Capítulo 55: Titã?

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Escuridão, é o que me domina. Vazio, é tudo o que eu sinto. Parece que eu mergulhei em mar gelado, e já desisti de tentar vencer suas correntes. Agora, eu só mergulho em meio em suas águas, me sentindo entorpecida. Não me preocupando bem por um instante com o lugar que elas vão me levar.

Nada mais importa! Agora é só se agarrar ao vazio e esperar pelo lugar que ela vai me levar. Pelo menos era isso o que eu achava.

...
Som de ondas batendo contra as rochas, esse som tão reconfortante pra mim, foi esse som que me acordou.

Meu conforto não durou muito. Pois, logo me despontou uma dor de cabeça infernal que me fazia querer gritar. Mas, a névoa do sono que ainda pairava sobre os meus olhos, me deixando entorpecida, me fazia parecer que essa dor era nada.

Me senti zonza e fraca, como se minhas energias estivessem sido retiradas de mim. Eu suspirei cansada.

Eu abri os olhos, mas logo os fechei com uma sensação de que iria desmaiar a qualquer momento. Quando os abri, me dei conta que estava em uma caverna escura e sinistra. Estalactites e estalagmites despontavam do teto e do chão, dando um ar mais sombrio a caverna.

Mesmo com o ar sinistro de tudo isso, eu ainda sentia nada, não pensava em nada. Só o vazio. O vazio que ele deixou.

Eu ainda não acreditava que ele fez isso comigo. Eu ainda não era capaz de entender. A pessoa quem eu mais confio na vida, depois de Angel, foi capaz de me dar as costas e de me acusar?! Isso não parece ser real, não faz sentido!

O amor da minha vida me abandonou? Só agora eu entendo, o quão estúpida eu fui por acreditar que eu fui a culpada por machucar Hill. Foi culpa dele! Do imbecil que insiste em me atormentar.

Se Alec foi capaz de me acusar de uma coisa dessas, de machucar alguém que tenho como irmã, o que mais ele é capaz de fazer?

Ele não pensou duas vezes antes de me acusar de algo tão hediondo. Se "o amor da minha vida" age assim, nem preciso deste imbecil que está na minha cola.

E depois diz que me ama, novamente fui tola em pensar que ele me ama.

Que tola eu sou! Acho que realmente não tenho sorte.

Eu olhei pra saída da caverna e suspirei sem sentir um pingo de emoção. Pela luz que vinha dela e que iluminava todo o ambiente, eu podia afirmar, sem sombra de dúvida, que era dia. O barulho do mar revolto ao bater freneticamente contra as rochas, sobressaia e ecoava por todo o ambiente.

É como se todas as emoções fossem arrancadas à força de mim. E a única que ficou foi a raiva.

Eu estava no fundo da caverna e infelizmente a luz do dia não podia me alcançar. Só então eu reparei no meu estado: eu estava ajoelhada e algemada. As algemas no máximo me permitiam que eu me sentasse, mas só isso.

Algemada! Que surpresa agradável! Realmente ele se superou!

Tentei quebrar as algemas com minha força sobrenatural, mas eu não conseguia de jeito nenhum. O máximo que eu consegui foi machucar meus pulsos que já estavam doloridos e no mínimo vermelhos pelo esforço. Suspirei irritada.

Tanto faz! Só sei que na altura do campeonato, já estou cansada desses joguinhos.

Eu ativei minha benção de Hades para ver melhor ao redor de mim. Olhei pra um lado e vi um túnel e no outro tinha uma gaiola. Eu me arrastei sem fazer barulho e me apoiei na cela me sentindo zonza. Repentinamente, eu vi uma movimentação de uma garota pálida com um longo vestido negro.

Uma garota, numa gaiola? Que bizarro! Minha situação, pensando bem, não é lá tão normal assim...

"Maya?" Ela sussurrou assustada por ver o meu estado.

A Filha de PoseidonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora