Capítulo 83: Explosão - Parte II

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A minha mente fica em paz quando vejo suas cascatas escarlates, como sempre disse para mim mesma: "Ela é um anjo na minha vida!". E isso nunca me foi um exagero, sempre senti no íntimo que podia confiar minha vida à ela porque, assim, jamais eu ruiria.

Seus olhos verdes me atingindo como uma  flecha me assustam, me fazendo ser puxada por esse espiral de confusão com força total. Não consigo entender o porquê de tanta confusão ao meu redor e isso me dói porque atinge minha Angel. De repente, o loiro que se diz médico invade a sala me fazendo rugir com a dor que eu sentia na cabeça. Eu simplesmente não era capaz de confiar nele e por um motivo que me parecia ser desconhecido. Mas, eu estava lá apenas seguindo meus instintos mais primitivos que minha dor apontava como caminho a seguir.

Rápida como um gato me posicionei para atacar da melhor forma que eu podia devido as condições mentais que eu estava, mas mesmo assim estava disposta a me defender se assim for necessário. Angel se surpreende com a minha reação e estaciona em toda a sua ação, como se soubesse que algo estranho iria acontecer.

Angel fica presa nessa premonição,  enquanto o loiro continua a se aproximar de novo de mim, junto com a amiga de cabelos loiros claros e cacheados, Hillary. Audrey, sua amiga de cabelos loiros escuros, percebe Angel estática no seu lugar e a tira dali como se quisesse poupá-la de algo. E isso me deixa confusa, meu corpo pende para o chão com fraqueza.

O que está acontecendo?!

O loiro magricela se aproximando de mim foi o motivo suficiente para eu gritar e me posicionar outra vez no chão para luta corporal. Tudo estava rápido como no dia em que eu perdi alguém mas, quem é esse alguém?

Que dor! Por que meu peito dói tanto?!

O loiro se aproxima de mim mas, para por um milésimo de segundo, seus olhos azuis acinzentados me atingem com certa dureza por alguns segundos. Meu coração perde o compasso. Hillary continua andando até mim mas, ele a contém pelo pulso. Ela o olha confusa e o questiona com o semblante, apontando levemente seu queixo pra mim. Eu percebo uma conversa silenciosa se desenrolando bem na minha frente. Hillary se aquieta, após o olhar um tanto gélido de seu pai para mim.

Depois da conversa, olhos de Apolo vêm em minha direção como se me analisasse cruamente. Os pelos do meu corpo se eriçam em alerta, eu me ajoelho em alerta e posição de defesa-ataque. E, naquele momento, eu estava disposta a atacar se assim fosse necessário para acabar com minha dor. Eu dou um micropasso em direção ao magricela que se agigantara diante de mim. Mas, estanco ao ouvir sua voz:

"Maya! Por que você quer me atacar?! Eu sou seu tio!" Ele fala com uma dura voz que parece me perfurar.

Eu, aceleradamente, olho para trás procurando uma parede para me apoiar. Eu simplesmente não aguentava aquela voz que parecia me perfurar. Assim que eu acho uma parede, eu me arrasto velozmente para  não desabar. Mas, me perco em um suspiro quando a parede fura e caio no chão e inerte, logo recebo os primeiros pingos de chuva com uma resignação profunda que, novamente, me levava a inércia.

Eu sinto uma mão sobre mim e respiro ruidosamente, não havia percebido que estava prendendo respiração até soltar. A chuva pela primeira vez estava me sufocando.

Como a água pode me sufocar, se sou filha das águas?
*N/A: Termo complexo para mim, para identificar que ela veio de Poseidon e é um trocadilho com o significado do nome dela:  veio das águas. Não me lembro bem do significado do nome dela, pois quando pesquisei era um site específico que falava com detalhes o significado do nome Maya. E não me lembro que site era, esse é o problema! *Desculpa pelo textão!

A mão suave acariciou meu pulso em um aperto firme mas, ao mesmo tempo delicado. Esse parecia ser um aperto que conheço muito bem, só que mais quente que o de costume. Quando minha respiração estabilizou essa mão me puxou e me fez sentar na parede da tenda.

A Filha de PoseidonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora