storm.

By cxssiesreinhrt

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fic. 𝘀𝗽𝗿𝗼𝘂𝘀𝗲𝗵𝗮𝗿𝘁. + 🪜 】 Todos nós temos seus medos. Altura, aranhas, medo de escuro, que alguém... More

• 🌧 || 00. remember that night?
• 🌧 || 01. garota estranha
• 🌧 || 02. storm girl
• 🌧 || 03. beijo na bochecha
• 🌧 || 04. pegas no mauricinho
• 🌧 || 05. carteira de motorista
• 🌧 || 06. mãos manchadas de tinta
• 🌧 || 07. we born to die
• 🌧 || 09. okay
• 🌧 || 10. quentinho
• 🌧 || 11. conhecimento geral
• 🌧 || 12. gatinha
• 🌧 || 13. mentira
• 🌧 || 14. fofoca
• 🌧 || 15. sogrinha
• 🌧 || 16. maldita cdf
• 🌧 || 17. minha familia de volta
• 🌧 || 18. cunhadinha
• 🌧 || 19. implicância
• 🌧 || 20. aniversário
• 🌧 || 21. conversa
• 🌧 || 22. fantasia
• 🌧 || 23. festa
• 🌧 || 24. as três mais sinceras palavras
• 🌧 || 25. amar
• 🌧 || 26. esforço
• 🌧 || 27. envolvimento
• 🌧 || 28. ser verdadeiro
• 🌧 || 29. segurança
• 🌧 || 30. caminho sem volta
• 🌧 || 31. primeiro novo dia
• 🌧 || 32. babaca
• 🌧 || 33. volte
• 🌧 || 34. alguém acreditava em mim
• 🌧 || 35. não me faça de boba
• 🌧 || 36. somente seu amigo.
• 🌧 || 37. merda ela está aqui
• 🌧 || 38. eles tinham alguma coisa
• 🌧 || 39. pode ir agora
• 🌧 || 40. pelo menos eu tinha ela de volta
• 🌧 || 41. conselhos da mestra
• 🌧 || 42. risada
• 🌧 || 43. provar do próprio veneno é bom
• 🌧 || 44. teria que aprender
• 🌧 || 45. recomeçar
• 🌧 || 46. garota esquisita
• 🌧 || 47. crazy girl
• 🌧 || 48. oi
• 🌧 || 49. perdoar é o de menos

• 🌧 || 08. obrigada

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By cxssiesreinhrt

COLE SPROUSE

O final da aula havia finalmente chegado. O mais esperado dia de toda a a minha semana também havia chegado, ontem durante o nosso almoço com Lolla, combinamos de nos encontrarmos no estúdio de artes da escola as três da tarde. Eu não via hora de ver Lili fazendo o que aparentemente mais gosta.

A vejo na entrada da escola como sempre só que dessa vez não estava sozinha.

— Cale a boca! — Me assusto quando escuto-a gritar e rir. Ela desvia o olhar e me vê. — Ah, oi Cole.

— Oi. — Me sento ao seu lado e cumprimento Vanessa. — Oi, Vanessa.

— Oi, Cole né? — Ela fala rindo. Lili cora e a chuta. — Certo. Eu faço teatro com a Cami, vocês são amigos não é?

Concordo com a cabeça e observo Lili rir e olhar para baixo.

— Te vejo amanhã, artista, vê se não some. — Vanessa dá um tapinha na nuca de Lili, que ri e olha pra mim.

— Então...

— Tudo certo pro trabalho? Realmente dependo de você pra isso, não faço ideia do que fazer. —  ela ri.

— Sim, confie em mim, vai ficar ótimo nosso trabalho. — Ela senta de pernas de índio e fica me olhando. — Ah, não...

— O que? — Falo olhando para trás e vejo Tiera e Kj virem em nossa direção. — Merda... oi!

— Colezinho... — Tiera beija minha boca e por um momento me sinto desconfortável. A mesma se senta no meu colo.

— Ficou sabendo da prova de filosofia? — Kj fala se sentando ao meu lado, surpreendentemente onde Lili estava. Ela dá um espaço para Kj sentar e se vira para seus cadernos. Maldição, por que meus amigos tinham que ser assim.

— Sim, uma grande merda isso tudo de provas. — Reviro os olhos e escuto Lili dar um risada.

— Riu de que? — Tiera fala de propósito. Lili congela e olha em nossa direção.

— Eu... não... não, nada. Não foi nada. — Ela fala guardando seus materiais rápido e corre em direção ao estacionamento.

— Além de nerd fala sozinha, era só o que faltava. — Tiera fala revirando os olhos. — Será que ela não se toca de que essas roupas estão horríveis?

— Eu acho legal o estilo de roupa dela, apesar de tudo. — Kj dá de ombros e pega seu celular.

— Como assim, apesar de tudo? — Pergunto intrigado e tiro Tiera de meu colo.

— Ah, você sabe... — Ele fala sem olhar nos meus olhos. — Ela é toda quietinha e...

— Ela é estranha! — Tiera fala. — Tenho que ir, beijinhos.

Sinto seus lábios em minha bochecha e depois vejo ela ir em direção ao estacionamento. Respiro fundo e mato Kj na minha imaginação por ter chegado bem na hora que estava com Lili.

— Falando sério, vocês tão tendo alguma coisa? — Kj pergunta. — Sempre juntos... sabe que Tiera vai te matar se souber.

— Somos amigos, qual é a dificuldade de entender isso? E não devo satisfações para Tiera. — Coço a cabeça.

— Essa menina aí...

— Lili.

— Isso, ela é legal? Vocês só são "amigos" a algumas semanas mas estão sempre juntinhos. — Concordo com a cabeça. — Estranhos. Mudando totalmente de assunto, o que vai fazer nesse trabalho de arte? Acabei de sair daquela aula e não entendi nada! Só sei que minha pareceria é Camila.

Dou uma risada e desejo boa sorte a meu amigo. Camila é, sem dúvidas, a pessoa mais mandona que eu já conheci. Me despeço de Kj e vou em direção ao meu carro, sentindo meu estômago se revirar, mas eu não sei o porque.

***

Às três em ponto eu estava entrando no estúdio de arte, vejo Lili sentada com a mesma roupa que estava mais cedo. Sem perceber que eu estava lá, me sento ao seu lado e faço um barulho com a garganta. Ela dá um gritinho e arregala os olhos em minha direção. Começo a rir.

— Devia ter visto sua cara. — Ela franze os olhos verdes em minha direção e cruza os braços.

— Não acredito que fez isso... — Ela abaixa a cabeça e da uma risadinha. — Bem, vamos começar?

Concordo imediatamente.

— Todo mundo da sala provavelmente vai se matar fazendo um quadro renascentista. — Ela diz pegando um Ipad de dentro da sua mochila. — Mas, o que quase ninguém se toca é que, os quadros renascentistas não precisam ser necessariamente aqueles cheios de detalhes... — Ela entra em uma pasta no Ipad e me mostra uma foto. Arregalo os olhos e presto atenção no que ela falava. — Esse é o O nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, todo mundo conhece esse quadro e se mataria pra fazer. Conhece a Monalisa?

Concordo com a cabeça, hipnotizado no jeito que Lili fala.

— Ela é um quadro renascentista muito fácil de fazer uma releitura. As pessoas só focam nas pesquisas mais fáceis que no final são mais difíceis, entende? O nosso vai ser esse aqui... — Me mostra a foto de uma mulher. Concordo com a cabeça, fingindo entender. — esse quadro é La Velata. Parece difícil mas eu juro que vai ser fácil.

— Se você diz... — Dou de ombros. Eu só estava aqui mais pela companhia do que pelo trabalho. Se esse trabalho fosse entrega a algumas semanas atrás eu não estaria ligando, mas agora... agora eu tenho motivos para ligar.

Pisco algumas vezes quando vejo Lili levantar e ir até um armário, o abrindo e pegando um tela branca. Volta ao meu lado, com um sorrisinho animado, e se senta. Observo meio perdido, depois de algumas vezes fingir saber desenhar com Lolla, nunca havia tocada em tinta ou pincéis.

— Parece tenso, vai ficar legal. — Lili pousa a mão em meu braço esticado em cima da mesa e rapidamente tira, corando e abrindo seu estojo rápido. Tento ignorar a sensação boa de quando sua mão macia tocou meu braço.

Durante os próximos 20 minutos eu fiquei só olhando Lili desenhar com um lápis de grafite na tela. Sua expressão relaxada e concentrada estava prendendo meu rosto de uma forma que não deveria prender.

Respiro fundo quando vejo ela morder os lábios. Balanço a perna, tentando parecer tranquilo. Ela olha pra mim, meio assustada.

— Está se sentindo bem? — Pergunta preocupada. Dou de ombros e me inclino em direção a tela. Ela sorri e me entrega. — Está ficando assim, vamos ter que marcar outro encontro para terminar de pintar e fazer os detalhes.

Eu, novamente, fico impressionado com o seu talento. Não entendo o porque de esconder tudo isso, sei que se começasse a mostrar ia se dar muito bem.

— Por que desenha? — Entrego a tela e olho o rosto de Lili. Ela respira fundo e fica tensa. — Se não quiser falar...

— Antes de conhecer a Nessa, aqui nessa escola mesmo, ninguém falava comigo. Ninguém mesmo. Eu tinha 7 anos, era nova, meu pai dava aula de biologia para os adolescentes do ensino médio... foi um ano difícil. — Não posso imaginar em quão ruim pode ter sido esse ano para ela, na verdade nunca tinha prestado atenção nesse tipo de coisa. — A gente já tinha aula de artes nessa época, três vezes na semana, eu me apaguei a arte desde então. Pintar, desenhar, criar imagens virou meu porto seguro, até Nessa chegar no quarto ano.

— Uau... — Ela concorda.

— Como nesse ano que fiquei sozinha, todo mundo achou que eu era estranha, só porque gostava de arte e ficava sozinha a maior parte do tempo, e como crianças podem ser bem malvadas, sou conhecida assim. — Inclino a cabeça quando escuto a voz de Lili fica trêmula. Seguro sua mão em baixo da mesa. Ela olha pra mim e sorri. — Tiera que começou a implicar comigo, na verdade. Só virou essa coisa toda por causa dela. Foi no sétimo ano, eu era diferente dela e de suas amigas. Quando elas já começavam a pensar em namorar, beijar, as milhares de festas que faziam, maquiagem e roupas curta, Tiera falando de você pra cima e pra baixo e eu simplesmente ficava quieta, ela implicou comigo. Com todo respeito mas, ela era, aliás é, insuportável. Você não percebe mas quando ela tem a oportunidade ela fica me lembrando de tudo o que eu passei, tudo por culpa dela! Se não fosse por ela, eu talvez pudesse me sentir mais confortável com metade dessa escola, mas não.

Vejo lágrimas caírem dos olhos de Lili e por instinto aproximo minha cadeira dela e a abraço forte. Ela passa os braços pelos meus ombros e me abraça também. Saber de tudo o que ela passou me deixou mal, enquanto eu ficava me preocupando em conseguir uma namorada ou em parecer o melhor no time de futebol, Lili estava sofrendo nas mãos de Tiera. Aperto os olhos e faço uma carinho em seu cabelo.

Ela se afasta e olha nos meu olhos. Me sinto hipnotizado por seu verde e aproximo meu rosto dela. Ela respira fundo e olha para a minha boca rápido, e depois olha para os meus olhos novamente. Passo minha mão por sua nuca, olhando para sua boca, assim como fez comigo. Ela sorri parecendo nervosa, e depois fechando os olhos. Meus olhos também pesam, e quando eu estava quase grudando nossos lábios o sinal da escola toca, fazendo Lili virar a cabeça para outra direção. Resmungo e coloco minha cabeça no pescoço de Lili, que da uma risadinha e se afasta, começando a guardar seu material.

— Nos vemos na segunda? — Ela se levanta. Concordo, ainda pensando no que teria acontecido se essa merda de sinal não tivesse soado bem na hora. — Certo... eu, ahn... vou indo, tá?

Concordo, ainda em silêncio. Ela olha pra mim por um tempo e depois vai. Eu queria poder me levantar e beija-lá, mas não acho que agora seja o momento certo.

— Lili! — Grito, correndo em sua direção. Ela para e se vira. Olho fundo para seus olhos meio arregalados, sinto minha respiração ofegante e a puxo para perto, a abraçando. Ela me envolve também. — Obrigada.

Beijo sua bochecha, mais perto da boca do que deveria, e saio correndo, tentando ignorar meu estômago de novo.

###

as coisas começam a andar a partir de agora....

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