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Act 2 - "Deixe as folhas velhas caírem"
Chapter 85
Você está criando tempestade em copo d'água ...
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{Domingo – Três dias para o volta às aulas}
Bárbara Narrando
Era perto das 10, ou 11 da manhã. Não estou com muita noção de tempo hoje.
Eu vestia um moletom de Victor, um short de pijama e uma meia. Dormi na casa dele ontem, e estou aqui até agora. Parece que a mãe dele teve uma emergência na clínica, e ainda não voltou. Por isso, Victor havia me chamado para ficar com ele. Como era um sábado, eu claramente fiquei meio em dúvida de deixar minha família para ficar com ele, mas meu namorado insistiu MUITO.
Bom, final da história? Estou aqui, deitada, apenas ouvindo ele digitar por completas duas horas. Não sei o que ele está fazendo, já que eu estava de costas.
Como isso foi acontecer? Bom, depois que tomamos café, viemos para seu quarto, fazer literalmente nada. Então, ele pegou seu celular – depois do objeto apitar inúmeras vezes – e digitar sem parar. Com quem ele está conversando e rindo? Não me importa.
Não que eu esteja com ciúmes de um celular. Não sou de ter ciúmes por conversas. Mas eu acho extremamente irritante o fato de ele ter insistido tanto em eu vir para cá, e agora, ficar no celular. E também, não sou grudenta, eu deixo espaço para ele, mas não acho que seja mega e ultra divertido ficar vendo ele nem dar bola para a minha presença.
Não quero dizer nada, mas me irrita. E muito.
Acho que peguei essa raiva de Alex, já que quando nos víamos, ele ficava fazendo outras coisas, mas nenhuma delas comigo.
─ Vai mesmo ficar no celular enquanto eu estou aqui? – eu perguntei, retirando o silêncio daquele quarto.
Ele ficou alguns minutos sem responder.
─ Não entendi o problema. – ele disse.
─ A questão Victor, é que você insistiu muito para eu vir pra sua casa e agora você fica aí, fazendo sei lá o que. – eu disse, saindo da posição deitada para sentada.
─ Eu achei que você estava dormindo tá? – ele disse.
─ Deixa de ser idiota! Você sabe muito bem que eu não estava dormindo. – rebati.
─ Mas porque demônios você tá tão brava? – ele perguntou, com uma feição que me chamava de estúpida em 30 línguas diferentes.
─ Porque você está sendo um puta cara idiota de ficar nisso! Uma das coisas que me fez terminar com Alex foi ESSE tipo de importância que ele me dava. Não estou com ciúmes da merda do seu celular, mas poxa, custa ver ele quando eu já tiver ido embora?! Porque depois, não adianta me mandar mensagem dizendo que tá com saudade pra eu chegar aqui e você fazer ISSO. – eu disse.
─ Olha, você está criando tempestade em copo d'água. Eu sempre fico com você, mas como a gente não estava fazendo nada eu peguei o celular, mas aí começaram a conversar no grupo e eu entrei na conversa e nem vi o tempo passar. Desculpa se isso te incomodou. – ele disse, calmo.
Legal, ele está fazendo eu me sentir uma idiota louca surtada.
─ Não adianta você falar isso na maior calma, tentando ressaltar que eu sou a descontrolada aqui. Eu NUNCA liguei pra essas coisas, mas Victor, você insistiu tanto pra eu vir, pra agora ficar 2 horas no celular conversando? – eu disse.
─ Tá, então você está brava porque eu estava no celular por duas horas? – ele perguntou.
─ Não só por isso Victor, mas tipo, poxa, você não acha meio, falta de consideração? Eu deixei meus pais em casa pra vir ficar com você, porque eu entendo que você odeia que a gente fique muito tempo sem se ver e tals, mas tipo, nem pra você valorizar. E antes que você fale, eu.... – eu ia dizer.
Meu celular começou a tocar. Levantei da cama, peguei ele e abri a chamada.
Mamis está te ligando
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Você está em ligação com Mamis
00:00 minutos
─ Oi mãe. – disse, atendendo à ligação.
─ Oi filha! Como vão as coisas aí com Victor? – ela perguntou.
─ Vão... – disse, tentando encontrar uma mentira boa o suficiente. – Bem.
─ Que bom! Então, sua tia Gabi mandou mensagem... – ela disse.
─ A mãe do Bak? – perguntei.
─ Isso, e ela disse para irmos dormir na casa dela hoje... – ela disse.
─ Assim, do nada? – eu perguntei.
─ É que ela me ligou de manhã, perguntou como estavamos, e eu contei que você estava bem melhor, que estava namorando e tals. Aí ela que nós vamos pra casa dela hoje... – ela explicou.
─ Tá bom, então eu vou juntar minhas coisas aqui e ir pra casa. – eu disse.
─ Obrigada querida, até daqui a pouco. – ela disse.
─ Até... – eu disse.
Mamis encerrou a chamada
04:07 minutos – Chamada encerrada
Mano, eu amo a tia Gabi.
Oportunidade perfeita para eu ir embora e evitar essa discussão que para Victor, não tem sentido nenhum, mas para mim tinha.
Coloquei meu celular dentro da minha mochila, coloquei as coisas que estavam jogadas, como carregador e outras coisas.
Fechei tudo e coloquei uma calça de moletom por cima do shorts que eu usava.
─ Onde você vai? – ele perguntou.
─ Não ouviu a conversa? Vou pra casa. – eu disse, amarrando meus tênis e pegando minha mochila.
Comecei a andar até a escada, saindo do quarto de Victor. Ouvia ele saindo do mesmo apressado.
─ Espera! A gente nem terminou de conversar... – ele disse, enquanto descia as escadas comigo.
─ Que pena! Vamos deixar pra outro dia, talvez um dia que seu celular esteja quebrado. – disse, sarcástica, abrindo a porta da casa.
─ Espera. – ele disse pegando meu braço. – Fica. Por favor...
─ Pra que? Pra você ficar conversando com os seus amigos? Não, valeu. – eu disse, saindo da casa.
─ Peraí caralho. – ele disse, pegando meu braço de novo. – Deixa eu pelo menos te levar...
─ Não. Tchau Victor. – eu disse, fechando a porta.
Saí da casa dele e comecei a voltar para a minha à pé.
Não queria brigar com ele. Talvez eu deveria ter ficado quieta.
Mas me irrita muito, demais. Não foi só com ele, mas com qualquer pessoa que faça essa palhaçada.
Detesto brigar com ele, mas não falar nada, na minha opinião, faria ele pensar que não tem problema fazer isso sempre.
Chateada, eu andava de volta pra casa.
Eu amo muito ele, mas tem horas que ele faz umas merdas....
Sei que talvez, ele não tenha culpa, ou que talvez ele pensou que eu realmente estava dormindo, ou...
Esquece, eu sei que ele não fez de propósito, mas não deu a mínima em eu estar ali.
Talvez eu realmente esteja fazendo tempestade em copo d'água.
Ou, eu esteja certa.
Ou eu estou certa, mas errada em abrir a minha boca. Pois agora, ele está chateado (ou não) e eu estou chateada.
O que adiantou? Nada. No máximo, ele entendeu que eu detesto esse tipo de coisa.
Quando eu namorava com Alex, e depois que a minha irmã desapareceu, eu precisava dele. Precisava de um apoio. Mas, Alex me trocava por celular, festas, amigos, e etc.
Acho que isso rendeu um certo trauma, e eu odeio que façam isso agora.
Parei na frente da porta de casa, peguei minhas chaves e abri a porta.
Não vi meus pais na cozinha.
Meu pai assistia ao jornal da manhã, e minha mãe descia as escadas.
─ Oi filha! – ela disse, me abraçando.
─ Oi... Desculpa deixar vocês aqui, mas... – eu ia dizer.
─ Não tem problema! Você fica com a gente a semana inteira, não tem problema ir ficar com Victor. Falando nisso, cadê ele? – ela perguntou.
─ Ele está na casa dele. Por que? – eu perguntei.
─ É que, eu esqueci de te avisar, que a tia Gabi queria conhecer o Victor também, porque eu comentei que você estava namorando e tals, e ela ficou meio empolgada demais.... – ela disse.
Merda.
─ Tá, mas, eu tenho que avisar alguma coisa, ou... – eu perguntei, meio apreensiva.
Não quero falar com ele. Pelo menos não agora.
─ Não, eu já liguei pra Angélica, pra avisar. – ela disse.
Me segurei para não dizer "ufa".
─ Ah, obrigada... – eu disse.
─ Melhor ir arrumando as coisas, porque temos que estar lá no almoço. – meu pai sugeriu.
─ Tá bom. Vou pro quarto. – eu disse, subindo as escadas.
Merda merda merda e mais merda.
Por que raios minha tia ia querer conhecer Victor, E POR QUE HOJE?
Na minha cabeça, era uma ótima ideia: iria passar o dia de hoje e amanhã longe dele, esfriaria a cabeça e depois eu via o que eu fazia amanhã.
Mas agora, vou ter que ir com ele.
Que bosta.
Minha mochila estava praticamente pronta, já que eu tinha passado a noite em outro lugar.
Tirei algumas roupas, coloquei outras, mais ajeitadas e tals.
Coloquei roupas íntimas de reserva, absorvente e tudo mais me uma bolsinha pequena.
Depois de uns 30 minutos, estava tudo arrumado.
Peguei uma roupa, entrei no banheiro, me despi e entrei no chuveiro quente.
Eu lavava meu cabelo e pensava em tudo o que tinha acontecido hoje.
Acho que eu me deixei extravasar demais.
Não era o fim do mundo ele estar no celular, se eu me aproximasse, talvez ele parasse e eu teria evitado toda essa confusão.
Mano, EU SIRVO PRA QUE ARROMBADA? TU TEM MENTE PRA QUE SE VOCÊ FAZ ESSAS MERDA?
Você também não é santa não, me enche de insegurança e quer vir dá palpite?
Cala a boca.
Por que que você foi brigar?
Ele te odeia agora.
Parabéns, conseguiu mais uma decepção.
Enxáguo meu cabelo do shampoo e passo condicionador.
Deixo meu cabelo descansar por uns quinze minutos, e logo enxaguo novamente.
Desligo a água, me enrolo em uma toalha e sai do box.
Passo a mão pelo espelho embaçado, olhando minha cara.
Eu estava um caco.
Brigar sempre me cansou demais, não só fisicamente, mas mentalmente também.
Passei creme no meu corpo e coloquei uma roupa.
Passei protetor térmico no meu cabelo e sequei o mesmo no secador.
Coloquei um shorts jeans, uma camiseta qualquer e um suéter preto, que ia até a metade das minhas coxas.
Eu amava aquele suéter. Era liso, quentinho e perfeito.
Saio do banheiro, penduro a toalha, pego minha mochila e saio do meu quarto.
Desço as escadas e escuto vozes conversando.
Entro na sala e vejo Victor sentado no balcão, enquanto nossos pais conversavam.
Sua cara era de tédio, e de chateação também.
─ Ah, filha, que bom que você chegou. Então, a gente tá pensando em já ir agora... – meu pai disse.
─ Tá bom... – eu disse.
─ Olha, por que você e Victor não vão juntos? – tia Angélica sugeriu.
─ Boa ideia Angélica. – minha mãe disse.
Eu e Victor tivemos a mesma reação: olhos arregalados.
Não contei pros meus pais da briga, e acho que ele também não.
─ Eh.... – eu tentei dizer algo.
─ Vão juntos, porque sua tia já está me enchendo o saco no WhatsApp. – minha mãe disse, nos fazendo rir.
Merda.
Que dia perfeito né?
Saímos de casa, trancamos tudo e entramos no carro.
Coloquei minha mochila no banco de trás do carro de Victor.
O silêncio era terrível.
─ Você contou pros seus pais da briga? – ele perguntou, ligando o carro e começando a dirigir.
─ Não. – eu respondi.
E assim, foi o resto do caminho.
Silêncio.
{....}
Abri a porta do carro assim que Victor estacionou na frente da casa de tia Gabi.
Peguei minha mochila no banco de trás, e logo fomos até a porta da casa dela.
Minha mãe bateu na mesma, e quem abriu foi minha tia.
─ Que bom que chegaram! Oi maninha. – minha tia disse, abraçando minha mãe.
Minha mãe é a mais velha, e minha tia usa esse apelido apenas para irritá-la.
Meu pai a cumprimentou, e logo, chegou a minha vez.
Victor estava do meu lado, ou seja, logo em seguida seria ele.
─ Bárbara! Que bom que você veio junto! Da última vez preferiu seu namorado, e acho que dessa vez não foi diferente. – ela diz, olhando para mim e para Victor.
Acho que esqueci de mencionar: minha tia adora fazer piadas de mau gosto.
─ Oi para você também, tia. – eu disse.
─ Manera aí mãe... – Gabriel disse, aparecendo na porta. – Fala baixinha!
Meu primo me abraçou, me levantando logo em seguida.
─ ME LARGA, DOIDO! – eu gritei, vendo ele rir.
─ Que bom que você veio... Fala aí Victor. – ele disse, se voltando para Victor.
─ Fala Bak. – Victor disse, fazendo um cumprimento com meu primo.
E logo, entramos na casa.
Era uma casa enorme, muito bem decorada. Minha tia, querendo ou não, tinha bom gosto.
Ela era arquiteta, e consequentemente, usou suas habilidades na hora de construir a própria casa.
Bak era o oposto dela. Não se importava com cores, combinar coisa com coisa, e etc.
Isso é uma coisa engraçada entre famílias: sempre existem opostos, ou pessoas muito iguais.
─ Então, você é o famoso Victor? – minha tia perguntou.
─ É, sou eu. – Victor disse.
─ Sabe, sempre disse à sua sogra que Bárbara namoraria cedo, e vejo que estava certa. Já as primas dela, nunca namoraram. Uma graça... – minha tia disse.
Percebi Victor apertando os punhos. Ele sempre fazia isso quando estava nervoso.
Isso mesmo Victor, faça merda e fique bravinho depois.
─ Babi, quer vir colocar a mochila no meu quarto? – Bak perguntou, fazendo um sinal para sairmos dali.
─ Claro! Tchau tia. – eu disse, subindo as escadas com Lessa.
Eu, Victor e Bak subimos as escadas e fomos até o quarto do meu primo. Era um tom azulado, mas bem escuro, e era neutro também.
Era bem grande, maior que o meu.
─ Quarto daora. – Victor comentou.
─ Valeu. – ele disse. – Coloquem aqui na cama mesmo.
─ Obrigada por me salvar da sua mãe. – eu disse, colocando minhas coisas no lugar indicado.
─ Não tem de que. Ela faz MUITA indireta, e isso é um saco. – Bak diz. – Eu avisei ela, que você estaria com um namorado, colada, bem boiola e tals, mas ela nem quis escutar...
Nem tão boiola assim....
─ Não tem problema. Acho que já estou acostumada com isso. – eu disse.
─ Eu sei pinscher. – Bak disse, batendo em minha cabeça e saindo de seu quarto.
─ O ALMOÇO ESTÁ PRONTO! – ouço tia Gabi gritar.
Saímos do quarto, descemos as escadas e logo sentamos à mesa.
Victor se sentou ao meu lado, Bak na minha frente, tia Angélica do meu outro lado.
Tia Gabi estava de frente para Victor, e meus pais estavam do lado de meus tios.
─ Sabe, não vi vocês dois muito próximos desde que chegaram. Bak ficou falando na minha cabeça o dia inteiro, que vocês ficavam o tempo todo juntos e que não era para eu ser inconveniente. Mas cuidado, Babi, chifre é de graça. – minha tia disse.
Victor começou a estralar os dedos. Ele está irritado.
─ Não vai ter chifre nenhum. – minha mãe disse, me defendendo. – Victor nos ajudou muito com Bárbara. Você não tem ideia do príncipe que ele é.
─ Bom, espero que seja mesmo. – minha tia disse.
Assunto vem, assunto vai....
E assim, passou-se uma hora inteira.
A todo momento, tia Gabi tentava me atacar em alguma coisa. Isso acontece por causa que, minha tia queria uma menina como filha, e quando descobriu que era menino, ficou feliz, mas decepcionada.
Depois de um ano, minha mãe engravidou. E, ela contou que era uma menina. Resultado: minha tia disse que minha mãe se daria mal comigo, que eu seria uma putinha sem futuro.
Nasci o oposto de tudo isso. Gosto de ficar em casa, detesto festas, tiro boas notas, sou tranquila, e enfim...
Então, as provocações vêm de muito tempo, e não de agora.
─ Sua mãe me contou que quer tentar entrar na NYU, Bárbara. – minha tia começou o assunto.
─ É... – eu respondi.
─ É muito difícil de entrar querida, eles querem apenas os melhores entre os bons, e você não é uma delas.... Tente outra coisa! Me disseram que ser professora é bem legal. – minha tia disse.
─ A Babi consegue. – Bak disse. – Ela é inteligente, esperta, puxou a tia Flávia.
Uma cara torta surgiu no rosto da minha tia.
─ Olha, conheço a Babi desde o começo do ano passado, e desde lá, ela é incrível. É muito inteligente, tira as maiores notas, consegue absorver informações muito rápido, e ela é uma garota incrível, não só intelectualmente, mas em um geral. Ela é linda, por dentro e por fora, meiga, carinhosa quando quer... – Victor disse.
Sorri fraco com sua resposta.
Minha tia continuou a comer, com a cara fechada.
Peguei meu celular e abri o contato de Victor.
Escrevi uma mensagem rápida:
Obrigada por me defender. Mesmo a gente tendo brigado...
{....}
O almoço – finalmente – acabou.
Depois de recolher a mesa e arrumar toda a cozinha, os adultos ficaram conversando lá na cozinha, e nós ficamos na sala.
Eu estava sentada no sofá, ao lado de Victor.
Tão próximos, mas ao mesmo tempo, tão distantes....
Bak apenas olhava para as nossas caras, tentando adivinhar o que aconteceu.
Victor olhava para o nada, e eu também.
─ Babi, bora dar uma volta? – Bak perguntou.
─ Bora... – eu disse, me levantando.
Saímos da sala, abrimos a porta da casa e saímos da mesma.
Fomos dar uma volta pelo condomínio mesmo.
Tinha seguranças para todos os lados. Tinha um parquinho na frente da casa também.
Era bem arborizado, quadras enormes...
Enfim, deve ser bom ser rico.
Não que eu seja extremamente pobre, mas não chega nisso aqui.
─ O que aconteceu com você e o Victor? – Bak pergunta. – Lá em Minas, vocês estavam tão colados, tava escrito na sua testa que você queria agarrar ele.
Ri alto com sua fala.
─ Seu idiota! Ele é meu namorado, tenho direito de querer agarrar ele às vezes. – eu disse, brincando.
─ Mas agora, vocês estão tão apagados. Nem conversaram desde que chegaram. Nem na mesa. Achei estranho. – ele disse.
─ É que, brigamos hoje mais cedo. – eu disse. – Ele ficou conversando com os amigos por duas horas, enquanto eu estava lá com ele. Achei meio rude, então comentei que era ruim, mas acho que ele não gostou muito.
─ Que merda ein. – ele disse. – Mas eu sei que vão se resolver logo. Vocês se amam muito, nem com o Alex você estava assim...
─ Assim como? – eu perguntei.
─ Tão, radiante. Você parece tão melhor baixinha, você não tem ideia de como é bom saber que tem alguém cuidando de você. – ele disse.
─ Você se preocupa comigo, Lessa? – eu perguntei.
─ Óbvio! Moro em outra cidade, não é fácil ter muito contato com você. – ele disse.
─ Me sinto melhor mesmo. Mas, estou sentindo recaídas. Tenho medo de tudo começar de novo, e bom, o resto você já sabe... – eu disse.
─ Vai ficar tudo bem, Babi. – ele disse. – Te conheço, você é extremamente forte psicologicamente. Mas e aí? Mudou muita coisa desde a última vez que nos vimos?
─ Olha, depois de um tempo da nossa viagem, eu piorei muito, e, tentei suicídio. – eu disse.
─ Puta que pariu. – Lessa disse, com os olhos arregalados.
─ Mas, liguei pra Victor antes de realmente fazer. Ele chegou lá em pouco tempo, e me convenceu que uma queda da ponte não valia tanto à pena. Depois disso, eu fui melhorando, viajei com ele e os amigos pra praia... – eu disse.
─ É! Eu vi no seu Instagram. Você postou no Amigos Próximos uma foto de vocês dois juntos. – ele disse.
─ É... Foi maravilhoso. Aí agora, eu estou bem, mas estou muito cansada Bak, muito desanimada. – eu disse.
─ Então nem que eu te amarre e faça você assistir Barbie por 3 horas você vai se animar, tá bom querida? – ele disse, nos fazendo rir.
{...}
A noite já havia caído, e agora, estavamos já prontos para dormir.
Victor realmente não falou comigo pelo resto do dia. Eu também não fiz muita questão.
Mas agora, eu estava realmente precisando dele.
Não só por minha tia estar extremamente atacada, mas também por eu estar morrendo de saudades e querendo abraça-lo ali mesmo.
Mas, acho que por uma questão de ética pós-briga, nenhum de nós fez isso.
Não sei se ele está se sentindo da mesma maneira.
Na verdade, nem sei como ele está. Vai que ele está com uma baita raiva de mim?
─ Olha, no quarto de vocês dois, coloquei um colchão no chão para Victor. Tem cobertas no armário, podem usar se quiserem. – minha tia disse. – Mas juízo, por favor. E se sujarem, limpem.
─ Tá bom tia, boa noite. – eu disse.
Desejamos boa noite pra todo mundo e subimos – eu e Victor – para nosso quarto.
Abrimos a porta, e quase tropecei em cima do colchão.
Victor me segurou pelo meu braço, me impedindo de cair.
─ Obrigada. – eu disse.
Ele sorriu em troca.
Apenas um sorriso.
Que ódio.
Escovei meus dentes, coloquei meias e deitei na cama.
Era estranho não dormir com ele.
Geralmente, noites solitárias me deixavam muito desperta, agitada.
O que me deixava ainda mais angustiada, era que ele estava ali, bem do meu lado, mas sentia como se estivesse a quilômetros.
Victor Narrando.
Estavamos em silêncio, mas ambos acordados.
Olha, que silêncio mais insuportável da minha vida.
Eu odeio ficar distante, não só fisicamente.
Ela é quase um vício pra mim. Não ter ela presente é sinônimo de ficar extremamente agitado.
Mas, eu sei que falar isso não adianta nada, diante do que eu fiz mais cedo.
Na verdade, foi bem inconsciente mesmo.
Não foi nada intencional, mas eu simplismente esqueci da vida naquela merda de telefone.
Quis tacá-lo na parede quando ela foi embora, ou, me tacar na parede.
Me mexi umas três vezes. Estava realmente MUITO inquieto.
─ Victor... – ela me chamou, bem baixo.
─ Oi. – eu respondi.
─ Você consegue vir aqui? – ela perguntou.
─ Consigo... – eu disse, me levantando.
Subi em sua cama e me deitei ao seu lado.
─ Sua cama está bem mais quentinha que a minha.... – eu disse.
Dormir no chão é foda.
Depois de alguns minutos parada, Bárbara se virou para mim, se deitando por cima do meu corpo, enquanto descansava a cabeça em meu peito.
Imediatamente, passei meus braços levemente por seu corpo.
─ Hoje foi uma droga. – ela disse, com uma voz triste.
─ Eu sei. – eu respondi.
─ Desculpa pela briga, foi um motivo muito idiota. – ela disse.
─ Muito idiota fui eu. – eu disse, a fazendo rir. – Me desculpa anjinho, eu esqueci da vida naquela merda.
─ Tudo bem. – ela disse, abraçando meu pescoço. – Tava com muita saudade.
─ Eu também. – respondi, a abraçando mais.
Bárbara ergueu seu tronco por cima de mim, ficando próxima de meu rosto.
Ela encarou meus olhos, fazendo carinho em minhas bochechas, enquanto oscilava seu olhar entre minha boca e meus olhos.
Não demorou muito para que ela se aproximasse e unisse nossos lábios em um beijo lento e carinhoso.
Suas mãos estavam em meu rosto, enquanto as minhas estavam em sua cintura, a acariciando.
Mesmo com falta de ar, não paramos. E se parávamos, era por milésimos de segundo.
Era perfeito. Gritávamos de saudades naquele beijo.
─ Olha só. – ela disse, interrompendo todo o clima. – Não podemos ficar nos pegando aqui, porque, minha tia é bem chata como deu pra perceber.
─ É, eu vi. – eu disse, nos fazendo rir.
Ela deitou no meu peito de novo, encarando meu rosto.
─ Bak disse que quando estavamos em Minas com ele, estava estampado na minha testa que eu queria te agarrar. – ela disse.
─ Sempre esteve. – eu disse, levando um tapinha em seguida.
─ Não é tão assim vai... – ela disse.
─ É. Você é mais carinhosa do que safada, mas tem horas que você fica mais safada. – eu disse, vendo a corar.
Ela se aproximou, deixando um selinho longo em meus lábios.
E depois outro, e outro.
─ Tô falando que você muda... – eu disse, a fazendo rir.
─ Só gosto de te beijar. Só isso. Não quer dizer nada. – ela disse, se deitando em mim de novo.
Comecei a fazer carinho em seu cabelo, que estava preso em um coque manual.
─ Não liga para o que a sua tia fala. Sei que você tem muita insegurança do futuro, mas cara, você é mega inteligente, tenho certeza que vai conseguir, e se ela não acha isso, mano, FODASSE. – eu sussurrei, a fazendo rir.
─ Me deixa meio triste, mas tento ignorar... – ela disse.
─ Isso mesmo. Ignora. Você é meu anjinho, e eu detesto te ver triste. – eu disse, beijando sua testa logo em seguida.
E assim, ficamos conversando, trocando beijos e carícias por muito tempo.
Ufa. Ela está comigo. Ela está comigo...
Vote 🌟
Comente 💬
4.150 palavras, carai, eu tava inspirada.
Oi fadinhas <3
Desculpa a demora, mas eu realmente tava com um super bloqueio criativo.
Victor no celular = 🤡
Eles brigando = 🥺👁👄👁
O Bak vey, APENASSSSSS
Defende a Babis, ajuda no amor dos dois....
O primo perfeito <3
Eles se beijando de noite = 🦋🦋🦋🦋🦋🛐🛐🛐🛐🛐🛐
Até o próximo capítulo fadinhas <333 🧚♀️
⨳⨳ 𝐘𝐎𝐔 𝐅𝐈𝐍𝐈𝐒𝐇𝐄𝐃 𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐂𝐇𝐀𝐏𝐓𝐄𝐑 ⨳⨳
↓ 𝐂𝐋𝐈𝐂𝐊 𝐇𝐄𝐑𝐄 𝐓𝐎 𝐆𝐎 𝐓𝐎 𝐀𝐍𝐎𝐓𝐇𝐄𝐑 ↓
𝐎𝐑
🦋 𝐖𝐀𝐈𝐓 𝐓𝐎 𝐌𝐘 𝐂𝐑𝐄𝐀𝐓𝐈𝐕𝐈𝐓𝐘 𝐆𝐋𝐎𝐖 🦋
🧚♀️ 𝐁𝐘𝐄 𝐁𝐘𝐄 𝐅𝐀𝐈𝐑𝐈𝐄𝐒 🧚♀️