Capítulo 56: A Procura

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Alec narrando:

Meus olhos estavam fechados, eu ouvia passos se distanciando de mim, meus amigos que por mais que achassem plausível a teoria de que "a coisa" tomou o controle de mim, eles ainda me culpam pelo que aconteceu com Maya. E eu, de certo modo, concordo.

Vocês devem estar me perguntando: Você está com a síndrome de Maya, não é?

Não. Não estou, não. Mas, percebi que a coisa só nos manipula quando tem uma emoção base para trabalhar. Eu senti raiva quando vi que Maya feriu Hill. Mas, não aquela raiva ensandecida. Não. Aquela raiva do tipo: Qual é o seu problema, cabeça de vento? Ficou louca?

Eu vi de imediato que não era de propósito, pois Maya quase tava dando um treco. A culpa realmente é minha.

Vocês devem estar me perguntando: Tem certeza que você não está com a síndrome de Maya?

Tenho sim, podem ficar tranquilos! Mas, a questão que eu quero ressaltar é que se eu não tivesse sentido raiva, isso não teria acontecido. Pois, justamente, a coisa precisa de um sentimento base para causar a discórdia. Sem sentimento base, sem discórdia. Entenderam? Eu dei vazão para que isso ocorresse. E de novo: não estou com síndrome de Maya, não estou me culpando sem razão.

Maya!

Eu não quero nem imaginar o que deve estar acontecendo com ela. Só de pensar me dá calafrios e uma raiva incomensurável sobre o ser dos infernos - que não tem o que fazer - que está causando isso. Só sei de uma coisa:

Tô ferrado! Maya não vai querer me ver nem pintado de ouro!

Até a teimosa me ouvir que eu não tenho muita culpa no cartório... Ela vai me torturar até no submundo! Mas, como diz a senhora minha mãe: Um problema de cada vez. Eu primeiro tenho que achar a bichinha pra depois ela me torturar pro resto da vida. Talvez se eu jogar charminho nela ela me perdoe. A quem eu quero enganar? Eu tô morrendo de medo da baixinha. Por que ela tinha que ser logo filha de Poseidon? Logo do deus mais vingativo que eu conheço. O pior que ela é igualzinha ao pai. Eu tô morrendo de medo! A baixinha quando quer é pior do que o cão chupando manga!

Calma, Alec. Uma coisa de cada vez!

Eu me levantei em um impulso rápido e caminhei até Angel que limpava a espada de Maya com afinco. Ela continuou fazendo sua tarefa, tendo plena consciência de que de eu estava na frente dela e, mesmo assim, ele continuou a me ignorar.

"O que você quer?" Ela perguntou ainda sem me encarar. Eu me ajoelhei em frente dela para ela ver o meu rosto. Ela olhou pra mim entediada, deixando claro o seu desgosto em conversar comigo.

"Eu sei que você está enfezada comigo. Mas, você precisa esquecer isso, há um problema maior a ser resolvido. Temos que procurar a Maya." Eu falei com seriedade, tentando ignorar toda aquela hostilidade.

"Ah, não diga?! O que você acha que iremos fazer então?!" Ela falou sarcástica, revirando os olhos em desgosto.

"Esse é o problema Angel. É o iremos. Isso tem que ser feito já! A cada minuto que se passa algo acontece com ela! Não podemos ficar de braços cruzados, temos que agir agora!" Eu falei me pondo de pé em um movimento rápido, falando alto o bastante para todos ouvirem. Ela se colocou de pé, me encarou e me deu um sorriso falso.

"Touché! Mas, o que devemos fazer, ó grande sabe-tudo?!" Ela falou com o sarcasmo pingando de suas palavras.

Ethan, Brad e Audrey se aproximaram de nós, curiosos para saber em que essa conversa iria dar. Eles me encararam exalando seriedade e uma pitada de frieza. Eu olhei pra Hill que estava sentada e mais disposta após a sua noite de sono. Era a única que não agia com frieza para comigo, apesar de ela me achar completamente imbecil pelo que eu fizera para Maya.

A Filha de PoseidonWhere stories live. Discover now