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⨳ Chapter 8 ⨳
A verdade dói
Bárbara Passos
03/02 ⨳ Terça-Feira
09:30h
Sabe aquelas cenas de filmes, em que as garotas populares falam com uma garota totalmente ao contrário delas? Pois é, isso era o que estava acontecendo comigo.
No recreio dessa quinta-feira, Carolina Voltan, Milena Esqueriedo e Bianca Lula estavam sentadas na minha frente.
─ Oii! – Carolina diz.
─ Oi... – respondo.
─ Bárbara, né? – Bianca pergunta.
─ Sim... – respondo.
─ Caramba, você é muito bonita mano! – Milena diz e nós rimos.
─ Obrigada... Ok, o que que está acontecendo? – pergunto e elas riem.
─ Viemos falar com você! – Bianca diz.
─ Por que? – pergunto.
Elas estavam sem resposta...
─ Por que o Victor falou tanto de você que queríamos te conhecer! – Carolina diz e nós rimos.
─ Inclusive, prazer, Bianca, mas pode me chamar de Thaiga! – Bianca se apresenta.
─ Milena, mas me chama de Miih! – Milena se apresenta em seguida.
─ Carolina, mas pode me chamar de Carol mesmo! – Carolina diz e nós rimos.
─ Eu sei de vocês, meio que todo mundo conhece vocês três... – digo. – Vocês são mega populares...
─ E o que as pessoas falam? – Miih pergunta.
─ Quer saber a verdade? – eu digo e elas assentem. – Os garotos da turma B ficam "Nossa, elas são tão lindas!", "Eu daria tudo para ficar com ela"...
Nós rimos.
─ Olha, ainda bem que estou solteira e pretendo ficar assim, ninguém merece idiotas. – Carolina diz.
─ Para de mentir Carol! Você está doida para ficar com o Crusher de novo! – Thaiga diz e nós rimos.
─ Grita mais algo Bianca, a China ainda não ouviu! – Carolina responde e nós rimos mais.
─ E como que vocês descobriram minha existência? – pergunto.
─ O Victor ficou falando de você, inclusive, como foi dar um fora em Victor Augusto? – Carolina pergunta.
─ Eu dei um fora nele? – eu pergunto.
─ Minha filha, nenhuma garota dessa escola, quando o Victor olha pra elas, o encarou e disse "Perdeu algo?" – Bianca releva e nós rimos.
─ É que eu estava na minha e ele ficava me olhando! – eu digo. – Muitas garotas gostam dele?
─ Você nem imagina... – Carolina diz revirando os olhos. – Mas sabe, eu e as meninas achamos que ele está tendo uma quedinha por você, só não quer admitir.
Meus olhos param nos de Victor.
Ele me olha e sorri.
─ Eu não sei, ele só me deu uma carona a 2 dias atrás... – eu digo.
Elas ficam chocadas.
É tão incomum assim ele fazer esse tipo de coisa?
─ Meu Deus. – Carolina diz.
─ Olha, eu realmente tô em choque. – Thaiga diz. – E foi muita coincidência você ser a mesma garota que a que ele estava procurando!
─ Como assim? – eu pergunto.
─ Victor achou seus desenhos uns dias atrás, por isso ele estava falando com você... – Carolina revela.
O que?
─ Você não sabia? – ela pergunta.
─ Não... – eu digo.
Pensei que Victor realmente estava falando comigo para fazer amizade, e não para descobrir coisas do meu passado.
É sempre assim, quando acho que me encachei em uma amizade, a pessoa puxa o tapete.
Continuamos conversando até o sinal bater, mas, ainda martelava na minha mente: por que Victor quer saber do meu passado?
{...}
Estava perto da hora da saída. Os alunos já haviam sido liberados.
Victor conversava com seus amigos.
Um sentimento estava se despertando em mim: raiva e ódio. Tirei minhas próprias conclusões: Victor apenas quer saber do meu passado.
Chego perto da sua rodinha de amigos. Empurro seu ombro de leve. O mesmo olha para mim.
─ Oi! Quer que eu te leve? – ele pergunta.
─ Escuta aqui seu metidinho de merda! Se você só está sendo legal comigo para entender qualquer merda do meu passado, você é um babaca desgraçado! – digo.
─ Do que você tá falando? – ele pergunta sem entender.
─ Do simples fato de você vim falar comigo por causa dos meus desenhos! – digo.
─ Babi... – ele ia dizer.
─ Não me chama assim. Os desenhos estavam no reciclável para NINGUÉM achar, porque eu sabia que isso ia acontecer: as pessoas se aproximam de mim para espalhar o meu passado, eles sempre querem alguma coisa! Me iludem, me fazem acreditar que toda essa merda tem solução! Se você quer fazer isso, só te digo uma coisa: esqueça meu nome e vá embora! – digo.
─ O que? Não! Eu não quero te iludir, só quero te ajudar... - ele disse.
─ Conta outra Victor. - eu disse. - Belo presente de aniversário que você me deu, em?
Saio de perto, o impedindo de dizer algo. Saio das portas da escola e sigo de volta para casa.
Isso acaba ferindo a autoestima das pessoas. Saber que ninguém se importa de verdade com você. Eles são tão sujos que só querem pegar seu passado e esfregar no asfalto. Bando de idiotas.
Não preciso deles. Convivo com tudo isso faz quase um ano, não é agora que vou precisar deles.
Entro em casa e tiro meus tênis.
─ Oi filha! Como foi a escola? – minha mãe pergunta.
─ Foi... normal. – minto.
─ Viu o Victor? – minha mãe pergunta.
─ Ele faltou... – minto de novo.
─ Que pena, bem no seu aniversário... Vocês pareciam ter se dado tão bem... – ela diz indo para a cozinha.
Ênfase no "pareciam".
Vou para o meu quarto.
Por que as pessoas têm que ser tão sujas?