A Filha de Poseidon

By Bela_lima

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Eu sou Maya Miller, ou pelo menos achava que era, eu tenho 17 anos. Eu, a pouco tempo, descobri que não sou a... More

Prólogo
Capítulo 1: O Convite
Capítulo 2: Sonho ou Realidade?
Capítulo 3: A Luta
Capítulo 4: O Baile
Capítulo 5: Pretendentes?
Capítulo 6: Atacada por Benevolentes
Capítulo 7: Mentiram para Mim?
Capítulo 8: E agora?
Capítulo 9: Importante? Eu?
Capítulo 10: A Viagem
Capítulo 11: Contratempos
Capítulo 12: Rum pela 1a Vez
Capítulo 13: Ressaca
Capítulo 14: Guerra é Guerra!
Capítulo 15: A Chegada
Capítulo 16: A Fogueira
Capítulo 17: Rotina
Capítulo 18: Missão?!
Capítulo 19: A Profecia
Capítulo 20: Evangeline Watson
Capítulo 21: Preparativos
Capítulo 22: Que Merda! Já Tenho Que Sair Daqui?!
Capítulo 23: Navegar Outra Vez
Capítulo 24: A DR
Capítulo 25: Bônus Alec Mitchell
Capítulo 26: Bônus Angel II
Capítulo 27: Planejando Minha Vingança
Capítulo 28: Conhecendo Mais Angel
Capítulo 29: Randy, a Terrível
Capítulo 30: Adotei Minha Prima
Capítulo 31: A Tirana e o Tríplice Treta
Capítulo 32: A coisa
Capítulo 33: O Baile
Capítulo 34: Indecisa
Capítulo 35: Etapa 2
Capítulo 36: A Garfe
Capítulo 37: Ethan vs. Alec
Capítulo 38: Atenas aí Vamos Nós!
Capítulo 39: O Grito
Capítulo 40: Confusão
Capítulo 41: Confusão Parte II
Capítulo 42: 1° Vôo de Alec
Capítulo 43: O quê?
Capítulo 44: O Parthenon
Capítulo 45: A Passagem
Capítulo 46: Audrey Smith
Capítulo 47: Perdidos
Capítulo 48: A Máscara
Capítulo 49: Medo
Capítulo 50: Jogos Mentais
Capítulo 51: Isso é Culpa Sua!
Capítulo 52: Bônus Chloe Allen
Capítulo 53: Maya?
Capítulo 54: Bônus Poseidon
Capítulo 55: Titã?
Capítulo 56: A Procura
Capítulo 57: A Reunião
Capítulo 58: A Trilha
Capítulo 59: Ajuda?
Capítulo 60: Fraco
Capítulo 61: Perplexa
Capítulo 62: Endoideci
Capítulo 63: Escuro
Capítulo 64: Idiota
Capítulo 65: Não!
Capítulo 66: Ensandecida
Capítulo 67: Ficando Doida
Capítulo 68: Inconformada
Capítulo 69: Eterno
Capítulo 70: Fique comigo
Capítulo 71: Difícil
Capítulo 72: Barganha
Capítulo 73: Plano Perfeito
Capítulo 74: Rompante
Capítulo 75: O que faremos?
Capítulo 76: Os Três Mosqueteiros e os Loiros Esquentadinhos
Capítulo 77: Deuses Não Cagam!
Capítulo 78: Para sempre?
Isso não é um capítulo! Aviso importante!
Capítulo 80: Inércia - Parte II
Capítulo 81 - Inércia - Parte III
Capítulo 82: Explosão - Parte I
Capítulo 83: Explosão - Parte II
Capítulo 84: Explosão - Parte III
Capítulo 85: Explosão - Parte IV
Capítulo 86: A Ação
Capítulo 87: Minha Protegida
Capítulo 88: Intuição

Capítulo 79: Inércia - Parte I

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By Bela_lima

Epígrafe:

"Dizem que antes da tempestade estourar, há calmaria. Eles nunca estiveram tão certos! Até porque mesmo, antes da explosão vêm: a Inércia!"

Angel
...

Angel

Meus olhos estão estáticos, fixados nos olhos de Alec que em poucos instantes transmitem uma grande gama de sentimentos e informações para os meus. Telepatia entre amigos... quem nunca viveu ou nunca ouviu falar?! Nesse instante eu não desejo tê-la mas, que posso eu fazer quando nos conhecemos desde a infância?

Seus olhos estão anunciando lágrimas a qual ele se segura para não soltar. Seus olhos mostram dor, aflição, pedidos de perdão e um pedido que conheço muito bem.

Cuida bem dela!

Não queria mais olhar para ele! Mas não conseguia tirar meus olhos dele, mover minha cabeça para desviar a visão, fechar os olhos ou qualquer outra coisa! Simplesmente não consigo fazer nada, só sentir essa inércia. Totalmente estática!

Como que alguns segundos pareciam ser inúmeros minutos? Tudo parecia lento demais, inerte demais. A única coisa que se ouvia era o absoluto silêncio. E nem sequer se ouvia barulho de respirações. Estávamos no meio de uma ilha, porém, nunca a achei tão silenciosa naquele momento.

Em um instante fechei meus olhos, quando achei que não podia mover-me mais. Senti gotas rolarem no meu rosto. Quando abri meus olhos novamente, velozmente me deparei com os olhos mordazes de Peitho.

Algo se acendeu em mim, como pólvora e fogo, e de repente, eu estava em chamas. Nunca havia visto um fogo tão intenso e impetuoso dentro de mim. De súbito, disparei como uma bala em direção ao alvo. E aquela quenga é o MEU ALVO!

O que estava lento para mim, rapidinho se acelerou e muito! Me via movendo em uma velocidade que nunca experimentei antes. Eu desviava com facilidade por entre espadas, lanças, escudos, arcos e tantas outras armas que vi. Eu passei rapidamente por entre os meios sangues do acampamento.

Tão rápido quanto um piscar de olhos, eu cheguei perto de Peito que tinha um olhar chocado em meu rosto. Para mim, aquilo era suave e doce como um licor e eu podia sentir o cheiro de vitória.

Eu previ um golpe direto da sua adaga, enquanto ela mantinha Alec firme em seu braço direito, envolvendo-o pelo peito. Eu me abaixei ligeira e me lancei em direção a cintura de Alec, o agarrando com os braços, enquanto que numa sincronia perfeita, Brad a golpeava pela esquerda e Ethan começava o ataque pela direita.

Ouvi um leve ranger de dentes vindo de Peito que não vendo escapatória soltou Alec que foi empurrado em direção ao chão pelo peso e velocidade do meu corpo. Antes de atingirmos o chão, eu girei meu corpo em direção a Peitho e os meninos, acabando por sair arrastando bunda no chão, coberto levemente por relva, com uma porta de quase dois metros em cima do meu colo. Eu caí bem a tempo de ver o que iria acontecer.

Eu era rápida o bastante para desviar de uma arma mas, desajeitada o bastante para cair de bunda no chão. Eu geralmente era mais elegante nas quedas mas, não me admirava com isso. Nunca havia alcançado essa velocidade antes! A força e a velocidade que eu joguei meu corpo em direção ao chão, fez com que eu parasse a um tiro de arco de distância deles. Nem queria ver o estado que se encontrava minha armadura. Se eu estivesse de calça, nesse momento, eu não a teria mais!

Logo, eu ouvi um leve ranger de dentes vindo de Peitho que estava prestes a ser atingida pela dupla maravilha. Lentamente, as espadas se aproximavam sofregamente perto do corpo dela. Mas, em um movimento mais rápido que o deles, com a espada de Brad cortando-lhe levemente o rosto e a espada de Ethan faltando alguns centímetros para atingi-la, ela se curvou para trás e chutou a espada do Brad e depois de Ethan, dando um mortal completo para trás.

Os meninos envergaram com o golpe mas, não deixaram suas espadas escaparem de suas mãos, em um esforço quase hercúleo. Algo que poucos conseguiriam, eles conseguiram: resistir a força de uma titânide em sua forma humana.

Ela pousou em um baque firme no chão há alguns metros de distância deles e longe de mim. Ela olhou pra mim como uma fera acuada e labeu a ponta de seu dedo passando no pequeno corte que brotara um pouco de sangue. Ao sair o sangue, pude ver uma linha tênue, uma cicatriz.

Eu não pude me conter, eu sorri como uma boa filha de Ares sabe sorrir. Eu podia sentir meus olhos se acenderem e podia sentir o instinto de batalha, percorrer poderosamente por cada célula do meu corpo.

Antes que ela reagisse, os meninos rapidamente se recuperaram do golpe e foram em direção a ela para outro ataque. Mais uma vez, mais rápida do que eles, ela correu em direção a eles e, quando estava bem perto deles, pulou. E parou ao lado de Oceano que mantinha seus olhos estreitos em nossa direção.

Mais do que isso, sentia seus olhos diretamente nos meus apesar estarmos quilômetros afastados. Seus olhos aparentavam ter a intenção de me analisar friamente.

E, de repente, tudo o que estava rápido demais ou lento demais, voltou antes do que eu esperava ao seu normal. Os meio sangues voltaram a se movimentar, como se tivesse retornado de uma pausa, totalmente confusos, menos os líderes do chalé que tinham uma idéia do que havia acontecido. Enquanto isso, os deuses me observavam com reações diferentes: Apolo com um sorriso enorme e infantil, Poseidon sorriu ladino, Hades deu um pequeno riso e Zeus me olhava com puro espanto. E a única coisa que eu podia fazer era sorrir um pouco.

"Angel, sua filha da mãe! Isso doeu!" Alec disse me fazendo virar minha cabeça de supetão para ele. Eu ri para mascarar meu medo, me lembrando que não consegui aparar com muito sucesso sua queda. Eu só torcia para seu ferimento não ter piorado com o impacto.

"Ué? Por que? Nem doeu!" Ele bufou levemente em resposta me fazendo dar um leve riso. Eu o coloquei ao meu lado e o folgado encostou sua cabeça em meu ombro colocando todo peso do seu corpo em cima de mim e rapidamente o amparei com meu braço. Eu olhei para seu ferimento, porém, eu só podia ver todo o sangue que encharcava sua camisa, sinto meu semblante se fechar.

Mas, barulho forte de passos atraiu minha atenção, a dupla maravilha veio correndo em minha direção e eu olhei Brad duramente.

"Até que fim você fez alguma coisa!" Eu falei duramente com a voz grave. Brad, estava bem do lado de Alec quando a quenga apareceu e fez nada!

Ao perceber minha recepção, ele parou de correr ficando uns dois metros de distância de mim, ele me olhou tenso e pude vê-lo engolir seco e, pela primeira vez, seus olhos se desviaram dos meus. Ethan sem perceber o clima se aproximou de mim com um sorriso enorme e uma animação infantil.

"Angel, que velocidade foi aquela? Quase não consegui acompanhar você com os olhos!" perguntou entusiasmado contudo, ao olhar para Alec apoiado em mim, ele refreou sua excitação.

Antes que eu pudesse responder, Apolo apareceu atrás da gente com um sorriso amistoso.

"Parabéns! Vocês foram fantásticos, crianças." Ele bateu palmas. "Angel você foi incrível que velocidade foi essa?!" Ele pergunta curioso, com seus olhos dourados, analisando rapidamente meu rosto.

"Foi isso que eu perguntei para ela!" Ethan falou antes que eu desse qualquer resposta.

"Beleza! Agora vamos cuidar desse ferimento, filhão. Só espero que não seja nada grave." Apolo disse se abaixando a nossa altura, sussurrando a última parte, Alec mais pálido do que antes deu um sorriso fraco.

"Posso apoiar ele no seu colo, Evangeline?" Ele me pergunta sereno e ao mesmo tempo atencioso. Era estranho ouvir meu nome inteiro, faz tanto tempo que ninguém me chamava assim. Mas, não era estranho ouvir da parte dele, era até fraternal.

"Não precisa nem me perguntar!" Digo com rapidez e ele assente. E, rapidamente deita Alec em meu colo. Alec solta um resmungo pela dor, eu sentia que ele não iria manter por muito tempo a consciência.

Com ele deitado, Apolo começa os preparativos para fazer sua avaliação inicial do estrago causado por Peitho. Ele faz sair uma luz amarela na ponta de seu indicador que faz um traço reto na camisa de Alec que se rasga em contato com a luz. Ele esfrega suas mãos uma na outra e uma luz laranja saí delas e ele a direciona para o abdômen de Alec, que geme de leve quase inconsciente. O sangue some e parece estancar, ao menos por alguns instantes. Eu olho para a origem de todo aquele sangue e vejo um buraco três centímetros de diâmetro e pelo visto ele parecia ser profundo.

Se Alec visse tudo isso ele ficaria louco e faria um milhão de perguntas, tentando descobrir como tudo funciona. Me lembro quando ele teve suas primeiras aulas com Hill sobre "medicina mágica" como ele falava.

Apolo coloca as mãos por cima do ferimento, vejo ele desviar o olhar e soltar lentamente o ar pela boca.

"Ele vai ficar bem?" Eu pergunto aflita para Apolo, atraindo sua atenção. Eu olho para Alec e vejo ele inconsciente o que me deixa mais agoniada.

Ele sorri levemente. Minha vontade é de socar sua cara e perguntar qual é a graça mas, seu sorriso é tão tranquilo que me aquieto.

"Vai mas, vou precisar de ajuda." Ele fala seguro. "Posei..." Ele mal termina de pronunciar o nome do deus dos mares e ele dropa na nossa frente, há alguns metros de distância, com uma Maya desacordada nos braços e com uma cara que se dividia entre "vou dar um piti" e "vou dar um soco na cara de alguém". Me fazendo surtar por dentro, no entanto, por fora eu ainda mantida minha fachada de impassível.

Se fosse em outra circunstância eu com certeza zoaria ele.

"O que aconteceu com ela?" Não consigo conter a a gravidade da minha voz, que atingiu um tom mais austero do que eu já sabia que era capaz de atingir. Me sinto patética por meu coração disparar e tento conter meu nervosismo com todas as forças. Poseidon olha pra mim e posso vê-lo tão aflito quanto eu apesar de só deixar escapar isso pelo seu olhar.

Não posso fraquejar! Eu estou sozinha agora, somente eu restou. Ser guardiã é a minha função! Ser uma fortaleza é minha obrigação!

"Ela não está respirando!" Ele disse austero, soltando um grunhido de impotência.

"Eu já iria pedir sua ajuda... São dois então pra socorrer." Apolo disse inabalável, eu sinceramente estava invejando sua calma. Porém eu podia notar uma leve frustração em sua voz.

"O que aconteceu com ela?" Ethan pergunta correndo até Poseidon que caminhava firmemente até nós.

A minha vontade era correr até ela mas, o que eu faria?

"Eu não sei. Só sei que assim que ela viu a cria do Apolo sangrando, ela simplesmente parou de respirar. Ela ficou inerte!" Ele falou franzindo o cenho, ele perecia mais ansioso do que irritado.

"Como?" Eu falei incrédula. Senti meu coração disparar novamente e me senti atordoada.

Apesar de não ser novidade para ninguém o quanto isso tudo vinha afetando ela, não deixo de ficar surpresa pelo modo como ela reagiu. Eu pensei que ela explodiria, ficaria doida da vida mas, isso?! Parece que o acúmulo de pequenas gotas resultou nessa enxurrada. Ninguém esperava que tudo culminaria nisso.

Ao olhar para isso não consigo sentir nada além de raiva. Raiva por estar nessa situação, raiva por ver Maya assim, raiva do meu pai não estar aqui, raiva pelo Brad não ter defendido Alec.

Porque isso tudo está acontecendo?!

"Se acalma! Eles precisam de você bem!" Apolo disse olhando pra mim, segurando meu pulso bem onde ele podia checar meus batimentos cardíacos em uma clara mensagem para eu baixar o facho. Eu fiz uma leve careta.

"Entendi." Eu falei baixando os olhos para o chão, tentando desacelerar meu coração com uma respiração calma. Apesar de que respirar calmamente parecia me fazer o efeito contrário.

"Vamos, Poseidon." Apolo falou sem olhar para Poseidon que já estava ao nosso lado. "Precisamos o quanto antes iniciar a intervenção." Apolo falou com seriedade.

Poseidon assente com um leve menear de cabeça, Maya levita no ar e Poseidon faz um gesto que a envolve e imediatamente uma bolha de água a engloba. Ele se aproxima de nós e Apolo se afasta o suficiente para Poseidon fazer Alec levitar, o tirando do meu colo e o envolvendo com outra bolha.

De repente, vejo passos suaves e apressados e uma multidão de cachos loiros vindo na nossa direção. Eu conhecia de longe aqueles passos suaves e ágeis, e a cabeleira loira não me deixou confundida: era Hillary que vinha correndo em nossa direção com um enorme sorriso.

"Hill!" Eu gritei alegre por vê-la. Atraindo o olhar de Apolo que deu um sorrisinho de lado para sua filha. Ela parou bem na nossa frente e abriu um outro sorriso, dessa vez convencido.

"Achei que vocês fossem precisar de ajuda com os pombinhos." Ela disse sacana, tirando sua espada do apoio em suas costas e a fincando no chão, como se enfiava um palito de madeira em um cubinho de queijo. Ela recebeu gargalhadas e sorrisos de nossa parte e uma cara fechada de Poseidon.

"Não sei na onde você está vendo pombinhos." Ele retrucou baixo, olhando fixamente para o chão, recebendo nossas risadas em troca.

Apolo se levantou e abriu o braço, criando um espaço para Hillary se aconchegar. Espaço esse que ela aceitou rapidamente se laçando na direção de seu pai. Os dois se envolveram em um abraço apertado. Me tirando um sorriso diminuto.

Só a Hill para fazer de um momento pesado, algo leve.

"Você tem certeza que quer ajudar? Isso consome muita energia, até mesmo para uma veterana como você." Ele diz com preocupação, se afastando o suficiente para ver o rosto dela que sorri em resposta.

"É claro que tenho certeza. Vai ser um prazer em ajudar!" Ela diz resoluta, abrindo um sorriso de lado igual ao do seu pai. "Só me diz o porquê dessas bolhas de água." Ela pergunta curiosa, ela aponta com um sorriso zombeteiro.

As crias de Apolo sempre sorriem igual a ele, eu sei porque eu cresci com um.

"Isso é um lance que eu e Poseidon inventamos há um século. Nós chamamos de Orbe Medical, é uma somatória dos poderes curativos do Tio Dom e com os meus." Ele explica com um sorriso ladino, apesar de um pouco pesado de preocupação.

Barulhos de bolhas de ar em meio a água, nos despertaram e atraíram a nossa atenção para a dura realidade. Alec e Maya estavam mal e precisávamos de tratá-los com urgência. Apesar de ter sido bom presenciar o momento de pai e filha, isso nos distraiu para a realidade do campo de batalha e do perigo de vida que os dois realmente estavam passando: Alec com vários órgãos e uma artéria perfurados e Maya em choque, sabe-se lá de que gênero.

Eu não precisava ser médica pra reconhecer o que estava acontecendo com eles! Minha experiência no campo de batalha me fez viver muitas coisas e reconhecer facilmente situações de feridos.

O pior é que essa distração nossa nós fez esquecer uma simples coisa: Alec não respira debaixo d'água!

A comoção foi geral! Apolo arregalou os olhos, deu um tapa em sua própria cabeça e foi correndo em direção a Alec que não se debatia na água por estar inconsciente. Poseidon soltou um impropério e cerrou os dentes. Hill acompanhou os passos do pai e soltou um palavrão - algo que não combinava muito com sua personalidade doce mas, era algo que ela fazia quando estava nervosa - e assim, ao contrário do pai que se xingava mentalmente, ela se pragueja em voz alta.

Eu me pus de pé rapidamente, apoiando minhas mãos no chão, ignorando todos os protestos do meu corpo que imploraram para eu aquietar minha raba no chão. Enquanto, eles se reuniam em volta dos dois orbes, meus olhos rapidamente captaram algo na extremidade do meu campo de visão. A reação de Brad e Ethan que cerraram o cenho a algo que ocorria no meio do campo de batalha. E logo me juntei aos impropérios.

Merda!

Tudo indicava que o campo inimigo se preparava pra atacar, os olhos de Oceano pareciam estar fixos em Maya e Poseidon. Oceano e Peitho estavam próximos e eles murmuravam entre si. Apesar de estar preocupada com isso, me concentrei em Alec e Maya pois sabia que se algo acontecesse, Hades, Zeus e o acampamento meio sangue lidariam bem com a situação. Eu me apressei até eles e vi que Poseidon e Apolo discutiam.

"Cara! Como que eu me esqueci que essa técnica só funciona com quem respira oxigênio dissolvido em água. Como que vamos tratá-lo se ele não respira, daqui a pouco ele vai engolir água e vamos ter que lidar com outro problema!" Apolo falou com as mãos na cabeça, parecendo não saber o que fazer.

"Por um momento eu esqueci o porquê de não utilizarmos essa técnica com frequência. MAS, QUE RAIOS!" Poseidon gritou, fazendo com que ouvissêmos barulhos fortes vindo do mar.

Nós já sabíamos quem era o cabeça quente do rolê mas, dessa vez ele fez questão de deixar claro quem é.

"Droga! Não queria ter que recorrer a isso! Logo, com essa cria de Apolo. Você vai ficar me devendo uma Apolo!" Poseidon disse raivoso, apontando pra fuça de Apolo que arregalou os olhos com a grosseria. Mas, tombou a cabeça para o lado em confusão, igual ao um cachorrinho.

"O que você vai...?" Apolo mal terminou a pergunta quando Poseidon, apressadamente e um tanto raivoso, colocou sua mão dentro do orbe, que já começava a ser tomado de sangue, e pegou com firmeza o pulso de Alec que iria buscar ar e iria encontrar água. Os olhos de Apolo se esbugalharam novamente e pude compreender o que ele iria fazer.

De mão dada com Alec, um brilho azul saiu no pulso de Alec e logo uma marca apareceu: o tridente. Poseidon havia abençoado Alec!

"Não acredito!" Eu soltei, levando minha mão a boca em espanto.

A reação de todos foi diversa! Hill olhou pra um, olhou pra outro e soltou uma gargalhada. Poseidon tirou a mão do orbe e rugiu levemente, fazendo com que eu gargalhasse bem na cara da minha chefia. Apolo sorriu e balbuciou um "não acredito". Brad e Ethan se viraram para nós ao ouvirem a comoção e ficaram espantados.

"Ô louco!" Ethan disse rindo.

"Não enche seus pirralhos!" Ele disse secando seu braço havia molhado, desenrolando as mangas. "Apolo! Começa logo esse tratamento e ensina sua filha como se faz. Eu vou ver o que o fedelho do Zeus vai fazer da vida." Poseidon foi se embora pisando duro, ele desapareceu em uma coluna d'água e apareceu ao lado de Zeus e Hades.

"Que cara chato! Nem me deixou agradecer!" Ele falou irritado me deixando um pouco surpresa.

Apolo não demora muito e envolve os ombros de Hill com suas mãos. Ela sorri animada com a expectativa de aprender um novo tipo de tratamento.

"Esse cara! Nem me deixa falar com ele direito. Não tenho culpa se ele está de TPM! Eu precisava da energia dele emprestada!" Ele reclamava enquanto dirigia a Hill até a bolha da Maya que ainda estava desacordada e ainda não respirava. Se ela fosse uma mortal, já estaria morta.

Ele a parou na frente da bolha e ela olhou para ele por cima dos ombros com expectativa. Ele apontou pra mim, Brad e Ethan.

"Você! Você! E você! Venham aqui! Aquele trouxa do Poseidon! Ele não sabe que não estou com energia suficiente pra compartilhar?!" Ele continuava reclamando com Poseidon que a esta altura do campeonato já estava com a orelha quente.

"A luta com Oceano te tirou muita energia, não é?" Eu perguntei para ele mais em uma constatação.

"Sim. Eu só tenho energia para curar Alec e pra me defender em uma eventual luta. O pior é que ainda é noite. Droga!" Ele franziu o nariz e mais uma vez vi o quanto ele era parecido com seus filhos. "Vocês três compartilhem um terço da energia de vocês. Vocês são jovens e se recuperam logo, só evitem exagerar na luta." Ele falou austero, ele parecia estar em uma discussão interna.

É muito engraçado ver que na mesma moeda que Apolo irrita Poseidon, Poseidon chateia Apolo!

Não foi necessário mais nenhuma palavra e, logo, estendemos as mãos em direção a Hill que tocou nas nossas mãos, em um cumprimento em grupo. Rapidamente, veio um brilho multicolor em nossas mãos e já pude sentir o efeito da transferência da energia, mas não me sentia cansada como ficava antigamente.

"Hill você vai tratar, Maya. Nós ainda precisamos fazer seu diagnóstico." Apolo disse tomando Hill novamente pelos ombros. "Você deve colocar suas mãos na bolha e deixar seus poderes curativos fluírem na água. Não tem muito mistério..." Ele disse apressado, rapidamente tomando sua posição no tratamento de Alec, sentando-se no chão, em perna de índio, e colocou ligeiramente suas mãos dentro do orbe.

O orbe de Alec já estava bem tomado de sangue e não demorou muito as mãos de Apolo brilharem intensamente em um tom dourado que hipnotizava a qualquer um. Hill olhou o pai atentamente e o imitou ao tomar assento na relva e iniciar seu tratamento. As mãos de Hill brilharam e todo orbe foi se ocupando do brilho dourado.

O peito de Maya se movimentou levemente e já podia respirar aliviada.

"Diga qual é o seu diagnóstico?" Apollo perguntou com a voz grave, sem olhar para Hillary. Seu tom era de um doutor experiente treinando um novato.

"Estado de choque." Hill pronunciou de forma profissional, sem emoção. Apesar de eu perceber seu olhar comovido em Maya, ao mesmo tempo que sua mandíbula estava rígida. Ela levantou a cabeça e mirou Oceano e sua corja, seu olhar era de ódio.

Em todos esses anos de amizade, foram poucas as vezes que eu a vi com esse olhar.

"E o meu irmão? Qual é a situação dele?" Hill perguntou olhando diretamente para seu pai.

"Perfuração do estômago, fígado, intestino grosso e uma artéria." Apolo falou impassível com sua máscara de médico que passava um ar profissional.

Eu não ouvi mais nada da conversa técnica dos dois. Me perdi ao analisar Alec e Maya estáticos e letárgicos. Alec respirava lentamente, enquanto eu via minimamente o peito de Maya subir e descer. Ele tinha as sobrancelhas franzidas e o seu semblante carregava preocupação, ao mesmo tempo, que parecia ser dorido. Maya tinha um semblante que não sabia decifrar mas, que parecia ser de abalo e um estranho conflito.

Ao longe eu podia ouvir uma pequena briga, eu me virei rapidamente em direção ao som. Era os três grandes discutindo entre si, eles pareciam estar em uma séria discordância. Olhei para o Oceano e o seu rebanho de corno e parecia que eles só queriam pipoca para apreciar ainda mais a cena.

Eu corri até eles, parando ao lado de Audrey que olhava espantada para os três cabeçudos que si bicavam igual um bando de gaivota.

"O que aconteceu?" Eu perguntei para Audrey que olhou para mim assustada com a briga que ia tomando proporções maiores.

"Eles estavam discutindo a respeito dessa batalha. Poseidon perguntou para Zeus qual seria a decisão dele já que ele se autonomeou como seu rei. Zeus disse que iria ordenar para retirarmos as nossas forças e deixar eles com uma advertência." Ela falou a última parte com uma careta.

"O QUE?!"

"Cara! Eu sabia que você iria gritar!" Ela falou colocando o dedo no ouvido e o sacudindo dentro do canal auditivo.

"Eu não acredito que eles vão permitir que isso aconteça!" Eu falei austera, apontando pra cambada que ainda se engalfinhava entre si.

"Essa é a questão eles não vão permitir, pelo menos não Poseidon que está puto da vida. Esse é o problema." Ela disse apontando para eles e pela primeira vez eu reparei que Poseidon gritava na cara de Zeus e Hades contia ele pelo braço, segurando-o com uma mão.

"Não acredito nisso!" Eu falei indo em direção a eles. Audrey segurou o meu braço, me impedindo de continuar caminhando.

"O que você vai fazer? Você tá louca? Eles são deuses e nós somos apenas meios-sangue." Ela me advertiu com rispidez, no entanto, eu inferi que tudo aquilo era medo, medo do que eles poderiam fazer conosco se fôssemos contra as suas ordens. Medo do que a nossa interferência poderia causar.

Eu estou nem um pouco preocupada com isso! Alec e Maya estão inertes naqueles orbes e eles contam comigo. Eu não posso falhar!

"Eu estou nem aí! Eles nos usam como seus peões. Já está na hora de eles saberem o que os seus peões pensam!" Eu falei me soltando do aperto de Audrey de um jeito nada delicado, continuando a minha caminhada rumo a eles. Audrey bufou e me acompanhou no meu encalço, me chamando de idiota.

"Eu não vou deixar você fazer isso! Ele quer acabar com minha filha! E você vai consentir com isso?" Poseidon gritou, batendo no peito ao se referir a Maya.

Ela ficaria muito orgulhosa se visse isso!

"Esse é o seu defeito, Poseidon! Tudo é pessoal demais para você! Se sua filha é o problema, não se preocupe! Você terá ainda muitos outros filhos, mulheres é que não faltam por aí! É impossível que domínios sejam roubados!" Ele fez uma breve pausa pois, Poseidon havia se lançado em sua direção. "A questão é que o que acontece com ela não afeta em nada você! Então, ela não é a questão! A questão é você se envolvendo demasiadamente com sua filha. E eu acho que esse é o problema de tudo."

"Então, eu deixo você também com uma advertência! Se você se envolver assim novamente, você não gostará das consequências!" Zeus o avisou seriamente. "E você deve me agradecer por eu não levar em conta seu comportamento indisciplinado, vou considerar que isso aconteceu por ser sua primeira fila.

"Eu deveria te agradecer?!" Ele riu sarcástico. "Você está se contradizendo! Você me liberou para ir atrás dela! E você não achou asneira o fato de Oceano querer tirar de mim o meu domínio. Engraçado como tudo virou contra mim repentinamente. Acho muito estranho você colocar contra mim quando o que está em questão é a fidelidade dele." Poseidon disse austero, apontando para Oceano que soltou uma gargalhada.

"Ora, Pai! Por que não mostramos a ele a nossa fidelidade? O melhor por que não pegamos de uma vez a filha de Poseidon, já que eles não se importam mais com ela. Não é isso o que ele quer dizer: um semideus a menos ou a mais não importa!" Peitho falou alto para todos ouvirem, causando choque nos deuses e uma comoção entre os semideuses.

O pior foi que aquilo causou uma outra combustão em mim e antes que eu sequer pensasse eu me lancei voraz na direção de Peitho e Oceano. Antes que eu os alcançasse, uma mão me parou e com a força do movimento eu me deparei velozmente so encontro da pessoa que me parou, sua outra mão segurou meu outro braço. E me surpreendi ao ver o meu pai.

"O que você está fazendo, Evangeline?" Ele perguntou calmamente em forma de repreensão. Eu bufei irritada.

"Eu vou dar na cara dessa, mulher! Quem ela pensa que é pra tocar na minha Maya!" Eu gritei, me soltando e me lançando outra vez em direção a Peitho que sorria descaradamente.

"Angel!" Ele me censurou, me pegando outra vez.

Eu rapidamente me soltei e me joguei outra vez na direção da rapariga. Ele resmungou em resposta e, dessa vez, ele me laçou pela cintura me levantando do chão com um braço. Eu sacudi meus pés exasperada, chutando freneticamente o ar.

"Me solta! Eu vou quebrar a cara dela! Ninguém mexe com minha amiga e sai com a cara limpa!" Eu gritei começando a socar o ar furiosa.

"Angel!" Ele exclamou alvoroçado, ele prendeu os meus braços com a outra mão. E, com dificuldade, começou a me carregar em direção aos outros deuses que contavam agora com a presença de Atena.

Poseidon

Eu confesso que se fosse em outro momento, eu teria morrido de rir com a dificuldade de Ares em conter sua filha furiosa. Eu nunca vi ele ter dificuldades em conter alguém, quem dirá uma semideusa.

Ela deu trabalho a ele como ninguém!

De longe eu pude ver como tudo aconteceu, Peitho grasnando, Angel se atirando e Atena com Ares brotando do nada. Eu vi suas formas no céu, a de Ares e da Atena em sua forma de ratássaro (rato com asa). Ares já pousou dominando a ruivinha e Atena pousou perto de nós em sua forma humana.

Eu olhei para a cara de Zeus e já vi que eu saí do seu foco e no meu lugar, entraram seus filhinhos rebeldes na concepção dele. Até que demorou para Atena spawnar na parada! Eu sabia que não iria demorar muito tempo para ela ir atrás do pai. Zeus rosnou e já notei o chumbo grosso vindo na direção deles.

"O que vocês dois estão fazendo aqui? Não! O que vocês três estão fazendo aqui? O que deu na sua cabeça Dionísio para você participar dessa revolta? E o que deu na sua, Atenas? Para você dar uma missão idiota para esses fedelhos. Olha para onde nós estamos agora!" Ele falou apontando para seus filhos.

"Zeus não adianta você querer achar culpados e tentar entender como essa situação toda ocorreu. A verdade é que nós estamos nessa novamente e precisamos dar um jeito de resolvermos isso de uma vez por todas! A começar pela fidelidade de Oceano e seus filhos." Hades falou diplomaticamente, dando poucos passos a frente em direção a Zeus que tinha seguido em direção a Dionísio, se pondo no meio do campo de batalha.

"Pois, bem! Diga de uma vez Oceano! Você ainda jura fidelidade ao Olimpo?" Zeus brada ao Oceano que sorri amplamente.

"Que bom, Zeus! Que nós chegamos a esse ponto. Vou lhe demonstrar a minha fidelidade!" Oceano diz, abrindo um enorme sorriso maligno ao se transformar em sua forma titânica.

.....

Gente!

Perdão pela demora do capítulo! Espero que vocês tenham gostado!

Grata,
Bela_lima

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