Maiara sempre fora superprotetora, e eu, depois do desmaio durante o show, tinha dado todos os motivos e justificativas para que ela deixasse seu lado maternal aflorar e me controlar.

- Não é como se a minha vida estivesse muito emocionante - falei, enquanto mordiscava um pedaço da pizza no meu prato - no último mês eu praticamente zerei a Netflix. Pode me perguntar o que for sobre qualquer série que esteja no top dez mais assistidos... - Maiara riu com o comentário, se inclinando para pegar outra fatia na mesinha de centro.

- Tudo pelo seu bem - ela falou, a boca cheia - você ainda vai me agradecer no futuro por isso.

Eu sorri, sentindo que a conversa havia tomado o rumo perfeito e me dado a brecha que eu precisava para dar a notícia que eu queria sem que ela desconfiasse.

- No futuro, não - falei, colocando o prato vazio sobre a mesa de centro e me acomodando de novo no sofá, as pernas cruzadas em cima dele - agora. Na verdade, acho que nada que eu fizer vai ser suficiente para agradecer o que você fez e ainda está fazendo por mim desde aquele dia.

Maiara rolou os olhos, também repousando o prato na mesa.

- Vou te poupar dessa conversa cheia de gratidão - ela sorriu, segurando minha mão - eu sei que seu forte não é demonstrar sentimentos. E você sabe que não precisa agradecer por nada, irmã. Você faria o mesmo por mim. Saber disso já é o suficiente.

Eu sorri, um misto de segurança e conforto invadindo meu peito. Maiara era meu porto seguro, a certeza de que eu nunca estaria sozinha. E eu sempre soubera disso. Mas a forma natural com que ela assumira, sozinha, toda nossa agenda de compromissos, sem titubear, havia me surpreendido. Me mostrado que nossa conexão e nosso amor eram, de fato, sem legenda.

Minha gêmea, desde o dia do meu desmaio, mais de um mês atrás, tinha encarnado o papel de mãe superprotetora: me mandava mensagem o tempo todo, repassava as orientações sobre os meus remédios e minha dieta para os funcionários da casa, tudo isso enquanto trabalhava por ela e por mim.

E eu, acostumada a ser a que dava ordens, organizava tudo e consolava minha irmã, assisti uma Maiara forte, decidida e independente tomar forma.

- Irmã - falei, colocando as duas mãos dela entre as minhas, tentando controlar o nervosismo e ansiedade em dar a notícia que estava por vir - você é um pedaço de mim. Literalmente. Não sou nada sem você. Nada mais justo que o pedaço de mim que eu carrego hoje e você tanto está se esforçando para proteger também seja um pedaço de você, mesmo que indiretamente...

Maiara me encarou, visivelmente intrigada, enquanto eu levantava e pegava a sacola de papel pardo que eu havia deixado do lado do móvel da sala. Assim que eu sentei de volta no sofá, o olhar curioso da minha irmã ficou fixo no pacote, a testa franzida.

- Maraisa, que diabos... - ela começou, antes de eu colocar a sacola em seu colo, fazendo com que minha gêmea automaticamente ficasse em silêncio.

Curiosa, a ruiva não demorou dois segundos para tirar o conteúdo de dentro da sacola. Com uma rapidez surpreeendente, que só uma pessoa ansiosa como ela teria, Maiara desembrulhou o pacotinho. Depois, a expressão curiosa deu lugar a um misto de surpresa e confusão.

Em suas mãos, minha irmã segurava o objeto que eu já conhecia cada detalhe, de tanto que eu o observara nos últimos dias: um quadrinho redondo, revestido por um tecido rosa claro, onde quatro letras e algumas flores rosas e folhas orneadas estavam delicadamente bordadas.

- Irmã... - Maiara encarava, atônita, o quadrinho, como quem está tendo processar um turbilhão de informações. Sentada a poucos centímetros de distância dela, eu podia escutar a sua respiração a cada segundo mais descompassada.

- Sim, é o nome da "monstrinha". Eu e o Wendell escolhemos no momento em que você colocou o pé para fora do quarto do hospital naquela madrugada. Ali, eu enxerguei que eu queria que a minha filha fosse como você: leal, decidida, altruísta, que faz o impossível para proteger quem ama, mesmo que, às vezes, seja arriscado ou até mesmo insano.

Maiara finalmente levantou o olhar do quadrinho, me encarando, ainda visivelmente incrédula, os olhos cheios de lágrimas.

- Maraisa...

- É um nome curto e forte - interrompi ela, ciente de que se eu deixasse a Maiara falar e perdesse o fio da meada, também iria cair no choro e não falaria a parte mais importante daquilo tudo - significa "mãe", e acho que foi exatamente isso que você foi para ela naquele dia lá no hospital. Você tomou por mim todas as atitudes que eu, como mãe, deveria ter tomado - percebi que as lágrimas sutis que antes escorriam dos olhos da minha irmã haviam se tornado um choro pesado e compulsivo - sem contar que o nome lembra o da tia preferida dela... Quer dizer - fiz uma pausa dramática, segurando a mão da Maiara entre as minhas duas - da madrinha dela.

Minha gêmea pareceu congelar, me encarando, os lábios entreabertos entregando que ela havia sido pega completamente de surpresa e desprevenida. Aos poucos, sua expressão foi suavizando, sendo substituída por um sorriso enorme de satisfação, enquanto baixava o olhar para o presente em suas mãos.

Os olhos cheios de lágrimas da Maiara continuavam encarando o quadrinho redondo, as quatro letras ali bordadas saltando aos olhos, enquanto um sorriso bobo surgia em seus lábios.

- Madrinha... - ela sussurrou, levantando o olhar na direção do meu, esticando o braço o suficiente para encostar a mão na minha barriga - eu sou madrinha da... - a voz dela embargou um pouco ao pronunciar o nome da afilhada - Maya.

Devolvi o sorriso, puxando minha irmã para mais perto, enquanto me deliciava em pensar em como o nome da minha filha soava tão bem aos ouvidos, ainda mais dito por outras pessoas.

"Maya" - repeti, mentalmente, sílaba por sílaba, enquanto Maiara escondia o rosto no meu peito e desandava a chorar de emoção. Eu tinha certeza que ela se emocionaria com a surpresa, mas não havia imaginado que seria tão intenso.

- Maiara... - eu disse, depois de deixar ela chorar por quase um minuto, em silêncio, afagando os cabelos ruivos dela - sei que você tá emocionada, mas não era minha intenção que você chorasse tanto...

Ela levantou a cabeça, enxugando um pouco as lágrimas com as costas da mão.

- Irmã... Eu sabia que a nossa conexão era forte, mas admito que estou um pouco assustada...

Franzi o cenho, curiosa, sem entender onde ela queria chegar com o comentário, nem mesmo o motivo dele. Percebendo minha expressão de confusão, Maiara sorriu, levantando do sofá, subindo as escadas para o andar de cima, pulando de dois em dois degraus. Menos de trinta segundos depois, ela reapareceu, descendo na mesma velocidade com a qual subiu.

Somente quando ela estava próxima de mim novamente, chegando no sofá, foi que eu percebi o que ela segurava na mão.

- Maiara... - foi só o que eu consegui dizer, enquanto ela sentava de novo do meu lado, um sorriso travesso se misturando com as lágrimas que ainda corriam de seus olhos.

Ela assentiu com a cabeça, sem dizer nada, me estendendo a sacola de papel pardo que ela segurava.

- É exatamente isso que você está pensando.

- Ah não... - senti um nó subir pela garganta, praticamente em estado de choque, sem conseguir sequer pegar a sacola da mão dela - cê tá de brincadeira véi...

Maiara fez que não com a cabeça, dando uma risada.

- Acho que tivemos a mesma ideia - minha gêmea soltou, tão ansiosa que abriu a sacola ela mesma e tirou o conteúdo, colocando em cima do meu colo - e mandamos fazer o mesmo modelo, no mesmo lugar.

Fiquei perplexa, sentindo o choro me vencer e descer de uma forma avassaladora. Segurei o presente com as duas mãos, encarando-o, deixando escapar alguns soluços, enquanto Maiara ainda estava visivelmente chocada com a coincidência, sem conseguir conter o riso, que se misturava com as lágrimas.

Era um quadrinho redondo, com fundo azul claro, com quatro letras bordadas.

- Só aceito ser madrinha da sua Maya com uma condição - minha irmã encostou a cabeça no meu ombro, enquanto eu passava o dedo, devagar, em cima das quatro letras bordadas no quadrinho, meu coração invadido por um misto de sentimentos indecifráveis - se você for a madrinha do meu Noah.

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E hoje é aniversário de uma das nossas leitoras mais fiéis, dona da playlist que tira o choro de todos os leitores de Encontro com o Passado! hahahahaha Parabéns, Helô! Esse é pra você! 🥰❤️

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