⚠ WARNING ⚠
Esse capítulo contêm gatilhos emocionais
♡︎ Bárbara Narrando ♡︎
Abro meus olhos devagar, deixando a pouca claridade do quarto entrar.
Um clima mais nublado, em que eu queria ficar na cama o dia todo se pudesse.
Desviei meu olhar para o lugar que eu me encontrava; era um grande quarto, roupas largadas por alguns cantos e um edredom azul marinho me cobrindo.
Olhei para a minha roupa; um moletom preto, com algum símbolo. Automaticamente sabia que era de Victor.
Olhei para o lado e vi ele dormindo com uma mão no travesseiro (no lugar que eu estava deitada).
Me deito de novo – lado a lado dele – e abraço seu pescoço, fazendo carinho em seu cabelo.
Fiquei olhando ele dormir. Não tem como não olhar feito uma boba perto daquele garoto.
Abraço seu corpo e apoio minha cabeça em seu peito.
─ Você está acordada? – ele pergunta com uma voz rouca.
─ Sim... – eu digo.
─ Como você está? – ele pergunta.
Eu tinha me esquecido sobre ontem.
Flashbacks da noite passada voltavam em minha mente.
Não queria transparecer isso, pois odeio deixar as pessoas preocupadas comigo...
─ Eu estou bem... – eu minto.
─ Bárbara, eu preciso que você converse comigo... – ele diz fazendo carinho em meu cabelo. – Preciso que confie em mim...
─ Eu confio em você! – eu digo.
─ Eu sei que confia, mas você não fala para mim o que está acontecendo... – ele diz. – Acha mesmo que eu não sei que você não está tão bem assim?
─ Só não quero te preocupar. – eu digo.
─ Isso não é pra me preocupar, e sim pra eu ajudar você... – ele diz. – Você anda tão tristinha, dá pra ver nos seus olhos o quanto está farta disso... Me conta as coisas, me fala como você está, porque aí sim eu não estarei preocupado...
─ Tá bom... – eu digo. – Não quero que isso interfira no nosso relacionamento...
─ Não vai interferir... – ele diz. – Adoro quando você me manda mensagem falando como você está se sentindo...
Sorrio com a fala dele.
─ Também, você me faz um relatório logo de manhã... – eu digo e nós rimos.
─ Me promete que não vai esconder mais nada de mim? – ele pergunta.
─ Prometo. – eu digo.
Victor sorriu enquanto me abraçava.
O que ele não sabia, era que boa parte da minha dor eu já escondia de todos. Isso se tornou um hábito. Eu odeio contar meus sentimentos para as outras pessoas. Quanto mais gente sabe de um segredo, mais chance de ele se espalhar.
Não acho que Victor irá espalhar coisas, não mesmo. Mas isso e tornou um pensamento fixo.
─ Vou fazer algo pra gente comer... – ele diz beijando minha testa e levantando.
─ Nossa, você sabe cozinhar algo sem ser miojo?! To chocada passada. – eu digo debochando.
Victor pega uma almofada aleatória e joga na minha cara.
─ Vai se ferrar Bárbara. – ele diz e nós rimos.
Victor sai do quarto, me deixando sozinha.
Vou até o banheiro, faço minhas H.Ps, arrumo meu cabelo e desço as escadas.
Victor preparava alguma coisa na frigideira, enquanto Lannah estava sentada do seu lado, esperando que algo caísse.
Eu estava bem no começo da escada, então ele não podia me ver.
─ Nem vem Lannah, eu to fazendo isso aqui pra Bárbara... – Victor diz.
Me sento no degrau da escada, observando o que ele estava fazendo.
─ Droga, como faz essa porcaria de coração de Nutella? – ele diz pegando seu celular.
Victor digita algo nele e vai rodando a tela.
─ Ninguém ensina a fazer isso, por isso que são uns namorado de merda. – ele diz.
Tive vontade de rir, mas não podia.
─ Eu não tinha uma forma de coração aqui? – ele diz a si mesmo procurando pela cozinha.
Ele procurou nos armários, na geladeira, no forno, e até mesmo atrás do fogão.
─ Achei essa merda! – ele diz feliz.
Estava dentro da primeira gaveta (ou seja, na fuça dele).
Victor pega a forma e coloca em cima do pão tostado. Depois, ele pega a Nutella e coloca dentro da forminha. Pra finalizar, ele pegou uns morangos, fatiou e colocou dentro da forma.
─ Se esse negócio vazar, eu vou ficar tão puto. – ele diz.
Victor tirou a forma devagar. Nada aconteceu.
Desci o resto das escadas e cheguei com cara de quem não viu nada.
─ Oi anjinho. – ele diz vindo até mim. – O que vai querer fazer hoje?
─ Não sei. Se você ficar comigo, eu topo qualquer coisa. – eu digo e ele sorri. – Já disse que te amo?
─ Hoje ainda não... – ele diz colocando as mãos em minha cintura.
─ Então, eu te amo muito, muito, muito, muito, muito. – eu digo e ele sorri.
─ Também te amo. – ele diz.
Victor selou nossos lábios em um beijo lento.
Passei meus braços por seu pescoço, fazendo um leve carinho em seu cabelo.
Victor apertava bem de leve minha cintura.
─ Que pegação linda né minha gente? – tia Angélica diz rindo.
Nos separamos rapidamente e ela riu.
─ Mãe... – Victor diz com voz de advertência. – Por que Deus?
─ Porque eu sou a mãe, tenho que atrapalhar mesmo. – ela diz. – Estou brincando, até tirei uma foto de vocês.
─ Meu Deus mãe. – Victor diz e nós rimos. Ele vai até a pia e pega um prato com um pão. – Toma sua torrada.
─ Ficou bravo de eu atrapalhar é? – a mãe dele diz e nós rimos.
─ Não... – ele responde e nós rimos.
─ Vou ir para o meu quarto, divirtam-se! – ela diz subindo as escadas.
Victor e eu rimos constrangidos.
─ Eu sei, é horrível. Ela sempre faz isso. – ele diz e eu rio. – Eu fiz uma coisa pra você...
─ Sério? – digo fazendo a Katia.
─ Sério. – ele diz me entregando um prato.
Era um pão de forma que foi para a torradeira, que no meio tinha um coração e alguns morangos fatiados.
Ficou bem melhor do que eu imaginava.
─ Ahhh que fofo! – eu digo. – Obrigada, não precisava.
─ Shiu. É óbvio que precisava. – ele diz e nós rimos. – Quer comer vendo alguma coisa?
─ Pode ser... – eu digo.
Fomos para o sofá, nos sentamos e Victor ligou a TV.
Ele entrou na Netflix e procurou algo para vermos.
Decidimos assistir Emily in Paris.
Deitei no ombro de Victor e ele começou a acariciar minhas costas.
Ficamos assistindo a série, enquanto eu comia a minha torrada deliciosa kkk.
Meu celular – que estava na mesinha de frente ao sofá – começou a tocar com um número estranho...
─ Vou atender... – eu digo.
─ Tá bom, eu seguro o prato para você. – ele diz pegando o prato.
Atendi a ligação.
─ Alô? – eu digo.
─ Bom dia, falo com Bárbara Passos? – uma voz feminina pergunta.
─ Sim, eu mesma. – eu digo.
─ Oi senhorita Bárbara. Aqui é a Stella, do IML. Estou entrando em contato para dizer sobre o falecimento de Lizzie Passos no atendado de Santa Catarina.
─ O-o que quer saber? – eu gaguejo.
─ Bom, achamos um corpo com as mesmas características que a senhora nos descreveu no dia que chamou a polícia. Enviamos à perícia, e de acordo com o que você disse, tem 89% de chance de ser correspondente. Por isso, precisamos de uma confirmação...
─ Mas, os meus pais já não estavam aí vendo isso? – eu pergunto.
─ Desculpe, qual o nome dos responsáveis por favor? – ela diz com um barulho de papel.
─ Flaviana e Carlos Passos. – eu digo.
─ Ah, me desculpe, eu estava consultando a lista antiga... Vou ir ver agora mesmo, me desculpe pelo engano... – ela diz e encerra a ligação.
89% de chance.
É, o que eu tinha de dúvidas, agora acabou.
Lizzie se foi.
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Acharam que eu ia sumir de novo né? akfakfakfkanjfkja
É minha gente, ela se foi...
Repetindo a frase da Me_bia:
Daqui pra frente é só pra trás 🤡
Os próximos 2 capítulos estaram com muitos gatilhos pesados...
Até o próximo capítulo fadinhas 🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️🧚♀️