Capítulo 87: Minha Protegida

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Maya

Meu coração parece ter parado por alguns segundos e depois voltado a bater rapidamente como um beija-flor. Eu sei que era real o que eu via mas... era como se fosse um sonho para mim encontrá-lo bem, como se nada tivesse acontecido.

Era ele! Aqueles olhos esmeraldas, a mesma pele bronzeada, como se não estivesse pálida há algumas horas atrás, cabelos castanhos que brilhavam sob a luz da lua.

Isso parece muito um sonho!

Não sei por quanto tempo fiquei em transe, mas nesse tempo, eu pude perceber uma briga interna. Um lado queria correr até ele e me perder no seu abraço, o outro queria acabar o que eu comecei, sabendo que não poderia comemorar estar novamente ao lado dele, enquanto ele continuar vivo. Se não, todos os nossos momentos seriam efêmeros, como foram desde que ele apareceu.

Num ímpeto, eu desvio meu rosto dele e marcho mais uma vez na direção dessa coisa. Eu faço minhas espadas rodopiarem, cortando o ar. E libero, com todas as minhas forças, as emoções que represei durante todo esse tempo. Apenas ouço gritos quando perco a consciência.
...
Hades

"O que aconteceu? Eu achei... eu achei que ela tinha parado!" Alec falou transtornado passando a mão pelos cabelos raivosamente.

"Eu também achei, garoto! Quase funcionou..." Eu suspirei, olhando para o caos que minha sobrinha tinha se tornado. "Mas, a gente esqueceu de uma coisa."

"O que?"

"Que ela não vai parar enquanto isso não parar!"

"Isso é verdade!" Alec olhou por alguns instantes o chão que tremia. "O que faremos?" Ele olhou para mim.

"Você nada por que se acontecer alguma coisa de novo com você ela morre do coração. Vai se sentar ali com o seu sogro que te abençoou, outro que está quase surtando." Foi aí então que Alec arregalou os olhos e esticou a manga da camisa pra querer comprovar minhas palavras.

Ah! Ele não tinha visto ainda.

"Tá! Deixa isso para lá! Qual é o seu plano? Ao menos isso eu posso saber?" Olhou para mim sisudo.

"Claro! Vou tentar alcançar o consciente adormecido dela e tentar ensinar algumas coisas para essa menina, como por exemplo domínio próprio." Eu olhei para o que restou da Maya.

"Entendi! Boa sorte! Vou sentar com meu sogro ali e me juntar ao time que está surtando!" Ele me fez uma continência engraçada e saiu.

Eu não resisto em soltar um suspiro e sentir o o vento com chuva açoitando meu rosto. Isso que eu iria fazer seria difícil, enfiar juízo na cabeça de uma semideusa em meio ao surto, não seria nada legal.

No momento em que ela decidiu enfrentar Oceano outra vez, eu sabia que ela havia decidido acabar com a batalha independente do custo que teria, ela estava disposta a sacrificar a si mesma.

Infelizmente, ela está tão cansada que não sabe que tem outros meios de fazer isso, que ela não tinha que fazer isso e que não havia necessidade de apostar sua cabeça para ter a cabeça dele. Uma mente cansada não tem energias para procurar outras soluções. É por isso que tantos semideuses acabam por tirar suas vidas, seja tolamente em batalha ou da forma mais vil.

Não vou deixar que isso aconteça com ela, ela é minha protegida.

Quando ela rodopiou suas espadas, um grito estridente e dilacerante saiu da sua garganta. Ela perdeu a consciência e outra coisa tomou o seu lugar. Ela flutuou e uma tempestade estourou sobre nossas cabeças.

A Filha de PoseidonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora