Abrigo Seguro

By keyllanega

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Jean é um fazendeiro muito conhecido em são Tomé dos milagres por ser grosso, arrogante e para algumas das mu... More

⚠️Atenção⚠️
Vitória
02 - Vitória
03 - vitória
04- vitória
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Jean
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jean
epílogo

Vitória

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By keyllanega

Como é difícil ter que voltar pra cá.
Como é difícil achar que tudo que eu fiz até agora foi em vão.
Como é difícil a incerteza do amanhã.

Como vou saber se Jean vai me ajudar depois do que eu fiz a ele?
Eu vi no fundo dos seus olhos a decepção, eu vi a tristeza e vi o amor.

A carta.
Eu sei que ele vai ler, e se ele não ler a  Amélia vai.
Um dia antes de ir embora eu escrevi aquela carta. Parecia que eu estava sentindo que o dia de voltar pra esse inferno chegaria.
Mais a culpa foi minha.
Eu fiz aquela ligação.
Eu tive a ação que gerou uma reação.
Agora cabia a mim fazer os esforços necessários pra sair daqui de novo.
É como uma cadeia.
É como um sanatório.
Quando você se vê preso a essas coisas você vive pra tentar sair. E quando você encontra saída uma vez, mesmo que nunca de certo, você sempre vai tentar de novo e de novo.

Eu divagava em pensamentos enquanto almoçava, a pouca comida que eu tinha na marmita.
No dia seguinte em que voltei procurei emprego de novo na lanchonete em que eu trabalhei, por ser boa no que fazia e por saber o que eu passava, foi me dado o emprego de novo. Eu não estava aqui pela necessidade de trabalhar, eu queria que o Augusto se fudesse, e sua mãe também, eu queria trabalhar pra não ficar em casa convivendo mais tempo do que eu gostaria com aqueles dois.
Eu criei um vínculo com alicia nesses dias, não que a gente já não tivesse, mais eu fortaleci, ela me contou que augusto apanhou de um pessoal não faz muito tempo, segundo ela, ele pegou o que não devia de quem não devia.

Em um dia em que eu não tinha trabalho eu o segui com o celular velho que eu tinha, celular que ele tirou o chip porque segundo ele eu não precisaria ligar pra ninguém, porque eu só tinha a ele.
Não mesmo.
Eu só precisava da câmera, filho da puta.

Levei Alicia comigo, disse a Vera que iríamos andar um pouco pra espairecer.
Vera não desconfiava de nada.
E Alicia se divertia. Com 13 anos ela já sabia a diferença entre certo e errado, e eu não pouparia esforços pra continuar mostrando isso a ela.

Chegamos em um lugar cheio de árvores e uma estrada em que dois carros faziam uma troca de caixas.
Estávamos a pé, augusto tinha saído com a maldita moto, e seguimos o caminho que provavelmente ele teria tomado, graças a Deus, chegamos beirando o matagal, não ouvimos a conversa que teve a respeito daquelas caixas, mais  chegamos a tempo de tirar algumas fotos.
Fomos embora depois de poucas fotos porque não podíamos demorar e nem ficar ali por muito tempo.

Na volta Alicia me perguntou:

- você sente saudades do moço que te ajudou não é?

Eu não mentiria.

- sinto saudades de todos, mais principalmente dele.

- você gosta dele? Como um namorado?

- não. Eu o amo, como o homem da minha vida.

- ele te trata bem? Melhor do que o meu irmão?

- ele me trata como todo homem deveria tratar uma mulher, com amor.

- um dia quero conhecer ele. - isso era novo, eu estava ganhando a confiança dela e pelo visto sem ao menos o conhecer, Jean também estava.

- nós vamos, assim que resolvermos essa situação.

Eu precisava continuar o assunto.

- se um dia eu fosse embora de novo, você viria me visitar? Ou ficaria comigo?.

- eu tenho que ficar pra cuidar da minha mãe se ela não for presa também.

Como assim?
O que eu não estava sabendo?

- porque você acha que sua mãe poderia ser presa também?

- porque ela sabe mais do que aparenta.

- você quer falar sobre isso comigo?

Liguei o gravador do celular, enquanto Alicia me contava das vezes em que Gusto chega com caixas e Vera esconde dentro de um armarinho em um cômodo no fundo de casa, me contou das vezes em que vê ela mexendo em uma bolsa e tirando notas de dinheiro que ela nem sabia que existia, porque ela só pegava na mão notas de 2, 5 e 10 reais, as notas que a mae  tira, segundo ela são várias de 50 e de 100 e ela reforçou ao contar, que são muuuuuitas notas.
Esse dinheiro todo dentro de casa e ele sempre me fazia trabalhar pra sustentar a casa, como se eu fosse a porra do alibe dele.

Me contou também que uma mulher vem uma vez na semana com uma criança pequena no colo e leva algumas notas de dinheiro com ela. E que quando essa mesma mulher vem mais de uma vez na semana ele bate nela, na frente de casa mesmo, com a criança no colo.
Eu me lembrava de ter visto essa mulher, com as características que alicia disse rondando a casa às vezes, eu a vi várias vezes.
Maldito.
Como se não bastasse toda a violência contra mim e as mulheres da casa ele ainda era assim com outra mulher e seu filho pequenos. Filho que com certeza deve ser dele.

Antes de chegar em casa, desliguei o celular que já tinha nem pouca bateria e comprei alguns doces que eu e Alicia gostava para parecer que esta anos fazendo coisas " normais".

A casa estava em completo silêncio.
Tinha uma louça na pia que vera não fez questão de lavar depois do almoço. Eu nunca tinha reparado em o quanto ela era folgada, safada. Eu achava que sua condição física a impedia de fazer afazeres domésticos ou até trabalhar pra ajudar na renda, mais ela não fazia simplesmente porque não queria.
Lavei a louça na pia pensando em quanto tempo mais eu ficaria assim.
Hoje fazia cinco dias que eu tinha ido embora e de acordo com as minhas contas, daqui dois dias, augusto estaria fudido.

******************
Sete dias hoje.
Sete dias que eu estava nesse inferno, coletando informações.
Gravações de alicia sempre contando alguma coisa, fotos dos encontros dele com pessoas que eu sabia que eram envolvidas com tráfico, fotos das mesmas caixas aqui no quartinho do fundo, que eu tirei correndo enquanto lavava a roupa um dia desses.

Nesses sete dias eu me mantive longe de augusto que tentou por várias vezes me tocar.
Nojento.
Eu falei vários dias seguidos que estava menstruada e desregulada, por causa do stress dos últimos dias e ele acreditou porque tudo que eu falava era cheio de um sorriso falso nos lábios, e toques sutis que eu tentava dar em seus braços e rosto como sinal de afeto.

Porém no que seria o sétimo dia, o dia em que eu iria as autoridades entregar tudo o que eu tinha em mãos pra que eles fizessem esse filho da puta sumir da minha, no dia em que seria o segundo mais feliz da minha vida, algo aconteceu.

Na manhã desse dia acordei, fiz café e me preparei pra trabalhar.
Vera disse que augusto tinha dormido fora, mais uma vez, eu nem tinha reparado, dormi como uma pedra, talvez porque eu sentia que hoje as coisas mudariam.
Enquanto me preparava para ir trabalhar augusto chegou.
Cheirando a bebida e sexo.

- onde você vai caraio?

- trabalhar amor, esqueceu? - ah como era difícil usar palavras doces com esse homem.

- eu preciso do dinheiro dessa semana, aquele velho não te pagou não?

- ele paga hoje, os dias, vou separar alguns trocados pra comprar mistura e te dou o restante.

- não vai separar nada, vai dar tudo na minha mão, eu sou o homem da casa, eu decido o que fazer com o dinheiro.

- tá certo, eu dou tudo na sua mão.

- porque você tá tão boazinha vitória? Fazendo e falando tudo numa boa, sem reclamar? Eu até que gostava da sua boca esperta e respondona.

- eu percebi que você sempre esteve certo. Eu era muito burra pra admitir, fui burra em fugir, eu sei que você sempre fez o melhor por nós.

- eu sempre faço, eu sou o cara meu amor.

- ah, sim, você é.

- vamos eu vou te levar pro seu servicinho, você nunca andou na Suzana né? Vai andar agora.

Ele pôs nome na moto.

- eba. - eu as vezes não conseguia acreditar na minha atuação. Não sei como ele acredita, o inteligente.

Enquanto saia de casa com a minha mochila e um capacete, olhei do outro lado da rua e vi um carro parado, todo preto, até o vidros.

Augusto me levou pro trabalho, quando cheguei, e entrei, a primeira coisa que fiz foi recolher o lixo todo e levar pros fundos da lanchonete.
Quando cheguei nos fundos o carro preto estava lá.
Olhei pros lados e não havia mais nada e nem ninguém.
Que carro era esse e porque estava me seguindo? Que eu não fosse pega como pagamento por alguma merda do gusto, por favor deus.
O carro se aproximou do fundo da lanchonete onde eu estava e eu me virei, correndo, pra entrar. Eu ligaria pra polícia, eu começaria a falar mais cedo do que previa...eu...

- Vi...

A voz grossa, rouca e carregada de emoção fez meu coração acelerar.
Eu não precisava me virar pra saber que era ele.

Jean estava aqui.

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